Marques Mendes: Costa "desvaloriza" as questões da corrupção. "Foi assim que deixaram construir o monstro Sócrates"
No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, este domingo, Luís Marques Mendes critica a “forma displicente” como o primeiro-ministro desvaloriza os casos de corrupção que atingem o seu Governo. “É um pouco assustador”, diz, referindo-se à 13ª demissão, desta feita do secretário de Estado da Defesa. Marco Capitão Ferreira será ouvido sexta-feira no Parlamento. Foi constituído arguido por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio
No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, este domingo, Luís Marques Mendes comentou a demissão de Capitão Ferreira do cargo de secretário de Estado da Defesa Nacional, sobre o qual recaem suspeitas de corrupção. “Politicamente, esta demissão tem muito que se lhe diga. Em ano e meio de governo, é já a 13.ª. Isto não abona muito a favor de quem tem a responsabilidade de escolher ministros e secretários de Estado. Neste caso, o primeiro-ministro e a ministra da Defesa Nacional. Era exigível da parte dos dois mais cuidado nas escolhas”, critica.
Mas para o comentador a questão de fundo não está na falta de afinco na seleção dos governantes, mas na “forma displicente" como o primeiro-ministro “desvaloriza” as questões da corrupção. “É um pouco assustador. Um ‘PM’ não deve desvalorizar estas matérias. Foi assim, desvalorizando todos os sinais, que deixaram construir o monstro Sócrates. Estavam lá todos. Não valorizaram e deu no que deu”, disse esta noite.
Marques Mendes aponta ainda o dedo à “ineficácia” do questionário governamental, criado para avaliar o passado dos ministros e secretários de Estado. “Na altura, o Presidente da República alertou que talvez se devesse aplicar retroativamente, não só aos futuros governantes, mas também aos que já estavam no Governo. Às tantas o Presidente tinha razão. O seu conselho era prudente”.