quarta-feira, 20 de abril de 2022

Portugal | PCP NÃO VAI ESTAR PRESENTE NO DISCURSO DE ZELENSKY

Com esta tomada de posição, o PCP é o único partido a não assistir ao discurso do presidente ucraniano, que terá lugar esta quinta-feira, pelas 17h. Na ótica do partido, participar na sessão é alinhar "com a participação de alguém que personifica poder xenófobo e belicista".

Depois do impasse, a confirmação: o PCP não vai estar presente durante a sessão solene que vai acontecer esta quinta-feira à tarde na Assembleia da República, na qual Volodymyr Zelensky se vai dirigir aos deputados. Segundo a responsável, esta é uma "sessão concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra".

A decisão foi comunicada na tarde desta quarta-feira pela líder parlamentar comunista, Paula Santos, que justificou a posição do partido com o não alinhar "com a participação de alguém que personifica poder xenófobo e belicista". Na perspetiva da líder parlamentar do PCP, "a Assembleia da República é um órgão de soberania e não pode ser instrumentalizada nem um palco para contribuir para a escalada da guerra". De acordo com Paula Santos, "este é um convite feito à margem dos critérios institucionais", que contribui para a escalada de tensão e de confrontação no país.

Além disso, explica, na perspetiva do partido, "a Ucrânia tenta branquear partidos neonazis ao mesmo tempo que proíbe partidos antifascistas". Este poder, defende a líder parlamentar do PCP, "desde há oito anos que ataca e massacra a própria população ucraniana e persegue e elimina quem se lhe opõe" e que, atira o partido, "ao mesmo tempo enaltece os colaboracionistas das SS nazis na Segunda Guerra Mundial e branqueia as suas atrocidades cometidas contra as populações da Ucrânia e da Polónia".

Na conferência de imprensa, a responsável comunista explicou também que o caminho para a paz deve ser "o contrário do que está a ser feito", insistindo numa "solução negociada e pacífica" para o conflito. Isto significa que, na ótica do partido, as sanções que têm sido impostas pelos países não são o rumo certo. As consequências para os povos da Europa, diz, já se começam a fazer sentir mesmo "no nosso país".

Rui Miguel Godinho | Diário de Notícias

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