sábado, 9 de setembro de 2023

Crime insano de Bliken que chama às munições de urânio “presente de inauguração”

Criminosamente insano… O principal diplomata da América chama as munições de urânio empobrecido para a Ucrânia um “presente de inauguração”

Antony Blinken é criminalmente insano, tal como muitos outros políticos ocidentais que brincam com fogo sobre corpos ucranianos e russos mortos.

Strategic Culture Foundation | Editorial | # Traduzido em português do Brasil

Pelas suas próprias palavras, pode-se diagnosticar Antony Blinken, o Secretário de Estado dos EUA, como criminalmente insano. Esta semana, o principal diplomata americano esteve em Kiev para uma visita de dois dias, onde anunciou um novo pacote de ajuda de mil milhões de dólares ao regime ucraniano, incluindo pela primeira vez o fornecimento americano de cápsulas de urânio empobrecido.

Esta foi a quarta viagem de Blinken a Kiev desde que a guerra por procuração de Washington contra a Rússia se intensificou em Fevereiro do ano passado. O mais recente pacote de ajuda militar dos EUA ao regime neonazista é a 46ª parcela de armas entregue pela administração Biden – cortesia dos contribuintes americanos. Um total de US$ 43 bilhões foram desembolsados ​​durante um período de 18 meses.

Blinken procurou encantar seus anfitriões nazistas chamando o inventário mais recente de “presente de inauguração”. Ele disse que era um sinal do compromisso dos Estados Unidos em apoiar o regime ucraniano pelo tempo que for necessário.

As sondagens mostram que uma clara maioria dos cidadãos dos EUA se opõe à continuação da ajuda militar à Ucrânia. Tanto para a democracia!

Incluído no último pacote de ajuda está o fornecimento de cápsulas de urânio empobrecido. É mais do que grotesco que um oficial americano de alto escalão possa encontrar palavras de carinho para tais munições e os perigos que estão a ser alimentados com a Rússia.

A corrida pela IA

Rodrigo de Matos, Portugal | Cartoon Movement

Reino Unido apresenta planos de investigação nuclear após rejeitar a adesão à Euratom

Benjamim Fox | EURACTIV. com | # Traduzido em português do Brasil

O Reino Unido estabeleceu planos para investir até 650 milhões de libras para apoiar programas nacionais de investigação em fusão nuclear que decorrem até 2027, depois de confirmar no início desta semana que não aderiria ao programa de investigação em energia nuclear Euratom da UE.

O governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, confirmou os planos na quinta-feira (7 de setembro), acrescentando que mais detalhes sobre os programas alternativos nacionais seriam definidos nas próximas semanas. 

A mudança ocorre apesar do acordo entre o Reino Unido e a Comissão Europeia esta semana para aderir ao programa de satélites da União Europeia para observação da Terra, Copernicus, e Horizon Europe com um desconto na sua contribuição financeira para compensar os anos que perdeu, de acordo com um relatório de quinta-feira. (7 de setembro) anúncio. 

O acordo sobre o Horizonte Europa, que se segue a meses de negociações sobre as contribuições anuais de Londres, que a Comissão Europeia estima agora que serão de quase 2,6 mil milhões de euros por ano, também inclui “um novo reembolso automático que protege o Reino Unido à medida que a participação recupera dos efeitos da últimos dois anos e meio. Isso significa que o Reino Unido será compensado caso os cientistas do Reino Unido recebam significativamente menos dinheiro do que o Reino Unido investe no programa.” 

Tal como o Horizonte Europa, a adesão do Reino Unido à Euratom também foi prevista no Acordo de Comércio e Cooperação com a UE, que entrou em vigor em 2021. O estatuto de associação aos regimes foi então bloqueado pela Comissão durante o litígio entre Londres e Bruxelas sobre o implementação do protocolo da Irlanda do Norte. A disputa sobre o protocolo terminou com a assinatura do Windsor Framework em fevereiro. 

Quase toda a população da Europa respira ar poluído

Com a UE pretende definir novas regras de qualidade do ar, dados de satélite mostram que 98% dos habitantes da Europa vivem em áreas onde concentração de partículas finas supera limite da OMS.

Praticamente todos os habitantes da Europa vivem em cidades poluídas, onde os níveis médios anuais de partículas finas são superiores ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS ) . Na prática, isso significa que quase toda a população no continente respira um ar nocivo que pode até mesmo ser fatal.

A poluição do ar aumenta o risco de doenças respiratórias e cardíacas e reduz a expectativa de vida. "Com os atuais níveis de poluição atmosférica, muitas pessoas estão ficando doentes. Sabemos que diminuir esses níveis reduz esses números", disse o diretor do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), Mark Nieuwenhuijsen.

A DW se uniu à Rede de Jornalismo de Dados Europeia para analisar dados de satélite do Serviço de Monitoramento da Atmosfera (CAMS) do Copernicus , o programa de observação da Terra da União Europeia.

Conforme esses dados, em 2022, quase toda a população na Europa — 98% — vivia em áreas onde a concentração de partículas finas (normalmente abreviadas como PM 2,5) ultrapassava o limite previsto pela OMS.

A situação é especialmente grave em partes da Europa Oriental, no Vale do Pó (Itália) e em grandes áreas metropolitanas, como Atenas, Barcelona e Paris.

Os níveis elevados de poluição atmosférica em algumas cidades europeias já foram relatados anteriormente, mas esta análise de dados oferece pela primeira vez uma comparação da poluição atmosférica em diferentes regiões europeias. É também possível ver onde a qualidade do ar melhorou e onde piorou.

Os dados também foram usados ​​para identificar dois locais com situações contrastantes. Um deles é o norte de Itália, onde os níveis de poluição são constantemente elevados. O outro é o sul da Polônia, onde eles são elevados, mas estão em queda. Neles também é possível ver se estratégias de mitigação estão ajudando ou não.

Angola | Seja Esse Boi o Que For – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Dona Isabel Paulino foi atirada para o covil de um jimbo enquanto pedia misericórdia. Jonas Savimbi, mandante deste crime ignóbil, assistiu a tudo para ter a certeza de que a sua esposa era mesmo assassinada como tinha ordenado. Receando alguma denúncia, quando partiu do Bailundo para o Andulo, o criminoso de guerra ordenou aos seus sequazes que tirassem o cadáver da cova e levaram-no. A inditosa senhora foi enterrada algures no Bié. Vítima de um conflito político ou de um homicídio com especial perversidade e crueldade? A esposa de Savimbi não tinha divergências políticas com o marido. Nem queria o seu lugar na UNITA. Só desejava viver com os filhos num clima de paz.

O Estado Angolano tem o dever de garantir a Dona Isabel Paulino um funeral digno. Porque era um ser humano. Porque só os animais são abandonados. Savimbi teve um funeral digno. Foi enterrado no cemitério municipal de Luena. As autoridades mandaram construir um túmulo. Jovens radicais queriam profanar a campa e entregar o cadáver às feras. Durante meses, agentes da Polícia Nacional faziam guarda, dia e noite, ao cemitério.  

Este tratamento foi dado a um traidor nato. Alguém que rompeu com a UPA/FNLA e foi alugar as armas aos colonialistas. Savimbi lutou de armas na mão contra a Independência Nacional. Após o 25 de Abril de 1974 o líder da UNITA alugou as armas aos independentistas brancos. Rosa Coutinho desmantelou esses grupos. O chefe da UNITA não perdeu tempo e alistou-se nas hordas nazis dos racistas de Pretória. 

Durante a guerra pela Soberania e a Integridade Territorial as forças angolanas enfrentaram os invasores estrangeiros, reforçados com as tropas do Galo Negro. Mataram, destruíram, raptaram civis inocentes, violaram, fizeram de prisioneiras as suas escravas sexuais. Instrumentalizam crianças para a guerra. Os mandantes puseram a circular que em Angola existia uma guerra civil. Mentira hedionda. A guerra era contra os invasores estrangeiros reforçados com traidores da estirpe de Savimbi ou do assassino confesso Samuel Chiwale. 

Classificar a Guerra Pela Soberania Nacional como uma “guerra civil” é um crime sem perdão. Chamar à II Guerra de Libertação Nacional uma “guerra civil” é insultar a memória dos nossos Heróis. Chamar à Luta Armada de Libertação Nacional uma “guerra civil” é colocar o colonialismo ao nível do nacionalismo revolucionário e equiparar o MPLA ao partido dos ditadores Salazar e Caetano. Não cometam esse crime. Não insultem o Povo Angolano. 

Angola | Um Poema Traçado Sobre Aço* -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Porque hoje é sábado vamos dar lugar à memória. E pedir ao tempo que deixe de pastar no esquecimento. Regresse ao palco desta vida descontente, sem as luzes da fantasia, sem bobos da corte nem palhaços ricos zombando do palhaço pobre de sempre. O poeta Vinícius de Morais poetou a morte de um homem rico, porque hoje é sábado. O poeta Malaquias ergueu a voz e chorou: 

Não quero ir/Nem cheguei a sair/E aqui estou/À espera de morrer/Cantando/Para adormecer.

Poemas traçados sobre o aço, para nunca esquecermos o grito angustiado  de Onésimo da Silveira (foi enfermeiro em Vila Luso/Luena): Os nossos filhos sabem dormir com fome. 

Com o título “Memória de um Génio do Banditismo Mediático” enviei em 2018 esta carta à Direcção do Jornal de Angola, invocando o direito de resposta. Não foi publicada. Mando-a agora para todas e todos perceberem quem é, de facto, Rafael Marques, a quem o então ministro João Melo entregou o Jornal de Angola, quando demitiu José Ribeiro, o melhor jornalista angolano na área da Imprensa:

Agradeço a publicação deste texto de opinião na próxima edição. Sendo o director e o director adjunto do Jornal de Angola estrénuos defensores da Liberdade de Imprensa, certamente que vão satisfazer este meu pedido sem necessidade de invocar o instituto do Direito de Resposta. E vão certamente aceder, sobretudo porque invoco a defesa da minha honra profissional, já que sou um jornalista angolano. Apresento a V. Exas. os meus melhores cumprimentos:

No editorial da edição de 8 de Novembro de 2018 está escrito que “Rafael Marques é daquelas pessoas que em Angola foi vítima de maus tratos, por exercer a liberdade de imprensa”. Discordo absolutamente.   Depois é afirmado que “nós, jornalistas angolanos, devemo-nos sentir orgulhosos de ter um colega da dimensão de Rafael Marques”. Aqui sou obrigado a defender a minha honra profissional. 

Ao longo dos anos que servi o Jornal de Angola como formador, nas sessões de Ética e Deontologia dizia aos jovens profissionais, mas também aos editores e membros da Direcção, que o abuso de liberdade de imprensa é, acima de tudo, um crime gravíssimo contra o jornalismo e os jornalistas. Somos mais prejudicados do que as próprias vítimas, porque essa prática nefasta afecta de forma irreversível a nossa credibilidade. 

E dava vários exemplos, entre os quais Rafael Marques. Porque ele não cumpria o dever de cuidado. Não respeitava o critério da imparcialidade. Não chancelava os factos com fontes consultáveis. Tudo era anónimo, menos ele. Para escapar incólume a estes crimes contra o jornalismo refugiava-se nas vestes de activista. Dizia eu aos meus colegas que ele exercia o jornalismo segundo a lógica das associações de malfeitores. Não posso orgulhar-me deste violador dos princípios básicos do jornalismo. Não posso aceitar que alguém use o jornalismo para mentir, fazer intriga, insultar, caluniar e difamar.

Sismo em Marrocos causou pelo menos 820 mortos e 672 feridos (nºs provisórios)

O abalo atingiu a magnitude 6,9 na escala de Richter e foi sentido em 28 concelhos portugueses, entre os quais Faro, Setúbal, Lisboa e Coimbra. Há pelo menos 205 feridos em estado grave

O número de vítimas no forte sismo que abalou Marrocos na sexta-feira à noite subiu este sábado para 820 mortos, segundo um novo balanço divulgado pelo Ministério do Interior marroquino. Há ainda 672 feridos, dos quais pelo menos 205 em estado grave.

A província com mais vítimas registadas é Al Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com 394 mortos, segundo o balanço até às 10.00 locais (mesma hora em Lisboa). Segue-se Taroudant (271 mortos), Chichaoua (91), Ouarzazate (31), Marraquexe (13), Azilal (11), Agadir (5), Casablanca (3) e Al Youssufia (1).

O sismo atingiu a magnitude 6,9 na escala de Richter com epicentro na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe.

O terramoto, que ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros às 23:11 locais (mesma hora em Lisboa), foi sentido em Portugal e em Espanha.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) precisou que foi sentido nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).

Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odivelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.

Diário de Notícias | Lusa | Imagem: Fadel Senna / AFP

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Portugal | Promessas não resolvem sufocos

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Diz o ditado: não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. As situações de sufoco exigem que a palavra “podes” seja substituída por “deves”. Perante um sufoco, o fazer é agora, pois já devia ter sido ontem. As respostas têm de ser imediatas. E simultaneamente há que trabalhar alterações estruturais atacando as origens dos bloqueios, sob pena de os sufocos se repetirem indefinidamente.

O nosso primeiro-ministro (PM) apresenta-se como governante focado na execução, no “fazer”. É bom que assuma esse foco e não é mau o facto de ser um político experiente e ágil. Mas, será que dá a devida atenção ao pensamento e orientação estratégicos, tendo em conta o tempo em que estamos no plano internacional, europeu e nacional? O seu faro político tem estado orientado para as grandes causas públicas, para os principais problemas com que os portugueses e o país se debatem no presente contínuo, ou estará tolhido por excesso de taticismo e pelo não afrontamento de atores do centrão de interesses, nas áreas políticas sensíveis?

Hoje, os discursos e as práticas políticas da esmagadora maioria dos dirigentes da UE assentam num eurocentrismo que não se coaduna com a realidade. A UE está economicamente estagnada. Está a ser cumprido o objetivo do BCE de arrefecer a economia, e esta instituição não abdicou do aumento do desemprego como instrumento do “combate à inflação”, nem de atacar o Estado social. A economia da Alemanha - o “motor” da UE - está sujeita a um cerco que também bloqueia outras economias. As grandes faturas da guerra (que martiriza o povo ucraniano) ainda não estão apresentadas. De onde emana então o prestígio de António Costa na União Europeia, de que por vezes se fala? De ir entusiasticamente no barco, ou de remar contra a maré em defesa dos interesses do país?

Milhões de portugueses vivem reais situações de sufoco: i) quase metade das famílias não tem rendimentos para suportar os encargos fixos, apesar de já muito podados; ii) a esmagadora maioria dos jovens e muitos outros cidadãos não conseguem mesmo acesso a habitação digna; iii) começa um novo ano letivo com os jovens cheios de sonhos, mas nada sólido avançou que lhes permita pensar terem trabalho bem remunerado e poderem organizar família no seu país; iv) o baixíssimo nível de garantia de rendimentos coloca uma pessoa que viva só do RSI com um rendimento correspondente a 1/3 do que é necessário para sair da pobreza e pouco mais de 1/4 do salário mínimo nacional. Como sair daqui?

Em primeiro lugar, aumentando-se os salários, de longe a garantia mais segura para a formação do rendimento e para melhorar a distribuição da riqueza produzida. Há condições para o fazer, nos setores privado e público. Em segundo, garantir serviços públicos de qualidade para assegurar direitos fundamentais, que representam rendimentos para as pessoas, em particular para os mais pobres. Em terceiro, a utilização pelo Estado de todos os mecanismos ao seu dispor para impor melhor distribuição da riqueza.

Não sairemos dos sufocos com promessas num futuro indefinido, nem com apoios pontuais - que são sempre reversíveis em função da agenda política - em substituição da garantia de direitos universais.

A solidariedade e a justiça social são responsabilidade do Estado, mas também de organizações privadas. O país tem muito a ganhar, por exemplo, se estas superarem o miserabilismo salarial. Além disso, as contas certas da economia financeirizada sufocam, geram mais injustiças e pobreza.

*Investigador e professor universitário

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