sábado, 21 de maio de 2022

PORTUGAL QUER A NATO (ou OTAN) EM ÁFRICA

Artur Queiroz*, Luanda

É oficial. António Costa, primeiro-ministro português, disse na Polónia que a OTAN (ou NATO) tem de alargar o seu campo de actuação a 360 graus. E sobretudo “precisa de ter muito cuidado com África porque os russos não só são uma ameaça mas já estão presentes”. O patrão Biden mandou-o falar e ele bufou. Tudo o que seja cair no ridículo, os patrões põem os políticos portugueses a fazer esse triste papel. No meu programa de ajuda humanitária a elites portuguesas corruptas e analfabetas, informo o líder socialista que o regime racista de Pretória caiu há muito tempo e os seus sócios dos diamantes de sangue já não andam a lutar contra cubanos e russos. Se oriente, rapaz!

O primeiro-ministro português também mandou um recado a Zelensky. Calma aí, a Ucrânia não vai entrar imediatamente na União Europeia. À frente estão os países dos Balcãs. E Portugal, nunca se esqueçam, esteve nove anos à espera de entrar para o clube dos ricos e começou como servente de pedreiro e não como criado de quarto da Úrsula. Então o que sobra para a Ucrânia? O filho do meu amigo Orlando Costa, comunista consequente e inquebrável, dá a resposta: Estarmos todos unidos na União Europeia e ajudarmos a reconstruir o país. Muito bem. Um aviso: Depois de Bicesse, o governo angolano começou a reconstruir o país e dois anos depois o seu kamba Savimbi partiu tudo o que foi reconstruído. Nada de pressas.

António Costa anunciou, orgulhoso, que Portugal vai despachar 50 milhões de euros para a Polónia em ajuda humanitária. À mesma hora, nas ruas de Lisboa, funcionários públicos e os trabalhadores da administração local manifestavam-se contra o seu governo. Eles querem 90 euros de aumento salarial. Costinha recusa.  

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa, em Díli, comentou a expulsão de quatro empregados da embaixada de Portugal em Moscovo e um diplomata. O pessoal ficou reduzido a metade. Nada se grave! Disse o simpático titio: Nós expulsámos dez russos. Eles, só metade. Ainda ninguém disse ao Tio Célito que Portugal só tinha dez funcionários incluindo os diplomatas. Se a federação Russa quisesse expulsar tantos portugueses como russos foram expulsos, tinha de ir no pacote a senhora embaixadora. Só ficavam os namorados ou namoradas, se existissem.

Muitos países da União Europeia não cometeram essa estupidez de expulsar diplomatas russos. Portugal tinha na embaixada de Moscovo apenas dez funcionários. E expulsou de Lisboa dez diplomatas russos. Se a resposta fosse igual, a embaixada em Moscovo fechava. Irresponsabilidade ou rastejando aos pés dos donos? Seja qual for a resposta, é muito mau. Tio Célito, não engane os portugueses que lhe confiaram o voto!

Desde a operação russa na Ucrânia, os preços de produtos alimentares e combustíveis subiram em flecha. No Egipto, principal importador africano de serais russos e ucranianos, os preços aumentaram 25% em menos de dois meses. O senhor António Guterres diz que os cereais retidos nos portos ucranianos vão causar fome no mundo. E pede que os navios possam zarpar. O secretário-geral da ONU está careca e pançudo de saber que os navios não estão retidos. Podem sair quando quiserem. 

O problema é que os ucranianos semearam minas por tudo quanto é mar. Zelensky recebeu ordens dos donos para minar os portos e os canais de navegação. Muitas minas já andam a navegar, sendo um perigo para o tráfego marítimo. Nos portos ucranianos estão 75 navios de 17 países à espera de condições para partir. E as minas? Se o Zelensky for retirá-las em vez de fazer teatro ante as câmaras, os grãos chegam aos seus destinos. Não culpem os russos! Não mintam. Não transformem propaganda rasteira em notícias.

Por falar em Zelensky, é hora de lembrar que os seus donos puseram-no a prometer, durante as eleições, que com ele a Ucrânia ia aderir à União Europeia e à OTAN (ou NATO). Mas a promessa que colheu mais votos foi esta: “Se eu ganhar as eleições vou acabar com a guerra civil no Donbass”. Na OTAN (ou NATO) não entra. Na União Europeia, entra no dia de São Nunca, à tardinha. A guerra civil no Donbass atingiu um nível dramático. 

Zelensky arrastou o país para uma tragédia sem nome. Causou milhões de refugiados e deslocados. E acreditando nas suas próprias palavras “a vitória na guerra vai custar dezenas de milhares de vidas”. Ninguém quer analisar o desempenho deste mago da política? Coisa estranha. 

Nunca um político fez tanto mal ao seu povo em tão pouco tempo. O Savimbi fez pior, mas em mais anos e em várias etapas. Matou mais gente e causou mais refugiados e deslocados. Curiosamente, tinham os mesmos amigos: EUA, OTAN (ou NATO) e União Europeia, sobretudo Portugal. Por isso, na rebelião pós eleitoral, em 1992, os ucranianos fizeram o papel dos antigos sócios do Galo Negro.

Inglória à Ucrânia! Um clube de striptise de Las Vegas pôs um anúncio para recrutar meninas ucranianas fugidas da guerra. O anúncio foi colocado pela “Litle Darlings”. Oferece às concorrentes dança, música e “uma sociedade de homens muito generosos”. As Máfias de Leste a trabalhar em grande! O Zelensky a facturar. A família Biden não perde tudo com a Ucrânia.

Assim vai o mundo fantástico das democracias liberais que é preciso preservar a todo o custo. Mas desta vez, o preço é elevadíssimo. Notícia de última hora. O dólar e o euro caíram e o rublo valorizou estrondosamente, graças às sanções, sanções, sanções. Em Moscovo já se fala em cortar definitivamente os fornecimentos de petróleo e gás aos países da União Europeia e da OTAN (ou NATO).Sem comida para as pessoas e combustíveis para as máquinas, aos países ocidentais só resta a droga e a prostituição. Inglória à Ucrânia. Viva o Zekensky! 

*Jornalista

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