Martinho Júnior, Luanda
PARTICULARMENTE DESDE A DESTRUIÇÃO DA LÍBIA, HÁ DEZ ANOS, QUE ERA PREVISÍVEL QUE A ONDA DE CAOS, TERRORISMO E DESAGREGAÇÃO EM ÁFRICA VIESSE A CRESCER...
O ATAQUE À LÍBIA CONJUGOU FORÇAS DE INTELIGÊNCIA E MILITARES DO AFRICOM (PENTÁGONO), DA NATO E DAS “COLIGAÇÕES” FILTRADAS PELO JIHADISMO WAHABITA-SUNITA ALIMENTADO PELO SIONISMO E PELAS MONARQUIAS ARÁBICAS!
SERVIU PARA FAZER UM PRIMEIRO TESTE À EXEQUIBILIDADE DOS PROGRAMAS DO AFRICOM, QUE FOI INAUGURADO EM 2007, APENAS 4 ABOS ANTES!…
TODA A MANOBRA COLOCAVA SOBRE A
CABEÇA DOS ESTADOS AFRICANOS NÃO SÓ ESSE TIPO DE “CIMITARRAS”, MAS TAMBÉM
ABRIA CAMINHO E ESPAÇO A FUTURAS MANOBRAS DE “RECOLUÇÕES COLORIDAS”,
DE “PRIMAVERAS ÁRABES” E DE DESAGREGAÇÕES, COMO SE HOUVESSE UMA
SEGUNDA CONFERÊNCIA DE BERLIM
A IIIª GUERRA MUNDIAL CONTRA O SUL GLOBAL, QUE O IMPÉRIO DA HEGEMONIA UNIPOLAR TECE DESDE O ÚLTIMO DIA DA IIª GUERRA MUNDIAL HÁ 75 ANOS, ERM ÁFRICA VAI-SE ESTENDER POR TODA A DÉCADA 20/30 DO SÉCULO XXI…
NO ESPAÇO AUSTRAL DA SADC, SÃO DESDE JÁ 4 OS PAÍSES AFECTADOS: RDC, ANGOLA, TANZÂNIA E MOÇAMBIQUE.
“BRINDES” É QUE NÃO FALTAM!
MJ -- Luanda, 11 de Fevereiro de 2021
IMAGEM: A Baixa do Cassanje, que integra hoje Cafunfo, está associada ao “corredor de Malange” e esse é outro dado para entender o significado da compatibilidade por via dos tráficos de diamantes, do MOVIMENTO DO PROTECTORADO PORTUGUÊS LUNDA-TCHOKWE com a UNITA liderada pelo “BRINDE” Adalberto da Costa Júnior.
EIS COMO CONTINUA A EXPLICAR CAFUNFO O JORNALISTA VETERANO ARTUR QUEIROZ:
Estado sem Autoridade Acaba na Valeta
O autoritarismo conduz à ditadura e ao esmagamento das liberdades.
É um dever cívico de todos os democratas angolanos combater os candidatos a ditadores com as armas disponíveis, desde a desobediência civil, à luta armada.
Nesta matéria ninguém dá lições ao MPLA e seus militantes.
Combateram o colonialismo português, especialmente perverso, porque em Portugal imperava, desde 1926 e até 1974, um regime ditatorial fascista. A Bélgica tinha uma monarquia com roupagem democrática, a França uma democracia enraizada nos valores da Revolução Francesa, a Inglaterra uma monarquia parlamentar. Nas suas colónias foi mais fácil o combate pela independência.
Em Angola existem muitos candidatos a ditadores, sedentos de Poder, especialmente perigosos para o regime da democracia representativa que, muitos fingem ignorar, nasceu apenas em 1992. Tem menos de 30 anos.
O percurso até aos nossos dias foi este: Eleições multipartidárias. Contados os votos, Jonas Savimbi e seus sicários, uma vez revelados os resultados, trocaram o combate político pela guerra. Milhares de mortos, mais de um milhão de deslocados, rede ferroviária destruída, rede rodoviária igualmente, quase todos os aeroportos destruídos, escolas, hospitais, centros e postos de saúde destruídos, professores e técnicos mortos, perseguidos e escorraçados, edifícios do Estado arrasados.
A UNITA fez tudo para matar a democracia ainda no ovo. O MPLA, interpretando os mais profundos desejos do Povo Angolano, não consentiu. O regime democrático continuou o seu percurso, apesar de grande parte do país estar ocupada militarmente pelos sicários do Galo Negro, que estavam escondidos nas bases secretas do Cuando Cubango e mal Savimbi tocou o apito, saíram dos covis e ocuparam militarmente dois terços do território de Angola, inclusive muitas capitais provinciais.
A guerra de Savimbi teve protagonistas. Nomes, rostos, postos, cargos políticos. Um deles é Adalberto da Costa Júnior. Ocuparam militarmente as zonas diamantíferas e roubaram diamantes no valor de triliões de dólares. Quando a ONU tomou medidas para pôr cobro aos diamantes de sangue, a guerra da UNITA contra a democracia angolana diminuiu de intensidade, mas continuou. A ONU impos sanções aos dirigentes da UNITA e seus familiares. Mais uma ajuda à sobrevivência do regime democrático, mais um passo no sentido da paz.
Última etapa no percurso da democracia angolana, antes da Paz de Luena: Dirigentes da UNITA contornavam as sanções da ONU viajando com passaportes da África do Sul, Marrocos, Gabão, Zaire (República Democrática do Congo), Portugal e Itália. Nos aeroportos, as autoridades procuravam na lista fornecida, os nomes dos sancionados. Sabiam que eles viajavam com passaportes angolanos ou portugueses. Desconheciam que, por exemplo, Adalberto da Costa Júnior também era marroquino, gabonês, sul-africano e italiano. As minhas fontes altamente colocadas na UNITA garantem que ele nunca renunciou a essas nacionalidades. E têm dúvidas que tenha renunciado à portuguesa. Tal como quase todos os dirigentes do Galo Negro. Têm nacionalidades para dar e vender.
A democracia representativa em Angola nasceu no ano de 1992. Entre 1997 e 2007 imperou o Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN). Todos os partidos que em 1992 elegeram deputados, estavam representados no executivo. A UNITA tinha ministros, secretários de Estado, embaixadores, governadores e administradores. E ao mesmo tempo fazia guerra ao regime democrático. As tropas de Savimbi matavam, feriam, escorraçavam, destruíam todos os equipamentos sociais que apanhavam pela frente. E ao mesmo tempo governavam e tinham deputados na Assembleia Nacional. Nunca se viu no mundo nada igual. O MPLA é o campeão mundial da democracia e na promoção da unidade nacional.
Em 2010, entrou em vigor a Constituição da República, que tinha sido aprovada por uma maioria qualificada dos deputados, depois de um longo período de debate público. Os deputados da UNITA abandonaram o Parlamento no momento da votação. Um insulto à democracia e aos eleitores que os elegeram. Desde então, o grupo parlamentar da UNITA é constituído por inimigos do Estado de Direito e Democrático, que se servem dos seus cargos para destruir a democracia. Os restantes partidos da Oposição alinham com o Galo Negro. Os seus dirigentes ainda não perceberam que estão a contribuir para o seu funeral e ainda oferecem o próprio caixão. Adalberto da Costa Júnior só tem que arranjar os coveiros.
A Constituição de 2010 marca o
fim do regime de transição (semipresidencialista) nascido com o Acordo de
Bicesse. Entrou em vigor o presidencialismo. Os órgãos de soberania passaram a
ser Presidência da República, Assembleia Nacional e Tribunais. O Presidente é o
titular do poder executivo. Assim estamos, há pouco mais de dez anos. Mas entre
1992 e Fevereiro de
A hora é de optar entre o respeito pelo Poder Legislativo e as falcatruas dos deputados da UNITA e seus acólitos. Este é o momento de impor a autoridade do Estado, sem tibiezas nem cedências aos inimigos jurados da democracia. É agora ou nunca mais, porque o regime democrático não aguenta ataques traiçoeiros como este: Benedito Daniel, do PRS, anunciou os resultados de um “inquérito” no Cafunfo. Com que legitimidade? Zero. Liberty Chiaka presidente do grupo parlamentar da UNITA também subscreve o “inquérito” e garante que na vila de Cafunfo “ruiu o Estado de Direito”. Isso quer ele. Por isso troca uma comissão parlamentar de inquérito por uma falcatrua tipo julgamentos da Jamba cujas vítimas acabaram nas fogueiras.
O deputado Chiaka fez esta afirmação gravíssima que exige resposta das autoridades: “O massacre de Cafunfo junta-se a tantos outros que as forças da ordem levaram a cabo em Angola”. Se as instituições do Estado de Direito e Democrático tolerarem tão grave acusação à Polícia Nacional e às Forças Armadas Angolanas, é o fim da autoridade do Estado e a UNITA consegue, finalmente, impor o regime da Jamba. A baixa política é uma coisa. Acusar as forças da ordem de cometerem massacres, é intolerável ao cidadão comum, quanto mais a um deputado. Se Liberty Chiaka sair incólume deste ataque repugnante, adeus democracia. E todos seremos coniventes com a sua destruição.
Benedito Daniel, Liberty Chiaka e todos os que produziram um “inquérito” falso, enganador e manipulador sobre Cafunfo têm de prestar contas à Justiça. Autoritarismo, nunca. Mas sem a autoridade do Estado, não existe democracia. Os angolanos não têm culpa que a UNITA, partido da alternância, continue enfeudada aos restos do regime de apartheid que imperava na África do Sul e os angolanos derrotaram no Triângulo do Tumpo. Angola sem autoridade acaba na valeta.
NOTA: No MPLA, enquanto um “Amplo Movimento”, há diversidade de opiniões.
Em muitos aspectos possuo argumentos distintos do jornalista veterano Artur Queiroz…
Todavia o MPLA, enquanto “Amplo Movimento” é uma cultura antropológica, histórica e sociopolítica que, sendo um movimento popular de libertação partícipe na libertação de África do colonialismo e do “apartheid” de Argel ao Cabo da Boa Esperança, contrasta dialeticamente com etno-nacionalismos e quaisquer sedições tribais, regionais ou religiosas que se aventurem numa segunda Conferência de Berlim, agora em curso!
O Acordo de Bicesse, de 31 de Maio de 1991, há 30 anos, só não é uma “toalha ao tapete” por parte do MPLA precisamente por causa dessas tão legítimas razões!
Na Europa e em África parece que há em relação a isso muitos equívocos e muitos equivocados!
No MPLA é “um só povo, uma só nação”, “de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste” e, se os “BRINDES QUE A EUROPA NOS DÁ” vierem armados de Gene Sharp e tentarem combater pondo fim à paz tão duramente alcançada em época de capitalismo neoliberal avassalador para a ultraperiférica África, subdesenvolvida e quase inerte, não se esqueçam que ainda “somos milhões e contra milhões ninguém combate”!
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