Quénia anunciou na quarta-feira (02.11) o envio de militares para o leste da República Democrática do Congo, numa operação regional para combater Movimento 23 de Março (M23). Avanço dos rebeldes deixa população com medo.
"Como vizinhos, com ligações variadas, o destino da RDC está entrelaçado com o nosso. Todos temos um interesse numa República Democrática do Congo estável, e a sua segurança é uma obrigação que nos empenhamos ao máximo para alcançar", disse o Presidente queniano, William Ruto.
A tensão entre o exército da República Democrática do Congo e o M23 escalou nas últimas semanas. No sábado (29.10), a antiga rebelião tutsi ganhou terreno no leste congolês conquistando duas cidades localizadas num eixo estratégico que serve Goma, capital da província do Kivu do Norte.
As tropas do exército queniano fazem parte de uma operação especial enviada pela Comunidade da África Oriental para combater a insegurança, especialmente nas províncias do Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri.
Burundi enviou contingente em agosto
Esta será a segunda ação no terreno, após o Burundi ter enviado um contingente em agosto. O conflito está a gerar tensão na região e a provocar uma crise de refugiados que atinge Angola.
"Não permitiremos que grupos armados, criminosos e terroristas nos neguem o potencial de prosperidade partilhada e a possibilidade real de aumentar tanto os nossos investimentos, o nosso desenvolvimento, a partilha do comércio, para benefício mútuo, não só dos africanos de Leste, mas de toda a região do nosso continente, e da humanidade como um todo", frisou William Ruto.
População receosa
Na cidade de Goma, na região leste, com mais de um milhão de habitantes, os congoleses estão cada vez mais assustados à medida que os rebeldes ganham força.
"A minha vida tornou-se
muito difícil, tenho até dificuldade em comer porque a minha família está presa
"Estamos também preocupados em ver que, após 10 anos, estamos de volta ao ciclo inicial com os mesmos rebeldes, os mesmos protagonistas…. Pedimos às nossas autoridades que reforcem as forças armadas para que possa pôr fim a este ciclo de violência", acrescentou outro.
"Se houver negociações, tudo bem, se não, eles usam a força. A chave para nós é conseguir a paz. Precisamos retomar as nossas vidas e que nossos filhos finalmente cresçam em paz e segurança", referiu outro popular.
Mais de cinco milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas devido ao aumento da insegurança e violência no leste congolês, nos últimos dois anos.
Deutsche Welle | cm, com agências
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