O Expresso Curto graças às newsletters que qualquer um de vós tem acesso se a solicitar ao tio Balsemão do jornal que expressamente comemora os cinquenta anos de existência. Existência a rasar o memorável movimento dos capitães e dos portugueses reprimidos e escravizados (imensos presos por “crimes políticos” ditados pela PIDE/DGS com chancela Salazar-Marcelista-Fascista) em Abril de 1974. Afinal lá apareceu a liberdade de Portugal e deposição do regime criminoso.
Então o Expresso surgiu um bocadinho antes. Provavelmente o tio Balsemão, como tantos de nós, plebeus, reprimidos e mal pagos, até sabíamos via bastidores que estava para muito breve o movimento libertador que redundou no 25 de Abril em Portugal… Um palpite ou talvez não. Avancemos, porque como nos telegramas as palavras em quantidade podem sair muito caras…
O Curto de hoje, por Martim Silva, vai na abordagem ao Costa da Educação, não ao António PM. Bahhh! A diferença entre um Costa e o outro quase não é relevante. Nem se dá por ela… Aliás, tipos daquele jaez que embirram com as greves e seus direitos inerentes só podem ser classificados como uns trastes. Compreende-se, estão de barrigas a abarrotar e amigalhaços de muitos dos mais ricos. É o que se vê e se amplia pela imaginação e as boas viduxas que vimos sempre a saber que lhes pertence, e às famílias, e aos amigalhaços das ilhargas. Adiante. Avancemos.
Mas o Curto também aborda a Ucrânia-EUA-UE-NATO da guerra de desgaste contra a Rússia e cidadãos europeus, incluindo os ucranianos. Pois. Há quem não goste de ler estas coisas evidentes assim nem assado…
Vamos ao sumo: a greve dos professores hiper-maltratados e quilhados. Ressalta aos olhos e escutas mais atentas que os tempos de uns quantos é mexer em mais um direito. O direito à greve. E depois, falsamente, dizem-se democratas esses tais legisladores mainatos de lobies que cortam nos direitos e criam alçapões. Ainda piores, feios, porcos e maus são os declarados que andam a querer lavar cérebros virando pais contra professores… Vimos isso nos tempos salazaristas-marcelistas-pidescos e etc. Fascistas. Vimos isso só agora? Não. Não nos admiremos que em melhor oportunidade os legisladores “mexam” no direito à greve. E noutros direitos, já se sabe. Tal como temos vindo a ver e sofrer noutras restrições que aquelas elites manhosas, trafulhas, desonestas, tem tido por prática. Pois. Sempre a tramar o 'mexilhão'.
Numa frase ou talvez não: os professores têm
toda a razão e têm vindo há muito mais de uma década a serem excessivamente
pacientes, consentâneos com os maus-tratos e faltas de respeito que lhes
infligem. Como quase todos os trabalhadores
Vamos excessivamente longos na prosa. Desculpem. Não esqueçam que tudo isto consta por causa de avançar com o hábito do Curto do Expresso. É o que a seguir faremos. Fiquem com o espaço prosápio de Martim Silva. Vale sempre a pena ler e pensar e sabermos ser nós próprios. Com vontade própria em vez de andarmos a reboque.
Lembrem-se que qualquer maioria eleita é ditatorial porque vê, sente e respira assim a grande oportunidade de satisfazer a sua sede infinita e egoísta de poder… e de riqueza, e obtenção de píncaros de status a quase todos os níveis. É a ganância humana no auge. Pois.
Bom dia e um queijo alternado com figos maduros. E um tintol alentejano, porque não? Provem, é muito bom.
A palavra ao Curto. Coitados. Estão há tanto tempo aqui em baixo à espera. Vêm já a seguir. Leia e pense, sem redis nem balidos de concordância só porque sim. Visitem-se os fundamentos. As realidades. O sentido das peles, do sangue, do suor e das lágrimas.
Bom dia.
MM | PG
O grande exame de Costa (mas não é do António)
Martim Silva, diretor-adjunto | Expresso (curto)
Bom dia
Seja bem-vindo ao seu Expresso Curto, a sua newsletter matinal do Expresso
dedicada ao que de mais importante está a acontecer no país e no mundo. Hoje é
terça-feira, dia 17 de janeiro de 2023 e os meus destaques são para a situação
em Soledar e em Bakhmut, na Ucrânia, e para a explosão por cá da panela de
pressão dos professores, tristes, revoltados e descontentes por anos de
desvalorização da carreira. Isto num país endividado, com crescimento económico
anémico e uma crise demográfica aguda. É a chamada tempestade perfeita. Venha daí comigo.
GREVE DOS PROFESSORES
Já ontem o Expresso Curto abria por este tema, mas a atualidade é o que é e
hoje repito a dose (e é provável que nos próximos dias o tema se mantenha
quente, já que temos rondas negociais entre Governo e sindicatos
previstas para quarta e sexta-feira). Depois das paralisações do novo sindicato
STOP, a que temos assistido desde dezembro, agora somam-se novas greves, dos
chamados sindicatos mais tradicionais do sector. O Governo promete negociar mas
o tema não é fácil, os problemas arrastam-se e este é verdadeiramente um exame
para o novo ministro da Educação, João Costa (que antes era secretário de
Estado de Tiago Brandão Rodrigues).
Ontem, a greve por distritos contou com adesão superior a 90% em Lisboa, diz Fenprof.
Depois de Lisboa, no primeiro dia, e antes do Porto, a 8 de fevereiro, a paralisação
prossegue agora pelos restantes distritos, por ordem alfabética: Aveiro,
Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria,
Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu.
Sobre as negociações entre as partes, o pingue-pongue habitual destes processos
prossegue. O ministério de João Costa fez saber que vai levar para a
mesa das negociações uma proposta no sentido de garantir a vinculação dos
professores ao fim de três anos de serviço a contrato. A Fenprof de Mário Nogueira respondeu que o Governo está
a apresentar medidas que já existem.
Mas convém detalharmo-nos com um pouco mais de pormenor sobre o que está e não
está em cima da mesa. No Expresso, publicámos ontem um texto que dá conta das
propostas, dos problemas de contratação e colocação e das questões de
precariedade que servem como mote para os protestos atuais. Vale a pena ler: "Afinal, o que vai o Ministério da Educação propor de novo aos
professores? E é assim tão novo? E será suficiente?”,
Pelo meio, o Chega quer o ministro da Educação no Parlamento para um debate
sobre o assunto.
GUERRA NA UCRÂNIA
No conflito militar a Leste, dois nomes, de duas localidades, centram agora a
atualidade noticiosa, por ser aí que os combates mais duros estão a ter lugar,
alguns mesmo comparados com as batalhas da I Guerra Mundial: trata-se de Soledar
e Bakhmut, que sob intenso ataque russo, aparentemente vão resistindo, apesar
da dificuldade das forças ucranianas. As forças de Vladimir Putin buscam
retomar uma iniciativa há muito perdida nesta guerra. Para perceber com detalhe
o que se passa, é essencial ler este trabalho: O que está a acontecer em Soledar e porque é que isso importa?
É reflexo do estado da guerra, "semelhante à I Guerra Mundial"
Organização que tem dado muito que falar é o chamado Wagner Group, o grupo de mercenários criados pelos russos
em 2014 e que tem tido um papel essencial nos combates no Leste da Ucrânia.
Agora, um ex-comandante do grupo fugiu para a Noruega e prepara testemunho
inédito.
CÁ DENTRO,
Há mais um caso envolvendo um governante de António Costa. Trata-se de Paulo
Cafofo, antigo autarca madeirense e atual secretário de Estado das Comunidades,
que está a ser investigado no âmbito de um inquérito judicial sobre eventuais crimes de participação económica em negócio,
corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influências e abuso de poder
relacionados com autarquias da Região Autónoma da Madeira.
Fundador e ex-vice-presidente José Dias expulso do Chega. Em
causa estão publicações nas redes sociais e declarações em entrevistas que já
lhe tinham valido a suspensão
Moedas promete realojar pessoas após incêndio destruir
cobertura de prédio
Número
Football Leaks: o advogado de Rui Pinto disse que “não
faria sentido” lutar por uma absolvição e que “uma pena suspensa será
suficiente”
Governo promete aumentos nos salários e casas para médicos que se
fixem no interior
Rui Rio sai do “recato” para pedir justiça para a
população de Miranda do Douro. Ex-Líder do PSD apareceu em público para falar
sobre barragens (e veio com visual novo, de barba).
Mais de 3 mil credores do Banif têm 950 milhões de euros a
receber, mas só há 58 milhões para distribuir
Caso EDP: Manuel Pinho queixa-se a Tribunal Europeu e pede
mais tempo para instrução.
Parque eólico da EDP em Vieira do Minho "chumbado" por ameaçar lobo ibérico
Guillermo Soler Calero vai ser o novo diretor geral da Endesa
Gasolina e gasóleo voltaram a ser vendidos acima do
preço de referência da ERSE na semana passada
Mais de 42 mil condutores que fizeram 50 anos em 2022 ainda
não revalidaram a carta - se está próximo desta idade, convém ler e verificar
as regras atuais.
Ainda em matéria automóvel… portugueses continuam a preferir carros franceses (mas
os modelos asiáticos estão à espreita)
Nos últimos dias tem estado mais frio. Afinal, é Inverno. E não é que nevou na Serra da Estrela? Pois, e com a neve…. encerram as
estradas no maciço central da serra.
LÁ FORA,
Brasil: Procuradoria pede prisão preventiva de 39 radicais
por golpe de Estado
Ainda sobre o Brasil, este Exclusivo Expresso fala sobre a Amazónia e a política de Lula
Em Itália, foi preso um dos principais líderes da Máfia e um dos criminosos
mais procurados do planeta. “Enchi um cemitério sozinho”: eis o perfil de “Diabolik”, patrão da máfia siciliana detido
após 30 anos em fuga
Prossegue e acentua-se a repressão chinesa. “Hong Kong, China” - a expressão passa a ser
obrigatória nas associações desportivas, depois de o hino pró-democracia ter
entrado em campo.
Sobre a China, país regista primeiro declínio populacional em mais de
meio século
Começou o Fórum Económico Mundial, em Davos.
Tiroteio na Califórnia faz seis mortos, incluindo um
bebé de seis meses
Balanço de mortos no atentado bombista a igreja na RDCongo subiu para 14
Morreu a atriz italiana Gina Lollobrigida, ícone do cinema italiano.
Shakira não dá descanso à ex-sogra, sua vizinha: há
uma bruxa na varanda e a nova canção toca no volume máximo.
E como se vive na zona mais fria do planeta? Com frio, naturalmente…
confira aqui o vídeo sobre Yakutsk, onde a temperatura passa os 50
graus negativos.
TRIBUNA
No Mundial de Andebol,
O derby de Lisboa, um dos clássicos do futebol nacional, foi no domingo à
noite mas ontem, aqui, Bruno Vieira Amaral ainda dissecou a partida num
texto em 12 pontos que fala do ogador “simeonesco” Manuel Ugarte, da “Rafadependência”
e da teimosia de Rúben Amorim.
Ainda sobre o mesmo assunto, vale a pena ler este texto que ajuda a perceber o que se passa este
ano com o Sporting de Amorim.
Do outro lado do Atlântico, destaque para LeBron James, que já ultrapassou os 38 mil pontos na NBA.
No Open da Austrália em ténis, destaque do primeiro dia
de competição para a notícia de que um dos favoritos à vitória não vai mesmo
competir, por lesão.
PODCASTS QUE TEM QUE OUVIR
“Sou um fruto do mero
acaso. Não tive nada de linear em termos de carreira”. Nuno Pinto de Magalhães,
presidente da Sociedade Central de Cervejas, empresa onde entrou como
estagiário há quase 50 anos, é o convidado de Cátia Mateus em O CEO é o Limite. Uma conversa sobre a importância de nunca
perder a oportunidade de uma boa conversa, saber transformar “o acaso” em
oportunidade e “aproveitar a viagem”, mais do que estar focado no destino
Que gente é esta? Os casos e os políticos que “sabem ao que vão,” mas “estão a
corroer a democracia”. Miguel Sousa Tavares considera que António Costa começa
finalmente a assumir a gravidade dos problemas que levam às saídas no Governo. De Viva Voz, o autor analisa o atual momento político e a
responsabilidade individual e coletiva dos políticos envolvidos: "no
princípio e no fim está a consciência" de cada um
Vandalismo vs. Democracia. O Brasil, segundo a historiadora Lilia Schwarz e o embaixador Luís Faro Ramos em O Mundo a Seus Pés, com Manuela Goucha Soares, onde se fala de cultura, política, educação, diplomacia, racismo, feminismos, e ainda se revelam segredos sobre as ondas da Nazaré, caldo verde e acarajé
O QUE ANDO A LER
Esta newsletter matinal já vai longa. Mas, ainda assim, tempo e espaço para
referir as minhas últimas leituras. Voltei a “Império à Deriva”, de Patrick
Wilcken, editado pela Texto, sobre a ida para o Brasil da corte de D. João VI e
D. Carlota Joaquina, na sequência das invasões napoleónicas. Ainda à volta do
Brasil, voltei também ao fantástico “A Guerra do Fim do Mundo”, do não menos
extraordinário Mario Vargas Llosa (da D. Quixote). E no fim de semana
devorei “Como Perder uma Eleição”, de Luís Paixão Martins, da nova editora
Zigurate. Aqui, o responsável pela estratégia de comunicação de campanhas
vitoriosas como as de Cavaco Silva, José Sócrates e António Costa (neste caso,
a que deu a maioria absoluta o ano passado) revela o outro lado da política e
da comunicação. O lado de como se tenta condicionar a agenda mediática, como se
tenta sobreviver às durezas de uma campanha eleitoral, como se procura
enfraquecer o adversário e como se olha para os dados das sondagens.
Por hoje é tudo, fico por aqui, desejo-lhe um excelente dia. Ah, e não se esqueça que o tempo vai ficar mais frio e proteja-se.
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