O Curto de hoje revisita a luta dos professores. Faz notar que hoje, uma vez mais, é dia de negociações e "os sindicatos de professores e o ministro da Educação voltam hoje a sentar-se à mesa. Deve ser para que o ministro volte a tentar devorar os profissionais de educação como sempre acontece. O troglodita ministerial Costa da educação vai com a cartilha decorada sobre a vontade do ministro das finanças Medina e do Costa do primado ministerial, o chefe Toninho dos Cortes Certos. Como Salazar, aldrabando e dizendo-se socialista, embandeirado com Contas Certas que são cortes, vai tramando a plebe.
Para fausto e espectáculos papais e políticos ou para empresários da grandeza contributiva para o Largo do Rato escoam-se milhões e milhares de milhões de euros, esbanjam-se na TAP e noutros vícios, fecham-se os olhos à corrupção, etc., mas para os que trabalham e geram a riqueza no país a ordem do dia, dos anos e do tempo é esclavagismo e os tais cortes certos e manhosos... Estão a xuxar (gozar) com os portugueses? Está nas caras deles, dos das elites e das suas ilhargas, que estão!
Adiante.
Sem mais retórica leia-se o Curto. Não ensina nada e de beleza ausente como canteiro de cardos. Vão ao Curto. Como curtos são os salários que nem chegam a meio do mês e causam fome de muita coisa. Os Costas, de costas largas e indiferentes, agem como no salazarismo e não nos ouvem, semelhantes e empedernidas a megeras do capitalismo selvagem em vigor.
Pulem para o Curto e procurem perceber a realidade inserta no texto e nas entrelinhas, ou mais além... Bom dia. Coisa rara. Nem sabemos com encontrar esse tal dito bom. (PG)
CRÓNICA DE UM ACORDO IMPOSSÍVEL
Joana Pereira Bastos, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia,
Os sindicatos de professores e o ministro da Educação voltam hoje a
sentar-se à mesa das negociações, poucos dias depois da megamanifestação que encheu as ruas de Lisboa, como há 15
anos não se via. Mas apesar do clamor dos protestos, a possibilidade de um acordo continua a ser uma miragem.
Em cima da mesa estão as alterações ao regime de contratação e colocação de
professores, áreas em que as propostas do Ministério até têm ido ao
encontro de algumas das pretensões dos sindicatos, sobretudo ao facilitar a
entrada nos quadros, reduzindo a enorme precariedade que atinge milhares de docentes. No
documento mais recente, João Costa deixa cair, inclusivamente, a possibilidade
que sempre defendeu de dar às escolas autonomia para escolher parte dos seus
professores, mantendo a graduação profissional como critério único para as
colocações, tal como exigiam as organizações sindicais.
Ainda assim, as posições continuam distantes. E nem um eventual
entendimento nesta questão será suficiente para acalmar a brutal vaga de
contestação que se vive nas escolas.
As principais divergências não estão tanto no que está a ser negociado, mas
naquilo que ficou de fora da negociação. Além da abolição de vagas e quotas
para progressão na carreira, os professores não abdicam da recuperação
integral, mesmo que faseada, do tempo de serviço que esteve congelado, matéria
que o Governo considera inegociável.
Não é apenas pelos mais de 300 milhões de euros que a medida custaria anualmente
aos cofres do Estado. Mas também, e talvez acima de tudo, porque esta
matéria põe em causa a própria viabilidade política do Governo. O problema é
que, em 2018, António Costa esticou de tal forma a corda ao ameaçar demitir-se
quando toda a oposição se uniu para aprovar a recuperação integral do tempo de
serviço dos docentes – que não chegou a avançar porque PSD e CDS acabaram por
recuar - que agora perderia a face se aceitasse, sequer, discuti-la.
Assim sendo, o ministro da Educação não tem margem para atuar e qualquer
acordo é, à partida, impossível. Por isso, os sindicatos prometem não abrandar
a contestação. Hoje mesmo será dia de protesto à porta de vários
estabelecimentos de ensino de norte a sul do país. E muitas outras ações
de luta já estão marcadas para as próximas semanas. O STOP (Sindicato de Todos
os Profissionais da Educação) entregou pré-avisos de greve até 10 de março e a plataforma que
reúne as restantes nove organizações sindicais convocou uma nova vaga de
paralisações e manifestações para os dias 2 e 3.
Uma coisa é certa: tão cedo não voltará a reinar nas escolas a estabilidade
que, depois de dois anos de pandemia, os alunos precisavam mais do que nunca.
OUTRAS NOTÍCIAS
Adeus, Catarina. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins,
anunciou ontem que vai deixar a liderança do partido, justificando a decisão com a
“instabilidade da maioria absoluta” e a necessidade de clarificação dentro do
próprio BE. Em dez anos, Catarina conseguiu o melhor e o pior. Agora, com potenciais
candidatos como Pedro Filipe Soares e Marisa Matias de fora da corrida, Mariana Mortágua é o nome mais provável para lhe
suceder. “Tenderá mais a polarizar o Bloco”, antecipa Daniel Oliveira,
entrevistado no Expresso da Manhã.
A ameaça dos patrões. As confederações empresariais admitem rever o acordo de rendimentos celebrado em outubro com
o Governo, que fixou metas para a melhoria dos salários, por considerarem que
muitas das alterações ao Código do Trabalho, aprovadas na semana
passada no Parlamento unicamente com os votos favoráveis dos socialistas,
“dificultam a vida das empresas” e limitam a sua autonomia de gestão.
Os números do desamor. Um estudo nacional baseado num inquérito a quase
seis mil jovens, com média de idades de 15 anos, revela que 15% já foram vítimas de violência durante o namoro. E o
mais inquietante é que 30% legitimam comportamentos como forçar um beijo,
humilhar ou espiar o telemóvel do parceiro.
Sob suspeita. As instalações de Lisboa da Agência para a Competitividade e
Inovação (IAPMEI) foram terça-feira alvo de buscas pela Polícia Judiciária. As
averiguações estarão relacionadas com o funcionamento do Fundo para
Revitalização e Modernização do Tecido Empresarial, que serviu para apoiar
empresas em situação económico-financeira difícil.
Curta histórica. Ice Merchants, de João Gonzalez, o primeiro filme
português candidato aos Óscares, estreia-se já amanhã nos cinemas. É a primeira vez, na
história da distribuição nacional, que uma curta-metragem é exibida em sala por
si só, sem figurar no programa como simples peça de acompanhamento de uma longa.
Lá fora
Milagres entre os escombros. Passadas quase 200 horas do grande sismo que
abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, três jovens, de 17, 18 e 21 anos,
foram ontem ainda resgatados com vida. São casos de invulgar resistência, que desafiam todas as expectativas da Medicina.
Corrida à Casa Branca. A ex-embaixadora norte-americana na ONU Nikki Haley
anunciou esta terça-feira a sua candidatura à Presidência dos EUA, tornando-se a primeira a
desafiar oficialmente Donald Trump, com quem vai disputar a nomeação
republicana às presidenciais de 2024. Filha de imigrantes indianos, Haley, de
51 anos, foi a primeira mulher com ascendência asiática a alcançar o cargo de
governadora nos EUA, liderando o estado da Carolina do Sul entre 2011 e 2017.
Guerra, metro a metro. Volodymyr Zelensky reconheceu a situação
"extremamente difícil" da resistência contra as tropas russas, que
vêm ganhando terreno nas últimas semanas, especialmente nas regiões de Donetsk
e Lugansk. "É literalmente uma batalha por cada metro de terra",
enfatizou o presidente ucraniano, no discurso de ontem à noite. Entretanto, os
Estados Unidos apresentaram fotografias e outras provas de que o Irão está a
fornecer ‘drones’ à Rússia para alimentar a guerra e que se trata de um aliado
do Kremlin neste conflito, prestes a completar um ano. Acompanhe todos os
desenvolvimentos em direto no site do Expresso.
A multiplicação dos balões. Um objeto voador não identificado invadiu
ontem o espaço aéreo da Roménia. É o mais recente episódio no estranho caso dos
balões desconhecidos que nos últimos dias têm sido detetados a cruzar os céus,
sobretudo nos Estados Unidos. Extraterrestres, espiões ou simples equipamento
de investigação científica - afinal o que são estes misteriosos objetos? Eis as respostas possíveis, para já.
FRASES
“Estou profundamente convencido que os setores público e privado estão
condenados a entender-se”,
Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, defendendo que o futuro do SNS tem de passar
pela cooperação com os hospitais privados
“A cópia perde sempre com o original”,
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pedindo implicitamente ao PSD
que se demarque do Chega, a propósito das polémicas declarações de Luís
Montenegro e Carlos Moedas sobre imigração. Num tema tão sensível, Marcelo
aconselhou os dirigentes sociais-democratas a não irem atrás da “emoção” e do
populismo na tentação de “captar votos”
"Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante e não aceito lições de
ninguém nesta matéria",
Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reagindo às declarações de Marcelo
O QUE ANDO A LER
A Mais Secreta Memória dos Homens, de Mohamed Mbougar Sarr (Quetzal Ed.)
Há já algum tempo que um livro não me prendia tão intensamente. Li quase de
enfiada as primeiras 400 páginas e está a ser difícil despedir-me dele, agora
que só restam 30 para acabar. Quero que durem o mais possível, ao mesmo tempo
que anseio por chegar ao fim rapidamente – um dilema que só as grandes obras
nos colocam.
Distinguida em 2021 com o Prémio Goncourt, o mais prestigiado da literatura
francófona, “A Mais Secreta Memória dos Homens” é a última obra de um jovem
senegalês de apenas 32 anos – o primeiro escritor da África subsaariana a
vencer o galardão. Ao estilo de Bolaño, a quem vai buscar o título, a obra
conta a história de um livro maldito - O Labirinto do Inumano –
publicado em França nos anos 30 por um obscuro escritor africano, inicialmente
aclamado pela crítica como um “Rimbaud negro”, mas logo caído em desgraça sob
acusação de plágio. Depois da polémica, Elimane, o escritor desconhecido que
nunca tinha aparecido em público, desapareceu sem deixar rasto, assim como a
sua obra, retirada do mercado e destruída. Até que, várias décadas depois, um
outro jovem do Senegal, aspirante a escritor, encontra um exemplar e fica
obcecado por ele, determinando-se a descobrir o que aconteceu a Elimane. Assim
começa uma arrebatadora epopeia que passa por Paris, Amesterdão, Argentina e
Senegal, atravessando gerações e cruzando histórias e destinos. Um livro a não
perder sobre o poder da literatura.
PODCASTS A NÃO PERDER (sugestões
da nossa equipa de Multimédia)
Um ano de guerra O que mais mudou no mundo, um ano depois do início da
invasão russa da Ucrânia? E o que vai ser preciso para se pôr cobro a esta
conflito? É a chamada pergunta de um milhão de dólares, a que as investigadoras
Sandra Fernandes e Lívia Franco tentarão responder, num episódio especial do Bloco de Leste
O Sporting-FC Porto e as pessoas que não têm o clube no coração, mas parvoíce
na cabeça. Neste A Culpa é do Árbitro dedicado aos lances do clássico
jogado em Alvalade onde houve uma “grande arbitragem” com “apenas dois lapsos”,
Duarte Gomes e Diogo Pombo começam por falar de um ato de desrespeito ao
trabalho dos outros e acabam a pegar no exemplo da Associação de Árbitros
Profissionais ingleses, que admitiram publicamente erros ocorridos em dois
jogos da Premier League
Moedas ao palco! Carlos Moedas transformou um caso de más condições e
falta de fiscalização na habitação em Lisboa numa discussão sobre políticas de
imigração. Na mesma semana em que anunciou cortes nos custos com os altares da
Jornada Mundial da Juventude 2023. Duas razões para o chamar ao palco da Comissão Política
Por hoje é tudo. Continue a acompanhar toda a atualidade em expresso.pt e tenha uma ótima quarta-feira.
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