terça-feira, 4 de maio de 2021

A “Primavera de Minsk”, que se pode reverter no expansivo “Inverno de Kiev”!

Martinho Júnior, Luanda

A fase de perda do “hegemon”, cuja matriz anglo-saxónica nos Estados Unidos começou no genocídio das nações de autóctones que encontrou pelo caminho (na “conquista do oeste selvagem”) e na tomada de territórios ao México a fim de culminar o processo de expansão e foi por aí fora, (até disseminar 800 bases militares espalhadas pelo mundo e garantir a contínua IIIª Guerra Mundial contra o Sul Global, que perdura há 75 anos, no seguimento imediato da IIª Guerra Mundial), está a entrar em declive de poderio e em irremediável eclipse nos relacionamentos internacionais.

Nos Estados Unidos, a nível interno, os problemas nunca resolvidos e cada vez mais agravados, resultantes de tensões humanas que fermentam desde os tempos da expansão e dos tempos da escravatura colonial, estão cada vez mais tensos podendo desencadear caos, terrorismo, ou mesmo num conflito de grandes proporções, até por que a classe média estado-unidense jamais se consolidou por falta de cultura de unidade, de coesão e de coerência colectiva.

Toda a Europa, no momento em que os emergentes euroasiáticos procuram relacionamentos integradores e articulados no âmbito das Novas Rotas da Seda, é um terreno de telúricas disputas e as oligarquias europeias, à medida que a enorme classe média mingua, esgotando-se a vassalagem, vai ter duma forma ou de outra, que optar.

As “revoluções coloridas” e as “primaveras árabes”, ou outras similares (entre elas um jihadismo fundamentalista sunita/wahabita), estão a ser um dos últimos recursos do “hegemon” desde a implosão soviética, o desaparecimento do bloco socialista europeu e o fim do Pacto de Varsóvia com a reconversão da NATO a um novo figurino, mas dada a sua caótica fermentação, são o caminho aberto para a repescagem de redes “stay behind” de carácter neofascista e neonazi…

Nesta década de viragem, pelas razões históricas, antropológicas, ideológicas, económicas e financeiras acumuladas, o episódico que constitui “A PRIMAVERA DE MINSK, PODE-SE REVERTER NO INVERNO DE KIEV”!...

A Austrália intensificou a guerra híbrida contra o BRI no comando da América

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | OneWorld

O Quad é contra a China em todos os aspectos, especialmente quando se trata de assuntos militares e econômicos. O cancelamento dos dois acordos BRI de Victoria por Canberra é, portanto, consistente com essa estratégia não declarada, mas cada vez mais óbvia.

O governo federal australiano cancelou recentemente dois negócios da Belt & Road Initiative (BRI) que o estado de Victoria assinou com a China em 2018 e 2019 como parte de sua nova política que permite às autoridades centrais anular acordos internacionais firmados por entidades administrativas de nível inferior. A China prometeu responder a este movimento extremamente hostil que piora ainda mais suas relações bilaterais após vários anos de declínio constante devido às ações não provocadas da Austrália contra a República Popular. Exemplos deste último incluem, de forma proeminente, a intromissão política em Hong Kong e a promoção de reivindicações conspiratórias prejudiciais sobre as origens do COVID-19.

Os últimos desenvolvimentos representam uma séria escalada na Guerra Híbrida em curso contra o BRI, que a Austrália provavelmente cometeu a pedido de seu aliado americano. As duas nações fazem parte do emergente bloco militar Quad no que ambos os países consideram o “Indo-Pacífico”. Muitos observadores expressaram preocupação de que essa rede crescente tem como objetivo conter a China, o que é aparentemente comprovado pelo que acabou de acontecer. O Quad é contra a China em todos os aspectos, especialmente quando se trata de assuntos militares e econômicos. O cancelamento dos dois acordos BRI de Victoria por Canberra é, portanto, consistente com esta estratégia não declarada, mas cada vez mais óbvia.

A nova velha Guerra Fria – ou como o Ocidente "perdeu" a Rússia

A imagem da Rússia como um país bárbaro e asiático, governado por uma autocracia maquiavélica e como uma ameaça sobre a civilização ocidental tornou-se uma obsessão para as elites europeias desde há séculos.

“Eles (a América e a Rússia) confrontar-se-ão um dia e veremos então lutas de que o passado não pode dar qualquer ideia" - Thiers, Sainte-Beuve, 1847, citado por André Fontaine em Histoire de la Guerre Froide, 1983

Dos gangsters russos de A Good Day to Die Hard (2013), aos "russos maus" e à "escumalha soviética" que tenta infiltrar a América em Stranger Things (2017), aos brutais mafiosos em McMafia, os russos assumem um papel de relevo como vilões em filmes de sucesso. Nos filmes de Hollywood e em séries televisivas populares matadores, patrões da máfia, oligarcas corruptos e prostitutas são sistematicamente russos

Os clichés e estereótipos sobre os russos instalados no imaginário de Hollywood e no entertainment refletem em boa medida o clima de hostilidade entre a Rússia e o Ocidente.

A imagem da Rússia como um país bárbaro e asiático, governado por uma autocracia maquiavélica e como uma ameaça sobre a civilização ocidental assombrou as elites europeias desde há séculos - diz Guy Laron, do Monde Diplomatique. A "russofobia" atingiu o clímax no século XIX na Grã Bretanha, onde a Rússia era vista como uma ameaça permanente ao seu império. A Revolução de Outubro de 1917 deu novas e bastas dimensões a este sentimento.

Durante a Guerra Fria os tenebrosos agentes do KGB nos thrillers de espiões de James Bond acabaram por fazer do russo sinónimo de bandido. Personagens como Ivan Drago em Rocky IV (1985) ou os invasores soviéticos em Red Dawn (1984) ajudaram o Ocidente a formatar a imagem do "inimigo", a afirmar uma superioridade moral e a garantir uma legitimidade política.

A "russofobia" assume mesmo por vezes acentos inequivocamente racistas. A ideia de um comportamento coletivo determinado biologicamente faz dos russos uma espécie de "categoria racial" - observou Anatol Lieven, analista de Georgetown. Os crimes do tsarismo e do comunismo soviético ou do próprio estalinismo seriam assim algo "quase genético". Richard Pipes via no comunismo soviético um produto especificamente russo. E James Clapper, antigo diretor da Intelligence Agency dos EUA, considerou que "os genes russos são diametralmente opostos aos dos EUA e das democracias ocidentais".

Debate: O Canadá deve deixar a OTAN?

# Publicado em português do Brasil

“É hora de o Canadá deixar a OTAN. Nosso país deve trabalhar de forma cooperativa e pacífica com a comunidade internacional por meio do sistema das Nações Unidas sobre desarmamento e cumprimento do Acordo de Paris e das Metas de Desenvolvimento Sustentável, que proporcionarão segurança genuína para todos nós.”

Tamara Lorincz* -  Christian Leuprecht - Joel J. Sokolsky  

Toronto Star, 1 de maio de 2021

A Organização do Tratado do Atlântico Norte foi criada para conter a União Soviética, que não existe mais, mas agora parece projetada para fornecer ao complexo industrial militar uma lista cada vez maior de clientes globais, escreve Tamara Lorincz .

Se o Canadá deixou a OTAN, oponha-se a Christian Leuprecht e Joel J. Sokolsky , “o Canadá ficaria então sem nenhum mecanismo significativo para se juntar a outros estados para impor custos ao mau comportamento de outros países, para mitigar a instabilidade regional e global, ou para fornecer serviços humanitários e assistência a desastres devido à mudança climática, fome ou conflito. ”

A pandemia e a emergência climática fizeram com que os canadenses repensassem a segurança e a defesa nacional. Muitos estão questionando a continuidade da adesão do Canadá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que o governo Trudeau disse ser a “pedra angular” da política de defesa de nosso país.

A OTAN é uma aliança militar euro-atlântica anacrônica. Foi fundada em 1949 por 12 países ocidentais, incluindo o Canadá, para defesa coletiva contra a União Soviética e para impedir a propagação do comunismo.

Em 1992, porém, a União Soviética entrou em colapso e a Guerra Fria acabou. A OTAN deveria ter se dissolvido, como o Pacto de Varsóvia, em vez disso, se expandido. Nas últimas três décadas, mais 14 países aderiram à aliança.

O principal arquiteto da expansão da aliança transatlântica em meados da década de 1990 foi a Lockheed Martin, a gigante americana de armas, que fundou o Comitê dos Estados Unidos para Expandir a OTAN. Os executivos da empresa viajaram para os países recém-independentes na Europa Oriental para convencê-los a aderir à aliança. O Comitê dos EUA para Expandir a OTAN pressionou então o Senado dos EUA para aprovar a adesão da Polônia, Hungria e República Tcheca em 1998.

Ao mesmo tempo, a Lockheed Martin pressionou o governo Clinton a dar garantias de empréstimo a esses novos aliados do Leste Europeu para comprar armas americanas.

VASSALAGEM OBRIGATÓRIA E HINO AO IMPÉRIO DA GUERRA

Para Marcelo, NATO e União Europeia são faces de uma mesma comunidade

Mudanças nas Forças Armadas devem-se ao facto de os desafios do futuro serem diferentes dos do passado, sublinhou o ministro da Defesa Nacional.

A Aliança Atlântica [NATO na sigla em inglês] e a União Europeia são faces de uma mesma comunidade, afirmou na tarde desta segunda-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O comandante Supremo das Forças Armadas falava numa breve sessão de apresentação do livro 70 anos de Portugal na Aliança Atlântica.

A NATO e a União Europeia (UE) são faces de uma mesma comunidade que deve ser aprofundada e não fragmentada”, destacou o Presidente. Marcelo recordou o papel da Aliança Atlântica, da qual Portugal é um dos 12 sócios fundadores, na defesa da ordem liberal. Ainda assim, lembrou os problemas de segurança no flanco sul e advogou por reforçar a dimensão política da NATO.

“Nenhum desafio pode ser enfrentado sem coesão interna e cooperação internacional”, salientou o Presidente da República, autor de um dos artigos deste volume coordenado pelo brigadeiro general Nuno Lemos Pires e pelo comodoro João Marreiros.

Cabo Verde | MpD repudia suspeitas do PAICV sobre resultados eleitorais

O MpD, partido vencedor das legislativas cabo-verdianas, acusa o PAICV de ser "mau perdedor" e nega acusação de ilícitos eleitorais. Partido na oposição diz que vai a tribunal por alegados ilícitos eleitorais

O MpD, vencedor das eleições legislativas de 18 de abril em Cabo Verde, repudiou esta segunda-feira (03.05) as suspeitas lançadas em torno dos resultados eleitorais pelo PAICV, que acusa de ser "mau perdedor" e de desrespeitar os cabo-verdianos.

"O MpD repudia totalmente as suspeitas lançadas pelo PAICV em torno dos resultados eleitorais. Além de demonstrar ser um mau perdedor, o que o PAICV revela com essas declarações é um total desrespeito pelos cabo-verdianos”, disse em conferência de imprensa a secretária-geral do Movimento para a Democracia, Filomena Delgado.

Guiné-Bissau | Líder do PRS exonera vice-presidente do partido

Certório Biote, vice-presidente do Partido de Renovação Social (PRS), apresentou, no final de abril, a sua candidatura à liderança justificando estar "profundamente preocupado" com o rumo da formação política.

O líder do Partido de Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau, Alberto Nambeia, exonerou de funções o vice-presidente do partido Certório Biote, na sequência da apresentação da sua candidatura à liderança daquela formação partidária.  

Num despacho, o presidente do PRS justifica a decisão com a "incompatibilidade" de continuar a ocupar a vice-presidência do partido após apresentar a sua candidatura à liderança.

O PRS deverá realizar o seu congresso em outubro deste ano.

Guiné Equatorial | Teodoro Obiang abre cimeira com empresários lusófonos

Encontro de três dias acontece na Guiné Equatorial com 250 empresários dos PALOP e de Portugal. É a primeira cimeira de negócios promovida pela Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo dá início oficialmente esta terça-feira (04.05) à cimeira de três dias com 250 empresários de Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde em Malabo, na Guiné Equatorial.

É a primeira cimeira de negócios promovida pela Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP). A anunciada participação do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, não deverá concretizar-se. 

São Tomé e Príncipe estará representado ao mais alto nível com a presença do Presidente da República, Evaristo Carvalho, que com o anfitrião, Teodoro Obiang, serão os únicos chefes de Estado a participar presencialmente na cimeira.

Angola, enviou uma delegação liderada pelo ministro da Indústria e do Comércio, Victor Fernandes, enquanto a representação de Portugal deverá ser assegurada pelo representante em Malabo, Frederico Silva.

Justiça portuguesa arresta contas de pessoas próximas a Isabel dos Santos

Em causa estão as contas bancárias de Mário Leite da Silva, Paula Oliveira e Sarju Raikundalia. O arresto acontece em resposta a uma carta rogatória enviada pelas autoridades judiciárias de Angola.

Mário Leite da Silva, o gestor de negócios de Isabel dos Santos, Paula Oliveira, sócia, e Sarju Raikundalia, ex-administrador da Sonangol, viram as suas contas bancárias em Portugal serem arrestadas pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), segundo noticiou esta segunda feira, (03.05), o jornal português Correio da Manhã.

O pedido de arresto preventivo, até ao valor total de 1,15 mil milhões de euros, foi feito ao TCIC pelas autoridades judiciárias de Angola através de uma carta rogatória de janeiro de 2020.

Além dos saldos das contas bancárias também foram arrestados depósitos a prazo, aplicações financeiras e títulos de investimento.

Em causa estão dois processos em que a empresária angolana é indiciada pelos crimes de peculato, abuso de poder, participação económica em negócio e branqueamento de capitais.

Recorde-se que na semana passada, também o jornal Correio da Manhã, noticiou a entrega a Angola de uma lista das fortunas milionárias angolanas em Portugal, onde figuram nomes como Isabel dos Santos e os generais "Kopelipa" e "Dino".

Deutsche Welle

Angola | "Aperto financeiro" estaria a frear desminagem no Bengo

Autoridades da província angolana do Bengo alegam que a falta de recursos financeiros está a condicionar o processo de desminagem na região e lamentam a existência de um único operador de desminagem na província.

Não é fácil obter dados financeiros exatos sobre os projetos que estão a operar em Angola. No caso da desminagem, não é diferente.

Ao certo, sabe-se que o país obteve apoios de cerca de 1,7 milhões de euros do Japão, em janeiro de 2021, e mais de 9 milhões de euros dos Estados Unidos, em outubro de 2020. Em três meses, foram liberados pelo menos 10 milhões de euros para a atividade. A União Europeia também havia disponibilizado 20 milhões de euros para apoiar a desminagem em 2014.

Mesmo com o apoio mais recente endereçado ao país, o governo da província do Bengo alega que a campanha massiva de desminagem tem conhecido um abrandamento por apertos financeiros. Nos últimos três anos, segundo uma fonte consultada pela DW África, foi possível limpar cerca de 975 mil metros lineares.

Moçambique | Dívidas ocultas: "Pessoas ligadas ao poder querem que este processo morra"

Em entrevista à DW, Adriano Nuvunga, coordenador do Fórum de Monitoria do Orçamento, sublinha que “matar” o processo das dívidas ocultas "é negar justiça ao povo moçambicano" e "continuar violação dos direitos humanos".

O Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), de Moçambique, promoveu esta segunda feira, (03.05) um evento público de advocacia em Pretória, na África do Sul, pela extradição para os EUA do ex-ministro das Finanças de Moçambique. Manuel Chang foi detido na África do Sul em dezembro de 2018 no âmbito do caso dívidas ocultas. O evento contou com a parceira de organizações da sociedade civil sul-africanas defensoras dos direitos humanos e que lutam contra crimes financeiros. O FMO enviou, em outubro de 2020, uma carta ao ministro da Justiça e dos Serviços Correcionais da África do Sul, Ronald Lamola, a questionar sobre a decisão de extradição de Chang mas, até hoje, não obteve resposta.Adriano Nuvunga, coordenador do Fórum de Monitoria do Orçamento, em entrevista à DW, salienta que apenas com essa decisão garante-se que Moçambique não paga as dívidas ocultas.

DW África: Qual o balanço que faz do evento público que teve lugar hoje em Pretória, na África do Sul?

Adriano Nuvunga (AN): O objetivo do evento foi de colocar o assunto da extradição de Manuel Chang de volta na agenda pública. Já se está à espera há muito tempo para que Manuel Chang fique a saber para onde vai e o ministro da Justiça e dos Serviços Correcionais da África do Sul, Ronald Lamola, tem estado a demorar sobre este assunto. No ano passado, nós fizemos uma carta para o ministro Lamola que não respondeu. Passam oito meses desde que fizemos essa carta e hoje decidimos vir cá a Joanesburgo.

O objetivo dessa vinda a Joanesburgo, e em particular à Pretória, é de fazermos, em primeiro lugar, um pequeno piquete em frente ao comissariado moçambicano aqui. A mensagem que transmitimos às autoridades moçambicanas aqui é de que este assunto tem de ser deixado para a justiça e que repudiamos qualquer tipo de negociações para que Manuel Chang possa ser extraditado para Moçambique. No balanço que fazemos, foi um evento de sucesso e fundamentalmente nos parece que recolocamos o assunto na atenção e agenda pública e, dessa maneira, podemos ter a resposta que todos esperamos, que não é só a de publicar a decisão de o extraditar mas que seja de o extraditar para os Estados Unidos.

Covid-19 | África com mais 260 mortos e 4.860 infetados nas últimas 24 horas

Lisboa, 04 mai 2021 (Lusa) – África registou mais 260 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 122.329 desde o início da pandemia, e 4.860 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.578.902 e o de recuperados da doença nas últimas 24 horas é de 7.874, subindo para 4.125.114 desde o início da pandemia.

A África Austral continua a ser região mais afetada, registando 1.972.138 infetados (número que foi revisto em baixa face aos valores divulgados há 24 horas: 1.972.613) e 62.204 mortos associados ao contágio com a doença. Nesta região, a África do Sul, o país mais atingido pela covid-19 no continente, regista 1.584.961 casos e 54.452 mortes.

Portugal regista mais 4 mortos e 258 novos casos de Covid-19

Já foi divulgado o boletim epidemiológico desta terça-feira, dia 4 de maio

Portugal reportou, nas últimas 24, mais 4 óbitos e 258 contágios do novo coronavírus, informou, esta terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Esta atualização, representa um aumento de 0,02% no número de mortos diários e de 0,03% no de casos identificados em 24 horas, considerando que na segunda-feira não foram registadas vítimas mortais devido à Covid-19 e que foram reportados 180 novos infetados. 

No total, Portugal passa a somar, desde o início da pandemia, 16.981 óbitos e 837.715 casos do novo vírus. 

Neste momento, há 22.833 casos ativos em todo o território nacional (menos 523 do que ontem), 23.556 pessoas a serem vigiadas pelas autoridades de saúde (menos 443 do que na véspera) e 797.901 recuperados da Covid-19 (mais 777 no espaço de um dia). 

Quanto aos internamentos, 296 pessoas diagnosticadas com o novo vírus encontram-se hospitalizadas (menos 26), sendo que destas 87 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (menos três). 

Ainda segundo o boletim epidemiológico de hoje, a nível nacional, a incidência mantém-se nos 64,4 casos de infeção por 100 mil habitantes e no território continental nos 62,0, bem como o Rt, que é de 0,96 tanto a nível nacional como no Continente.

Por regiões, o Norte do país regista, desde o início da pandemia, 336.608 casos (mais 128) e 5.341 mortos (mais um) e Lisboa e Vale do Tejo conta com 316.694 infetados (mais 65) e 7.196 óbitos (mais três). Importa referir que estas duas regiões foram as únicas onde foram registados óbitos nas últimas 24 horas em Portugal. Já o Centro contabiliza 118.812 contágios (mais 24) e 3.015 vítimas mortais, o Alentejo 29.801 casos (mais seis) e 971 mortos e o Algarve 21.716 infetados (mais nove) e 359 óbitos. 

Nas regiões autónomas, os Açores somam 4.808 contágios (mais 17) e 31 mortos e a Madeira 9.276 casos (mais nove) e 68 vítimas mortais. 

Notícias ao Minuto

[Notícia em atualização]

Leia em Notícias ao Minuto: 

AO MINUTO: São Teotónio e Almograve sem turismo; Migrantes desesperados 

Odemira estima que seis mil trabalhadores agrícolas não têm condições

O presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro, estimou hoje que "no mínimo seis mil" dos 13 mil trabalhadores agrícolas do concelho, permanentes e temporários, "não têm condições de habitabilidade".

"Este ano, estamos a falar de seis mil, mas, mesmo que sejamos capazes de resolver dois mil, no próximo ano, estamos a falar de seis mil ou sete mil, outra vez", alertou o autarca, no final de uma reunião da 'task force' do concelho que acompanha a situação da pandemia de covid-19.

Segundo o autarca, em relação a estes trabalhadores, o concelho de Odemira, no distrito de Beja, tinha, em março deste ano, "cerca de 10 mil pessoas a descontar para a Segurança Social", às quais se juntam "no mínimo três mil" que chegam para o "pico das colheitas", citando dados das associações de agricultores.

"No mínimo, são seis mil que não têm condições de habitabilidade, porque já temos três mil", de forma permanente, sublinhou.

Governo deve travar "clara violação dos direitos humanos" em Odemira -- CGTP

A situação pandémica e o registo de uma propagação acelerada do vírus em determinadas zonas do País trouxe para a ribalta um fenómeno, sobejamente conhecido, que é a exploração de trabalhadores estrangeiros.

O fenómeno ocorre sobretudo no sector da agricultura intensiva, em situações muito próximas de trabalho forçado, adianta a CGTP-IN em comunicado divulgado hoje.

«Estes trabalhadores são aliciados para o nosso país por angariadores sem escrúpulos, frequentemente ligados a redes de tráfico humano, que actuam sob o disfarce de agências de trabalho temporário», alerta a Intersindical, acrescentando que são depois «abusivamente constrangidos a viver e a trabalhar em condições infra-humanas, com poucos ou nenhuns direitos sociais e laborais, recebendo salários muito abaixo do que lhes foi prometido e do que lhes seria legalmente devido».

Estas situações correspondem «a graves violações dos direitos humanos», defende a central sindical. Contudo, as mesmas só são possíveis devido à «cumplicidade» dos patrões, sobretudo multinacionais detentoras das grandes explorações de agricultura intensiva que proliferam na região do Baixo Alentejo, sublinha.

Portugal | Truques e calotes

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

No final de 2018, o Grupo Sogema, da família Moniz da Maia, devia ao Novo Banco cerca de 560 milhões, registados quase na totalidade como perdas. Mais de metade do prejuízo foi imputado ao Fundo de Resolução.

A história deste incumprimento é tão longa como a própria dívida. Em 2007, o Grupo pediu 330 milhões ao BES para comprar ações do BCP, durante a batalha de acionistas em que participaram também Berardo, Manuel Fino ou a Teixeira Duarte. Desta guerra, sobrou a dívida da Sogema Investments, que nunca foi paga, tendo apenas como garantia as desvalorizadas ações do BCP e do próprio grupo. A ela juntam-se 30 milhões, pedidos pouco tempo depois, sem garantias, e mais 15 milhões para pagar os juros vencidos da dívida inicial de 330 milhões.

No final de 2012, perante as dificuldades financeiras da família Moniz da Maia, o BES aprovou um novo empréstimo, com um limite de 180 milhões de euros, para um projeto de desenvolvimento florestal no Brasil, chamado YBase. Pensava-se que a YBase viesse a adquirir matéria-prima a outras empresas do grupo, que assim liquidariam a sua dívida ao BES. Os riscos do negócio foram ignorados e o empréstimo foi dado, uma vez mais, tendo por garantia as ações da própria empresa.

Encerrados empreendimentos turísticos e alojamento local em São Teotónio e Almograve

O Governo mandou encerrar a atividade dos empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local nas freguesias de São Teotónio e Longueira - Almograve, que estão em cerca sanitária.

De acordo com um despacho do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital publicado em Diário da República, nestas duas freguesias estão localizadas, pelo menos, 275 empresas que se encontram impedidas de laborar, pois muitos dos seus colaboradores vivem fora da área circunscrita à cerca sanitária, determinada por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura.

No que se refere ao setor do alojamento, "muitos operadores económicos viram o seu 'staff' ser reduzido, deixando de poder prestar aos seus hóspedes o serviço de qualidade pelo qual se regem", refere o despacho publicado na segunda-feira em suplemento.

De acordo com o despacho, o encerramento da atividade dos empreendimentos turísticos e dos estabelecimentos de alojamento local situados no perímetro da cerca sanitária é considerado desejável, "tendo em conta as preocupações expressas pelos empresários da região".

Diz ainda que as entidades exploradoras dos empreendimentos turísticos e dos estabelecimentos de alojamento local situados no perímetro da cerca sanitária devem comunicar às forças de segurança e às autoridades de saúde a identidade dos eventuais hóspedes para efeitos da autorização da sua saída.

O CATAVENTO


Henrique Monteiro, em HenriCartoon

Ministério Público de Odemira investiga 11 inquéritos sobre auxílio à imigração ilegal

A informação foi divulgada no mesmo dia em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) revelou que tem a decorrer 32 inquéritos em diversas comarcas do Alentejo, seis dos quais em Odemira, pelos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal

O Ministério Público de Odemira tem em curso 11 inquéritos sobre auxílio à imigração ilegal para efeitos de exploração laboral, disse à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A mesma fonte acrescentou que todos os inquéritos "estão em investigação".

A informação foi divulgada no mesmo dia em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) revelou que tem a decorrer 32 inquéritos em diversas comarcas do Alentejo, seis dos quais em Odemira, pelos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal.

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