terça-feira, 25 de abril de 2023

Portugal | Milhares desfilam na Avenida da Liberdade para celebrar o 25 de Abril

Manifestantes pedem "trabalho, igualdade, ambiente, escola pública" e o "aumento real dos salários" nos cartazes no desfile até ao Rossio. PS e BE apontam o dedo ao Chega, enquanto a Associação 25 Abril critica os "saudosistas da ditadura".

Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, milhares de pessoas participam na tarde desta terça-feira no tradicional desfile popular do 25 de Abril.

Cerca de uma hora antes do início do desfile, marcado para as 15:00, a zona do Marquês de Pombal já estava ocupada por cidadãos, identificados com partidos políticos e anónimos, com cravos vermelhos, apitos, megafones, tambores e faixas com palavras de ordem.

Ao longo do percurso havia já também largas dezenas de populares, aproveitando a sombra, e a aguardar também a passagem do cortejo para entrar no desfile.

Pede-se "trabalho, igualdade, ambiente, escola pública" e o "aumento real dos salários" no muitos cartazes empunhados por pessoas que se vão movimentando ao logo da avenida, antes mesmo do início oficial do desfile.

Cidadãos anónimos, cravo ao peito ou nas mãos, também traziam apitos e cartazes, onde se lia "Liberdade de expressão",

"A liberdade conquista-se todos os dias", "Orgulhosamente livre", "Há alturas em que e preciso desobedecer", referem outras mensagens.

Entre os manifestantes, a pouco mais de meia hora para do início do desfile era já bem audível o som do protesto de algumas centenas de professores a ocupar a lateral do Marquês, na rua Braamcamp, atrás de uma faixa do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), onde se pode ler "Só não há dinheiro para quem trabalha".

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS (25 de abril em Portugal)

Daniel Garcia, Portugal | Cartoon Movement

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Angola | Xeque-Mate à Liberdade no Xadrez da Política – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

Hélder Pita Grós é uma peça da golpada que está a desmantelar o empresariado nacional e a vender às postas as riquezas do Povo Angolano a estrangeiros. O balconista do negócio é um tal Bicudo Vilar. O FMI acaba de dizer que o Executivo está no bom caminho: “Angola é resiliente mas tem de continuar as reformas”. Para os abutres do Fundo Monetário Internacional “reformar” quer dizer roubar e o desmantelamento da soberana nacional. 

O mandato do Procurador-Geral da República expirou há muito tempo. Ele próprio passou o limite de idade. Mas vai continuar porque não é fácil arranjar alguém com o seu estomago para trair a Pátria Angolana. Numa votação entre os seus pares, não foi o mais votado. Mas isso pouco interessa. Aliás, se não der Grós dá Inocência. 

Outro que está fora de prazo chama-se Fernando Garcia Miala. É mestre da golpada que está a destruir a soberania nacional. Está “disponível” para acompanhar o chefe até 2027. Se não for 2032 ou mesmo vitaliciamente. Os angolanos não merecem aa chuvas torrenciais que flagelam o país devido à deslocação do Equador para nossa casa, destruindo vidas e bens. Os angolanos não merecem a penúria em que vivem para engordarem o FMI e outros abutres multinacionais. Os angolanos não merecem o Miala e suas golpadas. Os subterrâneos onde ele e seus esbirros querem soterrar a democracia em nome do combate à corrupção e à impunidade sendo eles corruptos impunes.

Não me enganem com os juízes das garantias e das liberdades. Enquanto o filho do meu mestre Acácio Barradas estiver quase há um ano em excesso de prisão preventiva, não existem em Angola liberdades nem qualquer garantia de que elas venham a voar. Aos carcereiros, entre os quais se contam Helder Pita Grós e Fernando Garcia Miala, lembro o nome desta sua (deles) vítima: Carlos São Vicente. 

Sabem onde conheci Acácio Barradas? Na cidade do Uíge. Na Redacção do Jornal do Congo, durante uma “visita de estudo” era jovem estudante do ensino secundário. Foi ele que me ensinou a gerir o espaço. A amar o fecho das edições tapando buracos que a composição a quente (no chumbo!) tornava quase impossível tapar. Ele mestre e eu miúdo dando os primeiros passos, fazíamos o impossível. Ainda faço isso, mas sem emoção. Agora tapo os buracos nas páginas entre um e outro pensamento à saudosa Canducha, a mais bela menina do Bairro Operário. Quando lhe pedia um beijo ela dizia que sim. (Espero que não me condem a prisão perpétua por ser um admirador da princesa).

Hoje, o cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda recebeu o Prémio Camões. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso, citou os gigantes da Literatura de Língua Portuguesa. Entre eles, incluiu Agostinho Neto. Não, não há Miala que consiga derrubar o gigante que nos tirou da escravatura e conduziu à liberdade. Não há Hélder Pitas Grós capaz de destilar porcaria que suje o nome e reduza a dimensão do Fundador da Nação Angolana. 

O Miala já imaginou o que seria hoje, se não fosse Agostinho Neto? Hélder Pita Grós não passaria de um servo desajeitado. Esqueçam! Têm falhado sempre. Vão continuar a falhar. Somos filhos de Mamã Angola e do Papá Agostinho Neto. Nem mortos vamos esquecer quem somos e porque existimos.

Hoje, véspera do 25 de Abril, essa data mágica que libertou os corações de angolanos, guineenses, moçambicanos, cabo-verdianos, santomenses, timorenses e portugueses, vou repetir um texto que escrevi há pouco tempo. Como a escrita jornalística no dia seguinte só serve para embrulhar bagre fumado ou ginguba torada, a memória esvai-se na espuma dos dias. Então aí vai. Nunca digam que não vos avisei.

Portugal | CHEGA DE MENINOS NAZIS E CHEGA DE NOJO


Nojo, ojeriza ou asco é uma emoção geralmente notada através de expressão facial e tipicamente associada com coisas que são percebidas como sujas, incomestíveis ou infecciosas. 

Em The Expression of the Emotions in Man and Animals, Charles Darwin escreveu que o nojo se refere a algo revoltante. 

Wikipédia

Na comemoração do 25 de Abril PR do Brasil discursa no Parlamento de Portugal

Lula da Silva evoca 25 de Abril e diz-se "em casa" em Portugal

Durante o discurso do Presidente brasileiro na Assembleia da República, Augusto Santos Silva repreendeu os deputados do Chega.

Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta terça-feira sentir-se em casa em Portugal e considerou o 25 de Abril um "salto para o futuro" do país com destino ao "desenvolvimento económico com justiça social".

No seu discurso na Assembleia da República, uma cerimónia de boas-vindas que antecede a sessão solene evocativa do 25 de Abril, Lula da Silva afirmou que a Revolução dos Cravos permitiu que "Portugal desse um verdadeiro para o futuro", ao recuperar "as liberdades civis, a participação política dos cidadão, a democratização política, os direitos trabalhistas e a livre organização sindical, criando as bases para o desenvolvimento económico com justiça social".

"Nos últimos dias tive aqui em Portugal a inconfundível sensação de estar em casa, sentimento que acredito que é compartilhado por todos os brasileiros que vivem em Portugal e todos os portugueses no Brasil", começou por dizer Lula da Silva na sua intervenção, suscitando aplausos da maioria dos deputados, enquanto os parlamentares do Chega batiam nas mesas e empunhavam cartazes com as bandeiras da Ucrânia e onde se podia ler frases como "Chega de Corrupção".

Perante o protesto, o presidente da Assembleia da República chamou a atenção dos deputados portugueses do partido de extrema-direita: "Os senhores deputados que se querem permanecer na sessão plenária devem comportar-se com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida a qualquer representantes do povo de português, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal".

No início do seu discurso, de 18 minutos, Lula da Silva começou por salientar ter sido com "muita alegria" que recebeu o convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa para que a sua visita a Portugal coincidisse com a celebração do 25 de Abril, revolução que foi acompanhada com "admiração e esperança" no Brasil.

Portugal | A FRAGILIDADE DA SOCIEDADE CIVIL NESTE 25 DE ABRIL

Pedro Neto | TSF | opinião

Um estudo recente da OCDE debruçou-se sobre pouco mais de 41 países para aferir da qualidade de vida nesses territórios. No que diz respeito ao envolvimento da sociedade civil, Portugal ficou em penúltimo lugar, atrás de países como a Colômbia, a Rússia, a Turquia ou o México.

É uma desilusão perceber que estamos tão atrás, mas é fácil encontrar razões que o justifiquem.

O Estado Novo, quase 50 anos passados, ainda deixa vícios e marcas de silêncio à sociedade civil.

O mundo à volta dos partidos políticos é ainda muito fechado, vive de cacique, diria quase, de um regime de oligarquia de relações.

A imprensa ainda hoje dá mais voz a políticos do que à sociedade civil, porque esta pouca força tem.

A lei do mecenato encoraja muito pouco uma filantropia que ajude a sociedade civil, quer local, quer nacional.

Algumas das maiores fundações são mesmo geridas por pessoas ligadas a partidos políticos, aos cartões de militante, à influência.

Outras das grandes fundações têm mesmo os nomes dos próprios fundadores ou das suas próprias empresas e não financiam ONG de forma global. O dinheiro fica genericamente dentro de portas, sendo a empresa a canalizar donativos para a fundação com o mesmo nome. Acontecem vantagens fiscais para donativos, só que o dinheiro não muda de mãos.

Portugal | Desobedoc celebra o 25 de Abril com filmes, conversas, exposições

De 28 de abril a 1 de maio, o Desobedoc passa pelo Cinema Trindade e Almada Ponto, no Porto. São 17 filmes, uma exposição, conversas e momentos de debate sobre temas da atualidade que pretendem celebrar o 25 de abril e continuar a sua concretização.

Sexta-feira, dia 28 de abril, terá como pano de fundo as questões feministas, com o filme Les tres portugaises da atriz e realizadora feminista Delphine Seyrig. A obra versa sobre a iniciativa de apoio às Três Marias em França no ano do processo de que foram alvo pela escrita do livro “Novas Cartas Portuguesas”. Nesse dia será ainda exibida uma curta sobre Purificação Araújo, obstetra antes e depois da ditadura, uma das responsáveis pelo planeamento familiar em Portugal, comentado por Ana Campos e outras. Bem como um filme sobre a questão dos cuidados, com grande enfoque na pandemia Debout, les femmes do deputado da France Insoumise François Ruffin, que percorre as condições do trabalho de limpeza, doméstico e de cuidado durante a pandemia. Para finalizar, Eu Sou, um filme de dois realizadores portugueses sobre a facilidade com que as pessoas caem em situação de pobreza em Portugal.

No sábado, o Desobedoc contará com o filme Ocupação S.A. sobre a última Colónia de África, o Sahara Ocidental, com a presença do representante da Frente Polisário em Portugal, Omar Mih, numa conversa com José Manuel Pureza. Será ainda discutida a situação no Chile e o Golpe de Estado de 1973 através do filme Salvador Allende, com comentários de Luís Fazenda. O dia terminará com Les Mains Invisibles, de Hugo dos Santos, sobre os desertores que fugiam de Portugal, da ditadura e da Guerra Colonial nos anos 1970, numa sessão apresentada por Miguel Cardina.

Portugal | Revolução de Abril afirma-se nas ruas e na Assembleia da República

Esta terça-feira, por todo o País, o povo sai à rua para co­me­morar os 49 anos do 25 de Abril, enquanto na Assembleia da República terá lugar uma sessão solene com a participação do Presidente da República.

O 25 de Abril será assinalado na manhã desta segunda-feira na sessão solene da Assembleia da República, onde, para além dos grupos parlamentares, intervirão o presidente da Assembleia da República e o Presidente da República.

Durante a tarde, as comemorações do 25 de Abril e do seu sentido transformador e revolucionário estender-se-ão por todo o País, com particular destaque para o desfile em Lisboa, que decorrerá, cerca das 15h, entre o Marquês de Pombal e o Rossio. No Porto, a concentração po­pular está convocada para as 14h30, na Rua do He­roísmo, junto à an­tiga sede da PIDE no Porto, onde, após uma ho­me­nagem aos re­sis­tentes an­ti­fas­cistas, se­ seguirá o des­file na Ave­nida dos Ali­ados, que encerrará com um es­pec­tá­culo de Jorge Lomba e da Bri­gada Victor Jara.

As comemorações estender-se-ão a outras cidades, nomeadamente, em Braga, às 15h00, com desfile na Ave­nida Cen­tral, em Coimbra, com ma­ni­fes­tação a partir da Praça da Re­pú­blica, cerca das 15h00, em Faro, com a ma­ni­fes­tação a ter início mar­cado para as 15h30, no Jardim Ma­nuel Bivar e em Leiria, às 15h00, no Largo Goa, Damão e Diu, haverá «Can­ções de Abril», com a participação de vários mú­sicos.

Entretanto, na noite desta segunda-feira, realizar-se-ão vários espectáculos comemorativos do 25 de Abril e promovidos por diversas autarquias, das quais destacamos em Lisboa, na Praça do Comércio, um espectáculo com Vitorino e os seus convidados, no Porto, na Ave­nida dos Ali­ados, fogo de ar­ti­fício e con­certos de Luta Livre e do Coral de Le­tras da Uni­ver­si­dade do Porto, enquanto na Co­vilhã, cerca das 22h00, terá lugar uma ar­ruada da Ave­nida Frei Heitor Pinto até ao Pe­lou­rinho, acom­pa­nhada pela Banda da Co­vilhã. Mas também em Évora, com o es­pec­tá­culo «Li­ber­dade», no Seixal com Dino d’ San­tiago, entre outros, em Al­cácer do Sal com Ma­riza Liz, em Grân­dola actua Ana Moura, em San­tiago do Cacém Carlão e em So­bral de Monte Agraço actuarão Ro­gério Charraz e a Banda do Co­reto.

AbrilAbril 

Portugal | UM PAÍS EMPATADO

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Ser a principal figura da oposição, como acontece com André Ventura na sondagem da Aximage, não capacita ninguém para a governação, de igual forma, ser incapaz de ser percepcionado como líder da oposição, como acontece com Luís Montenegro na mesma sondagem, não incapacita ninguém, mas aconselha vagar. No mesmo estudo de opinião, a percentagem de portugueses a considerar positiva a actuação do governo (23%) é um ponto percentual superior às opiniões positivas que a oposição consegue no seu conjunto (22%). Não é chegado o tempo de procurar nas urnas a alternância no poder.

A actuação do primeiro-ministro (27% de opiniões positivas) é, aliás, melhor avaliada que a do secretário-geral do PS (22%) e é superior à de qualquer outro líder partidário. O eleitorado dá sinais de cansaço continuado em relação à governação e ao PS, mas não vê alternativa. Montenegro fica a pouco mais do meio do caminho, quando comparado com Costa, na confiança que transmite aos eleitores quanto à sua capacidade para liderar um governo. Três meses de imensas trapalhadas socialistas não deram ao líder do PSD mais que dois pontos percentuais numa aproximação ao poder.

É verdade que o modo campanha em que entraram os partidos, com o PSD a clarificar a sua posição em relação ao Chega e o governo a usar os cofres do Estado para reconquistar o eleitorado mais velho, ainda não tem efeito neste estudo de opinião, embora os últimos dias de trabalho de campo sejam em cima da entrevista de Montenegro a Maria João Avilez. O que se percebe é que o Chega e o seu líder mantêm um significativo potencial de crescimento e as eleições que se aproximam beneficiam o partido de Ventura. Na Madeira, a extrema-direita parte praticamente do zero e pode bastar-lhe eleger um deputado regional para ser o fiel da balança, como é nos Açores. Nas Europeias do próximo ano, partindo igualmente do zero, a campanha é terreno fértil para discursos nacionalistas, xenófobos e racistas.

Serão as Europeias de 2024 e os resultados do PS e PSD a determinar se Marcelo Rebelo de Sousa tem condições para avançar com a dissolução que apresentou ao país como praticamente inevitável. Não chega que o PS perca terreno se o PSD não o ganhar. Aquilo que vemos nas sondagens pode acontecer nessas eleições: o PS tem três eurodeputados de avanço do PSD, tem de os perder e o PSD ganhá-los, mas ao mesmo não podem os social-democratas perder em igual medida para os partidos à sua direita.

O PSD não pode hesitar, bem pelo contrário, na mensagem de que não conta com o Chega para chegar ao poder. O eleitorado moderado, que se cansou de oito anos de governação socialista, não alinha nos ziguezagues de Montenegro. Não, o socialismo de António Costa não é pior que o populismo de André Ventura. Luís Montenegro precisa de afirmar como alternativa, competir com o PS nas soluções que cada um tem para o país. Se pensa que o seu campeonato é com o Chega a ver quem diz mais do governo, vai ter de continuar a contentar-se cm sondagens que lhe dão vitórias poucochinhas. Na verdade, nem está à frente do PS, está empatado. Está o PSD, está o PS e está o país.

* Jornalista

Portugal | Insatisfação com rumo da democracia e desconfiança de tribunais e governo

São mais os pessimistas (43%) do que os otimistas (22%) com a evolução recente da democracia. Confiança só nas Forças Armadas, nas polícias e na Presidência da República.

Os portugueses não estão satisfeitos nem com o estado da democracia nem com a maioria das instituições que garantem o seu funcionamento. De acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, a propósito dos 49 anos do 25 de Abril, a desconfiança é particularmente elevada relativamente aos tribunais e ao Governo. Ao contrário, é alta a confiança nas Forças Armadas e nas polícias.

O país já está em contagem decrescente para comemorar meio século da revolução e a sondagem revela uma avaliação ambivalente da democracia. Quando as perguntas sugerem um balanço destes 50 anos, incluindo direitos e liberdades individuais ou direitos sociais, o balanço é francamente otimista. Quando se pede uma avaliação ao momento atual, o retrato é muito diferente e bastante mais pessimista.

Divisão entre gerações

A insatisfação é evidente, desde logo, quando se pede uma avaliação ao estado atual da democracia. São mais os que dizem que está pior (43%) do que os que acreditam que está melhor (33%), com destaque para o pessimismo das mulheres, dos mais velhos, dos que residem a norte e dos que votam mais à Direita.

No que diz respeito aos escalões etários, a avaliação piora com o avançar da idade, ao ponto de haver um cisma geracional entre os dois grupos mais novos (18 a 49 anos), em que há um saldo positivo (diferença entre as respostas que consideram que está melhor e os que dizem que está pior), e os dois grupos mais velhos (50 anos em diante), em que o saldo é negativo.

CONSULTAR GRÁFICOS NO TEXTO ORIGINAL - DN 

Quando se analisam os segmentos partidários, a avaliação coincide, de alguma forma, com a maior ou menor proximidade ao poder político atual. Os mais satisfeitos com a evolução da democracia são os socialistas (o saldo é positivo), mas, daí para a Esquerda, e em particular para a Direita, o sentimento agrava-se, com destaque para quem vota no Chega e na Iniciativa Liberal.

Salgueiro Maia, capitão de Abril que tomou os pontos nevrálgicos do regime ditatorial

Biografia

Fernando José Salgueiro Maia GOTE • GCIH • GCL (Castelo de Vide1 de julho de 1944 — Lisboa3 de abril de 1992), foi um militar português.[1][2] Foi um dos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução de 25 de Abril de 1974, que marcou o final da ditadura em Portugal.

Salgueiro Maia foi o único filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro (mortalmente atropelada aos 29 anos por um autocarro na Praça de Espanha, em Lisboa, tinha Fernando Salgueiro Maia quatro anos de idade).[3]

Nascido em Castelo de Videdistrito de Portalegre, no Alto Alentejo, viveu subsequentemente em Coruche (frequentando a Escola Primária de São Torcato) e em Tomar. Quando tem 16 anos a família instala-se em Pombal, indo Salgueiro Maia fazer o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo).[3]

Admitido, em outubro de 1964, na Academia Militar, em Lisboa, depois de ver reprovada a sua candidatura um ano antes, seria colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para fazer o tirocínio. Na mesma instituição, ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.[3]

Depois da revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.

Destaque na Revolução de 25 de Abril

Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do Levantamento das Caldas, foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, seguindo as ordens de Otelo Saraiva de Carvalho no Posto de Comando na Pontinha, a rendição de Marcello Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcello Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.

Na madrugada de 25 de Abril de 1974, durante a parada da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, proferiu o célebre discurso: "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!". Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.[1][2]

A 25 de Novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC.

Após a Revolução

A 24 de setembro de 1983, recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a 28 de junho de 1992,[4] e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém.

Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do Distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-coronel.

Em 1989, foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas, o vitimaria a 3 de abril de 1992.[1][2]

Foi agraciado a título póstumo pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a 25 de abril de 2016 (Dia da Liberdade),[4] tendo a condecoração sido entregue à viúva a 30 de junho de 2016, véspera do dia em que completaria 72 anos de vida.[5]

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25 de Abril de 1974 - Música e canções, história, imagens, libertação do país e do povo






Um pouco de história

Revolução de 25 de Abril de 1974

A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, Revolução de Abril[1] ou apenas por 25 de Abril,[2] refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[3] vigente desde 1933,[4] e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.[5][6][7]

Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães[8] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1][9] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[10] acabando por atingir o regime político em vigor.[11] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a reação do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em Lisboa, atingidos pelas balas da DGS.[12]

O movimento confiou a direção do país à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[13] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[14] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[15] e confrontos militares que terminaram com o 25 de novembro de 1975.[16][17]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

Contexto - Estado Novo

Na sequência do golpe militar de 28 de maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona em 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo regime autoritário-ditatorial de inspiração fascista — "o Estado Novo".[18][19] António de Oliveira Salazar passou então a controlar o país através do partido único designado por "União Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano,[20] que pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até ser deposto no dia 25 de abril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura[21][22] pela oposição ao regime,[23] pelos observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposição.

O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu formação da Gestapo e da CIA, tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.[24]

Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do ultramar, numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua política irredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique.[3]

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração.[25] Contudo, é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a adesão de Portugal à EFTA.[26] - continua

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