Três camponeses raptados há uma
semana no distrito moçambicano de Metuge,
"Eles libertaram-nos no
sábado. Disseram-nos que este é um mês importante e que Alá (Deus) não permite
que homem explore ou maltrate homem semelhante no mês do Ramadão", disse
esta segunda-feira (25.03) uma das vítimas a partir da sede distrital de
Metuge, a
Os três camponeses foram raptados
há semana nos seus campos de produção agrícola, na zona de Nampipi, por um
grupo armado, que os terá levado para as matas de Mahate, no distrito de
Quissanga, a
Desde o rapto, na segunda-feira, as vítimas contam que ficaram quase uma semana a alimentarem-se de tubérculos, por falta de comida, trabalhando para os insurgentes.
"Só sofrimento" no cativeiro
"Éramos uma espécie de ajudantes deles. Ali [no cativeiro] é só sofrimento. (...)Nós vimos crianças no grupo debilitadas", declarou à Lusa outra vítima, revelando que outras cerca de 20 pessoas que estavam também em cativeiro foram libertadas com o mesmo argumento.
O grupo de camponeses, com idades entre 55 e 60 anos, tinha decidido ir ao campo, percorrendo uma longa distância pelo interior do distrito, mesmo contra a vontade de alguns familiares que temiam situações semelhantes ao ataque à vizinha aldeia de Pulo, onde em 6 de março morreram seis pessoas.
"Quando nos libertaram, avisaram-nos que vão voltar. Disseram-nos para não voltarmos às nossas machambas [campos agrícolas]. Este ano vamos sofrer à fome", lamentou à Lusa uma das vítimas.
Novos ataques
Os ataques a camponeses em Metuge acontecem numa altura em que pragas estão a atacar as culturas no interior daquele distrito, sobretudo na zona de Nampipi, o que pode comprometer a alimentação já deficitária da maior parte da população local.
Depois de vários meses de
relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada
Deutsche Welle | Lusa
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