Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil
“Uma grande operação em Rafah (só) foi possível nas primeiras semanas da guerra, mas não lutamos e a oportunidade já não está disponível”.
O antigo chefe do Departamento de Planeamento do Comando do Estado-Maior Israelita, major-general Nimrod Scheffer, descartou um ataque israelita em grande escala em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Ele disse em entrevista à 103 FM de Maariv que tal operação não é possível sem luz verde de Washington.
Scheffer, que anteriormente dirigiu a Companhia Israelense das Indústrias Aeroespaciais, disse que os Estados Unidos “têm o (poder para tomar) a decisão sobre Rafah”, e não Israel, “e que é ridículo para (o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu) resistir até mesmo sabendo que não iremos lutar e que os americanos se recusam a fazê-lo.”
Em vez disso, Scheffer previu operações militares limitadas em Rafah, que, na sua opinião, não se assemelharão aos grandes ataques lançados por Israel na Faixa de Gaza nos primeiros cinco meses da agressão israelita.
“Uma grande operação em Rafah (só) foi possível nas primeiras semanas da guerra, mas não lutamos e a oportunidade já não está disponível”, disse ele.
Netanyahu 'Insincero'
Scheffer também criticou fortemente Netanyahu por contradizer a administração dos EUA na questão da invasão de Rafah, apesar do apoio sem precedentes deste último a Israel.
O ex-funcionário, no entanto, disse que a “teimosia” de Netanyhau sobre a questão não é realmente sincera. “Ele mente quando envia esta mensagem. Os comandantes do exército sabem que não lutarão em Rafah se os americanos pedirem que isso não aconteça.”
Scheffer foi mais longe, afirmando que Netanyahu está a transformar Israel num Estado “pária”, que, segundo a sua estimativa, há apenas seis meses recebeu um enorme apoio de todo o mundo.
Quanto aos reais motivos da visita do Ministro da Defesa, Yoav Gallant, aos Estados Unidos, Schaeffer disse que é provavelmente uma tentativa de evitar um embargo de armas dos EUA ou outras medidas que reduzam ou retardem o fluxo de armas.
Frente Norte
Quanto à frente norte, Scheffer espera que o custo seria muito elevado se a guerra eclodisse com o Hezbollah, dizendo que Israel, apesar das repetidas ameaças, não pode e não quer travar uma guerra nas actuais circunstâncias.
Scheffer acrescentou que se a guerra eclodir no Norte, será um grande assunto com custos muito elevados, apelando a Israel para que faça a coisa certa, que é alcançar um acordo que o poupe de tal destino.
Netanyahu e os ministros expressaram repetidamente a vontade de Israel de travar uma guerra total no Líbano para eliminar o Hezbollah, numa repetição do cenário de guerra de Gaza.
O poderoso grupo de resistência libanês, no entanto, respondeu às ameaças israelitas confirmando a sua disponibilidade para uma guerra total, se necessário.
( A tradução dos comentários de Scheffer, originalmente em hebraico, foi retirada da Al-Jazeera. Eles podem divergir ligeiramente de sua forma original. )
(PC, AJA)
Imagem: Benny Gantz e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. (Imagem: Palestine Chronicle)
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