Moon of Alabama [*]
Os militares da Rússia lançaram uma operação para desarmar e, possivelmente, mudar o regime na Ucrânia.
Compreendo porque a Rússia está a fazer isto – ou ataca agora ou se defende mais tarde com muito mais baixas e o perigo de uma derrota total.
Esperava, no entanto, que encontrasse outros métodos para proteger a Rússia de novas agressões da NATO.
Em 2014, os EUA instigaram uma mudança de regime em Kiev e desde então controlam o governo ucraniano. Construiram a Ucrânia como uma base para estrangular a Rússia económica e militarmente.
Durante os últimos dois séculos, a Rússia teve de se defender, com baixas horríveis, contra duas enormes invasões do Ocidente. É compreensível que não queira repetir tais experiências.
É difícil perceber qual é o final planeado para esta operação. Onde é que ela vai parar?
Ao olhar para este mapa, acredito que o estado final mais vantajoso para a Rússia seria a criação de um novo país independente, chamado Novorussiya, nas terras a leste do Dnieper e a sul ao longo da costa que detém uma população maioritariamente de etnia russa e que, em 1922, fora anexada à Ucrânia por Lenine. Esse Estado estaria política, cultural e militarmente alinhado com a Rússia.
Esta solução eliminaria o acesso ucraniano ao Mar Negro e criaria uma ponte terrestre em direcção à Transnístria, a região separatista moldava, que se encontra sob protecção russa.
O resto da Ucrânia seria uma terra confinada, na sua maior parte um estado agrícola, desarmada e demasiado pobre para constituir uma nova ameaça à Rússia nos tempos mais próximos. Politicamente, seria dominada pelos fascistas da Galiza, o que se tornaria então um grande problema para a União Europeia.
Graças às adições de Estaline à Ucrânia, três países – Polónia, Hungria e Roménia – têm reivindicações a certas áreas nas regiões ocidentais da Ucrânia. Se eles quiserem voltar a apanhá-las, provavelmente será agora a melhor altura para o fazerem. Apesar de fazerem parte da NATO, que provavelmente não apoiaria tais iniciativas, esses três países terão dificuldades políticas internas para resistir a esse impulso.
Espero um combate agudo mas breve que destrua as capacidades militares da Ucrânia, mas cause o mínimo de baixas e outros danos possíveis.
É triste que os países da NATO, incluindo o meu [Alemanha], não tenham tido a coragem de fazer as concessões necessárias para impedir que isto acontecesse.
Actualização: O discurso de Putin ontem à noite (versão inglesa) explica porque tudo isto está a acontecer.
24/Fevereiro/2022
Ver também:
NATO Expansion: What Gorbachev Heard , National Security Archive
Statement on the Russian Invasion of Ukraine, KKE
Sobre os recentes desenvolvimentos no Leste da Europa, PCP
[*] Editado por Bernard.
O original encontra-se em www.moonofalabama.org/
Este artigo encontra-se em resistir.
Na imagem: Nazis ucranianos do AZOV
O Batalhão de Azov (em ucraniano: Полк Азов) é uma organização paramilitar atualmente ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia criado em 2014 durante os protestos da Euromaidan.
Originalmente fundado como um grupo paramilitar voluntário, o grupo é acusado de ser uma organização neonazista e neofascista,[1] além de ter envolvimento em vários casos de abusos de direitos humanos e crimes de guerra na Guerra civil no leste da Ucrânia, principalmente em casos de torturas, estupros, saques, limpeza étnica e perseguição de minorias como homossexuais, judeus e russos. (Wikipédia)
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