segunda-feira, 12 de abril de 2021

EUA avisam para risco de contaminação por explosivos em Moçambique

Responsável por programas de desminagem dos Estados Unidos alerta que Moçambique, já declarado livre de minas, pode voltar a ser contaminado por explosivos, o que requer "limpeza sustentável" e capacidades do governo.

"Para qualquer programa de desminagem, é importante saber que existe sempre o risco de contaminação residual", disse em entrevista à agência Lusa Michael Tirre, gerente de programas do Escritório de Remoção e Redução de Armas, parte do Departamento de Estado dos EUA.

O apoio dos Estados Unidos da América nas atividades de desminagem ou atividades humanitárias de ação contra as minas em Moçambique terminou em 2015, quando o país se declarou livre de minas antipessoais, depois de 23 anos em que foram fornecidos ao país africano 34,7 milhões de dólares (29,2 milhões de euros).

Segundo dados do Departamento de Estado norte-americano, Moçambique recebeu, de 1992 a 2015, um apoio total de 56 milhões de dólares (47,1 milhões de euros) provenientes de diversas agências do governo norte-americano, um "verdadeiro esforço interagências", nas palavras de Michael Tirre.

Carta ao Conselho de Segurança da ONU relatando a situação atual no Sahara Ocidental

 

PUSL.- Devido à ineficácia e falta de informação da ONU e da sua missão no Sahara Ocidental (MINURSO) sobre a grave situação atual no território ocupado do Sahara Ocidental, desde o porunsaharalibre.org (PUSL) promovemos o envio de um carta a todos os membros do Conselho de Segurança da ONU antes da reunião a ser realizada em 21 de abril.

À iniciativa do porunsaharalibre.org (PUSL) juntaram-se mais de uma centena de coletivos, organizações, associações, sindicatos, partidos políticos e académicos a nível internacional.

V.Exa. Embaixador Dang Dinh Quy Representante Permanente da República Socialista do Vietnam, Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas

V.Exas.. Membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas

Ao longo das décadas, foram enviadas dezenas de cartas, comunicações e queixas sobre a grave situação dos direitos humanos dos saharauis nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

As resoluções das Nações Unidas são claras, o estatuto jurídico é claro, o direito do povo saharaui está claro em todas as opiniões, resoluções, declarações que, o Tribunal Internacional de Haia, as Nações Unidas, a União Africana e o Tribunal de Justiça da União Europeia emitiram ao longo das décadas.

Este não é um conflito novo, o cessar-fogo que infelizmente foi violado pelas autoridades de ocupação marroquinas no passado dia 13 de novembro com o ataque a civis saharauis numa zona tampão e com a retirada de todos os funcionários da MINURSO horas antes, levou ao fim do cessar fogo e retomada do conflito armado.

Os territórios ocupados do Sahara Ocidental encontram-se sob um cerco militar e a população saharaui está sob ataque brutal das forças marroquinas. Esta escalada da situação no terreno deve-se ao silêncio da comunidade internacional e, em particular, devido à ausência de um mandato que inclua um mecanismo de protecção da população civil na MINURSO, Marrocos goza de impunidade e mãos livres nos territórios ocupados.

África com mais 301 mortos e 7.450 infetados nas últimas 24 horas

África registou mais 301 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 115.765 desde o início da pandemia, e 7.450 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.350.512 e o de recuperados da doença nas últimas 24 horas é de 5.347, para um total de 3.906.408 desde o início da pandemia.

A África Austral continua a ser região mais afetada, registando 1.928.101 infetados e 60.748 mortos associados ao contágio com a doença. Nesta região, a África do Sul, o país mais atingido pela covid-19 no continente, regista 1.558.458 casos e 53.322 mortes.

O Norte de África é a segunda zona mais atingida, com 1.289.125 infetados e 37.095 vítimas mortais.

Khodorkovsky está por trás dos esquadrões da morte russos na República Centro-Africana?

#Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Um grupo de especialistas da ONU afirmou no final de março que recebeu relatórios surpreendentes sobre esquadrões da morte russos que devastavam a República Centro-Africana, mas considerando o fato de que uma rede sombria de guerreiros da informação apoiados pelo infame ex-oligarca Mikhail Khodorkovsky tem se espalhado ativamente Notícias falsas sobre o envolvimento militar de sua pátria naquele país já nos últimos anos, não se pode ignorar que o corpo global foi enganado como parte da última fase da Guerra Híbrida do Ocidente na Rússia.

Um relatório inacreditável da ONU

Um grupo de especialistas da ONU do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OHCHR) divulgou um comunicado no final de março, em resposta ao último relatório do Grupo de Trabalho sobre os mercenários sobre a República Centro-Africana (CAR). Citando alegações sem fontes, o Grupo de Trabalho escreveu sobre “relatos de execuções sumárias em massa, detenções arbitrárias, tortura durante interrogatórios, desaparecimentos forçados, deslocamento forçado da população civil, alvos indiscriminados de instalações civis, violações do direito à saúde e crescentes ataques a atores humanitários ”que supostamente envolvem empreiteiros militares privados russos (PMCs), como o Grupo Wagner. De acordo com o OHCHR, “os especialistas disseram que ficaram preocupados ao saber da proximidade e interoperabilidade entre esses contratantes e a Missão de Estabilização Multidimensional Integrada das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA). Em particular, eles apontaram para reuniões coordenadas com 'conselheiros russos', sua presença nas bases da MINUSCA, bem como evacuações médicas de 'treinadores russos' feridos para as bases da MINUSCA. Embora muito sérias, essas alegações podem não ser inteiramente verdadeiras.

Parcialmente verdadeiro, parcialmente falso?

Tratando da segunda parte principal deles primeiro, não haveria nada de errado em princípio com os PMCs russos no CAR em coordenação parcial com a MINUSCA, especialmente quando se trata de tratá-los de quaisquer ferimentos que possam ter sofrido em batalha. Afinal, a intervenção militar de Moscou em apoio ao governo apoiado pela ONU está em total conformidade com o direito internacional e seria obviamente melhor para todos os atores militares legais lá ter algum nível de coordenação entre si, especialmente após os ataques pelas forças rebeldes e terroristas. Essa não é a parte mais escandalosa dos relatórios recentes, no entanto, desde as alegações de esquadrões da morte russos realizando “execuções sumárias em massa ... alvos indiscriminados de instalações civis ... (e) ataques crescentes a atores humanitários ”claramente têm precedência sobre o tratamento relatado por esses PMCs nas bases da MINUSCA. Antes de desmascarar ainda mais essas falsas alegações, é importante explicar o contexto geoestratégico em que Moscou começou sua intervenção militar no CAR há vários anos, para que os leitores possam entender melhor a motivação para difundir acusações de esquadrões da morte.

Hunter Biden reconhece o que as Secretas dos EUA haviam negado a seu respeito

Hunter Biden, o filho do Presidente dos Estados Unidos, deu uma entrevista à CBS, difundida nos dias 4 e 5 de Abril de 2021, por ocasião do lançamento do seu livro Beautiful Things. Ele reconheceu que um de seus computadores pessoais fora apreendido pelo FBI.

Esta informação fora publicada em plena campanha presidencial pelo New York Post. Mostrava igualmente o conteúdo de alguns arquivos atestando um vasto caso de corrupção [1].

O Presidente Donald Trump, que pedira à Ucrânia para investigar essas alegações, foi acusado de instrumentalizar as suas funções com fins politiqueiros.

O antigo Director Nacional da Inteligência, James Clapper, o antigo Director da CIA, John Brennan, e o seu sucessor, Michael Morell, em conjunto, tinham denunciado o caso como sendo uma «desinformação russa». A imprensa dos EUA e a internacional não ousaram retomar as informações do Post, agora confirmadas.

Estes altos funcionários trabalharam todos para o Presidente Barack Obama e Hillary Clinton.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Nota:

[1] “Na Ucrânia, filho de Joe Biden junta o útil ao agradável”, Tradução Alva, Rede Voltaire, 16 de Maio de 2014; “A corrupção dos Biden”, Tradução Alva, Rede Voltaire, 22 de Outubro de 2020.

O ÓBVIO

Gustavo Carneiro*

É de registar o caricato enlevo com que a generalidade dos media, dos comentadores, certos responsáveis políticos tratam Joe Biden. Muitos deles eram igualmente devotos de Trump, embora a sua grotesca imagem colocasse dificuldades. Que este homem tenha - no seu ainda curto tempo de presidência e sobretudo no plano internacional – enveredado e em alguns aspectos agravado a criminosa e agressiva política que vem detrás não é para eles relevante ou é aplaudido. Mais do que quem está na presidência, o que determina as suas posições é o rasteiro servilismo perante o imperialismo EUA.

Que importa o bombardeamento à Síria, por si ordenado poucas semanas após ter tomado posse? Que mal tem a confirmação das sanções contra a Venezuela, que privam esse país de valiosos recursos (que lhe pertencem!) e o seu povo de bens e serviços de primeira necessidade? Qual o problema das ameaças directas à China e à Rússia, que elevam a patamares críticos a já sensível tensão internacional? Joe Biden é a estrela do momento e não há artigo ou noticiário, nos órgãos do costume, que não lhe gabe os feitos, por mais imperceptíveis que estes sejam.

Melhor só mesmo Obama, a quem foi atribuído um Prémio Nobel da Paz logo nos seus primeiros dias enquanto presidente dos Estados Unidos… Que nos anos seguintes se tenha fartado de bombardear e agredir países e povos é algo aparentemente irrelevante para os media dominantes.

EUA continuam a roubar toneladas de trigo e de petróleo à Síria

Ocupação dos EUA envia mais 41 camiões-tanque com petróleo roubado da Síria para o Iraque

Hasakeh, SANA -- As forças de ocupação dos EUA na Síria continuam a saquear petróleo sírio e, nas últimas horas, contrabandearam um comboio de camiões-tanque carregados com petróleo para o Iraque.

Ativistas locais informaram a SANA que uma caravana de 41 petroleiros dos campos ocupados deixou a província de Hasakeh rumo ao território iraquiano através da passagem ilegal de fronteira de Al-Walid.

Nos últimos meses, as forças de ocupação dos Estados Unidos da América apoderaram-se de dezenas de comboios carregados com petróleo e trigo sírios roubados de Hasakeh com destino ao Iraque, como parte de seus planos para roubar a riqueza síria.

ws / fm

Boris, a Irlanda do Norte e o nacionalismo inglês

Se é compreensível que Boris Johnson não tenha aceite a cimeira com a República da Irlanda para discutir o assunto (o Reino, ainda que talvez só por mais uma geração, ainda é unido) a sua atitude é, como dizia Lord Patten, a de um nacionalista inglês.

Ana Sá Lopes | Público | opinião

Chris Patten, o último governador de Hong-Kong e antigo comissário europeu, dizia que Boris Johnson não era um conservador, mas um “nacionalista inglês”. O “tory” Lord Patten temia em Dezembro que o Reino Unido acabasse por sair da União Europeia sem acordo. “Só Deus sabe como isto vai acabar”, suspirou na altura. John Major – antigo primeiro-ministro conservador que se manifestou violentamente contra o Brexit – avisou logo em 2016 que a saída do Reino Unido da União Europeia iria desestabilizar a Irlanda do Norte e pôr em causa o acordo da Sexta-feira Santa, conseguido pelo governo Blair em 1998. 

A revista The Economist concluía recentemente que Boris Johnson não estava muito preocupado com a questão da fronteira da Irlanda porque achava que, mais tarde ou mais cedo, aconteceria a reunificação irlandesa e o assunto passava a não-assunto. É verdade que o Brexit abriu o debate sobre uma Irlanda unificada (56% dos eleitores da Irlanda do Norte votaram pela permanência na União Europeia) e as eleições de Fevereiro do ano passado fortaleceram essa probabilidade, com o Sinn Féin a ter o melhor resultado desde 1923, o maior número global de votos, 37 lugares no parlamento e a vice-presidência do governo. O Sinn Féin defende a unificação da Irlanda se for essa a vontade popular.

Reino Unido | Escândalo de Greensill: governo ordena inquérito sobre lobby de Cameron

#Publicado em português do Brasil

Uma investigação independente foi lançada sobre o lobby do ex-PM por uma empresa agora falida

O número 10 deve lançar uma investigação independente sobre o lobby do ex-primeiro-ministro David Cameron para o agora desmoronado Greensill e o papel do financista Lex Greensill no governo.

A revisão independente, encomendada por Boris Johnson, será conduzida pelo especialista jurídico Nigel Boardman, membro não executivo do conselho do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial.

Ele examinará o desenvolvimento e o uso do financiamento da cadeia de suprimentos, oferecido pelo Greensill, e suas atividades associadas no governo, e o papel que Greensill desempenhou nessas atividades.

O porta-voz de Johnson disse que havia “interesse significativo neste assunto, então o PM pediu uma revisão para garantir que o governo seja completamente transparente sobre tais atividades, e que o público possa ver por si mesmo se um bom valor foi garantido para o dinheiro dos contribuintes”.

Portugal com mais duas mortes e 271 casos de Covid-19. R(t) está em 1,04

Já foi divulgado o boletim epidemiológico da Direção Geral de Saúde desta segunda-feira

Portugal somou, nas últimas 24 horas, mais 271 novos casos e dois mortes relacionadas com a Covid-19, indica o boletim epidemiológico da DGS divulgado esta segunda-feira.

Em comparação com o dia de ontem, verifica-se hoje um aumento de 0,03% no número de contágios diários e de 0,01% no de vítimas mortais.

O R(t) nacional sobe de 1,02 para 1,04 e R(t) no território continental de 1,02 para 1,03. A incidência nacional também se agravou de 65,7 para 70,0.

Para efeitos da matriz definida pelo Governo, Portugal está prestes a entrar no amarelo, o que poderá levar a uma pausa no calendário definido para o desconfinamento.

Ainda segundo o boletim epidemiológico, divulgado hoje pela DGS, estão internados 479 doentes em enfermaria, mais 13 do que no domingo, e 119 nos cuidados intensivos, mais seis.

Os dados revelam também que mais 445 pessoas foram dadas como recuperadas, fazendo subir para 785.063 o número total desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.

Notícias ao Minuto

Beja: Aeroporto às moscas… E eles a verem onde esbanjar mais milhões de euros

Anjinhos perfeitos, levados, levados sim!

Quando se tem um aeroporto às moscas e se quer construir outro aeroporto, esbanjando milhões, cheira a esturro. Claro que cheira a esturro ou a negócio escuro. O aeroporto de Beja está subaproveitado. Ali foram enterrados milhões de euros… Porquê? Para o quê? 

Os governos de Portugal andam há imensos anos – décadas – a gizar a localização de um novo aeroporto para aliviar o movimento do aeroporto da Portela, em Lisboa. Quase no meio da cidade capital. Primeiro falou-se na Ota, depois “voaram” para o outro lado do rio Tejo, Rio Frio, Alcochete, Montijo, etc. Mas, então o que fazer com o aeroporto de Beja? 

Como soi dizer-se: “qual é o percurso maior, daqui a Beja (beija) ou de Beja (beija) aqui?” Pois. Ainda como diz a canção: “Alentejo da minha alma, que tão longe vais ficando…” E outra, assumidamente salazarista: “Lá vamos cantando e rindo, levados, levados sim…” Era o hino da Mocidade Portuguesa de então. Até cantávamos que estávamos a ser levados (enganados). E agora, não? Tudo parece que sim. Até estamos a ser levados com assas e tudo. Uns anjinhos perfeitos. 

A seguir, no Notícias ao Minuto, com Lusa. Para ler e chorar por... uma explicação sobre a razão de Portugal ter ali um aeroporto praticamente abandonado. Atirado para o deus-dará e às moscas. (PG)

Lusos com canudos e com poderes, mas pobres de espírito. Uns “santos”

A pobreza lusa hoje é vedeta para alguns. Mais um estudo realizado por encanudados (licenciados e doutorados) revela o que a maioria dos portugueses sabem e sentem na pele, nas famílias e no desespero: mais de dois milhões de lusitanos sobrevive na pobreza. Reza assim no estudo e é estatística. Trabalham e são pobres. Oh, que novidade! E andaram esses tais a estudar para chegarem a essa brilhante conclusão! Que cérebros!

Pois. Mas essa de fazerem contas de coça para dentro (mínimos) impede que a realidade do que vimos, que sabemos, conhecemos e sentimos no dia-a-dia, torne ainda mais desgraçada a verdade. Prova de que as estatísticas são o que são: um vislumbre, um cheirinho da realidade. Isso porque são muitos mais de dois milhões de portugueses condenados à pobreza, à miséria, neste país plantado à beira esgoto atlântico. Para já muito mais de um terço dos portugueses trabalha e é pobre. Talvez mais de metade dos portugueses assim sobrevivam. Não é difícil chegar a essa conclusão, vivendo e testemunhando essa triste realidade. Basta andar pelas ruas, basta ter amigos à rasca, conhecer os vizinhos, basta ver com olhos de ver a pobreza escondida e envergonhada de mais de metade dos portugueses. Não precisamos de andar nas universidades para vivenciar e saber isso. O que não tira o mérito aos que fazem esses estudos sociais que mascaram a dura realidade. Obrigado doutores, mas certo é que andam a atirar ao lado.

O Curto de hoje, por Pedro Cordeiro, vai deixar-se ler aqui em baixo, a seguir. A abertura é sobre efemérides religiosas. Não vamos nessa. Como dizia o Avô Bruto: “Cristo era comunista e mataram-no”. Sobre o Ramadão, efeméride dos muçulmanos, muito pouco ou nada sabemos, por isso limitemo-nos a respeitar. Cada um é como cada qual, dizemos. Aceitemos as diferenças de forma respeitosa, justa e democraticamente.

Cordeiro, o autor do Curto de hoje, não podia fugir ao tema da Operação Marquês. Uma novela de nojo e mal viver. Como aquela há imensas em Portugal e pelo mundo inteirinho. Trafulhices, roubos e corrupção é o que não falta no cardápio lusitano, como em muitos outros países. Vimos e ouvimos sarrabecos que chegam à política e às suas ilhargas tesos que nem carapau congelado e que passado uns anos nadam em boa vida e boas contas bancárias… Sócrates foi, é, um desses. Ele sabe isso muito bem. Mas não foi só Sócrates a pertencer ao clube. Sabemos isso. Certo é que todos esses, por mais crime assim ou crime assado, andam por aí a pronunciar postas de pescada, a viver à grande, com o maior dos descaramentos e ainda não satisfeitos usam da prosápia de declarar que são muitos honestos… Grandes “latas” têm estes sevandijas, exibindo títulos pomposos de doutores quando afinal são malteses de colarinhos brancos… a que a plebe lhes chama pela surra vigaristas e ladrões. Não são todos, são alguns… Demasiados, com canudos e poderes… Mas muito pobres de espírito.

A plebe é roubada. E assim, também, claro que há imensa pobreza, miséria pura e dura. Por entre os que trabalham no duro e recebem ordenados de miséria, produzem, produzem, produzem riquezas só para alguns. Riquezas que nunca são devidamente distribuídas pelos que toda uma vida vertem sangue, suor e lágrimas para subsistirem miseravelmente, em proveito só de uns quantos.

Como sempre, ou quase, vai longa esta introdução ao Curto do Expresso. Melhor é não avançar mais uma linha desta prosa que cansa de tanta pobreza para os que não sabem o que essa condição social e financeira significa. Nem para os acéfalos que consideram que vivemos em democracia e em alva justiça. Bugiem-se.

Bom dia e um queijo fresco… Falemos (escrevamos) pelos cotovelos, mas… É deixá-los andar, vivendo à tripa-forra! Isso. Pois. O Curto interessa. Siga-o.

MM | PG

Maioria das pessoas em situação de pobreza em Portugal trabalha

Estudo revela que ter um emprego seguro não é suficiente para sair de uma situação de pobreza.

Um quinto da população portuguesa é pobre e a maior parte das pessoas em situação de pobreza trabalha, sendo que a maioria dos trabalhadores nessa condição tem vínculos laborais sem termo, segundo o estudo "Pobreza em Portugal -- Trajetos e Quotidianos".

O documento agora apresentado, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado por Fernando Diogo, professor de Sociologia na Universidade dos Açores, resulta da observação dos últimos dados disponíveis do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), relativos a 2018, aliada à realização de uma análise qualitativa baseada em "91 entrevistas aprofundadas por todo o país".

Segundo o coordenador da equipa de 11 pessoas, essa metodologia inédita permitiu representar a "diversidade da pobreza em Portugal", para perceber "como é que a pobreza se organiza" e porque "as pessoas em situação de pobreza não são todas iguais".

Fernando Diogo salientou que o estudo identificou "quatro perfis de pobreza em Portugal, que são uma novidade: os reformados (27,5%), os precários (26,6%), os desempregados (13%) e os trabalhadores (32,9%)".

A análise conclui que um terço dos pobres são trabalhadores. Juntando-lhes os precários, percebe-se que mais de metade das pessoas em situação de pobreza trabalha, o que significa que "ter um emprego seguro não é suficiente para sair de uma situação de pobreza", ressalva o documento.

REPUGNANTE

A União Europeia desnuda-se, desmascara-se sempre que as crises a atingem. Esta pandemia põe a nu e sublinha mais uma vez todas as suas imposturas.

Agostinho Lopes [*]

Inocentes, ingénuos, crédulos, cândidos, iludidos… é que não são, os muitos que partilharam da tonitruante afirmação de António Costa, inclusive ele próprio, declarando repugnante o discurso do ministro das Finanças holandês repelindo as eurobonds: "A Comissão Europeia devia investigar países como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a zona euro estar a crescer há sete anos consecutivos".

Não, não são. Nem, certamente, apenas descobriram agora essa "repugnância" por comportamentos e posições da União Europeia (UE). Mesmo quando os cobriram com um espesso manto de silêncio e nevoeiro, quando não de amorosa e respeitável e visível cumplicidade.

Porque as coisas não começaram agora, nem agora são apenas como quer António Costa e outros, a repetição das escabrosas declarações de anterior ministro das Finanças holandês. Porque o problema não é de ministros nem de ministros holandeses. É da própria União.

Porque repugnante foi o comportamento da UE perante a agressão e destruição da Jugoslávia, com a guerra no coração da Europa, sob o comando do imperialismo norte-americano, a participação de um Estado-membro, o Reino Unido, e a activa cumplicidade de outros como a Alemanha e a França.

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