Em guerra desde 2020, os protagonistas do conflito concordaram em "cessar as hostilidades". O anúncio foi feito pelo alto representante da União Africana, o ex-Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo.
"As duas partes em conflito concordaram formalmente em cessar as hostilidades", anunciou o mediador da União Africana (UA), Olusegun Obasanjo, em Pretória, onde as conversações de paz começaram no último dia 25.
O ex-Presidente da Nigéria adiantou que o Governo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e as autoridades do Tigray chegaram a acordo para um "desarmamento ordenado e coordenado", juntamente com o "restabelecimento da lei e da ordem", o "restabelecimento dos serviços" e o "acesso sem entraves aos fornecimentos humanitários".
Banho de sangue
O conflito estalou em novembro de 2020, quando Abiy Ahmed enviou tropas para Tigray, acusando a TPLF, partido governante da região que resistia à autoridade central, de atacar campos do Exército etíope, após vários meses de tensões políticas e administrativas.
O preço desta guerra, que decorre em grande parte longe de observadores independentes, com jornalistas impedidos de aceder a região, é desconhecido. Sabe-se que provocou o deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas e atirou centenas de milhares de etíopes para uma situação de quase fome e sem assistência humanitária, segundo a ONU.
O conflito no norte da Etiópia recomeçou em agosto, pondo fim a uma trégua de cinco meses. A comunidade internacional manifestou preocupação com a recente intensificação dos combates em Tigray, cercada pelas forças federais etíopes, apoiadas ao norte pelo Exército da Eritreia - país na fronteira norte de Tigray - e ao sul por tropas de regiões etíopes vizinhas.
As forças etíopes e eritreias conquistaram na última semana de outubro, após vários dias de bombardeamentos, Shire, uma das principais cidades de Tigray, com cerca de 100 mil habitantes antes da guerra e que acolheu muitas pessoas deslocadas pelo conflito. O Governo prometeu recuperar aeroportos e outras infraestruturas federais sob o controlo dos rebeldes da TPLF.
Deutsche Welle | EFE, | Lusa
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