Jornal de Angola | editorial
A agenda anti-corrupção do Executivo está a ser materializada, não necessariamente para fazer eco lá fora, mas sobretudo e fundamentalmente para permitir, entre os variados objectivos, que o país tenha um novo começo em matéria de transparência, prestação de contas, erradicação do sentimento de impunidade e melhoria do ambiente social, económico e financeiro.
A promoção de um ambiente de
mudança de mentalidade, de trabalho e dedicação, de empenho para que práticas
velhas dêem lugar a procedimentos novos, é uma realidade que todos pretendemos
irreversível
Tratando-se de um processo que envolve uma grande complexidade, atendendo à dimensão do fenómeno em Angola, era expectável que alguns procedimentos nem sempre observassem o rigor, a objectividade e precisão no que diz respeito à actuação dos órgãos que se encontram na frente deste combate. Mas, em vez de se concentrarem nos ganhos e seguramente na necessidade de se melhorarem determinados procedimentos, como até fazem os parceiros internacionais do Estado angolano, que não cessam de encorajar, internamente alguns preferem levantar a bandeira da suposta selectividade, da pretensa falta de transparência, da errada conclusão de que se não está a conseguir nada, entre outros.
É falso pretender que a agenda anti-corrupção não está a levar o país para lado
algum quando, além dos efeitos visíveis cá dentro, as instituições
internacionais e países amigos enaltecem as iniciativas do Executivo na
direcção em que se encontra.Independentemente do que algumas vozes
postulam, mais motivadas por razões políticas e eventualmente
"enciumadas" pelo sucesso, não há dúvidas de que a luta contra o
fenómeno da corrupção vai continuar, não sendo segredo para ninguém que há
ganhos visíveis.A corrupção e os males que lhe são conexos poderão sempre
continuar, em maior ou menor dimensão, conforme o êxito das iniciativas
para os combater, mas, passados cerca de dois anos, podemos afirmar com
segurança que o sentimento de impunidade está a baixar significativamente.
Os sucessivos casos de gestores públicos que são judicialmente
responsabilizados não têm precedentes em todos os 45 anos de existência do
Estado angolano. Contrariamente aos anos passados, em que os servidores
públicos, quando incorressem em actos lesivos ao erário, não eram
responsabilizados, hoje essa mentalidade está a dar lugar a um ambiente
completamente distinto. E é esta realidade, através da qual fazemos todos um
novo aprendizado em matéria de responsabilização e prestação de contas, que
todos devemos encorajar porque contribui para erradicar outros fenómenos que
lhe são conexos. E ainda bem que, de fora, tal como sucedeu recentemente com o
Departamento de Estado americano, vêem palavras de elogio ao Presidente João
Lourenço, por causa dos avanços no combate contra a corrupção.
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