terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O G7 dá o poder a Bill Gates contra a Covid e relança a globalização

O G7 reuniu-se por videoconferência, em 19 de Fevereiro de 2021, a nível de chefes de Estado. O Presidente Biden participou nela pela primeira vez.

O comunicado final [1], num tom ultra-voluntarista, apenas contêm dois anúncios concretos:

-- O G7 participará na “ COVAX facility ” para garantir a distribuição mundial equitativa de vacinas anti-covid;
-- O G7 relança a globalização no seu melhor: agora ela será «equitativa».

Para compreender o que se esconde por trás deste dilúvio de boas intenções, é preciso saber:

A «COVAX facility» é a parte vacinas da ACT-A; uma iniciativa do G20 (24 de Abril de 2020). Trata-se de um grupo multilateral que coordena:

-- governos
-- A OMS, que é uma organização intergovernamental
-- a Coligação (Coalizão-br) para as Inovações em matéria de Preparação para Epidemias (CEPI), que é uma empresa privada;
-- a Gavi – Aliança de Vacinas, que é uma parceria de sectores público e privado;
-- finalmente a Fundação Bill e Melinda Gates, que é uma empresa privada.

A expressão « COVAX facility » é mentirosamente traduzida por «facilidade COVAX» na versão francesa do comunicado final do G7. Ela designa, na realidade, a capacidade de produzir vacinas e de as homologar, de uma penada, para o mundo inteiro. Para os governos que não dispõem de autoridades de homologação (credenciamento-br), esta coordenação deve permitir ganhar tempo. Para o sector privado, ela é suposta de «abrir os mercados».

Esta coordenação não será presidida por Estados, mas pelo Gavi, quer dizer, na prática, pela Fundação Bill e Melinda Gates, a qual está na sua origem e a controla. Ela não tem, pois, nenhuma legitimidade democrática. Foi a razão pela qual o Presidente Trump recusou que os Estados Unidos nela participassem.

Não existe nenhum meio de verificar para que servirá exactamente o dinheiro público entregue à “ COVAX facility ”. Assiste-se, portanto, ao estabelecimento de um gigantesco sistema de corrupção, como sempre sob o pretexto da urgência.

As opiniões públicas temem que a epidemia seja utilizada por grandes laboratórios para enriquecer de maneira desproporcionada, mas, no entanto, estes grandes laboratórios participarão na tomadas de decisão dentro de uma coordenação deliberadamente opaca.

De momento, a « COVAX facility » só trabalha com dois laboratórios (AstraZeneca e Pfizer); duas empresas que violaram já os seus contratos com a União Europeia.

-- Na sequência desta decisão, o G7 afirmou a sua linha multilateralista e globalizante.

-- O « multilateralismo » distingue-se aqui do « intergovernamental » por se basear em parcerias público/privado. O G7 toma nota da evolução sociológica ocorrida no decurso da crise de saúde. Agora, os financeiros detêm fortunas superiores ao orçamento anual de muitos Estados. Os Executivos do mundo Ocidental reconhecem-no decidem assim partilhar a sua autoridade democrática com a destes multi-bilionários.

-- No plano económico, a globalização é uma livre circulação de produtos e de capitais. É o que o G7 acaba de por em prática para as vacinas anti-Covid: estas já não necessitarão de ser autenticadas por cada Estado, mas poderão sê-lo, globalmente, para todos por uma autoridade privada englobando os Estados.

O reverso da globalização é o desaparecimento da classe média, um pouco por todo o lado, no Ocidente e os tumultos que se têm seguido. Ora, O G7 também anuncia uma globalização «equitativa» (sic). No entanto, ninguém é capaz de dizer o que este doce oxímoro encobre.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Nota:

[1] «Comunicado final de los dirigentes del G7‎», Red Voltaire, 19 de febrero de 2021.

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