sábado, 2 de julho de 2022

OS ASSASSINOS DE LUMUMBA E A MORTE DO JORNALISMO

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje o que restava do nosso Patrice Lumumba, um dente, foi enterrado na sua pátria. Os colonialistas belgas fizeram-nos esse favor. Devemos ajoelhar-nos a seus pés por permitirem que um líder africano repouse entre a sua gente. Como o meu negócio não é ossadas (isso é com o sinistro Francisco) vou recordar como ele foi morto.

Mobutu, apoiado pelos belgas e por Washington, comandou um golpe de estado que depôs o então primeiro-ministro Patrice Lumumba. Esteve apenas 12 semanas no cargo. Ficou sob custódia de Capacetes Azuis da ONU. Ao tentar fugir dos seus captores, foi preso e torturado em Stanleyville. Depois foi levado para Lubumbashi e em Janeiro de 1961 foi fuzilado às ordens directas dos governos da Bélgica, EUA e, soube-se mais tarde, do Reino Unido. 

No ano de 2000, uma comissão parlamentar belga concluiu que o governo da Bélgica teve culpa e a responsabilidade moral na morte de Patrice Lumumba. Em 2007, após a desclassificação de documentos secretos da CIA, o governo dos EUA reconheceu que o país se envolveu na destituição de Patrice Lumumba e na sua morte. Em 2013, foram revelados documentos que provam o envolvimento do governo do Reino Unido na deposição e assassinato de Patrice Lumumba. 

Hoje, foi enterrada uma caixinha azul com um dente de Patrice Lumumba. Um polícia belga, após o fuzilamento, arrancou-lhe o dente e guardou-o como recordação. O corpo, segundo afirmou o mesmo polícia belga, foi dissolvido em ácido e dele nada restou. EUA, Reino Unido e Bélgica são as maiores democracias do mundo. Sigam-lhes o exemplo.

O jornal “Expresso”, especialista em notícias falsas, publicou um texto do seu correspondente em Luanda, Gustavo Costa, que diz o seguinte: “As autoridades angolanas estão já a preparar o funeral de José Eduardo dos Santos. No entanto, as filhas do ex-presidente de Angola não querem que se realize em Luanda”.

Outro instrumento de agressão a Angola, do chefe Balsemão, a SIC, ouviu Maria João Sande Lemos, sobre o estado de saúde do Presidente José Eduardo. Convém explicar que esta declarante era turista da Jamba e ainda é uma activista do lóbi da UNITA em Portugal. Ela erespinga sangue dos diamantes, por todos os poros.

Protegeu uma filha de Jonas Savimbi e Ana Isabel Paulino, que o criminoso de guerra enterrou viva, perto do Bailundo. Também é fundadora do PPD/PSD, um partido amigo de Angola até nos virem as lágrimas aos olhos. Maria João Sande Lemos disse o que os sicários da UNITA não têm coragem de dizer, mas pensam: “José Eduardo dos Santos foi um péssimo presidente e um ditador no seu pior”.  Assim pensa Adalberto da Costa Júnior e seus capangas.

Judite de Sousa, agente da CNN Portugal, disse isto: “José Eduardo dos Santos está em morte cerebral. O que é que isto significa? Significa que, não obstante ter funções cardíacas, o cérebro não funciona mais.” Judite, vendeste a morte do teu filho André à sociedade do espectáculo! És uma desgraçada que mete dó. Nunca conseguiste sair do bairro da Caramila. Continuas a exalar aquele perfume de peixe podre combinado com peidos perpétuos. Deste entrevistas mais entrevistas sobre a morte do teu filho. Sem pudor. Sem respeito por ele nem por ti. Tu estás em morte por putrefacção. A única parte de ti que não apodreceu, é o cérebro. Porque não tens. 

Senhor ministro Tete António! Com o devido respeito venho informá-lo que se não tem nada para dizer, não é obrigado a falar. Foi despachado para Barcelona a fim de se inteirar do estado de saúde do Presidente José Eduardo. Inteirou-se, registou, agiu e ponto final. Quando lhe apontam microfones e câmaras, não é obrigado a falar. Há ocasiões em que o melhor é mesmo ficar calado.

Ao dizer que o Estado Angolano vai pagar as despesas na clínica onde o Presidente José Eduardo está internado é um insulto. Uma agressão. Uma falta de respeito inqualificável e tratando-se do chefe da diplomacia do Executivo de Angola, imperdoável. O Estado tem de pagar as despesas de saúde a todos os seus servidores. A todos os cidadãos. Não é preciso dizer isso aos jornalistas.

Ontem a CNN Portugal, o canal mais acéfalo da CIA, chamou Carlos Rosado de Carvalho para falar do estado de saúde do Presidente José Eduardo. O antigo criado de Balsemão e outros tubarões, disse que a TPA tem que noticiar todos os dias o que se passa com o anterior Chefe de Estado. O que ele foi dizer! Hoje, o seu parceiro de banquete, Ernesto Bartolomeu, lá estava em frente à clínica de Barcelona e disse esta coisa espantosa: “Os angolanos têm que rezar. O que temos de fazer é orar. Angolanos, orem!”. Um banquete de descontracção e estupidez natural.

Vou repetir mais uma vez: O estado de saúde, seja de quem for, não está disponível para a comunicação social. As figuras públicas não são o Miradouro da Lua. Ninguém tem o direito de violar a sua esfera do segredo e a sua história pessoal. Os crimes de abuso de liberdade de imprensa, são, ante do mais, crimes contra os jornalistas. Não matem o Jornalismo coim a mesma sanha assassina com que querem matar o Presidente José Eduardo. 

*Jornalista

OBS: Patrice Lumumba

Ex-primeiro-ministro da República Democrática do Congo

Descrição

Patrice Émery Lumumba, nascido como Élias Okit'Asombo, foi um líder anticolonial e político congolês. Wikipédia

Nascimento: 2 de julho de 1925, Katakokombe

Assassinato: 17 de janeiro de 1961, Lubumbashi, República Democrática do Congo

CônjugePauline Opango (de 1951 a 1961)

FilhosFrançois LumumbaJuliana Amato LumumbaGuy-Patrice LumumbaRoland Lumumba

PaisFrançois Tolenga OtetshimaJulienne Wamato Lomendja (Wikipédia)

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