Filipe Garcia, editor-adjunto de política | Expresso (curto)
Antes de mais um convite:
quarta-feira, 31 de maio, às 14h00, Junte-se à Conversa com David Dinis, Tomás
da Cunha e Diogo Pombo. Desta vez sobre "Benfica e o resto: o que
aprendemos com o futebol esta época?". Inscreva-se aqui.
Por estes dias, a política faz-se de tiros. Disparam uns, disparam outros. E
quem falou com quem? E quem chamou quem? E não respondem porquê? Não é preciso
grande estratégia ou fio condutor. Basta um tiro, uma frase orelhuda e o dia
fica feito.
Entre a salva de tiros, há disparos a passar despercebidos. Foi no Domingo à
noite na SIC que Marques Mendes mostrou o quadro que nos devia ferir: 53% dos
agregados familiares portugueses vive com menos de 964€ mensais e apenas 15%
tem a sorte de ultrapassar os 2321€. Ontem, outros passam ao lado.
A celebrar um ano à frente do PSD, Luís Montenegro puxou a culatra. Primeiro ao
cravo, envolto em fogo mais ou menos fátuo, com a retirada da confiança política a Joaquim Pinto Moreira, arguido
na operação Vórtex, e com a promessa de investigar internamente o
fundamento do caso Tutti Fruti. O tiro foi direto: “Acho que o PS devia fazer o
mesmo”. Ao início da noite, culatra novamente recuada e novo disparo em
entrevista à RTP. Agora, sobre o Chega: entendimentos para governar? "Já
respondi a essa questão. Não tenho nada a acrescentar agora". Sim ou não? “Já disse o que está excluído do meu projeto de governação do
país. Fui muito claro em relação sobre isso”. Um tiro de raspão … no pé?
Se do lado de cá da fronteira tem sido tema recorrente o risco do governo socialista não cumprir a legislatura, do outro, por Espanha tudo se precipitou. Depois de uma copiosa derrota nas regionais, Pedro Sánchez antecipou eleições - do final do ano para o próximo 23 de julho - e os números não enganam. Fossem transpostos para legislativas e hoje seriam 139 os deputados do PP, 120 os socialistas do PSOE, 13 os representantes do VOX. No PP já celebram “a revogação do sanchismo”, mas e agora?. Um alerta para os socialistas deste lado da fronteira?
As Frases
“Tive de tomar uma decisão impopular, suspender as férias dos agentes”
Magina da Silva, diretor nacional da PSP, sobre policiamento durante a Jornada
Mundial da Juventude
“Estou ansioso por mudar de
velocidade e acelerar o ritmo [das negociações]"
Tobias Billström, ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, sobre a adesão do
país à NATO
“Haverá armas nucleares para
todos”
Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia
Um sinal
Suspeito que não serei único, mas diariamente abro os diretos dedicados à guerra à procura do mesmo: um sinal de que a Paz esteja para chegar. Nas últimas horas caíram 11 mísseis na região de Kiev, estão F16 a caminho e nem faltou o presidente da Bielorrússia a prometer “armas nucleares para todos” os países que se juntem à aliança com a Rússia. Está tudo AQUI, mas são poucos os sinais felizes.
O rei do pedal no país do futebol
São três as Grandes Voltas - Espanha, Itália e França – e desde 1979 – mérito
de Joaquim Agostinho – que um português não terminava uma no pódio. O feito de
João Almeida, terceiro na geral e o melhor dos jovens ciclistas, pode não ser
fácil de contextualizar no país do futebol, mas já mereceu os parabéns por
parte do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa deixou a esperança que o ciclista
das Caldas da Rainha nos “traga novas alegrias no futuro” e Almeida já
confirmou que quer estar no Tour. Ficam os números da façanha: ao
longo de 21 dias em Itália, João Almeida pedalou quase 3500 quilómetros; foram
85 horas e meia em cima da bicicleta; e no final, um atraso inferior a minuto e
meio para o vencedor.
Entra Toti, sai João Mário
Horas depois de João Mário ter anunciado o abandono da seleção,
Roberto Martínez apresentou a convocatória para os próximos jogos de Portugal
na qualificação para o Euro 24, o primeiro no Estádio da Luz (17 de Junho)
contra a Bósnia e o segundo três dias na Islândia. A ausência do médio
benfiquista não foi a única novidade. Há uma estreia, Toti Gomes, defesa do Wolverhampton, foi chamado ao jogo, e
três regressados: Nélson Semedo, Renato Sanches e Ricardo Horta.
O que ando a ler
Sobe-se e desce-se o Parque Eduardo VII, bebe-se uma cerveja, come-se um gelado, carrega-se um saco livros, numa espécie de abastecimento para os meses que virão. A visita à Feira do Livro é romaria a que não gosto de faltar. E lá fui, no passado domingo, horas depois de uma festa bem maior por ali ter acontecido. No saco vieram três livros: primeiro, do Nuno Tiago Pinto, diretor da Sábado de quem tenho a sorte de ser amigo, Rui Pinto: o hacker que abalou o Mundo do futebol; segundo, Morte à Pide!, de António Araújo e, finalmente, a biografia de Leonardo Da Vinci, de Walter Isaacson. Na verdade, também trouxe Ser Teen é incrível! Rapariga #sóquenão, mas esse é para oferecer a quem tem de resolver problemas bem mais complexos que contar histórias de hackers com ânsias de justiceiro, extinções de polícias fascistas ou mesmo a vida do maior génio da humanidade.
O que ando a ouvir
Não fui espreitar o alinhamento e, pelo gosto da surpresa, não o farei. Sei que
já anda por aí - até pela Mealhada onde, suspeito, terá ido comer um belo
leitão – e que temos encontro marcado para a próxima noite de quinta-feira.
Sim, falo de Chico Buarque e do bilhete que, desde o Natal passado,
tenho guardado. Fica o desejo de ouvir Construção, Apesar de Você e Cálice.
Também pode cantar A Banda, Bom Tempo ou, as mais
obscuras, Samba para Vinicius e Blues para Bia. Não sei que
sorte terei, mas sei que esta semana arranca com banda sonora de luxo garantida
e em contagem decrescente para ver um dos músicos que há mais anos me escapa.
Despeço-me com a recomendação dos mais recentes episódios dos nossos Podcasts.
Em Que voz é Esta? descubra como pode identificar e prevenir um burnout, estado de esgotamento físico e mental provocado pela exposição a um stress profissional crónico.
Em O Mundo a seus pés, pode ficar a par dos últimos desenvolvimentos políticos em Espanha, depois das eleições municipais e autonómicas terem levado Pedro Sánchez a dissolver a Assembleia e antecipar eleições.
E finalmente, em O CEO é o limite, fica a conhecer Cristina Campos, que trocou um cargo de abrangência global numa multinacional farmacêutica para regressar às origens e ao negócio da família, a Freemácia.
Tenha um bom dia e não deixe de nos seguir em Expresso.
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