sábado, 22 de janeiro de 2022

Angola | PARRICÍDIO E MATRICÍDIO NO VIREI

Artur Queiroz*, Luanda

As gravuras e pinturas rupestres de Tchitundo Hulo (Monte do Céu) estão inseridas numas das mais importantes estações arqueológicas do mundo. Em Angola é seguramente a mais estudada. Um dos estudiosos foi Carlos Ervedosa, um angolano prodigioso ao qual devemos a divulgação e promoção da Literatura Angolana, através dos cadernos da Casa dos Estudantes do Império. Nesta empreitada contou com a colaboração de Fernando Costa Andrade (Ndunduma) poeta, artista plástico e jornalista. Nos estudos arqueológicos fez equipa com o Professor Santos Júnior, um cientista de dimensão universal.

A estação arqueológica está “poisada” num morro de granito à vista do deserto. As comunidades da região chamam-lhe Tchitundo Hulo Mulume (Morro do Homem). Aqui existem pinturas e gravuras rupestres. A tinta da maior parte das pinturas foi obtida a partir de carvão e água. Também ostenta fundos de cabanas e vestígios de indústria lítica (produção de ferramentas em pedra).O que nos leva às nossas primeiras Mamãs e Papás. Milhões  de anos. Mais três elevações secundárias completam a estação: O Tchitundo Hulo Mucai (Morro Mulher),só tem pinturas, a Pedra da Lagoa (só com gravuras) e a Pedra das Zebras, apenas gravuras insculpidas na superfície rochosa.

O primeiro estudioso desta preciosidade do fabuloso Mosaico Cultural Angolano foi um técnico superior do Serviço de Geologia e Minas, Camarate França. Corria o ano de 1952, há precisamente 70 anos. O geólogo encontrou mais de 100 gravuras e inúmeros artefactos de pedra, colhidos à superfície. Não foi necessário escavar. Ironia do destino. Ele só viu, recolheu e estudou as preciosidades da base do Tchitundo Hulo Mulume. As do alto do morro continuaram incógnitas. E apesar de estar mesmo ao lado da Pedra da Zebra (Buá Mamuxombo), Pedra da Lagoa (Buá Ioxirinde) e Tchitundo Hulo Mucai, não as viu. O seu estudo, AS GRAVURAS RUPESTRES DO TCHITUNDO-HULO (DESERTO DE MOÇÂMEDES), foi publicado em 1953 e revela pormenores importantíssimos.

O geólogo também conviveu com as pessoas. E narraram-lhe esta história sobre Tchitundo Hulo: Desde há muito, muito tempo, no tempo dos avós, dos avós, dos avós, dos avós (até ao infinito) uma leoa vai todos os anos ter as suas crias entre os pedregulhos no ponto mais alto do morro. Quem subir até lá cima, seja homem ou mulher, não pode nunca olhar para trás. Se o fizer, será perseguida ou perseguido até à morte pelas leoas e suas crias. Sobre os Cuvales (uma parte dos angolanos da região) leiam hoje mesmo a monumental obra do Padre Carlos Estermann, o estudioso do Sul e Sudoeste de Angola.

Em 1954, chamado pelo estudo de Camarate França, o etnólogo alemão Herman Baumann, acompanhado de um Mais-Velho Cuvale, anónimo até à eternidade, chegou ao morro Tchitundo Hulo Mucai. O mundo ficou a conhecer a casa de nossas Primeiras Mamãs e nossos primeiros Papás. Título da obra: VORLAUFIGER BERICHT UBER NEUE FELSBIDER-FUNDE IM SUD-ANGOLA (RELATÓRIO PROVISÓRIO SOBRE NOVOS ACHADOS DE PINTURAS RUPESTRES NO SUL DE ANGOLA). O cientista alemão descobriu gravuras com uma girafa e dois antílopes. Imaginem a antiguidade destas preciosidades. Ainda existiam girafas no deserto do Namibe!

No tecto do abrigo há pinturas fabulosas com símbolos solares, um jacaré, uma serpente e um peixe, uma tartaruga, uma ave. É isso mesmo, o que distingue o Homem dos outros animais é a Arte. O que faz de Angola um dos países mais importantes do mundo é o seu Mosaico Cultural ancorado em nove línguas nacionais e 11 regionais.

Em 1955, o Professor António de Almeida, chefe da Missão Antropológica de Angola foi em demanda da estação arqueológica, guiado pelos estudos de Camarate França e Herman Baumann. Levava uma companhia de peso, o cientista Abbé Breuil. Filmaram, fotografaram e tomaram notas sobre as preciosidades da estação arqueológica. Este material foi a estrela principal do primeiro Congresso Pan-africano de Pré-História e Estudo do Quaternário, que se realizou em Leopoldville (Kinshasa). A República do Congo nasceu em 30 de Junho de 1960. Portanto, decorreu nos últimos meses da presença belga no país. Título da obra apresentada ao congresso: SUR LES GRAVURES ET LES PEINTURES RUPESTRES DU DÉSERT DE MOZAMEDES.

As fotos publicadas na obra mostram pinturas com cor preta, branca, vermelha ou as três juntas. Abundantes figuras geométricas e figuras humanas correndo ou paradas. Muita harmonia na arte das nossas Primeiras Mamãs e primeiros Papás. A estação arqueológica Tchitundo Hulo é um dos nossos berços.

Por fim, chegou a vez do cientista angolano Carlos Ervedosa. Ele e o Professor Santos Júnior começaram a estudar profundamente a estação arqueológica em todas as suas vertentes, em Março de 1971. Regressaram em Fevereiro de 1972. Foram estes dois sábios que descobriram a Pedra da Zebra e a Pedra da Lagoa. E fizeram escavações. 

Em 1974, Carlos Ervedosa publicou a obra monumental ARQUEOLOGIA ANGOLANA da Edições 70, um marco indelével na História da Cultura Angolana. O Professor Santos Júnior também publicou os seus estudos com o título ARTE RUPESTRE EM ANGOLA, igualmente em 1974. A obra foi apresentada no Congresso Nacional de Arqueologia, que decorreu na cidade do Porto. A edição é da Faculdade de Ciências daquela cidade, onde o autor ensinava.

A estação arqueológica Tchitundo Hulo (Monte do Céu) fica no município do Virei, a 150 quilómetros da cidade de Moçâmedes. Para ninguém se perder, deixo aqui as coordenadas: 12 graus, 52 minutos e 45 segundos Leste e 15 graus, 56 minutos e 15 segundos Sul. Hoje é local de passagem dos pastores Cuvales. Não há água nas mulolas, a chuva foi, líquidos só lágrimas de dor e impotência. As primeiras Mamãs e os Primeiros Papás eram Cuíssis. Leiam a obra do Padre Carlos Estermann para saberem mais dos “Homens das Pedras” (Mukwa Matari). 

As estações de arte rupestre são joias preciosas do Mosaico Cultural Angolano e ocupam lugar único no mundo. Uma escarpa sobre o rio Zaire, a Pedra do Feitiço, residência de Seembi, o deus do rio, foi a primeira identificada em Angola, no ano de 1816.O capitão inglês J. K. Tuckey é autor do estudo intitulado NARRATIVE OF AN EXPEDITION TO EXPLORE THE RIVER ZAIRE USUALLY CALLED THE CONGO IN SOUTH AFRICA. Este livro viveu no Museu de Angola até ao 25 de Abril de 1974. Hoje não sei. Na zona de Noqui também existe a Pedra do Raio (Taddi Enzazzi). 

No Negage, temos as pinturas rupestres da Cabala ou Quissádi. Entre Samba Caju e Camabatela, numa picada que servia a fazenda Girão, a 50 quilómetros da estrada principal, mais uma maravilha da Cultura Nacional. Vamos ao Leste onde em 1944 foi encontrada a famosa Pedra Furada do Luxilo. Foi encontrada num poço de prospecção de diamantes. É uma pedra de xisto, furada a meio e com gravuras numa das faces. Onde está? Procurem-na e exijam o seu regresso a casa. Do Dondo à Quibala mais berços, mais arte das primeiras Mamãs e primeiros Papás. Chego ao Ebo, onde um punhado de Heróis Nacionais travou a primeira grande batalha contra os invasores estrangeiros, uma semana depois da Independência Nacional.

As pinturas rupestres do Ebo foram localizadas em 1971, por um anónimo funcionário da administração. Habitantes da região levaram-no a um dos nossos preciosos berços. Mais tarde, Carlos Ervedosa e Santos Júnior localizaram e estudaram dezenas de pinturas e gravuras. Cuidado, o acesso é muito difícil. 

Os berços da Kissanga e do Uaco Cungo (Cela) têm acesso mais fácil. Na aldeia da Cumbira, a ocidente o Ebo, existe uma fabulosa estação de arte rupestre na base do morro Colohumbi. São dois blocos de granito acavalados. O Povo chama-lhe pindala dândi à botóto. Cores das gravuras vermelho, branco e apenas três a negro. Quase todas figuras humanas. A noroeste do Ebo existe a estação de pintura rupestre da aldeia Delambira, num abrigo com uma boca de 33 metros e 12 de profundidade. Vale mais do que mil poços de petróleo.

Do Planalto Central ao Zambeze há milhares de estações arqueológicas. Importantes. Riquíssimas. O melhor do fabuloso Mosaico Cultural Angolano. Obrigado, Carlos Ervedosa, meu querido e saudoso amigo Carlitos, que morreste lá longe com saudades da tua Luanda. Mil vezes obrigado por tudo o que nos deste. E o suplemento literário do Província de Angola (Jornal de Angola) não foi o menos valioso. Ali divulgaste o melhor da Literatura Angolana.

Por falar em Jornal de Angola leiam agora uma notícia ali publicada há poucos dias, assinada por César Esteves. O poeta Malaquias, quando acabou de ler, exclamou: “Meu amor! Eu vi o nosso berço arder!”

Leiam porque vos incomodei até agora:

As pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo, localizadas no município de Virei, 137 quilómetros a leste da cidade de Moçâmedes, província do Namibe, que provam a passagem, pela zona, de povos anteriores aos bantus, estão na iminência de desaparecer, por culpa dos desgastes provocados por factores naturais, como a radiação solar, chuva, variações extremas de temperaturas e, sobretudo, pela acção humana.

As pinturas encontram-se numa área descoberta, o que tem facilitado o seu desgaste. Aliado a isso, está o facto de haver, no local, vários vestígios de remoção de partes das superfícies rochosas   contendo as pinturas feitas por aqueles povos, cuja classificação étnica, até hoje, continua envolto em dúvidas, não obstante haver correntes que dizem tratar-se dos Cuisses.

As remoções das camadas rochosas contendo as pinturas estão a acelerar o processo de descaracterização das pinturas a um ritmo assustador. Acredita-se, localmente, que as pinturas estejam a ser removidas por turistas estrangeiros que se deslocam à zona sem passar pela administração municipal do Virei, responsável pela guarnição da área.

Passando pela administração, o turista é levado ao local por um guia, que não permite a danificação das pinturas. É por essa razão que eles evitam passar por lá, contou uma fonte no local.

As pinturas estão, às centenas, espalhadas num morro granítico conhecido como "Morro Sagrado dos Mucuísses”, que mede cerca de 500 metros de comprimento, situado no meio do deserto do Namibe, numa área completamente desguarnecida.

A falta de uma fiscalização permanente tem permitido, também que a área seja transformada numa zona de pasto do gado, que se alimenta da vegetação presente nas rochas. Nos arredores da montanha há uma pequena  comunidade que se dedica à criação de gado.

As pinturas na gruta adjacente à montanha estão melhor conservadas, provavelmente por não estarem muito expostas à radiação solar e porque, há bem pouco tempo, estarem protegidas por uma grade, que impedia a entrada de qualquer pessoa no seu interior.

Hoje, esta grade já não existe, o que tornou fácil o acesso à gruta.
A via de acesso para as pinturas de Tchitundo-Hulo é outro problema que se coloca quando o assunto é chegar até àquelas pinturas milenares.

O primeiro desafio que se impõe é o troço Moçâmedes/Virei. É um martírio passar por lá, devido aos inúmeros buracos na via. Consta que a mesma estava a ser reparada mas devido à fraca qualidade das obras, teve de ser interrompida.

Até ao momento em que passamos por lá, não havia vestígio de retoma das obras daquela via. Posto na Vila de Virei, começa outro desafio. Fazer os 27 quilómetros até às pinturas. Este caminho é uma picada bastante arenosa, recomendado, por isso, apenas a viaturas a todo-o-terreno.

Acredita-se ser este um dos factores que contribui para um  reduzido número de turistas na zona. De acordo com uma fonte da Administração Municipal do Virei, as pinturas de Tchitundo-Hulo chegam a receber, anualmente, 50 visitantes, na sua maioria estrangeiros vindos da África do Sul e  da Namíbia. "Há uma presença bastante reduzida de nacionais. Os poucos que visitam as pinturas são estudantes provenientes de Moçâmedes e da Huíla”, frisou.     

As pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo são consideradas um dos tesouros culturais mais valiosos da Pré-História, existente em Angola e o ponto de partida das artes rupestres de África. Dados históricos dizem que elas têm uma idade de cerca de quatro mil anos. As pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo são um conjunto de representações enigmáticas, muitas das quais com a forma de animais e figuras circulares. Começaram a ser estudadas em 1952, pelo geólogo Camarate França.

É desaconselhável visitar o local sem a presença de um guia turístico disponibilizado pela Administração Municipal do Virei, por serem indivíduos que conhecem, na palma das mãos, a geografia da área.

Plano de gestão do sítio

O especialista em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre, Benjamim Fernandes, um dos poucos académicos que se dedica ao estudo das pinturas rupestres do Tchitundo-Hulo, a nível da província do Namibe, defendeu a elaboração urgente de um plano de gestão do sítio, que envolva as autoridades locais e especialistas em arte rupestre e medidas de preservação daquele tipo de arte, durante as visitas. "Porque, apesar das intempéries serem factores preponderantes para a degradação das pinturas, o homem ainda é o maior perigo, por ser o acelerador da degradação das pinturas”, salientou.

No entender do académico, se for só pelas intempéries, as pinturas podem permanecer aí por vários séculos. "Mas o maior perigo, neste momento, é o próprio homem que por ignorância ou de forma intencional, está a desenvolver acções que vão culminar com a degradação daquele bem”, alertou.

Benjamim Fernandes apelou às autoridades governamentais a tomar alguma medida para evitar que as pinturas sejam danificadas no seu todo.

"Se não se fizer nada, de forma urgente, daqui a pouco podemos perder aquele património que tem um valor inestimável, numa altura em que a comunidade científica internacional, sobretudo aquela ligada à Arqueologia Rupestre, já começa a mostrar um interesse muito grande em conhecer e estudar a arte rupestre do Tchitundo-Hulo”, frisou o académico, para quem as pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo já ultrapassaram as nossas fronteiras há muitos anos. "Daí o enorme interesse da comunidade científica internacional”.

O especialista disse que, não obstante as placas rochosas contendo as pinturas já estarem fragilizadas, em consequência da exposição às intempéries, são as acções humanas que estão a contribuir para a degradação acelerada das gravuras, caminhando constantemente sobre elas.

Disse que a elaboração de um plano de gestão do sítio seria apenas um paliativo, tendo, por isso,  apontado, como medida para médio e longo prazo, a inscrição das pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo a elevação a património mundial da humanidade. Benjamim Fernandes referiu que a Unesco dispõe de recursos humanos especializados, técnicos e materiais que ajudariam a uma melhor conservação e preservação do património. Estando inscrito como Património Mundial da Humanidade, segundo o académico, o país sairá a ganhar do ponto de vista económico. "Porque as Nações Unidas têm recursos humanos, técnicos e materiais capazes de emitir uma opinião especializada sobre a preservação daquele bem”, aclarou.

O especialista em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre disse que as pinturas de Tchitundo-Hulo, com as suas características, são únicas em África e das poucas no mundo. Ressaltou ser difícil encontrar, a nível do mundo, pinturas e gravuras a partilharem o mesmo espaço, tal como acontece em Tchitundo-Hulo. "Normalmente, encontram-se as pinturas num sítio e as gravuras noutro, mas o Tchitundo-Hulo é um caso raro, onde se pode encontrar as duas categorias de arte rupestre a coabitarem o mesmo espaço”, destacou.

Autores das pinturas

Benjamim Fernandes disse que a identificação dos autores daquelas pinturas de Tchitundo-Hulo constitui, nos dias de hoje, um dos grandes desafios da arte rupestre, tendo apontado como um dos grandes impasses o facto de a referida arte não ser uma prática que se continua a assistir nos dias de hoje.

Com isso, disse, fica-se sem como chegar aos autores para, a partir deles, compreender, até, a mensagem que partilham por via daquela arte. Entretanto, referiu que a Ciência permite interpretar alguns sinais da arte rupestre, tendo, por isso, afirmado que grande parte das pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo estão ligadas à actividade de povos de cultura caçador-recolector. O académico disse que aquela região do Namibe é habitada por povos que fazem parte do chamado Fundo Antigo de Povoamento Médio Africano, comummente e de forma errada chamados de Cuísses. "Esse termo Cuísse generalizou-se, mas, na verdade, é uma expressão com conotação depreciativa, mas, infelizmente, é o nome que se generalizou para chamar os povos detentores de cultura caçador e recolector”, esclareceu.

Alterações impedem elevação a património da humanidade

O director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente do Namibe, Pedro Hangula, revelou que as alterações levadas a cabo pela acção humana, sobre as pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo, "engasgou” o processo de inscrição delas a património histórico da humanidade junto da UNESCO. "De acordo com um dos principais regulamentos da UNESCO, não é permitido, pois ela exige que o seu espectro arquitectónico seja preservado”, frisou.

O responsável disse que a ideia de inscrever as pinturas de Tchitundo-Hulo a Património Mundial da Humanidade passa por se conseguir alguma verba que permita a sua preservação e sustentabilidade. "Infelizmente não há recursos, por isso é que se luta para que seja elevado a  património histórico da humanidade”, salientou.

Pedro Hangula disse estar em curso, a nível da província do Namibe, a elaboração de um Plano de Educação e  Cultura, que visa o envolvimento dos turistas e das comunidades indígenas, para um melhor tratamento das pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo. "Acreditamos que, num futuro muito próximo, poderemos reverter esta situação”, garantiu.

As pinturas e gravuras do Tchitundu-Hulu  perto de Virei, na província de Namibe, no Sudoeste de Angola, são uma das melhores colecções de obras de arte pré-históricas do mundo, retratando animais, reais e míticos, plantas e círculos concêntricos pensados para representar o sol e as estrelas. As imagens das pessoas não são figuras alongadas como outras na África, mas seres sólidos de ombros largos com cabeças redondas. Situadas nas duas cavernas da grande Colina Sagrada de Mucuísses, as pinturas e gravuras de Tchitundo-Hulo ou A Colina da Alma foram datadas de 2600 anos até à Idade da Pedra e são consideradas obra das comunidades de caçadores-colectores ovatwa que habitavam esta região até depois da década de 1960, expressando os elementos essenciais do seu sistema de pensamento e crença.

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