domingo, 2 de janeiro de 2022

20 ANOS DEPOIS, O EURO ENTRE A REALIDADE E A PROPAGANDA

«O euro não foi feito para Portugal. Foi feito à medida das necessidades e dos interesses do capital financeiro, das multinacionais europeias, da capacidade produtiva e exportadora da Alemanha».

Este é um sublinhado de João Ferreira, numa declaração que assinala a passagem dos vinte anos «desde que entraram em circulação as moedas e notas de Euro».

O antigo eurodeputado do PCP, recorda, entre outras, as promessas desfeitas pela realidade: «da melhoria dos salários e do poder de compra dos portugueses, de convergência com os países com salários mais elevados». Pelo contrário, em Portugal assistiu-se à degradação dos salários e do poder de compra, nomeadamente com a limitação de salário mínimo nos 705 euros, quando, por exemplo, na Alemanha o salário mínimo atingirá «em breve os 2000 euros».

Quanto ao salário médio, no nosso País «está pouco acima dos 1000 euros», enquanto na Zona Euro «esse mesmo salário anda em média nos 1900 euros».

O dirigente comunista afirma ainda que «as consequências do Euro foram, e continuam a ser, desastrosas para Portugal e para o povo português», com a redução do «crescimento económico nacional a menos de um quarto», a recessão, a estagnação e «uma grande insuficiência de crescimento».

Para João Ferreira, o Euro em vez de colocar Portugal «no “pelotão da frente”, como anunciava a propaganda», coloca-o «cada vez mais na cauda da Europa», sem convergência com a média europeia e «muito menos com os países mais avançados». Nesse sentido, considera que Portugal precisa de uma moeda própria que promova o investimento, «a modernização do aparelho produtivo, a diversificação do comércio externo, a eficiência dos serviços públicos, o aumento dos salários e a qualificação dos trabalhadores».

AbrilAbril

Portugal | UM GOVERNO DE INICIATIVA PRESIDENCIAL

Paulo Baldaia* | TSF | opinião

Continuo sem saber o que António Costa entende que o Partido Socialista deve fazer se perder as eleições, mas a maioria parlamentar se mantiver à esquerda. E duvido que alguém saiba, porque essa pergunta não lhe foi feita. Ou seja, o líder do PS, perante circunstância idêntica em 2015, entendeu que devia governar, mas agora já disse que deixa de ser secretário-geral. E o PS? Deve entregar o poder a Pedro Nuno Santos e fazer dele o próximo primeiro-ministro de um geringonça 2.0 ou deve dar oportunidade ao vencedor de formar governo e tentar aprovar os orçamentos do Estado para 2022 e 2023?

Rui Rio continua no mesmo sitio com tantos avanços e recuos. Da viabilização de um governo socialista por dois anos à possibilidade de o viabilizar por quatro com uma revisão a meio, continua também ele sem obter a reciprocidade socialista que faltou ao PSD em 2015.

O que parece evidente é que, numa campanha que o líder do PS quer transformar numa escolha entre ele e Rio como candidatos a primeiro-ministro, Costa ficou refém de uma maioria absoluta, porque o próprio reconhece que o caminho mais rápido para um novo governo das esquerdas é a derrota do PS com a maioria à esquerda. O que não parece razoável é que a campanha seja bipolarizada na escolha do primeiro-ministro, mas se admita como hipótese que o chefe de governo a sair destas eleições possa vir a ser alguém que não se apresenta ao eleitorado como candidato ao lugar.

Se Costa joga no tudo ou nada, sabemos que governará com maioria absoluta e procurará gerir o tempo até novas eleições se as ganhar sem essa maioria. Na verdade, percebe-se que na cabeça dele só há dois bons cenários ou a maioria ou a derrota que o libertará. Só por isso é que Costa consegue fugir à responsabilidade de ter de responder à questão de saber se viabilizará um governo minoritário do PSD, na sequência de uma vitória de Rio. Nada dizendo, devemos presumir que quem fez o que fez em 2015 continuará em coerência a defender que, perante o mesmo resultado, a decisão do PS seja igual. Mas aqui entra o Presidente da República que não aceitará esta passagem de testemunho mas, não podendo dissolver o Parlamento nos seis meses seguintes às eleições, terá de resolver um grande imbróglio. Perante este cenário, só vejo uma solução: um governo de iniciativa presidencial que permita fazer caminho para novas eleições com outros protagonistas políticos.

*Jornalista

Portugal regista mais 11.080 novos casos e 14 mortes por Covid-19


A Direção-Geral da Saúde partilhou novos dados nacionais relativamente ao coronavírus

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado este domingo pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal contabilizou nas últimas 24 horas mais 11.080 novos contágios e 14 mortes por Covid-19.

O número de novas infeções é hoje significativamente mais baixo em relação aos máximos registados ao longo da semana, mas tal poderá dever-se à subnotificação de casos durante no dia de ano novo.

O relatório deste domingo dá conta de um aumento do número de doentes com Covid-19 hospitalizados.  Estão atualmente internadas 1.081 pessoas, mais 58 do que no dia anterior. Destas, 148 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), mais seis do que na véspera. 

O país tem agora 203.322 casos ativos de Covid-19, mais 7.099 do que no dia anterior. 

Nas últimas 24 horas, foram consideradas recuperadas mais 3.967 pessoas, aumentando o total de curados da doença para 1.201.704. O número de contactos em vigilância subiu para 175.880 no último dia. 

Por região, Lisboa e Vale do Tejo registou 6.111 novos casos e cinco mortes, o Norte 2.998 e quatro óbitos, o Centro diagnosticou 596 novas infeções e uma morte, o Alentejo 374 casos e também uma morte e o Algarve 340 infeções e duas mortes. 

Nas regiões autónomas, os Açores reportaram 136 contágios no último dia e a Madeira 525 e um óbito atribuído à Covid-19. 

No total, desde o início da pandemia, Portugal contabilizou 1.424.016 casos positivos de infeção por SARS-CoV-2 e 18.990 mortes. 

Notícias ao Minuto

Leia em Notícias ao Minuto: 

Covid-19: Açores com 96 novos casos e 15 doentes hospitalizados 

Ramos-Horta: “PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE TIMOR-LESTE FOI CONSENSUAL”

Entrevista

"Português como língua de Timor foi consensual. Por razões que não têm nada que ver com o que alguns idiotas dizem, que é saudosismo"

Celebrou em 26 de dezembro os 72 anos o homem que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1996, junto com o bispo Ximenes Belo, dando assim uma visibilidade global à luta do povo de Timor-Leste, antiga colónia portuguesa ocupada pela Indonésia. Depois da independência, em 2002, foi ministro dos Negócios Estrangeiros, depois primeiro-ministro e finalmente presidente da república. Vítima de um ataque armado quando era chefe do Estado, que o deixou entre a vida e a morte, recuperou e fez questão de manter um discurso de unidade nacional, como se nota nesta conversa com o DN em que a língua portuguesa, as relações internacionais do jovem país e o futuro da economia foram os temas.

Começo por perguntar sobre a língua portuguesa. Tem futuro aqui em Timor?

Sem dúvida. Vemos pelos dados estatísticos. Em 1975, o último ano da colonização portuguesa, aqui eram menos de 10% que falavam português. E 10% é um número otimista. Depois veio a ocupação indonésia, de 24 anos, e quando chegámos ao primeiro ano da independência, em 2002, não havia estatísticas, naquela altura, sobre quantos falariam português, mas na minha estimativa não podiam ser mais do que 1%. Hoje, a estatística oficial aponta para cima de 40%. Claro, obviamente, quando se diz falar português não é pessoas que falam bem e falam no dia-a-dia. Mas que entendem, que podem falar, embora muito tímidas, envergonhadas por falarem mal.

Mas à geração de dirigentes históricos - como é o seu caso, e também Xanana Gusmão, Mari Alkatiri ou Taur Matan Ruak - todos nós nos habituámos a ouvi-la falar um português perfeito. É por causa da vossa educação, que tiveram no tempo colonial, mas que era uma exceção?

Uma exceção. Fazemos parte daquela percentagem de 10% que eu mencionei, e essa pequena percentagem que falava português, grande parte agradecia-se à Igreja.

A Igreja Católica em Timor é que fazia a alfabetização em português?

A Igreja tinha a maior parte das escolas de ensino elementar em Timor. Aí em meados dos anos 1960 começaram a surgir mais escolas, mas antes dessa época havia apenas a missão católica em Soibada onde eu fui educado. Toda a minha instrução primária foi feita lá.

Em português?

Em português. Era obrigatório. E eu não dizia uma palavra aos 6, 7 anos de idade quando para lá fui. A nossa mãe era timorense e em casa só falava tétum, embora falasse português.

Moçambique com défice de três mil professores no ensino primário

O ano letivo de 2022 em Moçambique vai arrancar, em fevereiro, com um défice de três mil professores no ensino primário, informou hoje à Lusa a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

O ano letivo de 2022 em Moçambique vai arrancar, em fevereiro, com um défice de três mil professores no ensino primário, informou hoje à Lusa a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

O plano do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano apontava para a necessidade de contratação de um total de 12 mil professores para o novo ano letivo, mas devido a limitações orçamentais serão contratados apenas nove mil, explicou Gina Guibunda.

"Não temos meios para ter mais professores, na medida em que as contratações são feitas com base na disponibilidade orçamental. Portanto, o que fazemos normalmente é sensibilizar os professores para que se esforcem um pouco mais, principalmente num período em que a pandemia nos está a limitar no número de alunos por sala", declarou Gina Guibunda.

No ano letivo de 2022, o Ministério da Educação de Moçambique espera mais 1,3 milhões de novos alunos no ensino primário, o que vai elevar o número total de estudantes naquele nível para cerca de oito milhões.

No ensino público, Moçambique conta com um total de 13.337 escolas primárias e 677 escolas secundárias, segundo dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Deutsche Welle | Lusa

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Crianças com necessidades especiais no Niassa sem acesso à escola

QUE ESPERAM OS ANGOLANOS NO ANO DE ELEIÇÕES GERAIS 2022?

Para 2022, os angolanos esperam por mudanças. Os cidadãos ouvidos pela DW África em Luanda querem que baixem os preços dos principais bens e serviços. Analistas preconizam um "um ano muito agitado" na política.

Em vésperas de mais um fim de ano, a DW África saiu à rua para conversar com alguns citadinos de Luanda sobre o que esperam para 2022.

Além de preços mais baixos para os produtos, os luandenses pedem que quem ganhe as próximas eleições governe para o bem da população.

Carlos Mussolovinha tem esperança que os preços dos principais bens e serviços sejam mais acessíveis e devolvam poder de compra aos cidadãos.   

Este cidadão espera que o que se passou em 2021 não se repita, e deseja que em 2022 haja mais amor e paz. E, sobretudo, que a cesta básica seja mais barata, pois "é isso que o povo quer", diz.

Angola: Polícia "não vai tolerar incumprimentos" de medidas de proteção

Ministro do Interior angolano anunciou também que a polícia nacional "vai usar todos os meios ao seu alcance" para travar a propagação da Covid-19 e "responsabilizar" os incumpridores.

"Apelo mais uma vez aos nossos serviços a manterem este rigor com exatidão e todos os incumprimentos verificados devem ser chamados e julgados sumariamente, esses atos não podem ser violados constantemente porque está em perigo o bem vida", afirmou Eugénio Laborinho na quinta-feira (31.12).

O governante, que falava em conferência de imprensa de atualização das medidas de prevenção e controlo do vírus SARS-Cov-2 e da Covid-19, em Luanda, exortou todos os órgãos policiais a "usarem todos os meios ao seu alcance para manterem a segurança e a ordem pública".

Para, "deste modo, conseguirmos impedir incumprimentos que vamos tomando nota e isto é que está a fazer para que haja crescimento de casos", realçou.

Também na quinta-feira, o coordenador da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19, Francisco Pereira Furtado, apresentou, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em Luanda, o decreto presidencial 316/21 de 31 de dezembro de 2021 que atualiza as medidas de situação de calamidade pública.

As medidas restritivas, plasmadas neste decreto que atualiza o decreto 315/21 de 24 de dezembro e vigora entre 3 e 15 de janeiro de 2022, visam conter a propagação da Covid-19, quando Angola regista diariamente um elevado número de novos casos.

O país africano que já regista a circulação da variante Ómicron está a alcançar uma taxa diária de positividade entre 25% e 30%, segundo as autoridades.

DESENTENDIMENTO ENTRE POLÍCIAS EM LUANDA CAUSA TRÊS MORTOS

Três pessoas, dos quais dois polícias, morreram e outra ficou ferida, na sequência de um desentendimento entre polícias, devido ao suposto desaparecimento de uma pistola, informou o porta-voz da polícia de Luanda

Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, por volta das 06:00, um polícia terá disparado contra dois colegas e um civil, tendo de seguida se suicidado.

Nestor Goubel referiu que se trata de um homicídio voluntário seguido de suicídio, com a ocorrência de disparos, junto do Ministério do Interior de Angola.

“[Na sequência das] diligências feitas conseguimos apurar que quatro efetivos em serviço de guarda e guarnição no Ministério do Interior desentenderam-se em função do desaparecimento de uma arma de fogo pertencente ao agente que em vida chamou-se Agostinho Tchissolulu”, explicou.

Sissoco critica "muitos que não quiseram acompanhar" ações de mudança em 2021

Umaro Sissoco Embaló lamentou, no discurso de fim do ano, que "muitos não quiseram acompanhar" a nova dinâmica por si empreendida "para a restauração da imagem" do país a nível internacional.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló lamentou esta sexta-feira (31.12), no discurso de fim do ano, que "muitos não quiseram acompanhar" a nova dinâmica por si empreendida "para a restauração da imagem" do país a nível internacional.

Sissoco Embaló enumerou uma série de ações que levou a cabo, "como já não se verificava há décadas", ao longo das quais, disse, "a Guiné-Bissau era desprezada".

Mas, considerou, apesar dos elogios de "insuspeitos observadores" internacionais, alguns guineenses não o acompanharam.

"Nem todos quiseram acompanhar a nova dinâmica de restauração da sua credibilidade", vincou o Presidente, dando como exemplo duas polémicas com o primeiro-ministro e o Parlamento, nomeadamente os casos de um avião Airbus A340 retido no aeroporto por ordens do Governo e um acordo de partilha do petróleo com o Senegal.

"Não ajudou em nada a imagem da Guiné-Bissau o caso do avião que se transformou num fiasco e, como se isso não bastasse, agarraram-se agora ao acordo de Gestão e de Exploração da Zona Conjunta com o Senegal, com o foco na chamada questão do petróleo", afirmou Embaló.

PAZ: ETIÓPIA VAI CRIAR COMISSÃO NACIONAL DE DIÁLOGO

O Parlamento etíope aprovou um projeto de lei para criar uma comissão de diálogo nacional, face à pressão internacional por negociações que ponham fim ao conflito que se prolonga há já 13 meses em Tigray.

Na quarta-feira (29.12), os legisladores etíopes aprovaram por esmagadora maioria a criação da comissão, com 287 votos a favor, 13 contra e uma abstenção. "O estabelecimento da comissão abrirá caminho para o consenso nacional e manterá a integridade do país", lê-se no projeto de lei.

A comissão, cuja criação foi prometida pelo governo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, destina-se a estabelecer consensos sobre questões controversas.

Porém, a comissão não contactará para já a Frente Popular de Libertação do Povo Tigray (TPLF) ou o Exército de Libertação Oromo, com os quais o Exército governamental se confronta há 13 meses, organizações que foram declaradas como terroristas pelo Governo etíope.

A exclusão das fações que têm combatido o exército federal tem sido criticada por especialistas.

ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO PARA ÁFRICA SEM MUITO SUCESSO

Um ano depois de entrar em vigor, o acordo de livre comércio para África tem pouco sucesso. A pandemia contribui para a interrupção das cadeias de transporte de produtos. Mas a digitalização está a ter sucessos.

O acordo de livre comércio africano está, de facto, a preparar-se para comemorar o seu aniversário, pois foi a 1 de janeiro de 2021 que 54 Estados membros assinaram o acordo sobre a "Área de Livre Comércio Continental da África" (AfCFTA, na sigla inglesa). Apenas a Eritreia não aderiu ao acordo, através do qual os chefes de Governo esperavam intensificar o comércio dentro de África e, portanto, criar mais prosperidade e igualdade social para os povos.

Os efeitos práticos do acordo ainda são reduzidos após o curto período de tempo, diz Matthias Boddenberg, chefe da Câmara de Comércio e Indústria Alemã para a África Austral em Joanesburgo. A pandemia de Covid-19 teve efeitos negativos, sobretudo no que diz respeito ao funcionamento das cadeias de transporte de produtos.

COMBATER NOTÍCIAS FALSAS SOBRE COVID-19 PARA SALVAR VIDAS EM ÁFRICA

A eclosão da pandemia da Covid-19 levou a uma explosão de boatos e notícias falsas nas redes sociais, gerando incerteza nas populações e dificultando as campanhas de vacinação.

A luta contra a pandemia do coronavírus persiste há quase dois anos em meio ao surgimento de novas variantes. Em África, apenas sete dos 54 países atingiram a meta de vacinar 40% da população até o fim de 2021, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Significa que apenas cerca de 9% dos africanos estão totalmente vacinados contra a Covid-19.

Muitos países africanos foram incapazes de inocular a maioria da sua população devido à falta de doses. Ainda mais preocupante, porém, é o elevado nível de hesitação em relação à vacina.

Notícias falsas são uma das razões pelas quais muitas pessoas não querem ser vacinadas. E elas chegam todos os dias em catadupa através das redes sociais. Tal como em qualquer outra parte do mundo, também em África ninguém está imune.

Numa pequena aldeia, no oeste do Quénia, há uma fila de espera para a vacinação contra a Covid-19. Mas quase não se vêm mulheres.

"Muitas das minhas amigas recusam. Eu também tive esse sentimento desagradável", afirma uma jovem queniana.

Ela ganhou coragem e foi vacinar-se. Explica porque é que há tanta desconfiança: "Têm medo de morrer supostamente dois anos após a vacinação".

África do Sul despede-se de Desmond Tutu num funeral simples

A África do Sul despediu-se hoje do ícone anti-apartheid Desmond Tutu com um funeral simples. O Presidente sul-africano salientou o seu papel para a liberdade e a paz no país.

Desmond Tutu foi um "cruzado pela liberdade, pela justiça e pela paz", considerou o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no funeral oficial e que incluiu uma missa de réquiem celebrada na Catedral Anglicana de São Jorge, na Cidade do Cabo, cidade onde o arcebispo morreu aos 90 anos.

"Madiba [Nelson Mandela] foi o pai da nossa democracia, o arcebispo Tutu seu pai espiritual", declarou o chefe de Estado, antes de entregar a bandeira nacional à viúva do falecido.

Cumprindo a vontade de Desmond Tutu, que tinha pedido um funeral simples, a cerimónia apenas contou com o discurso do Presidente da África do Sul, com o líder mundial da Igreja Anglicana e arcebispo de Cantuária, Justin Welby, a enfatizar que o Nobel da Paz "trouxe a luz" quando as pessoas "estavam no escuro".

Algumas das leituras da missa foram feitas por outras figuras proeminentes ou próximas de Tutu, como a ex-presidente irlandesa Mary Robinson, a ativista moçambicana Graça Machel - viúva de Nelson Mandela - ou a ministra das Infraestruturas Patricia de Lille.

O corpo do líder religioso e ícone anti-apartheid esteve em câmara ardente nesta cidade da África do Sul desde quinta-feira (30.12), depois de as autoridades terem antecipado o ato, previsto inicialmente para sexta-feira, na expectativa de que um grande número de pessoas pretendesse homenagear o arcebispo naquela que foi a sua catedral, a Catedral de São Jorge.

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