Artur Queiroz*, Luanda
Em Fevereiro de 2010 os deputados eleitos em 2008 aprovaram a Constituição da República, pondo fim ao período de transição iniciado em 1992. Foi o início de um novo regime que passou de semi presidencialista a presidencialista. Num clima de grande emoção, os parlamentares, depois da aprovação da Lei Magna gritaram em uníssono: Angola! Angola! Angola!
Na votação participaram os deputados do MPLA (81,76 por cento dos votos), do PRS (3,14 por cento), da FNLA, (pouco mais de 1,0 por cento).
A UNITA (572.523 votos que corresponderam a 10,36 por cento) abandonou a sala, recusando-se a votar. Os parlamentares do Galo Negro não votaram a favor. Não votaram contra. Não se abstiveram. Traíram o mandato popular que lhe foi outorgado por meio milhão de angolanas e angolanos. Traíram o regime democrático. Traíram a unidade e reconciliação nacional.
Mário Soares, sócio gerente de Jonas Savimbi e um dos patrões do Galo Negro, ficou furioso e fez esta declaração: “É inaceitável que a UNITA tenha feito uma política de cadeiras vazias! Isto, nada tem a ver com a democracia”. E com razão. Se o partido não votou a Lei Magna, como pode um dia governar através de eleições democráticas? Só através de um golpe de estado é possível rasgar a Constituição da República.
Estes tipos distraídos estão convencidos que são muito divertidos.
Juristas, analistas, comentadores, políticos reformados ou no activo, respondam: Um partido que se recusou a votar a Lei Fundamental está integrado na ordem democrática? Pode governar Angola? Com mandato de quem? E o que faz da Constituição da República?
O senhor Adalberto da Costa Júnior é o líder visível da UNITA.
Tem que explicar imediatamente o que faz da Constituição da República se alguma vez o seu partido ganhar as eleições.
Tem que explicar se a sua Lei Magna é a declaração de Muangai, o Manual do Militante ou os estatutos da Jamba elaborados pelos racistas de Pretória.
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A esquina frentista dos três, Adalberto, Filomeno Vieira Lopes e Abel Chivukuvuku, se um dia for poder, vai governar segundo a Constituição da República de 2010 ou os ditames do Livro Vermelho do camarada Mao Tse Tung, que Filomeno deve ter ciosamente guardado como recordação do tempo em que era militante dos comités maoistas do MPLA.
O senhor Abel Chivukuvuku para já tem que dizer se vai governar para reduzir Angola a pó ou balcanizar o país, como ameaçou a partir do Huambo, em 1992, ao lado do chefe Savimbi.
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A UNITA é contra a Constituição da República.
Abandonou o Parlamento na hora da votação porque queria introduzir no texto constitucional o vírus da destruição de Angola como país independente.
Onde está Povo Angolano, eles queriam que constasse Povos de Angola. Onde está que a terra pertence ao Estado, eles queriam que estivesse pertence ao Povo. Pelo que hoje se vê, caso a maioria dos deputados aceitasse a sugestão do Galo Negro, hoje já tínhamos vários países, tantos quantos povos a UNITA arranjasse. E a terra se fosse do Povo, imaginem o caos que já estava criado.
A UNITA abandonou o Parlamento no momento da votação da Constituição da República, entre outras razões, por esta: Artigo 5º número 66: “O território angolano é indivisível, inviolável e inalienável, sendo energicamente combatida qualquer acção de desmembramento ou de separação de suas parcelas, não podendo ser alienada parte alguma do território nacional ou dos direitos de soberania que sobre ele o Estado exerce”. Nas últimas eleições a UNITA elegeu um deputado porque vendeu ao estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) a província de Cabinda.
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Alerta geral.
As eleições de 2022, Agosto, são para eleger os deputados à Assembleia Nacional. O partido que ganhar as eleições tem garantida a eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República. Os dois primeiros da lista nacional de cada partido concorrente têm de ser identificados no boletim de voto como candidatos à Presidência da República. Espero que estejam eliminadas todas as dúvidas.
Estes tipos distraídos estão convencidos que são muito divertidos. Mas não passam de confusionistas ou simplesmente ignorantes.
Não sou homem de palavras tortas nem enviesadas. Quero aproveitar esta oportunidade para manifestar o meu sentimento de um soldado que envergou a farda, durante 47 anos e seis meses ininterruptos, em prol da Independência Nacional, da paz e do desenvolvimento do país.
Nunca traí a Pátria, nunca estive em cima do muro, dei a cara nos momentos difíceis da segurança nacional.
Percorri o país de norte a sul, e de oste a este, sempre coloquei os interesses do País e da Nação à frente dos meus interesses pessoais.
Estas palavras são de Paulo Almeida, até há alguns dias comandante-geral da Polícia Nacional.
Peço-lhe que me deixe assinar por baixo, ainda que eu não tenha dado s à Pátria mais do que notícias, reportagens, entrevistas e formação a algumas e alguns colegas jornalistas.
Se todas e todos em Angola pudessem dizer o mesmo que Paulo Almeida, não estávamos de cócoras perante o FMI, o Pentágono e outras armas de destruição maciça ao serviço do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA).
Estes tipos distraídos estão convencidos que são muito divertidos.
* Jornalista
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