sexta-feira, 24 de junho de 2022

A LIBERTAÇÃO QUE PASSA PELA DESMILITARIZAÇÃO E A DESNAZIFICAÇÃO

QUATRO MESES DEPOIS DO INÍCIO DA LIBERTAÇÃO DO DONBASS!

Martinho Júnior, Luanda

A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA

Enquanto “o ocidente” (antes “comunidade internacional”), melhor a aristocracia financeira mundial inserida na hegemonia unipolar e suas oligarquias vassalas, se masturba em russofobia, em inqualificável “apartheid global” e em propaganda sem fim ao estilo de Goebels, entre os muitos acontecimentos que vão ocorrendo nos vários tabuleiros da dialética tensão unipolar-multilateral, desenvolve-se o tabuleiro do Donbass, inerente à mudança de paradigma…

Nesse tabuleiro-mapa do terreno, as Forças Armadas da Ucrânia estão a ser trituradas pelos dentes dum gigantesco tubarão!

É cada vez mais difícil aos promotores da propaganda liberal-nazi, tapar o sol com a peneira em relação ao Donbass, cuja libertação em curso se exprime por mais de 125.000 km2 de território libertado, correspondente, vai a caminho, a quase 1/4 do território ucraniano.

A meia-lua dos dispositivos operativo-libertários, com eixo central dos maxilares compressores da boca nas regiões das Repúblicas Populares de Lugansk e de Donetsk, assim como na Crimeia, clarifica-se num sistema de linhas em grelha:

A Ucrânia tenta explorar as suas posições mediante uma lógica que cumpre com uma disseminação de forças ao longo de paralelos e as forças libertadoras exploram a energia libertária em função dos meridianos regionais comprimindo o miolo, desde logo pela tomada das estradas de sentido norte-sul, alvo prioritário da artilharia e dos mísseis, tal como as estações ferroviárias…

Essa explicação deriva do facto dos ukronazis terem amassado efectivos estimados em mais de 150.000 homens no leste, por que tinham a perspectiva (a missão) de tomar pela força o Donbass, ameaçando directamente as cidades de Lugansk e de Donetsk e também o território da Federação Russa na direcção de Rostov do Don, imediatamente antes de 24 de Fevereiro de 2022.

A “Operação Especial” decidida pela Federação Russa, preveniu a escalada multidimensional acicatada pelos Estados Unidos e o zombi híbrido UE/NATO, pelo que agora são, esses efectivos colocados no terreno, cada vez mais desgastados e sem possibilidade de fazerem grandes movimentos (se o fizerem sujeitam-se ao fogo de artilharia e de mísseis, assim como a acções de emboscada e de ataquea com helicópteros e drones, dia e noite).

O conjunto de efectivos ucranianos está a ser triturado pela pressão dos dentes de tubarão, bolsa a bolsa e de forma implacável.

Severodonetsk e Lisichansk eram os pontos mais a leste das linhas em paralelo de implantação das Forças Armadas Ucranianas e dos batalhões neonazis criados a partir das redes stay behind inspiradas por Stepan Bandera, linhas essas criadas desde 2014.

Correspondiam a uma concepção ofensiva no teatro de operações que foi criada ao longo de 8 anos desde o golpe de estado da Praça Maidan e os efectivos não estavam de forma alguma preparados para uma “Operação Especial” contrária desta natureza e com as capacidades que a Federação Russa detém, em termos de ordem cívico-militar, para alguns em termos de “guerra híbrida”.

As bolsas foram criadas nas linhas dos paralelos oeste-leste e em profundidade, a leste do rio Dniepr pelo que os efectivos ukronazis estão a ser um a um cercados, até à completa neutralização: se não se renderem arriscam-se a ser completamente aniquilados pela força das armas.

A ordem do regime de Kiev para os efectivos cercados na fábrica de Azot em Severodonetsk abandonarem as posições já chegou tarde demais.

Além da bolsa de Severodonetsk-Lisichansk (mais de 2.500 efectivos apanhados na armadilha de Azot), eclodiram outras como a que se formou em Gorsky e Zolote (cerca de 2.000 efectivos cercados), ontem dada como completamente isolada, pronta para a asfixia da boca do tubarão até à rendição, ou ao completo aniquilamento.

Nos próximos dias esperam-se rendições em massa, também por que as tropas ucranianas enfrentam múltiplos problemas internos neste momento insolúveis: além de sucessivas rupturas da cadeia de comando, estão com cada vez menos oficiais no terreno, por abandono de suas unidades, muitas delas agora desamparadamente entregues a si próprias.

Os dentes de tubarão, segundo a concepção do cerco às cidades a partir do campo, tiram partido das “aptidões” ukronazis voltando-as contra os próprios: por via da tendência de utilizar civis como escudos humanos e edifícios civis para a colocação de suas unidades (à maneira do que os terroristas fizeram na Síria) e por que a aproximação das forças da libertação é lenta, criteriosa e metódica, permite que os seus habitantes abandonem as cidades antes da refrega final, quando se atinge o ponto crítico do cerco e estrangulamento, conforme aliás o que ocorreu em Mariupol.

Revertendo-se essa tática contra os ukronazis, o cuidado da libertação vai garantindo cada vez mais aderência das comunidades, desejosas de se verem livres da tantos e tão prolongados constrangimentos e sofrimentos.

Se o regime golpista de Kiev não ordenar a saída de todo o Donbass dos efectivos que lá colocou, mesmo que envie reforços está a condená-los a uma penosa e inglória derrota que ficará indelevelmente marcada na memória da libertação em curso!

Depois dessas bolsas, as forças libertárias têm outras em perspectiva mais para oeste do actual campo de manobra principal: Slaviansk, Kramatorsk e Bakmut (rota com sentido norte-sul entre a já tomada Izium, a norte e a cidade de Donetsk, a sul); essas três localidades estão já sob a mira dos dentes de tubarão, assim como a fortaleza criada em Avdiivka, de onde os ukronazis continuam diariamente a bombardear a cidade de Donetsk e a provocar baixas civis.

As rodovias de ligação norte-sul servem de linhas de força para a compressão em profundidade, cortando sempre as rotas da logística das forças ukronazis que se distendem desde o oeste, sujeitas a constante pressão por bombardeamentos inteligentes de artilharia e mísseis das forças aeroespaciais e navais (frota do Mar Negro).

Se a Federação Russa lançar mais efectivos e meios, em reforço do número limitado que tem levado a cabo a “Operação Especial”, a trituração distenderá a malha do seu alcance e é um sinal evidente que a libertação pode passar a curto prazo do Donbass ao território da Nova Rússia, possivelmente até à Transnístria, (tendo ainda em conta a tipologia das provocações do zombi UE/NATO em curso).

Indícios táticos dessa progressão que se pode desenhar particularmente a partir do 6º mês do esforço da libertação, são os que ocorrem a oeste de Kherson, incidindo sobre as regiões de Mikolaiv e Odessa, até à Transnístria (leste da Moldávia).

Se isso ocorrer um dos aspectos da alteração tático-estratégica (mudança de paradigma), será o da Ucrânia ficar sem acesso ao Mar Negro e o território russo da Crimeia deixar de ter ameaças tão gravosas vindas por mar, ou por terra.

O objectivo russo que se desenha com a progressão da libertação dos ukronazis, ocorre também no Mar Negro e uma sua expressão são os episódios sucessivos de domínio sobre a pequena Ilha das Serpentes, contra todas as desastradas tentativas de assalto até agora feitas a partir de Odessa e de Mikolaiv.

O espaço multilateral no Mar Negro, se a Ucrânia perder os portos a oeste da Crimeia (Mikolaiv, Ochakiv e Odessa), atendendo à plasticidade da Turquia em relação às correntes conjunturas internacionais, ficará dominante (é cada vez mais de levar em linha de conta que a Turquia está a ser muito mais atraída à esfera de influência da arquitectura asiática propícia ao multilateralismo que ao enquadramento na unipolaridade ao sabor do zombi-híbrido UE/NATO, de curtos horizontes mentais, físico-geográficos, económicos e financeiros).

Por fim, com os avanços táticos no terreno, alguns mercenários vão sendo capturados e entre eles dois britânicos e dois estado-unidenses; os britânicos foram julgados e condenados à morte por um Tribunal de Donetsk e as tentativas que foram feitas por parte dos europeus para a comutação da pena acabam por não ter destinatário: “o ocidente” além de excluir a Federação Russa na sua tentativa para se encontrar uma segurança comum, nunca reconheceram as Repúblicas Populares e fazem como que elas jamais tivessem existido…

Como para “o ocidente” de tendência liberal-nazi as Repúblicas Populares do Donbass jamais existiram, agora é impossível tê-las como interlocutores e os mercenários detidos nas frentes de combate, acabam marcar a pesada factura que, sobretudo pela via económica e financeira, as oligarquias vassalas europeias do “hegemon” unipolar já começaram a pagar!

Quanto mais tarde a Europa fizer a descolonização mental, mais pesada será a factura de suas obcecadas oligarquias liberais-nazis e mais os povos europeus se empenharão na sua própria libertação no âmbito da mudança de paradigma que cada vez mais se conforma como um não retorno para a hegemonia unipolar!

O que se iniciou em França em função dos pleitos eleitorais deste ano, vai-se inexoravelmente alargar a toda a Europa, com ou sem o artifício da União Europeia, com ou sem o artifício da Organização do Tratado do Atlântico Norte!...

Círculo 4F, Martinho Júnior, 24 de Junho de 2022

Mapas extraídos do South Front, que diariamente dá conta da evolução da libertação do Donbass dos ukronazis – https://southfront.org/  

- 01 – 3 de Maio de 2022 (anotação da acção do movimento de libertação no terreno segundo as linhas meridionais);

02 – 21 de Junho de 2022 (anotação da formação de bolsas em vias de asfixia nas frentes do Donbass).

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