Entre as novas exigências atlantistas impõe-se então que a Ucrânia proceda a «reformas democráticas e do aparelho de segurança». Disse «reformas democráticas»? Tem a certeza? Importa-se de repetir?
José Goulão* | AbrilAbril | opinião
A cimeira da NATO em Vilnius, Lituânia, gastou dezenas de horas, toneladas de papel, milhões de terabytes, esgotou o armazém de adjectivos, delapidou o inesgotável stock de fervor guerreiro de dezenas de comentadores e analistas; porém, justiça seja feita, conseguiu não se desviar da narrativa delirante, espécie de terrorismo intelectual com que continua a guerrear pela sobrevivência xenófoba do «nosso ADN civilizacional e cultural superior».
«A nossa narrativa vence guerras!», proclamou o Daily Telegraph num irreprimível grito imperial em nome de Sua Majestade. Afinal, é a fé na ficção que nos salva, porque através desse caminho foi possível aos atlantismos personificados pela NATO obter heróicas vitórias no Vietname, no Iraque, na Síria, na própria Líbia em decomposição e em várias outras pelejas, com destaque para o Afeganistão e os «seus pastores de cabras equipados com Kalachnikov», como ironizam algumas vozes nos Estados Unidos.
A «narrativa» descobre sempre a vitória nos escombros dos desastres militares. Assim é também na Ucrânia, onde a NATO está às portas da derrota no terreno, e por isso alega que não se considera em guerra com a Rússia (assim o diz o comunicado final da cimeira), valendo-lhe, uma vez mais, a tal fé inabalável na narrativa de vitória para garantir que cada ucraniano sacrificado sem dó nem piedade é um enorme passo em frente na triunfante defesa dos «nossos interesses» e da «democracia».
Disse democracia?
Entre o tanto que se disse e escreveu sobre a cimeira da coligação militar «defensiva», mas que mantém a conquista total do planeta debaixo de olho – leia-se, se houver espertina para isso, o quilométrico e burocrático comunicado final –, quase escapou uma pequenina fase perdida na imensa lixeira de palavras.
Sabemos, para desespero do mimado
nazi Zelenski, que em vez das portas da NATO alegremente franqueadas pelas
promessas de
Enquanto isso não acontece, os actuais membros da NATO juram manter o empenho financeiro e o abastecimento de armas para que milhares de ucranianos – e russos – continuem a morrer diariamente numa guerra sem fim à vista, mas na qual a vitória atlantista é mais do que duvidosa – se esquecermos a narrativa. Chama-se a isto ter em conta os direitos humanos.
Entre as novas exigências atlantistas impõe-se então que a Ucrânia proceda a «reformas democráticas e do aparelho de segurança».
Disse «reformas democráticas»? Tem a certeza? Importa-se de repetir?!...
O aparelho de segurança tem mesmo de ser reformado, ou melhor, refundado porque no termo da guerra não sobrará nada do actual. Em relação a isto não existe surpresa.
Agora quanto «reformas democráticas»?!… Não é a Ucrânia de Zelensky/Porochenko/Biden/Victoria Nuland/Azov/Stepan Bandera o suprassumo da «democracia liberal»?
Não é a Ucrânia a derradeira fronteira entre o mundo democrático e o pântano da ditadura?
Não é a Ucrânia a última barreira da civilização ante a barbárie?
Não é a Ucrânia o baluarte dos baluartes na defesa crítica da nossa «ordem internacional baseada em regras»?
Não está a Ucrânia a «defender a nossa democracia», um mote tão querido das classes política e empresarial lusitanas?
Não é afinal a Ucrânia a última esperança de sobrevivência do «nosso jardim» tão amorosamente cultivado pelo iluminado Borrell, impedindo-o de ser espezinhado pelas hordas selváticas oriundas do resto do mundo, 85% do planeta?
Não é segredo que a exemplar democracia ucraniana nasceu do investimento norte-americano de cinco mil milhões de dólares no golpe de Estado que derrubou um governo eleito democraticamente e impôs em 2014 um regime de tipo nazi, sustentado na expressão política e militar do culto nacionalista e xenófobo de carniceiros assalariados de Hitler. Um regime que iniciou uma guerra civil fundamentada em ódio étnico, xenófobo e racista causadora de, pelo menos, 14 mil mortos, esmagadoramente civis, entre 2014 e 2022. Essa agressão nazi de Kiev ao Leste e Sudeste do país suscitou ostensivamente uma reacção igualmente violadora do direito internacional, a invasão russa, prolongando o conflito até hoje sobretudo devido ao envolvimento directo da NATO, em socorro desesperado da junta chefiada nominalmente por Zelenski.
Bem, isto é história destes tempos, nos quais, afinal, a democracia nasce de golpes de Estado contra a democracia. Porém, como estabelece a «nossa narrativa que vence guerras», o que interessa é preservar o dogma ditando o carácter verdadeiramente democrático do regime ucraniano, o «seguro» – caríssimo – do nosso celebrado «modo de vida», ainda que estejamos hipotecados até ao pescoço e tenhamos de enfrentar o quotidiano sobrecarregados com preços incomportáveis dos bens vitais.
Na Ucrânia é certo que estão proibidos os partidos da oposição; os livros considerados inconvenientes continuam a ser destruídos e lançados no lixo; as pessoas que discordam do regime são perseguidas, presas ou mesmo executadas; existe uma única programação de rádio e televisão, determinada pelo presidente e a polícia política; meios de comunicação de lealdade duvidosa para com o sistema são proibidos; as leis do Estado estipulam institucionalmente, através de um parlamento onde só existem vozes do regime, a discriminação étnica, cultural e linguística em relação a comunidades nacionais cujas origens não são ucranianas puras.
Costuma dizer-se que se um animal grasna como um pato, tem bico, patas e andar de pato, então é um pato. A «nossa narrativa», se quiserem, a «ordem internacional baseada em regras», guia-se por outros conceitos, talvez seja esse o grande segredo do liberalismo: se um regime tem práticas de ditadura, impõe leis ditatoriais, venera colaboradores do III Reich, então não é uma ditadura, é uma democracia. Pelo menos no caso da Ucrânia.
Daí que seja absurda a condição imposta pela NATO a Kiev segundo a qual o regime deve proceder a «reformas democráticas». Zelenski tem razão: o regime sempre cultivou a perfeição do ponto de vista democrático; como recompensa, foi financiado, treinado e armado em permanência, as garantias de entrada na NATO multiplicaram-se ao longo dos anos. E agora, chegada a cimeira da grande confusão chefiada por um ente incapaz de esconder insuficiências de ordem física e mental, dizem-lhe que não há data para a admissão.
O mimado e chorão nazi Zelenski, formatado pela cultura ocidental como uma verdadeira estrela de Hollywood, comediante bacoco transformado em imagem de mártir por centena e meia de agências de comunicação, teve um fanico e ameaçou pôr tudo em pratos limpos perante os 31 da cimeira. «Absurdo», clamou bravamente antes de viajar para Vilnius. Depois percebeu que o ambiente entre os amigos, protectores e padrinhos tinha esfriado. Chegaram até a chamar-lhe «ingrato» e a dizer-lhe que os governos apoiantes «não são a Amazon, a quem se apresenta uma lista de encomendas», segundo palavras do ministro britânico da Defesa. Por isso moderou o discurso, mas o pacote de exigências que lhe foi apresentado já é diferente, a música recomenda outra dança e enquanto a Rússia não for derrotada a integração da Ucrânia na nobre família atlantista está tão congelada como a grande e triunfante contra-ofensiva para esmagar os sub-humanos russos.
Inconfundível nos seus ademanes mafiosos, a NATO enviou, e continua a mandar, centenas de milhares de ucranianos para a morte prometendo integrar a Ucrânia; e agora, como as coisas não correm como garante a «narrativa vencedora», há que dar tempo ao tempo, reduzir ao infinito aquilo que era já para amanhã. Enquanto isso, afinal só estão a ser chacinados ucranianos…
Generais apavorados
O que está verdadeiramente por detrás da mudança de ambiente no Olimpo da NATO? Em primeiro lugar, em casa onde não há pão, neste caso, onde as armas estão a esgotar-se, todos ralham e só alguns podem ter mais razão do que o resto – os fabricantes de armamentos, os vendilhões da morte. A NATO transformou-se num saco de gatos onde os gatinhos estão à mercê dos gatarrões, abdicando cada vez mais das suas rações. Chegou o tempo em que o Pentágono vai exigir mais do que 2% do PIB de cada membro para o peditório da NATO. Costa já estará a fazer contas para poder obedecer: caro concidadão, é previdente abrir mais um orifício no cinto.
Depois há inconfessáveis atribulações militares. O comunicado da cimeira explicita que a NATO não está em guerra com a Rússia, não enviará tropas para o terreno (ou seja, mais do que já lá estão sob mil e um disfarces) e, além disso, são muito escassas as possibilidades de uso de armas nucleares.
Temos experiência suficiente para saber – tal como o próprio Zelenski agora aprendeu – que o que a NATO diz não se escreve e, regra geral, o que escreve não pratica.
Ainda assim, enquanto vão narrando as enormes insuficiências, os conceitos medievais, a ínfima capacidade operacional, a moral rasteira e a coragem nula do aparelho militar russo, os grandes chefes da NATO confrontam-se com uma realidade que os apavora. Afinal os russos não são a limitada Guarda Nacional de Saddam, ou os pastores de cabras afegãos munidos com as suas temíveis kalachnikov dos primórdios do século passado.
Os russos, afinal, são capazes de driblar os gloriosos Patriot, que disparam salvas de um milhão de dólares, com meia dúzia de drones kamikaze, já baptizados como «ciclomotores voadores», ao valor unitário de poucos milhares de rublos; os russos têm armas hipersónicas que os génios da morte do complexo militar e industrial norte-americano ainda não conseguiram copiar; os russos trocam as voltas às «armas maravilha» enviadas por atacado para terras ucranianas – os invencíveis Leopard 2 também se abatem, os inatacáveis tanques norte-americanos Bradley, orgulho da BAE Systems que os vende a 3,2 milhões de dólares por cabeça, têm uma esperança de vida de duas semanas desde que arribaram à Ucrânia, os sistemas de artilharia M777, também da BAE Systems, ao preço de dois milhões de dólares cada, não têm a pontaria afinada e muito menos uma invulnerabilidade que lhes garanta a vida eterna.
As esburacadas pistas de aviação ucranianas também não parecem ser muito do agrado dos delicados caças F-16, conhecidos como «aspiradores de pistas» pela sua descolagem exigindo infra-estruturas irrepreensivelmente limpas e lisas.
Tanto mais que, segundo fontes militares autorizadas, a força aérea russa encara a possibilidade de esburacar um pouco mais as bases ucranianas no caso de a NATO recorrer a essa nova variante de «arma maravilhosa». O que, aliás, deixou de parecer provável, segundo parecer recentemente emitido pelo chefe do Pentágono aconselhando os ucranianos a concentrar-se na artilharia e a deixar de pensar em altos voos. Nova mudança de discurso.
Em suma, os altos comandos da NATO percebem que as suas estrelas de guerra nunca foram testadas frente a um exército equipado como o russo e os resultados não são animadores. Até agora só tinham jogado contra equipas da terceira divisão.
Esta realidade também não cabe na profética narrativa vitoriosa e conduz à confirmação de um facto admitido cada vez com maior frequência nos últimos anos: a capacidade da Rússia em guerra convencional pode ter ultrapassado a da NATO. E quando se passa ao domínio nuclear é do conhecimento geral, embora seja um facto muitas vezes escondido da opinião pública com uma insensibilidade criminosa, que não haverá vencedores, todos seremos vencidos.
Daí que seja possível perceber o temor da NATO em pôr directamente as botas no campo de batalha ucraniano, sobretudo sabendo que a Rússia recorreu até agora a uma fracção muito limitada das suas capacidades militares – precisamente precavendo-se de um alargamento operacional do campo inimigo.
Dir-se-á que as circunstâncias da cimeira da NATO, as tais divisões e incertezas a que Zelenski, em tom provocatório e insultuoso chamou «fraqueza», correspondem a um dito português muito popular segundo o qual «quem tem…, tem medo». Quanto a isso não há «narrativa vencedora» que valha. Alguns dirigentes ocidentais, na sua mediocridade, indigência cultural e pequenez intelectual têm deixado escapar sinais de pavor perante a realidade que percebem no campo de batalha ucraniano – e que negam por imposição do discurso oficial, o único admitido seja lá o que for isso do «liberalismo».
Em boa verdade, os sintomas de tensão vividos na cimeira da NATO, e descarregados em cima de Zelenski, não por ser competente a chacinar o seu povo mas por ser incompetente a aproveitar como deve ser os fantásticos meios prodigalizados pelo atlantismo, devem-se também a aspectos mais gerais e de índole, digamos, empresarial.
A NATO é, principalmente, um clube de compradores de armas fabricadas nos Estados Unidos, uma feira dos instrumentos de morte produzidos por entidades como a Boeing, a já citada BAE Systems, a General Dynamics, a Northrop, a Raytheon e poucos mais com envergadura semelhante. São estes os verdadeiros patrões da NATO e, por inerência, de todos nós. Por exemplo, percebe-se o desespero de Lloyd Austin, rodando entre a chefia do Pentágono e o Conselho de Administração da Raytheon, perante as baixas prestações dos mísseis e outras armas que a empresa fabrica e comercializa. Para Austin e comparsas de tantas nações da NATO, é muito mais doloroso perder as generosas comissões dos negócios do que as vidas de milhares e milhares de seres humanos, neste caso no território da Ucrânia. Humanismo, enfim…
Queimar o Corão é fixe
A cimeira da NATO também teve o seu momento patético, o de conveniente união solene, mesmo de lágrima no canto do olho, celebrando a anexação da Suécia – que antes de o ser já o era.
Quem navegar pelo Youtube, sem perder muito tempo, verificará que os russos parodiam há mais de dez anos a possível entrada da Suécia na aliança, dando-a como certa tal o grau de russofobia da clique política de Estocolmo, dentro da qual o antigo primeiro-ministro Olof Palme foi assassinado quando preparava uma viagem a Moscovo e uma melhoria da cooperação com a União Soviética.
Para que o esperado desfecho em Vilnius parecesse uma conquista e fizesse soar os clarins montou-se uma encenação épico-cómica fazendo crer na existência de insanáveis divergências entre a Suécia e a Turquia que, afinal, sábias mediações atlantistas transformaram em conto de fadas.
Uma vez que o presidente turco
Recip Tayyep Erdogan, ao sabor do seu neo-otomanismo como fuga para a frente de
um regime falido, tenta farejar sempre o melhor de dois mundos, decidiu apostar
forte no regateio exigindo a admissão da Turquia na União Europeia em troca da
entrada da Suécia da NATO. A barganha de feira mensal não passou de um bluff canhestro
de Erdogan que saiu muito barato à NATO. Biden, suspenso dos seus auriculares,
ordenou ao FMI para emprestar
No fim, Erdogan acabou abraçado ao primeiro ministro sueco, em comovente comunhão entre liberalismo e «iliberalismo», que afinal não dói nada. Assim como o presidente turco, eminência da Irmandade Muçulmana, não se sente minimamente beliscado em confraternizar alegremente com o chefe de governo de um país onde se organizam festas da queima do Corão em ambiente de confraternização entre terroristas e a polícia; sem esquecer que a sua própria imagem de estadista foi humilhada através de uma gigantesca caricatura pendurada de cabeça para baixo num poste anexo à Câmara Municipal de Estocolmo. Como diz Zelenski em relação ao culto do carniceiro Bandera, para Erdogan, afinal, queimar o Corão é fixe. E o que lá vai, lá vai.
Estas opções oportunistas e mal sucedidas têm consequências. O presidente turco escolheu dúvidas – a promessa de diligências sem data para aceitação plena no mundo «ocidental» – em vez de certezas – a sua integração natural nas estruturas multinacionais e igualitárias na Eurásia, que são a génese da nova ordem mundial multipolar. A Rússia torceu o nariz, a China tomou nota e, logo a seguir, vemos Erdogan pronto a receber Putin e a tentar estabelecer um novo acordo só com Moscovo para exportação de cereais russos em direcção aos países menos desenvolvidos. Ao mesmo tempo que, no pino do Verão, o presidente turco apoia o corte de abastecimento de água a grandes cidades sírias em conluio com os terroristas islâmicos sustentados pela NATO e em conjugação com os bombardeamentos aéreos cometidos por Israel, uma demonstração de como a ordem internacional baseada em regras, sob a qual ainda vivemos, arrasa o direito internacional, por acaso com a bênção do secretário-geral da ONU.
Erdogan igual a si próprio, um especialista em jogadas sem princípios e em cultura terrorista, provando que está muito bem onde nunca deixou de estar – a NATO.
Ainda quanto à NATO, assinale-se uma outra nota relevante e que, essa sim, passou despercebida. Os próceres atlantistas asseguram que não estão em guerra com a Rússia e que este país nada tem a temer por estar cercado por uma aliança militar em expansão permanente, com ambições de domínio global e que tem na guerra o único instrumento de relações internacionais. No entanto, organizaram provocatoriamente a cimeira na Lituânia, em território da antiga União Soviética, depois de terem prometido, há 30 anos, que a NATO não se deslocaria «uma polegada para leste» em relação às fronteiras do fim da guerra fria. A Lituânia, país que foi vítima de algumas das maiores chacinas hitlerianas, mas no qual os herdeiros e saudosos do nazismo estão activos na esfera do poder, reescrevendo a História de acordo com a opinião única ditada pelo «Ocidente».
Senhoras e senhores, é a NATO no seu esplendor, explicando o que valem as suas palavras, garantias e declarações. No entanto, uma NATO romântica, humanitária – tal como as guerras que promove –, democrática – tal como o regime de Zelenski –, uma referência de seriedade – ao estilo do comportamento de Erdogan. Uma entidade do bem absoluto e inquestionável, merecedora destas palavras comoventes proferidas por Angelina Jolie, actriz e «embaixadora» da caridadezinha para os pobrezinhos de quem a sorte se esqueceu em todo o mundo: «A NATO pode proteger as mulheres da violência sexual na guerra; existe pouca diferença entre os trabalhadores da ajuda humanitária e os soldados da NATO: esforçam-se todos pelo mesmo objectivo: a Paz».
Sem dúvida. Eis um retrato perfeito do «Ocidente», ungido com a superioridade cultural de Hollywood e a grandeza hipócrita da sua bem-aventurada civilização.
*José Manuel Goulão é um jornalista português. Iniciou atividade n'A Capital, em 1974, e trabalhou n'O Diário, no Semanário Económico e na revista Vida Mundial, de cuja última série foi diretor. Foi também diretor de comunicação do Sporting Clube de Portugal. - Wikipédia
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