terça-feira, 23 de maio de 2023

Ministra sul-africana Khumbudzo Ntshavheni na Rússia para discutir missão de paz

A ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, visita a Rússia de 23 e 25 de maio. Grupo Wagner anunciou retirada de Bakhmut.

A ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, viajará para a Rússia esta terça-feira (23.05) para discutir, entre outros assuntos, a missão dos líderes africanos que procuram um acordo de paz entre Moscovo e Kiev.

Ntshavheni participará na Reunião Internacional de Altos Funcionários Responsáveis pelas Questões de Segurança. "Esta reunião anual discutirá as tendências gerais da situação de segurança internacional, incluindo a segurança alimentar global", lê-se num comunicado oficial.

A ministra vai ainda discutir as "iniciativas relevantes" anunciadas pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, "sobre a Missão de Paz dos Líderes Africanos à Rússia e à Ucrânia". Ntshavheni, acrescenta o comunicado, "enviou uma equipa de funcionários de alto nível para a Ucrânia para preparar a missão de iniciativa de paz".

Ramaphosa e cinco outros chefes de Estado africanos - da Zâmbia, Senegal, República do Congo (Congo-Brazaville), Uganda e Egito - vão deslocar-se à Rússia e à Ucrânia em junho para tentar iniciar conversações de paz entre as duas nações em conflito.

A batalha por Bakhmut 

Embora a Rússia afirme ter conquistado a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, os principais líderes militares ucranianos reiteram que a batalha ainda não terminou. A Ucrânia reconhece que controla apenas uma pequena parte de Bakhmut. 

O vice-ministro da Defesa, Hanna Maliar, disse esta segunda-feira (22.05) que as tropas ucranianas detêm algumas áreas nos arredores do sudoeste, enquanto continuam os combates por pontos estratégicos nas partes norte e sul. 

"O potencial ofensivo do inimigo foi significativamente reduzido. Sofreram enormes perdas. Ganhámos tempo para certas ações, que serão reveladas mais tarde", sublinhou Maliar.

A Rússia reivindicou no sábado (20.05) ter capturado toda a cidade de Bakhmut, mas o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desmentiu afirmando que "Bakhmut não estava ocupada pela Rússia". Zelensky lembrou que a cidade está totalmente destruída após oito meses de combates.

A empresa russa Wagner anunciou a retirada dos seus mercenários das posições que ocupa em Bakhmut, para ceder os postos ao Exército regular de Moscovo.

"Na zona oeste da periferia [de Bakhmut] as linha de defesa estão firmes. Por isso, o grupo Wagner retira-se de Artiomovsk [designação soviética da cidade ucraniana] entre os dias 25 de maio e 1 de junho", disse o oligarca Yevgeny Prigojin numa mensagem de voz difundida pelos serviços de comunicação da empresa que contrata combatentes. 

Rússia acusa grupo ucraniano de sabotagem

As autoridades da Rússia acusaram esta segunda-feira militares ucranianos de sabotagem na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, após uma série de ataques em território russo.

"Um grupo de sabotagem e reconhecimento do Exército ucraniano entrou no distrito de Graivoron", na fronteira com a Ucrânia e localizado a cerca de 65 quilómetros a oeste da cidade de Belgorod, declarou o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, na rede social Telegram.

"As Forças Armadas russas, juntamente com os guardas de fronteira, a Rosgvardia [guarda nacional] e o FSB [serviços de segurança] estão a tomar todas as medidas necessárias para exterminar o inimigo", acrescentou o governador.

A Ucrânia já negou estar envolvida na incursão ao território russo: "A Ucrânia observa o que está a acontecer na região de Belgorod com interesse e está a estudar a situação, mas não tem nada a ver com isso", garantiu o assessor presidencial ucraniano, Mikhaylo Podolyak.

Nas últimas semanas, à medida que uma grande ofensiva ucraniana se aproxima, o território russo tem sido alvo de um número crescente de sabotagens, bombardeamentos e ataques de 'drones' atribuídos a Kiev. No início de maio, Moscovo afirmou ter intercetado dois 'drones' ucranianos que pretendiam atingir o Kremlin e acusou Washington de ter ordenado este suposto ataque.

De todas as vezes, a Ucrânia negou responsabilidade ou absteve-se de comentar.

Deutsche Welle  com agências

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