A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai enviar uma Missão de Observação às eleições gerais na Guiné Equatorial, agendadas para o próximo dia 20, revelou, sexta-feira, o secretário-Executivo da organização, Zacarias da Costa, citado ontem pela Lusa.
"Sempre que somos solicitados a enviar Missões de Observação para eleições aos países respondemos positivamente”, pelo que "será enviada no próximo dia 20 uma Missão à Guiné Equatorial”, afirmou o diplomata timorense.
"Obviamente que temos também um orçamento limitado”, disse Zacarias da Costa, explicando , desde que assumiu funções, houve "actos eleitorais em quase todos os países”.
"Neste momento”, explicou o
secretário-executivo, "ouvidos os Estados-membros, a organização dispõe de
orçamento para enviar à volta de
"Normalmente fazemos uma missão única, constituída por observadores dos Estados-membros e também parlamentares da AP-CPLP, que a integram”, explicou o diplomata.
EUA reagem às detenções arbitrárias
Os Estados Unidos manifestaram-se preocupados com as "detenções e assédio de membros da oposição e da sociedade civil” na Guiné Equatorial, e apelaram ao Governo local para que "apoie o voto livre e justo” nas eleições do próximo dia 20.
Também a Diplomacia da União Europeia (UE) instou o Governo equato-guineense a pugnar por eleições "pacíficas, inclusivas e transparentes”.
Instado a comentar estas tomadas de posição, Zacarias da Costa escusou-se a fazê-lo, explicando que a organização que dirige apenas faz "uma observação rigorosa, a partir das normas no país, na forma como são organizadas, e depois deixa que seja o povo a expressar a sua vontade”.
"Em situações concretas, peço desculpa, não posso comentar, não devo comentar, até porque nós não somos especializados em direitos humanos”, acrescentou.
Interrogado se está informado das notícias da detenção de activistas nos últimos dois meses, assim como da prisão de dirigentes da oposição política, ou da ilegalização de partidos na Guiné Equatorial, e instado a emitir uma consideração neste contexto, o diplomata timorense reconheceu que, "como é natural”, acompanha a situação.
"Todos que trabalhamos aqui acompanhamos a evolução da situação, não só política, como económica e social dos Estados-membros, porque é nosso dever fazer esse acompanhamento, mas não emitimos nenhum juízo de valor, até porque fazemos o trabalho de secretariado, que é implementar a vontade dos Estados-membros”, afirmou.
Essa "vontade” está expressa nas condições impostas à Guiné Equatorial no acto de adesão à CPLP, concretamente em matéria de direitos humanos, mas Zacarias da Costa explicou que a forma como é "implementada” é feita "de forma diferente”.
Jornal de Angola
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