quinta-feira, 2 de novembro de 2023

O Motim na Prisão de Gaza -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Peritos das Nações Unidas dizem que 690.000 pessoas foram até agora deslocadas de norte para sul de Gaza e estes seres humanos estão “abrigados” em menos de 200 tendas! “Há o perigo de genocídio”, diz a ONU. Chegam tarde, já sabíamos há pelo menos 50 anos que os nazis de Telavive querem exterminar os palestinos.

Os nazis de Telavive mataram desde o dia 7 de Outubro passado até hoje  3542 crianças. Na guerra da Ucrânia, as autoridades de Kiev reportam 500 crianças mortas entre Fevereiro de 2022 e hoje. As mesmas e os mesmos que condenavam os russos hoje defendem convictamente o genocídio na prisão da Faixa de Gaza. 

Isto é como em Angola. Os filhos dos colonos nascidos na colónia eram “brancos de segunda”. Escrito nos Bilhetes de Identidade. Para o ocidente alargado também há brancos de primeira e de segunda. Os nazis do III Reich tinham muito a aprender com os seus concorrentes de Telavive.

Os nazis do III Reich eram muito caritativos. Davam água aos judeus e só depois os exterminavam. Os nazis de Telavive cortam aos palestinos na Faixa de Gaza água, luz, medicamentos, combustíveis, telecomunicações e tudo o que é necessário a uma vida com um mínimo de condições.

Para as boas consciências não serem perturbadas, os campos de concentração nazis eram ignorados. Mas todos sabiam que existiam. Todos sabiam dos extermínios de judeus e outras minorias. Na Faixa de Gaza nem sequer protegem as boas consciências. O extermínio de palestinos passa em directo nos canais de televisão. Ninguém tem medo do ódio e da vingança dos sobreviventes, dos familiares ou dos amigos dos exterminados? Gente de coragem!

Na CNN Portugal uma senhora muito despachada disse que Israel está a fazer em Gaza o que tem de fazer. É mesmo assim. Tem de ser assim para exterminar o HAMAS! E eu pensei de mim para mim: Nos meus tempos, no mínimo cortava a língua a esta gaja. Sorte dela. Estou a cair da tripeça e confio desmesuradamente nos jovens palestinos e em todos os cidadãos do mundo, solidários com a Palestina, para tratarem dessas e desses nazis. Os militares portugueses que comentam nos canais portugueses de televisão portam-se pior do que o coronel Totobola e outros assassinos da guerra colonial em Angola. Tantos assassinos impunes! 

Os israelitas podem perguntar quem são os verdadeiros sequestradores:

O Hamas ou o regime de Netanyahu?

A imprudência criminosa de Netanyahu e do seu regime irá repercutir com força total, escreve Finian Cunningham.

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu gabinete de guerra estão a avançar com uma invasão terrestre limitada de Gaza – embora isso signifique um desastre para milhares de vidas inocentes, incluindo mais de 200 reféns israelitas.

A administração Biden tem tentado adiar a manobra drástica para dar mais oportunidades às negociações para garantir a libertação dos reféns. Mas Netanyahu e o seu gabinete são movidos pelo seu fanatismo ideológico e precisam de salvar a face.

Desde os ataques a Israel por militantes palestinianos do Hamas, em 7 de Outubro, o mundo tem esperado por uma tão alardeada invasão terrestre por parte das Forças de Defesa Israelitas na Faixa de Gaza. Mais de 1.400 israelenses foram mortos durante os ataques do Hamas. Estima-se que 230 reféns foram levados pelos militantes de volta a Gaza, onde são mantidos em locais secretos, presumivelmente numa rede de túneis subterrâneos.

Três semanas de intensos bombardeamentos aéreos no território costeiro palestiniano provocaram mortes e destruição sem precedentes em Gaza. Mais de 8.000 pessoas foram mortas, sendo 70 por cento do número de vítimas devido a mulheres, crianças e idosos, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

A situação dos reféns representa um dilema para Netanyahu. Ele está a tentar assegurar aos israelitas que a “segunda fase” da “guerra ao Hamas” – que é a invasão terrestre – alcançará ambos os objectivos de derrotar o Hamas e de resgatar os reféns.

No entanto, o líder israelita e o seu gabinete de guerra estão cinicamente a enganar o seu povo. Se as IDF prosseguirem com a sua operação terrestre, os reféns provavelmente morrerão.

Portugal | Estado paga para vender a EFACEC

O ministro da Economia anunciou a venda da EFACEC, acompanhada da injecção de 160 milhões de euros. O dinheiro público que falta para pagar a médicos e professores, sobra para dar ao grande capital.

AbrilAbril | editorial

O Estado vendeu a EFACEC à Mutares, um fundo financeiro alemão, com o compromisso de injectar mais 160 milhões de euros, a somar aos 200 milhões de euros que já tinha metido na empresa. A intervenção do Estado na EFACEC, em 2020, foi decisiva para a salvar das guerrilhas acionistas e do endividamento causado pelos desmandos da gestão, mas não correspondeu a uma estratégia de recuperação e desenvolvimento da empresa para a colocar ao serviço do desenvolvimento do País, pelo contrário, destinou-se apenas a uma nova privatização.

O Governo, em vez de agir para salvaguardar a EFACEC, entregou-a a pataco a um fundo de investimento alemão. Isto é, enchem a boca com a necessidade da competitividade da economia portuguesa e o crescimento do PIB, mas, no fundo, não estão comprometidos com os interesses do País, antes com os do grande capital.

Recorde-se que a EFACEC, com cerca de 2300 trabalhadores, exporta para mais de 60 países e desenvolve soluções de alta tecnologia para geração, transmissão e distribuição de energia, destacando-se a nível internacional na produção de transformadores. Nesta área, detém patentes internacionais em sistemas modulares inovadores e ambientalmente sustentáveis, tendo ganho concursos para produzir transformadores de alta tecnologia, 100% desenvolvidos na EFACEC, para as redes eléctricas de países como Angola, Brasil, Espanha, EUA, França, Moçambique, Reino Unido e Portugal.

Na área dos Transportes, a EFACEC, além de sistemas de energia para tracção elétrica, produz sistemas de sinalização e segurança ferroviária, plataformas de gestão ferroviárias, desenvolve estações de carregamento rápido para veículos elétricos e sistemas de gestão de pontos de carga. Isto é, as potencialidades desta empresa e deste grupo são imensas, para além de, em certos domínios, colocarem Portugal na rota da mais avançada tecnologia, incluindo no desenvolvimento de inteligência artificial.

O que o PS e o Governo deveriam ter feito com a EFACEC era resolver os problemas de tesouraria, garantir os direitos dos trabalhadores, integrar a empresa no Sector Empresarial do Estado e num projeto de desenvolvimento nacional, de valorização e promoção da produção nacional e de combate aos graves défices produtivos do País.

Repete-se a história das últimas décadas da indústria e do aparelho produtivo nacional em geral: a da submissão aos interesses dos grupos económicos e das multinacionais, e à União Europeia. O aumento da dependência externa, os desequilíbrios da balança comercial, a perda de emprego de qualidade, de competitividade da economia nacional e a perda de soberania, são as consequências das opções dos sucessivos governos do PS e do PSD.

Portugal | As razões dos médicos e a escolha do Governo

José Soeiro | Expresso | opinião

Os médicos têm razão nas suas reivindicações. O Estado tem dinheiro para satisfazê-las. Os cidadãos precisam que o Governo feche este acordo com os profissionais

São maratonas de reunião - e continuam. No momento em que escrevo, os representantes dos médicos queixam-se que várias das conclusões que resultaram do diálogo do passado domingo não apareceram afinal no documento escrito que o Governo apresentou na terça-feira. Também por isso, um acordo ainda está muito longe de poder ser alcançado.

E todavia, ao Governo não faltam motivos para ter feito uma opção diferente. A folga orçamental deste ano foi de mais de 4 mil milhões de euros, que se somam a mais de 3 mil milhões do ano passado. Medina surge até com a ideia de um “fundo” para acumular o "excedente" orçamental. Para o ministro das Finanças, o dinheiro que sobra ao Orçamento não pode sobretudo ser utilizado, palavras suas, “para a reivindicação do momento”, mesmo que esta seja a de salvar o SNS. Esta afirmação é todo um programa. O Estado tem dinheiro, a receita fiscal é superior à despesa, mas as Finanças não querem que o excedente dos nossos impostos seja utilizado na maior urgência que temos. E para a saúde nem era preciso todo o excedente ou a folga toda, bastava uma pequena parte. Mas nem assim.

O Serviço Nacional de Saúde é um dos legados mais preciosos da revolução e da democracia. Só que essa conquista esvazia-se cada dia em que mais de um milhão e meio de cidadãos é privado de médico de família e é uma miragem para quem espera meses ou anos por uma consulta de especialidade ou não sabe se terá a urgência aberta no seu distrito.

De entre os trabalhadores do Estado, os médicos são dos que mais têm perdido salário real, cerca de 30% nos últimos anos. Esta degradação das condições salariais tem empurrado muitos para o sector privado e para a emigração. Também por isto, há hoje serviços cujo funcionamento depende inteiramente de haver médicos a fazer 300, 400, 500 ou ainda mais horas extra por ano. Ou seja, a fazer muito acima das 150 horas de trabalho suplementar que a lei geral estabelece como limite máximo, rebentando com as condições de descanso e com qualquer possibilidade de conciliação da profissão com a vida pessoal e familiar. A escassez de médicos no SNS motiva ainda o recurso a tarefeiros, cuja despesa não é considerada “estrutural” e escapa ao défice, e que são pagos a valores muito superiores aos dos médicos do quadro, aos quais não se garante uma carreira que seja atrativa.

Por tudo isto, que é uma forma absurda de gerir o SNS, estou inteiramente ao lado dos médicos que rejeitam a lógica da perda salarial e das horas extra infinitas, que defendem o direito ao descanso, que querem ter mais tempo para consultas, cirurgias e exames.

Se Manuel Pizarro está interessado em salvar o SNS, se se preocupa realmente com os utentes, pode deixar de lado a chantagem que tem utilizado no seu discurso - como se o respeito por direitos laborais elementares limitasse o acesso dos cidadãos à saúde - e fazer o que lhe compete. Ou seja, abrir os cordões à bolsa, negociar uma carreira que fixe os profissionais, atualizar as grelhas salariais recuperando o poder de compra, criar um regime de exclusividade a sério e garantir tempos de trabalho razoáveis. Mas Pizarro já está a deixar passar o seu tempo para fazer parte de uma solução neste processo.

Se o SNS vier a acentuar sinais de colapso em novembro, tal como prognosticou o "CEO" Fernando Araújo, a responsabilidade será de quem tem vindo a impedir uma solução sensata. E não são os médicos, nem os seus representantes sindicais.

Os médicos têm razão nas suas reivindicações. O Estado tem dinheiro para satisfazê-las. Os cidadãos precisam que o Governo feche este acordo com os profissionais. Se Pizarro não o fizer, é porque escolheu. Mas se não celebrar este acordo, a escolha do Governo não será apenas contra os médicos: será contra uma exigência democrática que é de nós todos.

PELA PAZ -- VIGÍLIA EM LISBOA: 03 DE NOVEMBRO

EM SANTARÉM 8 DE NOVEMBRO

Lei humanitária internacional

Schot, Holanda | Cartoon Movement

A progressão do direito humanitário internacional.

Um pacifista é um energúmeno?

Se comentarmos que o Hamas cometeu um crime contra a Humanidade com os ataques de 7 de outubro passado, somos humanistas.

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Se enunciarmos que o Governo de Israel não tem o direito de matar indiscriminadamente civis palestinianos na Faixa de Gaza, somos nazis.

Se nos indignarmos pelos 1400 mortos assassinados pelo Hamas, estamos do lado do bem.

Se nos revoltarmos com as 6500 pessoas mortas pelas Forças de Defesa de Israel, estamos do lado do mal.

Se afirmarmos que o povo judeu foi vítima do Holocausto, somos elogiados por não esquecermos a História.

Se dissermos que os palestinianos são vítimas de opressão e liquidação sistemática há 75 anos, estamos a justificar o terrorismo.

Se chorarmos a morte das crianças israelitas mortas, somos boas pessoas.

Se nos indignarmos com o muito maior número de crianças palestinianas liquidadas, somos uns selvagens.

Se referirmos que a Faixa de Gaza está sob bloqueio terrestre, aéreo e marítimo desde 2005, perguntam-nos qual a relevância disso.

Se aludirmos ao ataque suicida de 2001 à discoteca Dolphinarium em Telavive, que matou 21 pessoas, somos pertinentes.

Se condenarmos a invasão russa da Ucrânia por violar a Carta das Nações Unidas, somos uns democratas.

Se indicarmos as múltiplas violações da Carta das Nações Unidas cometidas por Israel, somos extremistas.

Se apoiarmos a acusação do Tribunal Internacional Penal a Vladimir Putin, somos pela Justiça.

Se sugerirmos uma investigação do mesmo tribunal a Benjamin Netanyahu, somos maluquinhos.

Se condenarmos o bombardeamento russo de um centro comercial numa cidade ucraniana, somos pela civilização.

Se apontarmos o dedo à morteirada mortal de um hospital na Faixa de Gaza, estamos a fazer o jogo do inimigo.

Se qualificarmos o corte de água, eletricidade e combustíveis a dois milhões de pessoas em Gaza como um crime de guerra, não compreendemos, burros, a complexidade da situação.

Se citarmos a lista de ataques armados e as centenas ou milhares de mortos que desde 2014 o Governo Ucraniano cometeu sobre as populações civis das regiões russófonas do seu país, estamos, na melhor das hipóteses, a complicar aquilo que é simples ou, alternativamente, a mentir descaradamente.

Se exigirmos a retirada imediata das tropas russas da Ucrânia, estamos do lado certo da História.

Se apelarmos a um cessar-fogo em Gaza para permitir a entrada de ajuda humanitária, levamos com a suspeita de cumplicidade com o fundamentalismo islâmico.

Se reivindicarmos a libertação imediata dos reféns capturados pelo Hamas, somos bestiais.

Se pedirmos a libertação do jornalista Pablo González, preso há 20 meses na Polónia sem acusação formal, somos umas bestas.

Se salientarmos o voto a favor de 120 países, contra de 14 e mais 41 abstenções de uma resolução da Assembleia-Geral da ONU a pedir um cessar-fogo em Gaza, temos a visão geopolítica errada.

Se sublinharmos que a mesma Assembleia-Geral da ONU aprovou, com 141 votos a favor, 7 contra e 32 abstenções a exigência de retirada russa da Ucrânia, temos a visão geopolítica certa.

Se aceitarmos acriticamente aquilo que o poder norte-americano entende dever ser a organização do mundo, somos inteligentes.

Se criticarmos toda esta esquizofrenia bipolar que nos está a levar para uma guerra mundial, somos estúpidos - aliás, quem hoje em dia defende a paz é mesmo crismado de coisas piores... mas podem pôr-me nessa lista de energúmenos.

*Jornalista 

Mais de 20 mil feridos continuam retidos em Gaza

Depois de, na quarta-feira, a passagem de Rafah se ter aberto ao trânsito de civis, permitindo a retirada de 76 palestinianos feridos e 335 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade para o Egito, os Médicos Sem Fronteiras anunciaram agora que há ainda mais de 20 mil feridos na Faixa de Gaza.

Pontos chave:

Hamas diz que 195 pessoas morreram nos ataques ao campo de refugiados de Jabaliya

Egito diz que vai ajudar a retirar sete mil estrangeiros de Gaza

Confrontos entre tropas israelitas e milicianos do Hamas no norte de Gaza

Médicos Sem Fronteiras apontam para mais de 20 mil feridos em Gaza

Biden defende "pausa" humanitária para retirar reféns

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse, na quarta-feira, que deveria haver uma “pausa” humanitária na guerra para retirar os reféns. “Acho que precisamos de uma pausa”, afirmou.

A Casa Branca já apelou anteriormente a "pausas humanitárias" para permitir a entrega de ajuda a Gaza ou a realização de evacuações, mas até agora recusou-se a discutir um cessar-fogo.

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Portugal | Helena é voz e esponja da CIA e de Israel? Ora, ora… francamente!

O que se sabe: Helena Ferro Gouveia é especialista em Comunicação. Analista de Assuntos Internacionais. Helena Ferro de Gouveia é agora também comentadora da CNN Portugal. Nascida em Bissau, cresceu em Lisboa e, depois de terminar a faculdade, acabou por fixar-se em Bona, na Alemanha, onde trabalhou como jornalista e correspondente ao longo de duas décadas. 

Esta comentadora da CNN Portugal está a dar nas vistas nos seus comentários, já há quem diga que a senhora doutora é voz e esponja da CIA (EUA) pela socapa com a missão de destruir as teses dos que já falam de limpeza étnica por parte de Israel na Faixa de Gaza que ocupa. Além disso já se ouviu a comentadora justificar, com repletas certezas, a legitimidade de Israel assassinar milhares de humanos da população civil palestina, mulheres, idosos e crianças com bombardeios aterradores a hospitais, ambulâncias, a instalações da ONU e seus funcionários, a jornalistas, voluntários de ONGs, etc. sobre o pretexto de que no seu direito a defesa pretende atingir e matar comandantes terroristas do Hamas. Para eliminar um, assassina trezentos, só num exemplo. Por isso bombardeia a eito e assassina a população civil impunemente não reconhecendo a configuração de crimes de guerra e contra a humanidade nas práticas israelitas… Isso e muito mais. Ah, pode lá ser!

Vá lá. Não sejam tão más-línguas, nem tão fantasiosos. A comentadora só está a transmitir o que sabe e pensa daquilo que estudou e lhe permite partilhar connosco as suas mais valias do conhecimento. Francamente!

Além disso, cá por nós, acreditamos que a CIA nem existe nessa vertente. Muito menos com uma Helena de Ferro, ainda se fosse Helena de Troia Além Sado!

Redação PG

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