Artur Queiroz*, Luanda
Novembro é o mês da liberdade e da reconquista da dignidade de todo um povo. Para acontecer a Independência Nacional foi preciso derrotar os invasores estrangeiros e seus aliados internos. Foram derrotados em Cabinda, em Kifangondo e todo o Norte de Angola. No Ebo, em toda a Região Centro e no Leste de Angola. Nas imensas terras do Sul, da Cahama ao Ruacaná. Nos pântanos e nas chanas do Cuando Cubango. No Triângulo do Tumpo. Fugiram apavorados sob a perseguição implacável dos angolanos em armas.
Este Novembro vai ser um aniversário diferente. Porque é o primeiro do segundo mandato do Presidente João Lourenço. É o primeiro sem a presença do Presidente José Eduardo dos Santos, o construtor da Angola que temos. Arquitecto da Paz que merecemos e pela qual tanto lutámos. O próximo 11 de Novembro vai ser o culminar da festa do nosso Hino, da nossa Bandeira. Vamos viver o Hino Nacional palavra a palavra, estrofe a estrofe, acorde a acorde.
Minhas amigas. Meus amigos. Minhas camaradas. Meus camaradas. De 24 de Agosto a a11 de Novembro vamos entoar o nosso Hino para nós, para embalar os nossos filhos na esteira da liberdade, para cantarmos amor. Vamos desfraldar a nossa Bandeira nos corações. Vamos honrar o nosso MPLA. També porque este é o primeiro Novembro que festejamos sem o Presidente José Eduardo dos Santos. Novembro eterno da Independência Nacional e de todos os Heróis que enfrentaram os invasores e os destroçaram.
As angolanas e os angolanos têm todos os motivos para se orgulharem do passado, dos que libertaram Angola do colonialismo e de todos os invasores estrangeiros. Essa gesta heroica não é para ser esquecida ou ignorada em nome seja do que for.
A reconciliação nacional só pode ser feita em nome dos nossos Heróis. Não há reconciliação possível enquanto não honrarmos todos os que se bateram pela libertação da Pátria. Vamos fazer do 24 de Agosto o Dia Primeiro da Festa Especial do 11 de Novembro.
Até lá cantemos o Hino Nacional. Vamos viver cada dia, cada semana, cada mês, como se fosse o tempo de todas as nossas vidas presentes e passadas. O hino das vidas que hão-de vir. Hino dos nossos antepassados, desde o primeiro grito de revolta, o primeiro combate pela liberdade. Todos unidos, continuaremos a ser imbatíveis.
As nossas divergências são salutares. É na divergência e até na dissidência que se fortalece a democracia. Mas ninguém pode colocar no mesmo plano os Heróis que libertaram a Pátria e os que aceitaram “embeber-se” em exércitos estrangeiros, invasores, que tinham como missão fazer de Angola um quintal de Mobutu ou um bantustão dos racistas da África do Sul.
Os Heróis Nacionais mostraram a sua fibra e o seu patriotismo no Ntó (Cabinda), em Kifangondo, no Ebo, em Catengue, no Balombo, no Huambo, nas imensas terras do Leste, no Triângulo do Tumpo, à vista do Cuito Cuanavale. Na Cahama, no Ruacaná.
E para que a reconciliação nacional seja uma realidade, todos temos que honrá-los. A História de Angola tem em cada página um hino à liberdade. Não podemos escrever outras linhas e outras páginas, sobe pena de trairmos o passado e o presente. De inviabilizarmos o futuro. Este é o tempo do Hino Nacional. Da Bandeira, aquela que foi içada por Imperial, o rosto e corpo inteiro dos Heróis do 4 de Fevereiro a eterna matriz revolucionária do Povo Angolano.
O nosso Hino é o MPLA. Angola é a nossa Bandeira.
*Jornalista
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