Martinho Júnior, Luanda
A fase de perda do “hegemon”, cuja matriz anglo-saxónica nos Estados Unidos começou no genocídio das nações de autóctones que encontrou pelo caminho (na “conquista do oeste selvagem”) e na tomada de territórios ao México a fim de culminar o processo de expansão e foi por aí fora, (até disseminar 800 bases militares espalhadas pelo mundo e garantir a contínua IIIª Guerra Mundial contra o Sul Global, que perdura há 75 anos, no seguimento imediato da IIª Guerra Mundial), está a entrar em declive de poderio e em irremediável eclipse nos relacionamentos internacionais.
Nos Estados Unidos, a nível interno, os problemas nunca resolvidos e cada vez mais agravados, resultantes de tensões humanas que fermentam desde os tempos da expansão e dos tempos da escravatura colonial, estão cada vez mais tensos podendo desencadear caos, terrorismo, ou mesmo num conflito de grandes proporções, até por que a classe média estado-unidense jamais se consolidou por falta de cultura de unidade, de coesão e de coerência colectiva.
Toda a Europa, no momento em que os emergentes euroasiáticos procuram relacionamentos integradores e articulados no âmbito das Novas Rotas da Seda, é um terreno de telúricas disputas e as oligarquias europeias, à medida que a enorme classe média mingua, esgotando-se a vassalagem, vai ter duma forma ou de outra, que optar.
As “revoluções coloridas” e as “primaveras árabes”, ou outras similares (entre elas um jihadismo fundamentalista sunita/wahabita), estão a ser um dos últimos recursos do “hegemon” desde a implosão soviética, o desaparecimento do bloco socialista europeu e o fim do Pacto de Varsóvia com a reconversão da NATO a um novo figurino, mas dada a sua caótica fermentação, são o caminho aberto para a repescagem de redes “stay behind” de carácter neofascista e neonazi…
Nesta década de viragem, pelas razões históricas, antropológicas, ideológicas, económicas e financeiras acumuladas, o episódico que constitui “A PRIMAVERA DE MINSK, PODE-SE REVERTER NO INVERNO DE KIEV”!...