David Chan* | Plataforma | opinião
No passado dia 19 de fevereiro, os membros do G7, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, estiveram reunidos numa videoconferência liderada pelo britânico Boris Johnson, cujo país detém neste momento a presidência rotativa do grupo.
Após o encerramento da cimeira foi, no entanto, a líder alemã Angela Merkel que comunicou as decisões do grupo e não o atual líder ou até o novo presidente americano. O consenso deste G7 pareceu ser muito menos americano, com caraterísticas tradicionalmente alemãs ou europeias.
Sendo a primeira reunião do grupo com a presença do novo presidente americano, Biden afirmou que a reunião foi “uma oportunidade para os EUA anunciarem o regresso no princípio de um novo mandato presidencial! A aliança transatlântica está de volta!”
No que diz respeito à China, Biden salientou a principal filosofia de governação de que “a América é mais forte quando trabalha em conjunto com os aliados”, acrescentando que é preciso cooperação para resolver todos os desafios levantados pela China. Porém o comunicado final depois da reunião G7 foi completamente diferente do que foi dito pelo presidente americano.
Durante uma conferência de imprensa, Merkel afirmou que a pandemia que se vive mostra a interdependência atual de todas as nações do mundo, sendo que a vitória sobre o vírus apenas será possível se toda a população global for vacinada. A líder alemã acrescentou ainda que todas estas economias precisarão de uma recuperação sustentável. Alterações climáticas, assim como epidemias, são problemas globais, e é por isso necessário que se reforce o multilateralismo mundial e o poder de grandes organizações como a OMS e a OMC. De forma a respeitar o sistema económico mundial, Merkel referiu que os G7 irão ainda desenvolver cooperação com os G20, especialmente com a China, comprometendo-se a mais colaborações e diálogo com estes países.
A mensagem a retirar deste comunicado de Merkel é mais uma vez a de que o multilateralismo é a solução, sendo essenciais para tal organizações como a OMS e a OMC. Todavia, o consenso da reunião dos G7 e a conclusão das palavras de Biden são completamente diferentes.
A Administração Biden irá com certeza no futuro incentivar a que os aliados se virem contra a China aos níveis, ideológico, da segurança militar e da geopolítica. A China terá de ser cuidadosa, pois a Casa Branca irá exercer uma força tremenda para atingir este objetivo. Mas o tempo parece estar do lado da China e a Administração de Biden menos forte do que a precedente. A China continuará a crescer e Washington será cada vez mais obrigada a cooperar com Pequim.
* Editor Senior do Plataforma
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