Eleito com 57,6% dos votos, o engenheiro pediu união para evitar "os desperdícios da divisão". O sucessor de Evaristo Carvalho quer que arquipélago "abra-se ao mundo", com mudanças drásticas na cooperação internacional.
Carlos Vila Nova tomou posse este sábado (02.10) como o quinto Presidente da República de São Tomé e Príncipe. Numa sessão solene na sede da Assembleia Nacional, o engenheiro fez o juramento de posse e prosseguiu ao discurso que destacou a soberania do povo são-tomense.
"O povo fez a sua escolha", declarou destacando a "pacífica" alternância democrática no arquipélago. "Jamais uma eleição presidencial foi tão disputada no nosso país e com um desfecho tão incerto. O mundo olhou para o nosso país com apreensão. Ninguém tem dúvidas nessas circunstâncias que todo o mérito é do povo", sublinhou.
"Tenho a justa medida das expetativas do nosso povo e das suas justas ambições, pelo que será com toda a determinação que exercerei o cargo de Presidente da República e com o mandato supremo das Forças Armadas", disse durante o discurso transmitido em direto pelas redes sociais da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe.
Carlos Vila Nova foi eleito na segunda volta das eleições presidenciais, a 5 de setembro, com 57,6% dos votos e apoio do partido Ação Democrática Independente (ADI). O segundo candidato, Guilherme Posser da Costa, apoiado por MLSTP-PSD/PCD/MDFM/UDD, foi derrotado, com 42,4% dos votos.
"O que importa agora é que se estabeleçam pontes e que se destruam os muros que nos separam e, enfim, que a nação se una. Unidos seremos sempre mais fortes e evitaremos os desperdícios da divisão", sublinhou ao dizer que vai governar para "todos" os são-tomenses.
Cooperação internacional
Numa cerimónia com a presença do Presidente cessante, Evaristo Carvalho, e de chefes de Estado, como o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, Carlos Vila Nova destacou que o arquipélago precisa "abrir-se ao mundo", com uma mudança drástica de atitude em relação à cooperação internacional, ao sublinhar os desafios impostos pela pandemia de Covid-19.
O novo Presidente são-tomense ainda sublinhou a importância do diálogo construtivo e aberto para "unir a nação", com a participação da juventude.
Antes de entrar para a política, como ministro de governos do partido Ação Democrática Independente (ADI), Carlos Vila Nova atuou no setor do Turismo.
O engenheiro sucede Evaristo Carvalho, que iniciou o seu mandato único em 2016. Num encontro realizado na sexta-feira (01.10), Vila Nova disse que recebeu "muitos conselhos" do Presidente cessante sobre a condução dos rumos do país.
A tome de posse ocorre no meio de uma "remodelação governamental" proposta pelo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, para imprimir uma nova dinâmica ao Executivo a um ano da realização das eleições legislativas no arquipélago.
Karina Gomes | Deutsche Welle
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