Martinho Júnior, Luanda
PARTICULARMENTE DESDE A DESTRUIÇÃO DA LÍBIA, HÁ DEZ ANOS, QUE ERA PREVISÍVEL QUE A ONDA DE CAOS, TERRORISMO E DESAGREGAÇÃO EM ÁFRICA VIESSE A CRESCER...
POR TODO O LADO E FORMATANDO AS MENTES, UM CAUDAL DE CANAIS DE COMUNICAÇÃO, DESDE ALGUNS DE “REFERÊNCIA” GLOBAL AOS LOCAIS, IMPACTAM NOS AMBIENTES HUMANOS, NA TENTATIVA DE MOLDAR OS PODERES NACIONAIS AOS INTERESSES E CONVENIÊNCIAS DO IMPÉRIO DA HEGEMONIA UNIPOLAR, CONFORME AO “SOFT POWER” CULTURAL “DE INSPIRAÇÃO” ANGLO-SAXÓNICA!
ANGOLA NÃO ESTÁ A ESCAPAR A
ESSE “ATURADO TRABALHO” MERCENÁRIO DOS “MEDIA”, TENDO NO CENTRO
DO VULCÃO OS HABITUAIS ARGUMENTOS
A EUROPA, CAIXA DE RESSONÂNCIA
MOR DAS “REVOLUÇÕES COLORIDAS” E DAS “PRIMAVERAS ÁRABES”,
DEMONSTRA SER SAUDOSISTA DA PIOR ESPÉCIE DO SEU PERVERSO DOMÍNIO COLONIAL,
TRANSFORMANDO CAFUNFO
É POR ISSO QUE “BRINDES” NÃO
FALTAM
MJ -- LUANDA, 14 DE FEVEREIRO DE 2021
IMAGEM: As cores do “massacre” dos
mercenários da escrita – Para o caricatural “pasquim” que dá pelo
nome de “Folha
O MOMENTO É VISTO ASSIM PELO JORNALISTA VETERANO ARTUR QUEIROZ:
A Maquineta da Kamanga e o Combate à Corrupção
Artur Queiroz, Luanda
Os órgãos de comunicação social do sector empresarial do Estado estão debaixo de fogo disparado de todos os lados, até da entidade reguladora. A UNITA, revelando mais uma vez o seu ódio à liberdade de expressão e à democracia, anda de fita métrica na mão para contestar as políticas editoriais. Quer ouvir na Assembleia Nacional as administrações da TPA e da TV Zimbo, porque os dois canais passaram na íntegra um comunicado do MPLA e resumiram um da UNITA. Estão de cabeça perdida, se alguma vez tiveram cabeça.
A UNITA quer ouvir as administrações da TPA e da Zimbo sobre questões de política editorial. É o mesmo que ouvir um administrador da TAAG sobre técnicas de pilotagem de uma aeronave. Os jornalistas é que decidem se um comunicado é publicado na íntegra, por parágrafos ou apenas citado. E isso nada tem a ver com imparcialidade, mas mais ou menos interesse dos conteúdos comunicacionais. No caso do comunicado da UNITA sobre a rebelião armada de Cafunfo, qualquer jornalista principiante percebe que o conteúdo é mera propaganda política e, sabe-se agora, contém informação falsa. Teve o tratamento jornalístico em conformidade.
Quanto ao comunicado da direcção do MPLA, o seu interesse jornalístico é tal que está a ser escalpelizado, criticado e até repudiado por tudo quanto é comentador avençado e pela Redacção Única ao serviço do banditismo mediático. Logo, os jornalistas da TPA e da Zimbo agiram bem. O comunicado da UNITA, por conter informação falsa, nem sequer devia ser citado. Apenas noticiada a sua existência.
Nos últimos dias, os avençados ao serviço do banditismo mediático têm recorrido à falsificação de factos, à mentira descarada, ao delírio, à manipulação grosseira. No jornal de madalenos e sobrinhos, um escriba diz que em 2010 houve uma revisão constitucional. Isto é muito grave, porque a falsificação é assinada por um jornalista. Em 2010, entrou em vigor a Constituição da República, que pôs fim ao período de transição iniciado com o Acordo de Bicesse. A UNITA exigiu eleições gerais (as primeiras depois de Savimbi regressar à guerra) e anunciou ao Presidente da República, que saía do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN).
O Presidente José Eduardo dos
Santos disse a Isaías Samakuva que era melhor deixar amadurecer a situação
política interna, mais dois ou três anos. E avisou que se o MPLA ganhasse às
eleições, não mais aceitaria governar
É falso que a Constituição da República de 2010 seja um instrumento para dar todo o poder ao Presidente da República da época. O regime presidencialista é muito importante para garantir a estabilidade política e fomentar amplos consensos. Isso é vital para Angola. Até um escriba com o intestino grosso ligado ao cérebro percebe porquê. O banditismo mediático, ao mesmo tempo, desenterra a proposta de José Eduardo dos Santos para que o Presidente da República eleito deixasse de ser o presidente do MPLA. Chamaram a essa proposta sensata e politicamente correcta, de “bicefalia”.
O regime presidencialista aconselha a essa mudança. Em quase todos os países onde o regime é semi-presidencialista, o presidente eleito sai do partido a que pertence ou suspende a sua militância, ainda que as candidaturas presidenciais sejam independentes dos partidos. Num regime onde o Chefe de Estado eleito é o cabeça de lista do partido mais votado e também titular do poder executivo, parece evidente que é da mais elementar prudência autonomizar a presidência do MPLA. Isso nada tem a ver com “bicefalia”, mas com honestidade política, ética republicana e espírito democrático.
Combate à corrupção, a sério. Um
ministro das Finanças do Governo de Angola disse-me em entrevista que a “maquineta
da kamanga” é o motor da economia paralela e a fonte da corrupção
Um economista de primeira categoria disse-me, também em entrevista, que para reduzir ou mesmo acabar com a exploração ilegal de diamantes, o Governo de Angola devia fazer importantes investimentos em projectos transfronteiriços. Até aconselhava à criação de uma rede de distribuição de combustíveis da Sonangol nas províncias fronteiriças da República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia. Essas medidas serviam de travão à emigração ilegal e ao garimpo de diamantes. É evidente que a rebelião armada de Cafunfo é resposta violenta ao combate à corrupção. Oiçam a gritaria que por aí vai!
No combate à corrupção, a seguir ao desmantelamento da maquineta da kamanga, tem de vir a recuperação do dinheiro roubado pela UNITA. Ninguém beneficiou mais do tráfico de diamantes. E é altura de apresentar as facturas aos invasores estrangeiros e seus apoiantes (Lisboa, Paris, Londres, Washington). Se o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, cair na asneira de receber a representante da União Europeia em Luanda (arrogantemente neocolonialista) então que lhe apresente a factura das destruições em Angola levadas a cabo pela UNITA, às ordens das grandes potências mundiais, entre as quais europeias.
Gaspar Santos, antigo colaborador do jornalista Manuel Rabelais no GRECIMA, revelou no Tribunal Supremo de Justiça, que a instituição foi obrigada a ceder a chantagens de canais televisivos portugueses, que custavam entre 40 e 50 mil euros. Os autores da extorsão e chantagem não foram identificados. Ainda bem. Um pirata informático português chamado Rui Pinto está a ser julgado por tentativa de extorsão. A portuguesa Ana Gomes é amigalhaça do delinquente e do condecorado Rafael Marques. Cuidado!
O dinheiro era pago aos chantagistas para impedir que fossem publicadas matérias contra Angola e titulares dos seus órgãos de soberania. Os canais de televisão portugueses SIC e TVI foram apontados por Gaspar Santos como os que fizeram a "boa imagem” de Angola a troco de pagamentos do GRECIMA. Quanto aos jornalistas e órgãos de informação angolanos que receberam muito dinheiro, nem é bom falar. Mas é tempo de revelar a lista de pagamentos apreendida no bunker de Savimbi no Bailundo. Constam lá muitos políticos e jornalistas angolanos, mas também portugueses. É uma forma importante de combater a corrupção.
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