quinta-feira, 1 de julho de 2021

Portugal | De que ri o comendador?

Paula Ferreira* | Jornal de Notícias | opinião

Não deveremos esquecer nunca a imagem de Joe Berardo a rir-se no Parlamento, quando ouvido no âmbito da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.

Quem o viu naquele dia assim, por certo, terá sentido que o comendador estava a rir de todos nós. Ontem, conhecidas as operações de buscas judiciais, pudemos pensar que afinal Berardo não teria tantas razões para gargalhar na cara dos portugueses. Foi detido por suspeita de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.

O mesmo Berardo, no Parlamento, havido dito, sem corar: "Eu, pessoalmente, não tenho dívidas". As suas empresas, um subterfúgio usado por muitos que separam o eu do empresário, terão provocado prejuízos avultadíssimos à CGD, Novo Banco e BCP: quase mil milhões de euros.

Joe Berardo , o cidadão, com a ajuda de um advogado, agora também detido, terá feito um truque que passava por recorrer a mecanismos de renegociação e reestruturação da dívida para não a pagar. Os crimes terão ocorrido entre 2006 e 2009, e só agora chegam a tribunal: o que terá proporcionado alento a Berardo para dizer, sem hesitar, não dever nada a ninguém. Neste como noutros crimes, o tempo está a favor do infrator.

E o tempo dirá se o tempo não continuará a seu favor. Como ontem os magistrados do Ministério Público fizeram questão de assinalar, numa declaração pouco habitual, "não obstante o empenho e investimento do DCIAP e da Procuradoria-Geral da República (PGR), (...) não se logrou assumir a celeridade desejável, apenas por carência de meios técnicos".

Logo o tempo está a correr em favor do empresário e colecionador de arte e, não tenhamos ilusões, de muitos outros que durante anos tiveram a si colado o rótulo de milionários, graças a créditos bancários que nunca tencionaram amortizar. Berardo é apenas mais um. Talvez se note mais, por ter total falta de vergonha.

*Editora-executiva-adjunta

A política errada do Pentágono

# Publicado em português do Brasil

SlavishaBatko Milacic* | OneWorld

Os “movimentos de libertação” sírios têm lutado contra o regime legítimo de Assad e seus militares russos aliados há 11 anos. Mas seus arsenais estão ficando cada vez maiores. Por quê?

A guerra moderna é travada com armas de alta tecnologia. Cada batalha travada consome muita munição e os sistemas de armas modernos precisam de peças sobressalentes e combustível. Tudo isso significa que nenhuma ação militar é possível sem uma economia e suprimentos avançados. Até mesmo organizações terroristas forçadas a se aprofundar no subsolo precisam criar laboratórios e oficinas para produzir explosivos e armas caseiras. Aliás, é exatamente essa “indústria subterrânea” que os torna vulneráveis ​​aos serviços de inteligência. Portanto, pode-se pensar que grupos grandes e internacionalmente proibidos de terroristas e separatistas simplesmente não podem existir por muito tempo porque não terão praticamente nada contra o que lutar.

Os “movimentos de libertação” sírios têm lutado contra o regime legítimo de Assad e seus militares russos aliados há 11 anos. (1) Mas seus arsenais estão cada vez maiores. Por quê?

A jornalista búlgara Dilyana Gaitandzhieva publicou uma investigação que aponta para uma conexão direta entre o Pentágono e o fornecimento de armas a um grupo radical que se opõe tanto à Síria quanto aos Estados Unidos. Como parte de sua campanha de autopromoção, Hayat Tahrir al-Sham postou online uma série de vídeos onde os militantes são vistos usando mísseis antitanque TOW feitos nos EUA, cujos números de série são claramente visíveis nos vídeos de propaganda. De acordo com documentos oficiais de aquisição militar, os sistemas de mísseis TOW foram fornecidos ao Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA de 2012 a 2019. De acordo com informações, disponíveis abertamente em govtribe.com, a Raytheon Company fechou um contrato de US $ 783 milhões W31P4Q12C0265 para o fornecimento de sistemas de mísseis TOW para o USMC.

Logo após a conclusão do negócio em junho de 2019, os sistemas de mísseis apareceram na frente e no centro de vídeos de propaganda divulgados pelo grupo terrorista, enquanto Washington anunciou uma recompensa de até US $ 10 milhões por informações que levassem à identificação ou localização do líder do grupo, Abu Muhammad al-Julani. Além disso, o sistema de mísseis TOW não é um rifle de assalto Kalashnikov. Treinar um operador de TOW é um processo bastante demorado e complexo. Mesmo se assumirmos que várias dessas unidades foram apreendidas em batalha ou roubadas, a questão é quem treinou os especialistas de Hayat Tahrir al-Sham capazes de usá-las? Além disso, vídeos de lançamentos de mísseis TOW muito caros feitos para fins de propaganda provam que os extremistas têm mais do que o suficiente desses mísseis à sua disposição.

Pentágono encomendou armas para a Alcaida

Irrefutável: A imagem documenta a formação de combatentes da Alcaida no manuseio de armas fornecidas pelo Pentágono.

O Pentágono encomendou US $ 2,8 mil milhões (bilhões-br) de armas para os seus aliados no mundo. Trata-se principalmente de produtos sob licença soviética ou russa a fim de não ter de prestar contas por esses fornecimentos.

Metade destas armas é destinada a prosseguir a guerra contra a Síria.

A jornalista búlgara Dilyana Gaytandzhieva constatou no «Federal Procurement Data System» (Sistema de Dados de Aquisições Federal-ndT) dos EUA oito contratos num valor total de US $ 200 milhões de dólares destinados à Alcaida na Síria (Hayat Tahrir al-Sham - Organização de Libertação do Levante).

As empresas contratantes são a TLG Worldwide, LLC, Multinational Defense Services LLC, Greystone CS3 LLC, Global Ordnance LLC, UDC USA, Inc., Culmen International, LLC, Blane International Group, Inc., Sierra Four Industries Corp.

Os contratos foram assinados, entre Março e Dezembro de 2020, por um período de cinco anos.

US fuels Syrian war with new arms supplies to Al Qaeda terrorists”, Dilyana Gaytandzhieva, Dilyana.bg, June 22, 2021.

Voltairenet.org | Tradução Alva

E se a Covid-19 tivesse escapado de um laboratório militar dos EUA?

A República Popular da China iniciou uma campanha mediática para obter informações sobre as actividades do laboratório militar norte-americano de Fort Detrick.

Tendo em vista o caso da contaminação voluntária por antraz em 2001, e à luz das acusações lançadas contra o laboratório chinês P4 de Wuhan, Pequim estima que uma fuga (vazamento-br) de Fort Detrick poderá estar na origem da epidemia de Covid-19.

Sabe-se actualmente que o laboratório chinês P4 em Wuhan havia feito um contrato indirecto com o Director do Instituto Nacional dos EUA de Doenças Alérgicas e Infecciosas (US National Institute of Allergy and Infectious Diseases — NIAID), o Doutor Anthony Fauci. Este antigo colaborador do Secretário da Defesa Donald Rumsfeld pagara com o dinheiro público, desviado de pesquisas sobre ganhos de função em vírus de morcego. Este tipo de pesquisa é ilegal nos Estados Unidos devido à sua excepcional perigosidade. A transação passara pela intermediação da EcoHealth Alliance, cujo director, Peter Daszak, publicara um artigo falacioso no The Lancet alegando que a Covid-19 tinha uma origem natural. Todos os co-autores deste estudo voltaram atrás na sua afirmação e denunciaram os laços de subordinação de Peter Daszak. Este último era, aliás, membro da Comissão de Inquérito da Organização Mundial da Saúde (OMS) que concluiu pela inocência do laboratório de Wuhan.

Por mais chocante que este caso seja, ele não prova, em absoluto, que o laboratório de Wuhan esteja implicado na epidemia da Covid-19.

O laboratório militar dos EUA de Fort Detrick fora responsável pelo fabrico de esporos de antraz que foram enviados por via postal a políticos e média dos EUA na onda dos atentados do 11 de Setembro de 2001. As pesquisas que ele realiza são ilegais nos EUA. No entanto, o laboratório dispõe de filiais fora do território dos EUA, nomeadamente o Richard Lugar Center for Public Health Research na Geórgia [1]. Fort Detrick foi forçado a fechar temporariamente o seu laboratório no Verão de 2019 por uma injunção (liminar-br) da autoridade de saúde dos EUA (o CDC). Em Dezembro de 2020, uma misteriosa infecção respiratória atingiu os vizinhos de Fort Detrick. Isto na mesma altura em que a Covid-19 fez o seu aparecimento em Wuhan.

Voltairenet.org | Tradução Alva

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