Artur Queiroz*, Luanda
Os diamantes de sangue rendem mil vezes mais do que o petróleo. Porque com os rendimentos do “crude” é preciso sustentar O Orçamento Geral do Estado e particularmente as políticas sociais. Os lucros dos diamantes que a UNITA roubou ao Povo Angolano servem exclusivamente para sustentar alguns elementos da direcção da seita, financiar propaganda enganosa e comprar jornalistas venais ou seus derivados que é como quem diz, a chusma de raparigas e rapazes jeitosos debitando opinião desconchavada nos Media ao serviço do Galo Negro, que são quase todos.
A agência noticiosa Lusa (portuguesa) é a que mais serviço mostra, sendo seguramente o órgão oficial da UNITA. Se o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior arrotar ou soltar outras flatulências mais agressivas ao olfacto, a notícia sai logo na primeira página. O dinheiro dos diamantes de sangue é um nunca mais acabar. A Lusa, presente! O Novo Jornal, presente, mas de mão estendida. O Club K é pago em rands falsos. E tudo o resto, onde incluo os órgãos de informação do sector empresarial do Estado, mas disfarçadamente, às vezes mal e porcamente. Porque a omissão é uma forma cobarde mas habilidosa de servir a causa da seita UNITA.
De Portugal vocifera o Vítor Ramalho, porta-voz da UNITA encapotado, para não perder a mama das cidades capitais de língua portuguesa. Diz ele, sem se rir mas cheio de droga até às ventas, que as eleições no seu país foram um exemplo de lisura que em Angola devemos seguir. Como ainda andamos a saltar de galho em galho como os macaquinhos, acreditamos no patifório. Lisura? Os Media portugueses, com grande destaque para os canais públicos e privados de televisão, massacraram os eleitores com propaganda ao partido nazi Chega. De manhã à noite. Limpinho.
As casas de sondagens, coisas sinistras ao serviço de poderes ilegítimos porque altamente mafiosos, combinaram um truque. Todas deram que entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) existia um empate técnico, o que, atendendo às intenções de voto atribuídas aos outros concorrentes, era absolutamente impossível, já que teriam de somar, cada um, pelo menos 40 por cento dos votos. Por que fizeram isto? Para que o Partido Socialista esvaziasse os partidos à sua esquerda (como aconteceu) e o PSD fosse invadido pelo nazi Chega e o partido de extrema-direita Iniciativa Liberal, como também aconteceu. Ainda tiveram um bónus, o CDS não teve votos para eleger deputados. Limpinho.
Os votos do círculo da Europa foram para o lixo e a brincadeira foi parar ao Tribunal. Votos iguais do círculo de fora da Europa foram contados e validados. Uma limpeza. Mensagens subliminares (práticas absolutamente proibidas) difundidas nos meios audiovisuais completaram a trafulhice. Até o Tio Célito alinhou. Uma limpeza. Os donos das sondagens e dos sondadores, escrutinados os votos, explicaram o que tinha acontecido para se enganarem tão redondamente. Nem pensem que assumiram as aldrabices. Nada disso. A culpa foi dos eleitores.
O João Soares, filho daquele senhor que conluiado com a CIA fez tudo para destruir Angola antes da Independência Nacional, também veio dizer que é preciso evitar a batota das eleições de 2017. Qual foi a batota? Os eleitores angolanos ainda não se esqueceram dos turistas da Jamba, comilonas e comilões dos diamantes de sangue da UNITA. Ainda não se esqueceram das fogueiras da Jamba. Ainda não se esqueceram da Senhora Savimbi enterrada viva no buraco do jimbo.
Ainda não se esqueceram dos generais do Galo Negro mortos com pauladas na cabeça. Ainda não se esqueceram das mortes de civis inocentes, entre 1992 e 2002, muitos da própria UNITA. Ainda não se esqueceram de que foram obrigados a deixar as suas casas e as suas terras, para não serem assassinados pelos bandos do criminoso de guerra Jonas Savimbi. E enquanto não esquecerem, não há votos.
Hitler morreu num dia qualquer de um mês qualquer de qualquer ano. Ninguém sabe e ainda bem. Por isso, os nazis só podem comemorar a data do seu nascimento. Mas não é com apitos e fanfarras. Também não podem ir em romagem de saudade ao seu túmulo porque ele desapareceu para sempre. Na Alemanha, sucessivos governos criaram um rigoroso cordão sanitário aos nazis. Eles concorrem a eleições mas ou têm votos para governar sozinhos ou não vão para o poder. Ninguém fala com eles, ninguém negoceia.
Em Portugal, o PSD, logo à primeira eleição estendeu a mão aos nazis do partido Chega. Chamaram-nos para o governo da região autónima dos Açores. É isto que querem os savimbistas Vítor Ramalho e João Soares em Angola? Estão muito enganados. Tiveram a sua oportunidade com o Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) mas cuspiram no prato e bateram com a porta. Queriam o poder todo. Ainda querem. Depois dos fascistas e colonialistas portugueses, com os quais o criminoso de guerra Jonas Savimbi se conluiou para combater o MPLA, os angolanos alguma vez vão aceitar repetir a dose? UNITA, jamais!
Os angolanos suportaram uma guerra particularmente sangrenta e destrutiva em defesa da Soberania Nacional e a Integridade Territorial, contra os nazis racistas de Pretória. A UNITA combateu fraternalmente ao lado dos agressores, contra o seu próprio povo. Os angolanos alguma vez vão votar nos que dispararam contra eles, sob a bandeira da África do Sul do apartheid? UNITA, nunca mais.
No dia 22 de Fevereiro, estava eu
a respirar pessimamente e cansado só de estar vivo, decorreu o vigésimo
aniversário da morte do criminoso de guerra Jonas Savimbi. Não fui capaz de
escrever. Mas escrevo agora. Sendo um criminoso, ele e todos os que lhe
seguiram os passos belicistas, o caso era de polícia. Mas como as forças da
ordem não podiam, sozinhas, capturar os foras da lei, as Forças Armadas
Angolanas ajudaram. Perseguiram impiedosamente os criminosos e agarraram-nos.
Savimbi não morreu
O engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior foi ao Andulo, no dia 22 de Fevereiro de 2022, homenagear o assassino cruel Jonas Savimbi. Desfez-se em elogios para com aquele que atirou com as elites femininas da UNITA (elites femininas angolanas, nunca se esqueçam!) para as fogueiras da Jamba. O marginal que abusou sexualmente de meninas e até das esposas dos seus colegas de seita.
Savimbi assassinou cruelmente Wilson dos Santos, que conheci quando fazia parte do Governo de Transição. Disse-lhe que o seu chefe tinha combatido ao lado dos colonialistas portugueses contra o Povo Angolano. Não acreditou e até ficou zangado. Mostrei-lhes as cartas que provam a traição. Ficou perturbado e disse-me que eram forjadas. Se tivesse acreditado em mim, provavelmente ainda estava vivo. Na época ele tinha deixado os estudos universitários para se dedicar a tempo inteiro à causa da Independência Nacional. Hoje tanto faz que os da seita UNITA acreditem ou não. O criminoso de guerra Savimbi já não vai queimar mais mulheres e crianças vivas nem matar generais do Galo Negro com pauladas na cabeça.
Jonas Savimbi e os seus parceiros da direcção da UNITA são criminosos de guerra mas foram todos amnistiados por quem tinha poderes para tal. Fizeram muito mal ao Povo Angolano. Savimbi bateu Hitler aos pontos em bestialidade e fúria assassina. Como os da sua seita se atrevem a homenagear quem semeou a morte, o luto e a destruição em Angola? Os titulares dos órgãos de soberania angolanos ainda vão a tempo de criar o cordão sanitário que coloque os nazis savimbistas no seu lugar. Amnistiados não quer dizer livres para repetirem os crimes que cometeram desde 1966 e particularmente entre 1992 e 2002. Basta!
Alcides Sakala, além de criminoso de guerra amnistiado é um leproso moral em estado terminal. Não merece um átomo do ar que respira. As Forças Armadas Angolanas salvaram-lhe a vida quando estava prestes a morrer de fome, inanição e crivado de piolhos. Ficou um piolhoso mental. O órgão oficial da UNITA (agência noticiosa Lusa) foi entrevistá-lo a propósito da morte de Savimbi. O que ele disse! Publicou um livro de mentiras (ele chama-lhe memórias) onde entre outras barbaridades diz que “a direcção da UNITA é que mandou queimar as bruxas da Jamba”. Não foi Savimbi, foi a direcção. E para este canalha inveterado, as vítimas são “bruxas”. Este energúmeno insanável é deputado na Assembleia Nacional!
Alcides Sakala diz que Jonas Savimbi “deixou um grande legado histórico para Angola, África e o mundo, com a contribuição que deu para esta luta que terminou, praticamente, com a União Soviética. Dr. Savimbi contribuiu para o fim da União Soviética na luta que ele fez aqui em Angola”. o legado de Jonas Savimbi “é hoje reconhecido pela nova geração”. Nova geração de aspirantes a assassinos e criminosos de guerra, digo eu.
Por fim, este piolhoso mental vem com as mentiras do costume: “Em 2001, o Dr. Jonas Savimbi queria um cessar-fogo”. O bandido queria ser considerado pessoa de bem! Rasgou o Acordo de Bicesse. Rejeitou o Protocolo de Lusaka e mandou enterrar viva a Senhora Savimbi porque ela lhe pediu que aceitasse o cargo de vice-presidente da República e depusesse as armas. Enquanto os seus homens negociavam em Lusaka, ele recebia no Bailundo e no Andulo toneladas de armamento para fazer a guerra. Mas segundo o piolhoso Alcides Sakala ele queria o cessar-fogo!
As tropas da Federação Russa avançaram para a Ucrânia, um estado dominado pelos nazis. O Presidente Putin esperou anos e anos que as autoridades de Kiev parassem com o genocídio de russos no Leste do país. Desmantelar o poder nazi é fundamental. Quando as autoridades angolanas perdem a paciência e, no mínimo, traçam linhas vermelhas aos nazis da UNITA? Ontem já era tarde.
O mundo avança para o nazismo com o apoio do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e outras potências ocidentais. Um exemplo que tem muito de caricato. A União Europeia decidiu cortar os fundos à Polónia porque o seu governo não é democrático. Mas os EUA estão a instalar-se na Polónia para apoiarem os nazis de Kiev! Hungria, Roménia, Lituânia, Estónia e Letónia são estados nazis e da NATO! Alguém tem de travar esta onda avassaladora de genocidas.
Essa deve ser a grande bandeira do MPLA: A seita nazi da UNITA no aterro sanitário dos Mulenvos!
Por fim, uma correcção necessária para não continuarem a enganar as novas gerações. O criminoso Jonas Savimbi quando teve o último confronto com as autoridades na qualidade de fora da lei e morreu, foi levado numa aeronave para a cidade do Luena. O Governo Provincial e o alto comando das FAA na Região encomendaram uma urna e foi organizado um cortejo fúnebre entre o aeroporto e o cemitério municipal. Jovens tentaram apoderar-se do caixão para exibirem o corpo do criminoso. As FAA não consentiram.
As autoridades locais arranjaram um pastor da igreja de Savimbi e ao enterro assistiu, entre outros, a esposa que o acompanhava e ficou ligeiramente ferida. A campa tinha uma lápide e foi revestida de mármore. Chegou ao conhecimento das autoridades que um grupo de jovens queria profanar a sepultura, desenterrar o corpo e exibi-lo nas ruas de Luena. Foi montado um acampamento de agentes da Polícia Nacional à porta do cemitério municipal do Luena, para que ninguém profanasse a sepultura.
É mentira que o criminoso de guerra tenha sido sepultado num lugar secreto. E que o funeral foi feito às escondidas. Mentira. Mas a esposa de Savimbi, que assistiu às exéquias fúnebres, sabe que é mentira e não desmentiu nada. Não é capaz de honrar aqueles que lhe salvaram a vida, apesar de acompanhar o fora da lei. Prefere alinhar nas aldrabices da seita.
As maninhas e os maninhos não podem mentir? Podem. Mas nós podemos e devemos barrar o acesso ao poder a todas e todos os mentirosos. Os sicários da UNITA podem ser nazis? Podem. Mas as e os democratas têm o dever sagrado de combater o nazismo até à sua última gota de sangue.
Os nazis da UNITA podem chegar ao poder em Angola? Podem. Mas os eleitores que os colocaram na Assembleia Nacional, nas eleições de Agosto, têm de pensar duas vezes antes de lhes darem o estatuto de democratas. Porque são nazis insanáveis e com o nazismo nenhum povo do mundo é livre. Os angolanos deram à liberdade uma grandeza que mais nenhum povo do mundo deu. Têm especiais responsabilidades no combate aos nazis da UNITA.
Depois de uma gripezinha à Bolsonaro, estou a respirar melhor. Contem comigo para o que der e vier.
* Jornalista
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