Em reunião da Confederação Europeia dos Sindicatos e foi apoiada pelo central nacionalista basca.
No passado dia 27 de Fevereiro, numa reunião, online, da Confederação Europeia
dos Sindicatos (CES), a CGTP-IN absteve-se de votar uma moção de condenação da
invasão militar russa da Ucrânia, nomeadamente por considerar que todas as
sanções à margem das Nações Unidas são ilegais.
“A CGTP-IN condena a guerra e defende um diálogo político que possa levar a uma
solução pacífica”, começa por afirmar a central sindical portuguesa, em
comunicação à CES aquando da discussão da moção. “Opomo-nos a todo o tipo de
sanções fora do âmbito das Nações Unidas, as sanções unilaterais são ilegais e afectarão os trabalhadores e o povo da Rússia e não a sua oligarquia capitalista”, continuou.
“Opomo-nos”, salientou a central, “à entrega de armas que levará a mais guerra”. Por fim, a CGTP anunciou um calendário. “Na próxima semana teremos acções com o movimento português para a paz para apoiar uma solução pacífica”, concluiu.
A abstenção da central sindical portuguesa só foi acompanhada pela central sindical nacionalista do País Basco, ELA STV.
Em causa estava uma resolução da Confederação Europeia dos Sindicatos que pugnava por aumentar a pressão sobre Vladimir Putin e o seu Governo, “com todas as formas de sanções extensíveis à Rússia e à Bielorússia.
Os sindicalistas europeus requeriam que fosse providenciado imediato apoio militar defensivo e ajuda financeira, exigia o estabelecimento de corredores humanitários para os refugiados e garantias de segurança para as fronteiras dos países expostos à operação militar russa.
Em resposta a perguntas enviadas pelo PÚBLICO, a CGTP-IN “esclarece que se absteve na resolução porque, apesar de acompanhar preocupações contidas na mesma, considera a necessidade de serem tomadas acções que promovam a resolução pacífica do conflito”, sublinhando ter sempre reafirmado “que é necessário parar a guerra e dar uma oportunidade à paz”.
Por outro lado, a CGTP “alerta para que as imposições de sanções não param a guerra, têm consequências nefastas para os trabalhadores e o povo, tanto dos países atingidos como de outros, como a experiência de países como o Iraque demonstram”. E “afirma a necessidade de garantir todo o apoio necessário aos refugiados, combatendo todas as demonstrações de racismo e xenofobia e reforça a necessidade de se prestar todo o apoio humanitário necessário para fazer frente às dificuldades que as populações estão a sofrer, na Ucrânia e países vizinhos”.
Notícia actualizada com as respostas enviadas pela CGTP
Nuno Ribeiro | Público
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