David Chan* | Plataforma | opinião
Após a vitória de Biden, em 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos negociou com a representação jurídica de Meng Wanzhou um Acordo de Acusação Diferida (DPA, na sigla inglesa), em troca de uma declaração de culpa para poder regressar à China. O acordo que Meng assinou implica acusações de distorção de informação fornecidas a instituições financeiras. Porém, Meng não foi considerada culpada pelo tribunal de Nova Iorque. O veredito não agradou os senadores republicanos, nomeadamente Marco Rubio, que exigiu explicações ao Governo de Biden. Essa atitude só confirma a manipulação americana no caso de Meng Wanzhou – com objetivos claramente políticos.
A decisão do Departamento de Justiça está intimamente ligada a Biden, assim como a libertação de Meng. O presidente norte-americano prova que este caso não deve continuar a afetar as relações sino-americanas. Ao analisar os diálogos recentes entre os dois países, conclui-se que a China não concorda com a estratégia de Biden na cooperação, exigindo que os EUA corrijam os seus erros primeiros, como a libertação de Meng, retificando a decisão incorreta de Trump.
A 9 de setembro, na declaração publicada pela Casa Branca sobre o telefonema entre Biden e Xi Jinping, é revelado que a conversa cobriu tópicos de mútuo interesse, assim como áreas onde as opiniões divergem. Quando Meng foi extraditada para os EUA, a polémica era inevitável. Trump tratou Meng como refém nas negociações, mas Biden tem demonstrado empatia, rejeitando uma política externa que utilize humanos como moeda de troca.
Xie Feng, vice-ministro das Relações Externas da China, durante uma reunião em Tianjin com a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apresentou duas listas com 26 pontos onde incluía o caso de Meng Wanzhou. Para apagar o legado negativo do Governo anterior e promover o regresso à normalidade das relações diplomáticas entre os EUA e a China, a inclusão deste ponto não admira. Do outro lado, Xi Jinping prometeu que não irá financiar mais projetos de energia a carvão no estrangeiro. A declaração foi feita durante a videoconferência das Nações Unidas, e é uma resposta ao pedido de John Kerry, enviado especial dos EUA para as mudanças climáticas. O DPA é um sinal de que os EUA querem trabalhar em prol da amizade com a China.
*Editor da edição chinesa do Plataforma
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