A Human Rights Watch acusa milícias e funcionários apoiados pelo governo de cometerem "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" na região.
Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil
O governo etíope rejeitou um relatório da Human Rights Watch (HRW) que alega que uma campanha de "limpeza étnica" está em andamento no oeste de Tigray, apesar de uma trégua assinada em novembro.
As alegações "não são comprovadas por evidências", disse o Serviço de Comunicação do Governo da Etiópia em um comunicado na terça-feira.
"Este retrato distorcido e enganoso da situação tenta minar a coexistência pacífica e alimentar o conflito interétnico e obstruir os esforços nacionais para a paz e a reconciliação", diz o texto.
A guerra, que eclodiu em novembro de 2020, opôs forças regionais de Tigray contra o exército federal da Etiópia e seus aliados, incluindo forças de outras regiões e da vizinha Eritreia. Decorre de queixas enraizadas em períodos do passado turbulento da Etiópia, quando determinados blocos de poder regionais dominavam o país como um todo.
Desde então, os combates se intensificaram, matando milhares de civis, arrancando milhões e deixando centenas de milhares à beira da fome.
A HRW divulgou um relatório na semana passada dizendo que o acordo de paz de novembro para encerrar o conflito de dois anos em Tigray não impediu a "limpeza étnica" na disputada parte ocidental da região, conhecida como Zona Ocidental de Tigray.
"O governo etíope deve suspender, investigar e processar adequadamente comandantes e funcionários implicados em graves abusos de direitos no Tigray Ocidental", diz o relatório.
"Desde o início do conflito armado em Tigray, em novembro de 2020, as forças de segurança de Amhara e as autoridades interinas realizaram uma campanha de limpeza étnica contra a população de Tigray no oeste de Tigray, cometendo crimes de guerra e crimes contra a humanidade".