Presidente João Lourenço considerou que vandalismo registado segunda-feira em Luanda visava tornar país ingovernável.
O Presidente de Angola, João Lourenço, considerou hoje que o vandalismo registado na segunda-feira (10.01) em Luanda, durante a paralisação dos taxistas, visava tornar o país ingovernável e "subverter o poder democraticamente instituído".
"O que aconteceu na segunda-feira foi um verdadeiro ato de terror, cujas impressões digitais deixadas na senda do crime são bem visíveis e facilmente reconhecíveis e apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião, na tentativa da subversão do poder democraticamente instituído", acusou João Lourenço, que falava esta quarta-feira (12.01) na abertura da 12ª reunião do Conselho de Ministros.
Segundo João Lourenço, que elogiou a "contenção" da Polícia Nacional "naquele fatídico dia", bem como o comportamento "patriota, tolerante e responsável" das entidades diretamente lesadas, o país foi alvo de "um ato de rebelião que alterou a ordem pública, vandalizou bens públicos e privados e pôs em risco a segurança e a vida de pacatos cidadãos", incluindo profissionais de saúde e da comunicação social.
Vandalismo
O primeiro dia de uma paralisação de taxistas em Luanda ficou marcado, na segunda-feira, por distúrbios e atos de vandalismo entre os quais a destruição de um autocarro do Ministério da Saúde e de um edifício do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), incendiados por populares, segundo a polícia, que deteve 29 pessoas na sequência dos desacatos.
Na segunda-feira, o secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, tinha já sugerido que elementos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) estariam ligados ao vandalismo, o que a UNITA desmentiu, recomendando antes ao Governo que "resolva os problemas do povo".
Ambos os partidos, que vão disputar este ano eleições gerais, condenaram veementemente os incidentes.
No seu discurso, João Lourenço vincou a responsabilidade "de preservar para a eternidade" a paz e a reconciliação nacional, apelando a "quem viu seu património vandalizado, queimado ou destruído, que não pague pela mesma moeda porque ninguém está autorizado a fazer justiça por mãos próprias".
Salientou ainda que as forças policiais "vão garantir a ordem e a segurança dos cidadãos, das instituições e da propriedade", apelando aos cidadãos angolanos e estrangeiros "a fazerem sua vida profissional e familiar normalmente".
Eleições gerais em agosto de 2022
Garantiu ainda que as eleições gerais vão decorrer em agosto de 2022 "em ambiente de plena segurança para os eleitores e os observadores", e destacou, num recado para os seus adversários políticos: "Em Angola, a única forma possível e legítima de se disputar o poder político é pela via democrática das eleições".
O chefe do executivo angolano lamentou a paralisação "de uma pequena parte" dos táxis de Luanda, afirmando que o executivo angolano tinha atendido "prontamente" a principal reivindicação das associações representativas da classe, que tinha a ver com a redução da lotação dos táxis devido à covid-19, dizendo que "serviu de pretexto para o aproveitamento político com vista a criar a ira dos cidadãos utilizadores desses meios".
Os líderes das três associações de táxis que convocaram a greve queixam-se, no entanto, de estarem a ser perseguidos, denunciando "detenções arbitrárias" e acusam o governo de estar a negociar com "impostores" que não os representam, lembrando ainda que o anúncio sobre a lotação a 100% dos táxis não foi formalizado num diploma legal.
Deutsche Welle | Lusa
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