quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Redução da população e esperança para os filhos dos homens

“Bill Gates repetidamente expressou sua aprovação claramente pela a redução populacional global e financiou programas de esterilização em massa; impulsionou programas de vacinação generalizada que causaram grandes danos”. — Página "Boca Nervosa", 24 Setembro 2019

A grande reinicialização distópica e a luta: redução da população e esperança para os filhos dos homens

Joaquin Flores* | Strategic Culture Foundation

11 de novembro de 2020

Gênesis 11: 5 - E o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificaram.

A Grande Restauração, a 4ª Revolução Industrial, a 4ª Virada, o Grande Despertar e a Inteligência Artificial. Esses são os temas reais que estão moldando a paisagem sociopolítica, cultural e ideológica de nossas vidas em 2020.

O impulso para o bloqueio e a quarentena em direção a uma Grande Restauração é cada vez mais entendido pelos críticos como um programa de escravidão em massa e punição coletiva, redução da população, apresentado dentro dos pontos de discussão progressivos das armadilhas. Em nosso último artigo sobre a Grande Restauração, ' Whose Great Reset? A Luta pelo Nosso Futuro - Tecnocracia vs. República ', confrontamos a natureza orwelliana do próprio termo, mostrando que a nova proposta aparentemente tecnocrática estava sendo feita de uma forma que parece abreviar os processos de tomada de decisão dos Estados soberanos como bem como processos democráticos dentro das repúblicas.

Nas palavras eternas do autor irlandês Oscar Wilde, “A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida”.

“Que vivemos em uma época em que os planos da elite são mais abertamente e mais descaradamente enunciados, na ficção, na mitologia pública, na cultura, e são fabricados de uma forma inteiramente fora das mãos da grande maioria das pessoas que vidas serão mudadas para sempre, provavelmente para pior, é sem dúvida a verdadeira catástrofe do nosso tempo. ”

Há um fato estranho, embora pouco conhecido, sobre a vida dos prisioneiros. Agora que a humanidade enfrenta a probabilidade real assustadora de um regime de bloqueio sob o pretexto frágil de um vírus com uma taxa de sobrevivência de 99,9%, precisamos entender algo sobre os prisioneiros e o Grande Despertar. O Grande Despertar é o produto de como as pessoas realmente encarceradas respondem ao encarceramento. Assim como uma pessoa privada de visão desenvolve um excelente olfato e audição, uma pessoa privada de liberdade física desenvolve uma liberdade espiritual ou sobrenatural profunda e reificada, que é o despertar. Em uma estranha reviravolta do destino, quanto mais as pessoas estão presas, mais elas acordam.

Estamos presos entre duas contradições aparentes que de fato se reconciliam. Por um lado entendemos que tudo acontece por uma razão e que a justiça sempre prevalece no final, e por outro lado sabemos que o possível destino que podemos ter só vem à custa de uma luta tremenda, autodisciplina, moral fortaleza e sacrifício. Essa é a mentalidade do desperto, do soldado político, no decorrer da luta contra o Grande Despertar e na idade da 4ª Virada.

45 anos de independência: Angola entre sonhos e realidades

Angola assinala esta quarta-feira 45 anos de independência, numa altura em que crescem as reivindicações por melhores condições de vida no país. "Não foi isso que os nossos nacionalistas sonharam", dizem angolanos à DW.

Referindo-se aos 45 anos de independência de Angola, que se assinalam esta quarta-feira (11.11), o Presidente João Lourenço apelou esta terça-feira (10.11) ao respeito dos direitos e liberdades alcançados nestes anos de soberania. 

"A independência e a soberania nacionais são conquistas sagradas e inalienáveis. O Estado democrático e de direito, a economia de mercado, a paz duramente alcançada e a reconciliação nacional, a emancipação da mulher, a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade de união e de manifestação, a liberdade de culto, são realidades e direitos fundamentais já adquiridos que devem ser respeitados", frisou Lourenço. 

Apesar destas conquistas, o chefe de Estado reconheceu que "os anos que se seguiram à independência não foram o que os angolanos sonharam: edificar um país". 

Muitos cidadãos ouvidos pela DW África são da mesma opinião. É o caso de Pedro José Martins, um jovem residente em Luanda: "Não foi isso que os nossos nacionalistas sonharam. Sonharam para o bem do povo, para o bem do país", lamenta. 

O sonho dos nacionalistas

Também Domingos da Silva, outro cidadão morador da capital angolana, entende que não é esse o país sonhado pelos nacionalistas angolanos. Para este cidadão, os nacionalistas "gostariam que fosse um país mais (livre) e mais aberto, porque o nosso país automaticamente depende muito dos europeus para qualquer tipo de coisa que não existe cá".

"Temos independência, mas com um ponto de interrogação: algumas partes [têm] e outras partes não", disse. 

Depois da independência, em 1975, o país foi marcado por uma guerra civil até 2002. Também por uma corrupção que deixou o Estado com os "cofres vazios", segundo o Presidente João Lourenço. 

E que Angola se tem hoje? Um país com muito problemas, entre eles, o índice do desemprego que, segundo dados oficiais, já atingiu 34% no último trimestre deste ano. "Emprego para a juventude não há, mas índice de criminalidade há muito", responde Domingos da Silva.

O desemprego também é apontado por Pedro José Martins como um dos principais problemas de Angola hoje. "Falta trabalho para nós, os jovens. Depois, com estes problemas da (Covid-19), pioram os problemas".

Polícia angolana reprime protestos em Luanda

A polícia reprimiu com violência jovens que queriam protestar no Dia da Independência de Angola, em Luanda. Os agentes usaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Há relatos de uma morte e vários feridos.

O Dia da Independência de Angola está a ser marcado por confrontos entre a polícia e pessoas que saíram às ruas de Luanda para exigir melhores condições de vida e que seja marcada uma data para as primeiras eleições autárquicas no país. 

A polícia reprimiu os manifestantes usando canhões de água e disparando granadas de gás lacrimogéneo.

Uma pessoa terá morrido no protesto. Segundo o Novo Jornal, trata-se de um jovem que foi baleado na cabeça. Há também relatos de vários feridos. O ativista Nito Alves é uma das vítimas. O jovem, um dos integrantes do conhecido grupo de revolucionários 15+2, terá sido agredido por vários polícias e ficou inconsciente, sendo depois levado para o hospital numa ambulância. Neste momento, o seu estado de saúde inspira cuidados.

A polícia deteve vários manifestantes em diversos pontos que dão acesso ao centro da cidade. Entre os detidos está o ativista Luaty Beirão, que foi abordado por dois agentes quando transmitia em direto pelo Facebook a caminhada para um dos protestos em Luanda.

Até agora, a corporação não confirmou as detenções. Afirmou apenas que estavam em curso em Luanda atos de intimidação, vandalismo, desordem e queima de pneus, escreve a agência de notícias Lusa. A polícia também não confirmou a morte do manifestante, segundo o Novo Jornal.

Angola | Polícia reprime protesto no Kwanza Norte

Os manifestantes reivindicavam melhores condições de vida e a implementação das autarquias locais em Angola, no próximo ano. 16 jovens foram detidos e mais tarde libertados.

As forças de defesa e segurança dispararam balas reais e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que se concentraram, esta quarta-feira (11.11), no largo do antigo cemitério da Kipata, no bairro Popular, em Ndalatando. Foram também usados jatos de água dos serviços de proteção civil e bombeiros.

A polícia alega que os manifestantes não estavam a respeitar o decreto presidencial, que proíbe ajuntamentos de mais de cinco pessoas. Mas os manifestantes sublinham que a resposta da polícia ao protesto foi desproporcional.

"Era para ser uma marcha pacífica", diz o manifestante Adérito Faustino. "O pessoal estava aqui concentrado e, de um momento para o outro, apareceu o aparato policial, para intimidar o pessoal, com jatos de água e tiros reais… É lastimável."

Pedro Timóteo, um jornalista da Rádio Ecclésia, denunciou à DW África que a polícia o feriu, num dedo, enquanto reportava sobre o protesto.

Jovens detidos e soltos

16 jovens manifestantes foram detidos e mais tarde libertados na comuna de Kizenga, município de Cacuso, vizinha província de Malanje, uma localidade que fica a mais de 60 quilómetros de Ndalatando.

O jovem Adérito Faustino lamenta as detenções no dia em que Angola comemora 45 anos de independência.

"Essa é a Angola que temos, mas não é a Angola em que um dia os nossos pais lutaram pela independência", diz o manifestante. "Não é essa a Angola que nós sonhámos, não é essa Angola que nós contamos ter para o futuro. É lamentável e é deplorável a situação."

A DW África tentou falar com a polícia sobre o protesto, mas não obteve uma reação.

Deutsche Welle

Portugal | O lado B do Chega

Ivo de Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

Não estava escrito nas estrelas, mas era mais ou menos óbvio que a Direita iria pôr em marcha um plano político de poder simétrico ao da geringonça de Esquerda. A questão era saber com quem, com que urgência e com que filtros civilizacionais. Os Açores transformaram-se no tubo de ensaio para um casamento de conveniência que, por obra e graça do PSD de Rui Rio, conseguiu alcandorar à condição de cola institucional da governação regional um partido que defende a castração química dos pedófilos, a prisão perpétua, o reforço das fronteiras e o fim dos serviços públicos de saúde e educação.

Porém, para este PSD parece haver um Chega mau (o do continente que foi a votos com um programa extremista e elegeu André Ventura) e um Chega bom (o dos Açores, que elegeu dois deputados e pugna pelo combate à corrupção, por um corte no número de deputados e pelo controlo da malandragem que vive dos subsídios do Estado).

A verdade é que Rui Rio ergueu uma cerca sanitária em torno das suas linhas vermelhas e princípios morais para melhor acomodar a realidade aos seus interesses momentâneos. O PSD tem toda a legitimidade para coligar-se com quem entender, mas não pode socorrer-se do argumento da súbita moderação do Chega para assinar um acordo (ainda que seja só nos Açores) que não deixa de legitimar a natureza de um partido que age como um predador. O Chega continua a ser nacionalista, extremista e muito pouco humanista.

Depois, esta moderação programática em que nem Rui Rio deve acreditar terá, a prazo, um efeito destrutivo junto do próprio eleitorado social-democrata. É o PSD que tem mais a perder com uma credibilização institucional do Chega, ainda para mais num contexto de dissipação eleitoral do CDS e maior fragmentação de votos.

Acreditar que o Chega tem um lado B, de bonzinho, é não perceber que o Chega só tem uma preocupação: chegar ao poder. Pensar que um partido que elegeu um deputado está a marcar o passo da Direita em Portugal diz muito bem de André Ventura, mas diz muito mal de quem está a levá-lo em ombros.

Portugal | Recorde de 82 mortos e quase cinco mil novos casos, 58% no Norte

Portugal regista mais 82 óbitos de covid-19 e 4935 novas infeções, 58% das quais no Norte, que contabiliza mais de metade das novas mortes. Internamentos também batem recordes.

Oitenta e duas pessoas morreram. O número de mortes provocadas pelo novo vírus é o mais alto desde o início da pandemia - até agora, o máximo registado tinha sido de 63 óbitos, na segunda-feira. Ao todo, a covid-19 já matou 3103 doentes em Portugal (1590 homens e 1513 mulheres).

Mais de metade (44) das recentes vítimas foram registadas na região Norte, sendo que Lisboa e Vale do Tejo tem mais 19 e o Centro mais 17. Como tem vindo a ser regra, a grande maioria das vítimas (65) tinha 80 anos ou mais - 27 homens e 38 mulheres. Com 70 a 79 anos, morreram 15 pessoas (10 homens e cinco mulheres) e ainda uma mulher na faixa etária dos 60-69 e um homem na faixa dos 50-59.

Os internamentos hospitalares também registam hoje novos máximos, com 2785 doentes internados em enfermaria (mais 43 do que ontem) e 391 em unidades de cuidados intensivos (mais nove).

58% das novas infeções no Norte

Foram contabilizados, face a ontem, mais 4935 infetados com o novo vírus, de acordo com o boletim epidemiológico desta quarta-feira, que eleva para 192.172 o número total de infetados. Desses, 78.716 correspondem a doentes ativos, 1378 dos quais foram registados até à meia-noite.

Cerca de 58% das novas infeções (2845) foram registadas na região Norte (que soma um total de 94.057 casos), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo com 1185 (em 71.936), e a região Centro, com 743 (em 17.759). No Algarve, há mais 80 contágios (3638), e o Alentejo soma mais 44 (3685). No arquipélago dos Açores, há mais 21 infetados (total de 513) e a Madeira conta mais 17 (584).

O relatório de hoje mostra também que há já 110.353 pessoas recuperadas (3475 do que ontem) e que 89.107 estão em vigilância (menos 956).

Rita Salcedas | Jornal de Notícias

O que diz Moleiro, no Expresso Curto

Os EUA na baila por via das eleições. Dizem que Biden venceu e o que se vê é imensos a passarem-lhe a mão no pêlo. O mundo neoliberal está exultante e os cidadãos norte-americanos ainda mais. Alguns, por lá, nem por isso. Os quase 10 milhões de sem abrigo dizem que um ou outro, venha quem vier, “é igual ao litro”. Os vastos milhões a sobreviverem na pobreza escandalosa também não vão notar grande diferença, nem vão passar a “remediados” só porque Biden vai habitar a tal Casa Branca. Continuarão na pobreza extrema, escandalosa. Também os Direitos Humanos não verão melhores dias na prática. No papel talvez, mas só para manter encenação enganosa.

Bom dia esta é antecâmara do Curto do Expresso, que de vez em quando inserimos no PG. Hoje Raquel Moleiro é a autora do que segue a esta prosa introdutória. Avante.

 Saiba que depois do ‘fartum’ sobre EUA e Biden/eleições idas, o Curto foca Portugal e a pandemia. O tal covid-19 a que já chamam “o mata-velhos(as)”. Boa definição, porque é isso mesmo. A Segurança Social é que não consegue esconder o jeito que a matança vai dar futuramente. Menos nas reformas e pensões. Menos nos apoios sociais, menos nos encargos no tratar dos idosos (serão muitos menos, milhares) menos nos doentes mais fragilizados, crónicos, menos até de alguns que fenecem à espera de assistência médica que não têm porque os serviços de saúde para todos passou a ser só para alguns – principalmente para os de carteira recheada. Vai daí há oncológicos a morrerem e ‘tuti quanti’ que não conseguem usufruir do direito à saúde consignado na Constituição… Acontece exatamente isso independentemente das idades dos doentes, que não morrem por covid-19 mas sim por abandono. Porquê? Bem, até dá jeito! Tudo isso já sabemos. É só uma questão de fazermos as contas aos milhões poupados durante anos e anos. Vamos ver. O covid-19 acaba por ser um grande amigo da (in)Segurança Social e de seus futuros orçamentos, perspetiva-se. Avante.

Ainda de Portugal podemos ler sobre o anticiclone dos Açores que nos seus céus tem estampada antenuvens uma grande suástica. O futuro de mais do mesmo antes de 1974. O fascismo brilha graças ao ofuscado Rui Rio do PSD e seus apaniguados. Não é surpresa. Rio sempre cheirou a bolores salazaristas. Que agora libertou em grande quantidade. Parece que são muitos, lá pelo PSD. Pivete.

De Moleiro, o que diz Moleiro, no Expresso Curto. Não é nada parecido do “O que diz Molero” de Dinis Machado, com os “pintas” e as cabeçadas e trambolhões, as cenas rascas dos popularuchos rufias…

Mais, muito mais, por Raquel Moleiro aqui no Curto. Vá de 'frosques' do resto da prosa PG e atine no Expresso, Balsemão Bilderberg agradece, ainda mais se acaso aderir à seta com suástica oferecida por Rio Ventura. Coisa que não queremos, nem esperamos. Eles sabem acomodar-se risonhos naquilo que ao povinho traz incómodos, nacionalismos bacocos e criminosos, e etc., etc.. O tio Balsemão nada ainda disse sobre o Cheganço de Rio ao racismo e xenofobia, ao fascismo… O quê? Tirar os ovários a quem aborta não é fascismo? E tudo o resto que já deu para entendermos e percebermos os pezinhos de lã do tipo disfarce para ludibriar? Fala tio, fala. Rebenta com a escala! A situação merece. Pois. Talvez a idade e a carteira não o permitam… Que raios. Sabem de alguma fonte de juventude por aí?

A seguir, o Curto do bom e do melhor. Continuem, não fiquem só por aqui. Ler e pensar não dói nada. E era muito bom que o extremismo galopante que já é prato do dia não desse porrada se refilares... Séria dúvidas que não aconteça não só com nódoas negras. Mais grave. Porque o que se trata é de oculto-extremismo do pior. Democracia do cuspo, não é oh Rios Venturas?!

Obrigado, pela réstia de sol deste dia. Bom dia, depois do meio-dia. É a vida.

MM | PG

Portugal | PS acusa PSD e CDS de se vergarem à extrema-direita

O PS pediu hoje um "sobressalto das forças progressistas no parlamento" em defesa de políticas sociais com direitos humanos, dirigindo-se ao PSD e CDS-PP, que acusou de serem "partidos vergados às políticas de extrema-direita e do Chega".

Em causa está o acordo de governação de direita na região autónoma dos Açores, que conta com o PSD, o CDS-PP e o PPM, mas também com acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal, que pela primeira vez elegeram representação parlamentar na região.

No debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) na área do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que hoje levou a equipa ministerial de Ana Mendes Godinho ao parlamento, o deputado socialista João Paulo Pedrosa aproveitou a sua intervenção para criticar o acordo nos Açores e a aproximação ao partido de André Ventura.

"Hoje, os vossos partidos estão vergados às políticas de extrema-direita e do Chega. E portanto, há um consenso que se quebrou neste país. Políticas sociais são políticas de direitos humanos. Ou se está com esta ideia de sociedade, ou não se está, e essa é a barreira fundamental", defendeu João Paulo Pedrosa.

O deputado recorreu à citação de um 'tweet' de André Ventura, no qual se declarou "feliz por ter conseguido importantes entendimentos nacionais", que classificou como "a alma" do seu projeto político.

"Uma delas foi o corte de 50% do RSI. Nos Açores, a maior freguesia que recebe RSI, a freguesia de Rabo de Peixe, votou nas últimas eleições 65% no PSD, o que significa que o Governo Regional dos Açores atribuiu estas prestações a estes cidadãos por serem pobres e não por serem eleitores do PS. Gostaria que o PSD confirmasse que pretende cortar 50% do RSI, porque, se não, as palavras do senhor deputado André Ventura não passam de uma charla e não são consequentes", disse o deputado.

Rui Rio e "a tragédia" de "abrir as portas" a "um partido neofascista"

PORTUGAL

Alfredo Barroso reage às declarações do presidente do PSD sobre o acordo com o Chega nos Açores. Socialista aconselha Rui Rio de olhar para a História e "pensar, pelo menos, duas vezes antes de abrir os braços a André Ventura".

Um dos fundadores do PS, Alfredo Barroso, deixou, esta terça-feira, severas críticas ao presidente do PSD, Rui Rio, devido à coligação do PSD Açores com o Chega para formar o governo da região autónoma.

Em reação ao mais recente comentário do líder dos sociais-democratas sobre o tema - na qual acusou o PS, o primeiro-ministro e o BE de mentirem aos portugueses acusando-o e ultrapassar a "linha vermelha" com o acordo em causa - o antigo deputado e ecretário de Estado começa por sublinhar que Rui Rio tentou invocar "itens do acordo com o Chega nos Açores como prova de que esse acordo não é fascista", proclamando que o partido liderado por André Ventura "está a tornar-se bastante moderado e cheio de falinhas mansas".

"Eis a tragédia dum homem ridículo a tentar justificar ridiculamente um acordo deveras ridículo que abre as portas do poder, por mais insignificante que este seja, a um partido neofascista, racista, xenófobo e anti democrático, cuja legalização, à luz da Constituição da República, nem devia sequer ter sido permitida", declarou, num texto divulgado na sua conta oficial nas redes sociais.

Previsão de Joseph Stiglitz sobre a pandemia e a economia

#Publicado em português do Brasil

Página 12 | em Carta Maior | Imagem: EFE

O economista estadunidense Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2001, afirmou que no mundo “não haverá recuperação econômica até sairmos da pandemia”. A declaração foi dada durante sua participação no encerramento da 10ª edição do Festival Puerto de Ideias, neste domingo (8/11). Além disso, opinou que “a segunda onda de covid-19 será pior do que a primeira, tanto no aspecto da saúde quanto da economia”, e que, portanto, a recuperação econômica será mais difícil.

“É preciso gastar o que for preciso (…) a ênfase deve ser reconstruir para que seja melhor, como diz (Joe) Biden”, comentou Stiglitz, referindo-se à promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, representante do Partido Democrata, durante o discurso que deu neste sábado (7/11), durante a comemoração da sua vitória eleitoral.

O economista, que preside o think tank Initiative for Policy Dialogue, da Universidade de Columbia, também analisou o impacto que a administração do atual presidente Donald Trump teve tanto local quanto internacionalmente. “Trump ampliou as diferenças cortando impostos, o que aumentou o déficit de bilhões de dólares, mas ele foi muito esperto em esconder isso”, disse.

“Um dólar, um voto. Estamos em uma situação em que uma minoria administra políticos e não reconhece maiorias. O resultado disso é uma distorção da democracia”, disse Stiglitz, que presidiu o Conselho de Consultores Econômicos durante a presidência do democrata Bill Clinton (1993-2001).

EUA: o neofascismo perde seu farol

#Publicado em português do Brasil

Fenômeno de extrema-direita foi inflado pelo ultracapitalismo, para avançar sua radicalização. Derrota de Trump, portanto, não pode ser ignorada: abriu-se brecha para lutar por mudanças antineoliberais. Conseguiremos aproveitá-la?

Luiz Filgueiras e Graça Druck | Outras Palavras

Na recente eleição nos EUA, muito mais importante do que a vitória de Joe Biden foi a derrota de Donald Trump. Por um motivo evidente: o impacto desse evento, tanto no plano mundial quanto na América Latina, em especial no Brasil, se fará sentir em todos os âmbitos das sociedades (na economia, na política, na cultura etc).

Desde 2008, a partir da avassaladora crise geral do capitalismo e da democracia liberal (que já vinha dando sinais de falência muito antes), a extrema direita ganhou a cena nos quatro cantos do mundo: autoritarismo político, defesa radical do “livre mercado”, certo tipo de nacionalismo, xenofobia (contra os imigrantes), racismo, misoginia, homofobia, fundamentalismo religioso, valores culturais e morais pré-modernos, negacionismo do conhecimento científico-especializado e da gravidade de eventos como a crise climática-ambiental e a atual pandemia, culto a um passado idealizado (que nunca existiu) e ódio generalizado contra o “outro”. Em suma, belicosidade, violência, intolerância, “teorias da conspiração” e a prática de mentir despudoradamente em todas as esferas da vida política e social — que contaminou todas as relações sociais, fraturando até mesmo amizades e o convívio no interior das famílias.

No plano mundial, a expressão maior dessa nossa realidade tóxica se corporificou em Trump e no seu Governo. Um sujeito polêmico em toda a sua trajetória de bilionário, celebridade e posicionamentos políticos contraditórios, tendo acumulado inúmeros processos nos mais distintos âmbitos de sua vida (na esfera familiar, como empresário e no exercício profissional na mídia); mas que conseguiu submeter o Partido Republicano e empurrá-lo ainda mais para a direita, dele se apropriando e transformando-o em instrumento de seu narcisismo, de sua megalomania e, principalmente, de seus valores e crenças reacionários e de extrema-direita. Como todos os fascistas, do passado e do presente, cristalizou a sua falseada imagem como um personagem outsider, antissistema e antiestablishment, apesar de ter construído toda sua vida no seu interior.

Mas, como diz o ditado, Trump, assim como outros, era “o sujeito certo na hora certa”: a crise de hegemonia do neoliberalismo, estreitamente relacionada à crise da democracia liberal, “pariu” o neofascismo em várias partes do mundo e, com ele, personagens como Trump, Bolsonaro, Erdogan (Turquia), Orbán (Hungria), Salvini (Itália), Abascal (Espanha), Le Pen (França), Duterte (Filipinas), entre outros. Com variações de estilos e circunstâncias nacionais que lhes são próprias, todos eles fazem parte da onda neofascista que vem varrendo o mundo nas duas primeiras décadas do século XXI. Trata-se, portanto, de um fenômeno Mundial.

E é mundial porque é resultado do mundo que o capitalismo começou a construir desde a segunda metade da década de 1970, erguido sobre a crise do regime de acumulação fordista, da social-democracia e do keynesianismo. Um “novo mundo” produto de um processo que uniu uma reestruturação produtiva radical dos sistemas produtivos (com destaque para as novas tecnologias da informação e da comunicação e novos modos de gestão da força de trabalho), uma nova onda (a derradeira) de mundialização e financeirização do capitalismo (que se impôs globalmente) e a ascensão político-ideológica do neoliberalismo (primeiro na Inglaterra e EUA e, depois, no resto do mundo).

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