Novas medidas porque "não
estamos tão bem quanto queríamos estar"
Férias escolares prolongadas,
teletrabalho obrigatório durante uma semana depois da passagem de ano, uso
obrigatório de máscara nos espaços fechados, necessidade de certificado para ir
a restaurantes. O menu das novas medidas foi apresentado esta quinta-feira
"Aquilo que é essencial evitarmos é
que o janeiro do próximo ano tenha qualquer coisa que seja a ver com o terrível
janeiro que vivemos este ano de 2021."
Foi com este cenário na memória -
quando o número de novas mortes diárias chegou a ultrapassar, por duas vezes,
as trezentas pessoas - que o primeiro-ministro anunciou ontem novas medidas de
combate à pandemia covid-19.
Reconhecendo que "não
estamos tão bem quanto queríamos estar", António Costa apresentou as novas
medidas numa lógica preventiva face ao aumento da perigosidade da pandemia.
"São as regras que permitem evitar que tenhamos de voltar aqui a falar dos
temas que falávamos há um ano atrás. Hoje não estamos aqui a falar de
encerramento de atividades, de recolheres obrigatórios, da proibição de
circulação entre concelhos, de limitação de lotações, de confinamento geral."
Após mais uma reunião do Conselho
de Ministros essencialmente dedicada à pandemia - o que já há muito não
acontecia -, o chefe do Governo apontou a necessidade de prosseguir com sucesso
o processo de vacinação, de usar mais vezes máscara, de as pessoas fazerem mais
vezes testes e de exibirem mais vezes o certificado digital. "É assim que
poderemos continuar a viver com segurança, tranquilidade e liberdade para que o
conjunto das atividades económicas que também já tanto sofreram possam agora
prosseguir e a nossa vida tenha a normalidade adequada aos momentos em que
estamos a viver", afirmou.
Costa aproveitou a oportunidade
para assegurar que a primeira fase de administração da dose de reforço da
vacina para os grupos da população atualmente elegíveis vai estar concluída até
19 de dezembro. Salientou que o primeiro passo "é reforçar o esforço de
vacinação" e vincou que "esse esforço prossegue desde já" com a
administração da dose de reforço nos grupos já elegíveis.
Ou seja: "Pessoas com mais
de 65 e que há mais de cinco meses tiveram a segunda dose, pessoas que por
prescrição médica devem ter a vacina, pessoas que estiveram infetadas e que já
estão recuperadas há mais de 150 dias e também as pessoas com mais de 50 anos e
que foram vacinados há mais de cinco meses com a vacina da Janssen - todos
estes estarão vacinados ate ao próximo dia 19 de dezembro."
Defendeu, por outro lado, os
efeitos da vacinação no menor impacto da atual quinta vaga da covid-19 em
Portugal, enaltecendo o "esforço e o elevadíssimo sentido cívico dos
portugueses" e a taxa de vacinação "largamente superior à
generalidade dos países europeus", que estão a ser mais afetados pelo
agravamento da situação epidemiológica.
"Ser [o país] mais vacinado
tem consequências benéficas para todos nós. Graças a uma maior vacinação,
Portugal tem tido um menor número de internamentos do que se tem verificado nos
outros países, de internamentos em unidades de cuidados intensivos e,
sobretudo, tem tido menos óbitos, o que significa que a vacinação tem permitido
salvar vidas." Numa comparação com a situação do país por esta altura em
2020, o primeiro-ministro reiterou ainda a conclusão de que Portugal está
"francamente melhor" e que o número diário de novos casos de covid-19
é "significativamente inferior" face ao ano passado.