Hoje é o Dia Mundial do Turismo. Angola tem um grande potencial neste setor, mas a contribuição para a economia ainda é diminuta. Cidadãos pedem mais investimentos.
O turismo é conhecido, mundialmente, como a indústria da paz. Em vários países, é inclusive a principal fonte de receitas. Angola tem um forte potencial no setor - reconhecido internacionalmente - mas a economia do país continua a girar em torno do petróleo e dos diamantes.
Segundo o economista Heitor de Carvalho, nem se sabe muito bem qual o peso do turismo no Produto Interno Bruto (PIB): "O Instituto Nacional de Estatística continua a apresentar o setor do turismo misturado no setor de 'outros serviços', que inclui desde a reparação de automóveis a medicina estética. Não conseguimos distinguir o que é o turismo e o que não é", afirma Heitor de Carvalho em declarações à DW África.
Aposta em "polos turísticos"
Angola continua a ser pouco atrativa como destino turístico, tanto para cidadãos estrangeiros como nacionais. Mas o secretário de Estado do Turismo, Hélder Marcelino, assegura que o Executivo já traçou uma estratégia de desenvolvimento do setor para o próximo quinquénio.
A aposta será no fomento dos chamados "polos turísticos".
"Estou a falar dos polos turísticos de Cabo Ledo, de Okavango, de Kalandula e do Namibe. Portanto, no que diz respeito a atração do investimento privado, quer seja nacional, quer seja estrangeiro, será canalizado prioritariamente para estes perímetros", anunciou o governante.
Jorge Gabriel, empresário do setor hoteleiro, entende, no entanto, que é necessário ir mais longe.
Como atrair mais turistas?
Há muito mais projetos que precisam de estímulos financeiros, segundo Gabriel.
"Há que repensar seriamente os apoios que o setor precisa. De que adianta termos uma cidade bonita, com infraestruturas, e sem movimentação? É preciso apoio para os operadores que não o têm."
Para o economista Heitor de Carvalho, professor na Universidade Lusíada de Angola, é importante que o país faça investimentos, quer na formação de quadros, quer na melhoria das condições de acolhimento para os turistas.
"O turista vem cá gastar o dinheiro dele, tem de ser bem recebido, com festa. Não pode ser recebido por um funcionário arrogante, a pedir os passaportes, nem podemos ter uma hora de espera para receber malas no aeroporto, não podemos ter uma fila de meia hora para atravessar a alfândega. Isto tem que mudar completamente."
Heitor de Carvalho diz que também será necessário implementar medidas para baixar os preços das viagens e da hospedagem. Segundo o académico, esse é um passo crucial para atrair turistas nacionais e estrangeiros.
José Adalberto | Deutsche Welle
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