Sustentabilidade de tais ajudas estão em questão
Líderes do Grupo dos Sete (G7) convocaram uma reunião virtual na terça-feira para apoiar a Ucrânia após a escalada do conflito Rússia-Ucrânia. Observadores chineses acreditam que o Ocidente, de olho em uma prolongada guerra por procuração para esgotar a Rússia, continuaria a atiçar as chamas fornecendo mais armas à Ucrânia e deveria ser responsabilizado pelas atuais tensões crescentes.
#Traduzido em português do Brasil
Observadores também disseram que um ponto-chave para a futura escalada do
conflito está na atitude da Europa, e eles instaram a Europa a evitar se tornar
um vassalo completo dos EUA para arriscar perder a independência e minar seus
próprios interesses.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e os líderes do G7 realizaram uma reunião
virtual na terça-feira para discutir seu compromisso de apoiar a Ucrânia e
responsabilizar a Rússia por "agressão", incluindo seus recentes
"ataques com mísseis em toda a Ucrânia", informou a Reuters. O
presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou na reunião e pediu ajuda
para a criação de um escudo aéreo.
A reunião do G7 foi realizada depois que a Rússia lançou um
ataque em larga escala contra alvos ucranianos na segunda-feira
"em retaliação" por uma explosão mortal na ponte da Crimeia. Também
ocorre em meio a uma iminente crise de energia na Europa que abalou sua unidade.
Em relação à escalada das tensões
do conflito Rússia-Ucrânia, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores da China, disse na coletiva de imprensa de rotina de terça-feira que
os desenvolvimentos em andamento são preocupantes.
Ela disse que a China pede que as partes relevantes encontrem maneiras
adequadas de lidar com as diferenças por meio do diálogo e da consulta, e que a
China está pronta para trabalhar com a comunidade internacional e continuar a
desempenhar um papel construtivo nos esforços de desescalada.
Um especialista de Pequim em estudos da Rússia, Europa Oriental e Ásia Central
disse ao Global Times na terça-feira, sob condição de anonimato, que a reunião
do G7 serve parcialmente para ajudar os EUA a reunir seus aliados em meio a
rachaduras emergentes entre os EUA e a Europa e dentro da Europa com o escalada
do conflito Rússia-Ucrânia, bem como o aprofundamento da crise energética.
Enquanto isso, a reunião do G7 também visa desgastar a Rússia com apoio militar
contínuo à Ucrânia, disse o especialista. Mais apoio militar à Ucrânia
também será uma resposta do Ocidente ao ataque da Rússia a Kiev, disse o
especialista.
Cui Heng, pesquisador assistente do Centro de Estudos Russos da Universidade Normal da China Oriental, disse ao Global Times na terça-feira que parece que a Europa foi sequestrada pelos EUA e é incapaz de tomar decisões com base em seus próprios interesses.
Quanto à reunião completa dos líderes da Otan nos próximos dias, Cui disse que a "condenação" da Rússia provavelmente será a principal agenda, já que há ferramentas muito limitadas para o Ocidente sancionar a Rússia.
O especialista citado acima disse que o Ocidente está organizando ativamente a guerra por procuração e, enquanto isso, os EUA também manipulam a Ucrânia por meio de um sistema de governança externo.
"O sistema permite que os EUA usem a fraqueza das elites ucranianas contra eles, ao mesmo tempo em que espalham desinformação na Ucrânia", disse o especialista.
De acordo com o Defense News, espera-se que o Congresso dos EUA aloque um total de mais de US$ 65 bilhões em ajudas à Ucrânia este ano por meio de vários pacotes de ajuda.
As ondas de ajuda do governo Biden à Ucrânia saíram pela culatra em casa, quando os republicanos o criticaram por desestabilizar o mercado e "alimentar a guerra".
Quanto à tendência futura do conflito Rússia-Ucrânia, o especialista citado acima disse que o grau de escalada da situação no futuro depende da atitude da Europa.
O especialista acredita que os movimentos da Rússia visavam forçar o Ocidente - principalmente a Europa - a mudar sua atitude em relação à Rússia, e a Rússia jogou sua cartada energética para pressionar a Europa para que esta não se transformasse em um vassalo completo dos EUA.
Possíveis cenários futuros incluem a independência da Europa dos EUA - indicando que a Rússia e a Europa podem ter diálogo, e a Europa se separando com alguns países amarrando-se à carruagem dos EUA e outros optando por se comunicar com a Rússia, disse o especialista.
Mais ajudas militares
Antes da reunião do G7, Biden conversou com Zelensky na segunda-feira, durante a qual Biden prometeu continuar fornecendo à Ucrânia o apoio necessário para se defender, incluindo sistemas avançados de defesa aérea, de acordo com um comunicado da Casa Branca na segunda-feira.
A TASS informou na terça-feira que as declarações recentemente anunciadas de Washington sobre sua prontidão para fornecer à Ucrânia suprimentos adicionais de produtos militares provam que os EUA são parte do conflito, afirmou o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov.
Embora a Casa Branca não tenha especificado quais sistemas de defesa aérea Biden havia discutido com Zelensky, a CNN nomeou o National Advanced Surface-to-Air Missile System (NASAMS) como um possível candidato, que supostamente seria capaz de engajar mísseis de cruzeiro russos.
Do ponto de vista técnico, os sistemas de defesa aérea a serem entregues à Ucrânia mencionados nas reportagens da mídia têm, de fato, o potencial de defesa contra mísseis de cruzeiro russos, porque os mísseis de cruzeiro em geral voam em velocidades mais lentas e em altitudes mais baixas, tornando-os alvos vulneráveis como desde que sejam detectados, disse um especialista em defesa que pediu anonimato ao Global Times na terça-feira.
Agora que a Otan está determinada a confrontar a Rússia usando a Ucrânia, os EUA e seus aliados provavelmente entregarão esses sistemas o mais rápido possível, disse o especialista.
Especialistas acreditavam que os EUA e a Otan enviariam mais armas para a Ucrânia para aumentar ainda mais as tensões, mas é improvável que enviem armas de destruição em massa. Enquanto isso, os estoques militares dos membros da Otan estão sendo esgotados em alta proporção devido à ajuda à Ucrânia, de acordo com relatos da mídia.
*Repórteres da equipe do GT
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