António Cascais | Deutsche Welle
Onda de violência na África do Sul contra viajantes moçambicanos e viaturas com matrículas de Moçambique arrasta-se há uma semana. O que estará por trás dos ataques?
O presidente da Associação de Táxis TUVA, o maior agrupamento de taxistas na capital moçambicana, está indignado com a onda de destruição de que foram vítimas alguns dos seus associados nos últimos sete dias, na África do Sul.
Segundo Leonardo Timba, "foram queimadas sete viaturas": um autocarro, um mini-autocarro, um camião e quatro transportes de turismo.
Os atos de violência têm deixado motoristas e passageiros com muito medo, acrescenta Luís Feliciano Mabunda, coordenador da rota internacional entre Moçambique e a África do Sul na TUVA.
"Estamos tristes, o problema começou há uma semana. E antigamente já havia xenofobia... Estamos com medo, e hoje só tivemos seis passageiros."
A rota mais perigosa
João Jaime Chicana faz regularmente a rota entre Moçambique e a África do Sul, transportando sobretudo pessoas que trabalham do outro lado da fronteira ou comerciantes que vão à África do Sul para comprar mercadorias para revender em Maputo.
Para Chicana, a rota mais perigosa, neste momento, é a que liga a cidade de Maputo, junto à costa, passando pela Ponta d'Ouro em direção à cidade sul-africana de Durban.
"A situação não está boa", confirma.
O que está por trás da violência?
Leonardo Timba, o presidente da Associação de Táxis TUVA, diz que os atacantes sul-africanos pretendem chamar a atenção para supostos carros roubados na África do Sul, que as autoridades moçambicanas terão confiscado a ladrões moçambicanos e agora não estarão a devolver aos donos legítimos no país vizinho.
Segundo Timba, seria esse o verdadeiro motivo por trás da violência perpetrada pelos sul-africanos. E quem estaria a sofrer as consequências seriam cidadãos moçambicanos inocentes, que nada têm a ver com esse conflito.
"Há uma reivindicação dos
sul-africanos. Eles não escondem a cara, até dizem isso na televisão: Pedem
viaturas supostamente roubadas na África do Sul, que estão
Leonardo Timba e os seus colegas motoristas da Associação de Táxis TUVA dizem estar desesperados, após uma semana de violência. Apelam aos governos de ambos os países que resolvam esta situação o mais rapidamente possível antes que o problema alastre e resulte em feridos ou mesmo mortes, afirma.
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