segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

PLANETA DESMIOLADO

Bom dia. Boa semana (não sabemos é como tal será possível). Talvez fazendo como a avestruz, enfiando a cabeça no chão, não lendo nem vendo e ouvindo as notícias sobre as novas guerras que as grandes e algumas médias potências globais se estão repelando para aprontar até transportarem o planeta e a humanidade para a Terceira Guerra Mundial. Pois. Mas isso é outro assunto. Que se lixe.

Mau. Começamos muito mal aqui pela entrada que vai desembocar no Curto do Expresso, hoje obra de Miguel Prado do famigerado Expresso do tio Balsemão Bilderberg que com vaselina ou manteiga inculcou no retrógrado salazarista e gravoso ‘lixodemocrático’ Cavaco Silva legalizar as rádios locais reservando primazia às tendências possessivas do PSD/CDS em barda, a algumas do PS e raras do PCP… Pois. Mas isso são outras histórias. Basta que se adiante que às tantas as cooperativas de rádio, com o povinho tuti-fruti que eram ‘piratas’ do éter propriedade do sistema manhoso começaram a ser ‘vendidas ao desbarato’ a uns quantos e duvidosos interesses. Até a grandes patrões do tráfico de droga – classificados de empresários lá dos sítios das regiões conhecidas e epitetadas de parvónias laranjas, azuis e rosa sitas para lá do sol-posto… Enfim. Basta, porque isso não interessa nada neste planeta sem miolos. O que interessa é abrirmos os olhos e observar-pensar que a informação tem um conveniente estatuto de barafunda para baralhar. Receita igual para a tal Justiça intocável por tão podre se encontrar, assim como a política, assim como fruta e ‘especiarias’ dos caneiros nas suas viagens para as fossas, rios e estações de tratamento. Chega!

Inteligência Artificial do Planeta Sem Miolos é abertura e trato no Curto, a seguir. Disso não percebemos nada e repudiamos vigarices como o pechisbeque destes tempos modernos. A manipulação da humanidade pelos vendilhões do templo que é este planeta desmiolado, que ganhou o freio nos dentes e galopa desenfreado rumo a abismos cujos fundos nem vislumbramos mas que bem no intimo tememos. São tantos que para não pensarmos nisso refugiamo-nos em fictícias situações e bens estares de leite e mel 'acreditando' nas patranhas que nos enfiam. Até parece que a felicidade transborda em nós por uns quantos sevandijas anunciarem os seus hiper-enriquecimentos fruto de roubos, explorações, vigarices e as tais patranhas por tudo e em tudo.

Credo! Ao que isto chegou! Que se lixe! Mais nada interessa do que fazermos de conta que esses quadros terríveis não são reais. E que o futuro não é aos deuses que pertence mas sim a nós próprios… Mas como? Pois. Isso é que estamos para saber. Talvez questionando a tal Inteligência Artificial e esperar que ela expluda devido à ausência de solução para ela mesma e assim, "com seu saber", artificialmente salvar a humanidade. Baaah...Que coisa!

Sem mais retórica passe ao Curto, a seguir. Se tiveram paciência para lerem esta prosa questionável até aqui será sinal que já está por tudo e que a sua condição e morada é a desgraça profunda e contagiante que grassa e já é peste intratável por quase todo o planeta.

Bom dia e um queijo, acompanhado de tinto Borba de há cerca de cinquenta anos. Uma pomada de fazer crescer cabelo e aniquilar as ilusões. Pois.

MM | Redação PG | imagem: Cartoon Movement, de Jorge Luis Cabrera García, Cuba

Inteligência Artificial SA

Miguel Prado, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia. Há hoje um ponto alto no ciclo de debates televisivos entre os líderes partidários no aquecimento para a campanha de rua das legislativas. O duelo entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, logo à noite, poderá ajudar parte dos indecisos a definir o seu sentido de voto. Mas para isso os dois aspirantes a primeiro-ministro terão de puxar da inteligência política, e, em grande medida, emocional, para comunicarem de forma eficaz com os potenciais eleitores. E como se preparam os líderes para o embate? Contamos-lhe aqui. Mas já lá vamos.

Antes de regressarmos à vida em direto no pequeno ecrã, um salto lá fora ao admirável mundo novo da inteligência artificial, alavanca de modernidade, promessa de produtividade, suplemento vitamínico para uma miríade de negócios. É o mercado da IA, SA. Ou limitada. Ou ilimitada. As fronteiras estão ainda por definir. Mas os colossos da economia digital estão cientes do que têm em mãos. Na passada sexta-feira dezenas de empresas tecnológicas, entre as quais a Amazon, Google, Meta, Microsoft e OpenAI, prometeram trabalhar juntas para impedir que a inteligência artificial (IA) possa ser usada para enganar os cidadãos e interferir nos resultados eleitorais.

“Com tantas eleições de relevo a decorrer este ano, é vital que façamos o que pudermos para evitar que as pessoas sejam ludibriadas por conteúdos gerados por IA”, afirmou o responsável máximo de relações institucionais da Meta, Nick Clegg, durante a Munich Security Conference (sobre a qual pode ler mais aqui). Citado pelo “Financial Times”, também Brad Smith, presidente da Microsoft, reconheceu que as empresas têm “uma responsabilidade de ajudar a garantir que estas ferramentas não se tornam armas eleitorais”.

A posição das gigantes tecnológicas surgiu no mesmo dia em que a OpenAI (a entidade que criou o ChatGPT) apresentou publicamente uma nova ferramenta, designada Sora, que foi concebida para criar vídeos curtos com base em textos. Usando a inteligência artificial, o modelo Sora consegue produzir animações hiper-realistas, ainda que a OpenAI reconheça que tem limitações técnicas. Esta nova ferramenta poderá ou não ameaçar o trabalho de um grupo alargado de profissionais do mundo criativo e do entretenimento, dispensando o tempo, dinheiro e recursos de parte das funções dessas indústrias (são vários os exemplos dados pela OpenAI sobre o que o Sora permite fazer)? E poderá ou não facilitar a criação de narrativas fictícias, gerando sofisticados conteúdos deepfake (manipulados, mas com um aspeto tão realista que pode enganar boa parte dos utilizadores da Internet)? Será esse um perigo maior ou menor que a difusão de falsidades em direto numa qualquer campanha eleitoral? A esse respeito, a OpenAI já indicou estar a trabalhar para evitar que o Sora seja instrumentalizado para alimentar a desinformação, os discursos de ódio e os preconceitos.

Além de potenciais benefícios para uma sociedade cada vez mais digital e focada na obtenção de resultados mais rápidos, a IA pode suscitar reservas: facilitará ou não a desinformação e o populismo num mundo onde o funcionamento das redes sociais tantas vezes induz respostas binárias e interpretações a preto e branco de questões complexas? E há outros pontos de reflexão. Como fica a criação artística? O sexto episódio do podcast “A próxima vaga” juntou o artista Leonel Moura e o professor Penousal Machado, numa conversa moderada por Francisco Pinto Balsemão, justamente para debater se as máquinas irão desvalorizar o trabalho humano nas artes.

Num plano mais positivo, a IA é ainda vista pelos maiores partidos políticos como uma oportunidade de melhorar o funcionamento dos serviços públicos (tanto o PS como a Aliança Democrática têm propostas nesse domínio, como aqui escrevemos). É pouco provável que o tema domine as preocupações de Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro quando, mais logo, esgrimirem argumentos no derradeiro debate a dois das legislativas (este domingo Montenegro enfrentou Rui Rocha e aqui pode ler o essencial do que disseram e aqui as notas dos nossos comentadores; e Mariana Mortágua debateu com Inês de Sousa Real: eis o que discutiram e ainda as avaliações dos comentadores).

Mas, tal como no confronto de logo à noite, na subsequente campanha na rua os líderes partidários precisarão de doses reforçadas de inteligência emocional, para conquistar o eleitor em cada metro de terreno, compreendendo o sentimento popular e providenciando respostas suficientemente convincentes para garantir o seu voto. Mais do que artificial, precisarão de inteligência genuína e de autenticidade.

ChatGPT, os políticos portugueses compreendem realmente os anseios dos eleitores? “A compreensão dos políticos em relação aos anseios dos eleitores pode variar. Alguns políticos em Portugal podem ter uma conexão mais sólida e compreensiva, enquanto outros podem enfrentar desafios na compreensão total das preocupações dos eleitores”. Tão rápida quanto vaga, assim foi a resposta que recebemos.

Outras notícias

Calçado. Dezenas de empresas portuguesas estão em Milão, na Micam, feira de referência da indústria do calçado, em busca de novos negócios, reconhecendo que “é urgente ganhar valor acrescentado”.

Cinema. Os filmes “Oppenheimer” e “Pobres criaturas” estiveram este domingo entre os principais vencedores dos prémios Bafta, em Inglaterra.

Israel. Lula da Silva comparou a ação de Israel em Gaza ao Holocausto, e a comunidade judaica repudiou a declaração do presidente brasileiro. Por cá, o Bloco de Esquerda questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a falta de ajuda para que os familiares de um cidadão português possam sair de Gaza.

Rússia. As homenagens a Alexei Navalny, opositor de Putin que morreu na semana passada numa colónia penal, aos 47 anos, já levaram à detenção de centenas de cidadãos russos. Esta segunda-feira os chefes da diplomacia da União Europeia reúnem-se em Bruxelas e recebem a viúva de Navalny, a cuja morte Donald Trump não reagiu (o que motivou críticas da sua concorrente republicana Nikki Haley).

Frases

“É verdade que o populismo cresceu, mas a minha convicção é que à medida que nos formos aproximando das eleições esse crescimento se reduzirá”

António Costa, primeiro-ministro, em entrevista ao jornal “La Vanguardia

“Será um debate importante, mas não decisivo”

Luís Marques Mendes, comentador, na SIC, sobre o debate que irá opor Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e como o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus”

Lula da Silva, presidente do Brasil, durante uma visita à Etiópia

“Quase sete anos depois, de forma completamente abusiva, de modo a surpreender os visados, que nunca se puderam defender desta acusação, as senhoras juízas mudam os factos e mudam o crime”

José Sócrates, antigo primeiro-ministro, sobre os factos de que é acusado na Operação Marquês

Podcasts a não perder

Expresso da Manhã. No dia em que os polícias se concentram na Praça do Comércio para lembrar ao futuro primeiro-ministro de que há questões de segurança que têm de ser resolvidas, Paulo Baldaia conversa com o comissário Bruno Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, porta-voz da plataforma sindical de polícias. Pode ouvir aqui.

O CEO é o Limite. Não se move por cargos, nem se prende por rótulos e admite que jamais se conseguiria “deixar cristalizar” numa função. João Carreira, presidente executivo (CEO) da Critical Software, pratica na empresa um modelo regular de rotação de funções, a começar pela sua. Sair da zona de conforto, diz, é essencial para crescer. É o convidado desta semana no podcast “O CEO é o Limite”.

O Mundo a Seus Pés. Israel está a chegar a Rafah. Para onde irão os quase 1,5 milhões de palestinianos que ali se refugiaram? Neste episódio do podcast falamos com o professor da Nova School of Law especializado em direito internacional Francisco Pereira Coutinho, e com Alexandre Guerra, consultor de comunicação, e especialista em Relações Internacionais que estudou e viveu na Palestina. Para ouvir aqui.

E termina este Curto. Pode continuar a acompanhar o essencial da atualidade aqui no Expresso. Se ainda não é nosso assinante, veja aqui que opções lhe oferecemos, para que tenha acesso a todos os nossos conteúdos exclusivos. Votos de uma ótima semana!

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