sexta-feira, 3 de maio de 2024

GRIECO, O CURTO À SEXTA-FEIRA E O BRASIL AQUI TÃO PERTO

Bom dia. Há um trabalhador no Expresso do tio Balsemão Imprensa Bilderberg que quase todas as sextas-feiras nos traz o Curto. Arrisquemos a dizer que ele é um luso-brasileiro... ou vice-versa. Gente assim põe-nos a escassos metros de distância o Brasil. O sotaque traz-nos calor-humano. A vivência de cada um desses nossos irmãos do peito relatada até parece que é atirada para quadriculas de banda desenhada com o mal e o bem das vivências que nem o Oceano Atlântico consegue separar. Um grande saravá a todos eles e elas que fazem parte do nosso quotidiano. Também aos meninos e às meninas que nas escolas são colegas de nossos filhos e netos portugas em turmas e nos recreios das brincadeiras e das pelejas com bolas ou de apanhadas...

Pois foi, esquecemos alertar que vem aí (mais em baixo) o Curto do Expresso, Excepcionalmente começámos em modo melaceiro, tipo picolé. Descolemos e agradeçamos estarmos vivos e a assistir às coisas únicas que vão acontecendo em Portugal, no Brasil e no resto do mundo ocidental, dito democrático. Principalmente conhecido por ser dirigido por eleitos pseudo-democratas que se governam à tripa-forra juntamente com uns quantos que os assistem nas ilhargas e na babuja da queda na real do eles comem tudo não deixando nada ou somente algumas (poucas) migalhas...

Conversa azeda de tanto retardada. Pois.

Mas isso agora não interessa nada. O importante é que o Curto de hoje traz apenso flores numa prosa supimpa sobre liberdade, rua, povo em moles imensas, protesto, comemoração... Festa, pá! Festa de pouca dura. Pelo menos em Portugal. E no Brasil também. Logo na hora seguinte regressamos à subvida que o diabo amassou especialmente para nós, os povos.

Foi o 25 de Abril e o 1º de Maio. Já passou! Cai o cinzentão e o negro da realidade com estrondo. Ressarcir os que roubámos com essa treta odiosa de colonialismo não. Ouro do Brasil, esclavagismo, desumanidades, obras de arte, racismo, massacres, expropriações de terrenos de imensos hectares, minérios, etc., etc... Nós? Portugueses! Não. Não.

Que merda de mentalidades. Antepassados que foram uns filhos de puta de ultra primeira-apanha e descendentes que são iguais ou ainda piores (a saber). Contudo as famílias que beneficiaram dos crimes cometidos (eram moda ocidental) continuam por aí, por Portugal, pela Europa, pelo Mundo com gordas heranças de odores sanguinários, esclavagistas e de roubos flagrantes e indecentes...

Credo, queremos acabar para passarmos ao Curto. Pois. Os feitos safardanas e criminosos do colonialismo são como as cerejas. Puxamos um e vêm coladas um molho delas... Tenham vergonha. Tenham muita vergonha!

E depois atiram-se ao Marcelo como gato a bofe. Os trastes, os criminosos por herança. Serem criminosos colonialistas por herança será de família? Talvez.

Vamos ser brutos e passar para o Curto de Grieco. Que tanto nos aproxima do Brasil, onde portugueses roubaram à fartazana.

Tenham vergonha. Tenham muita vergonha!

Curto. Já a seguir. Curtam. Bom fim-de-semana, se conseguirem.   

Redação PG

Para não dizer que não falei das flores

Marco Grieco, diretor de arte ! Expresso (curto)

Bom dia, caro leitor/utilizador/amigo/espectador.

A rua é do povo!

Em menos de uma semana, Portugal teve direito a duas enchentes populares nas ruas. A protestar, a comemorar ou simplesmente a passear, os números foram impressionantes, dignos de um país pleno de liberdade.

Nestas alturas, recordo-me sempre daquilo que não vivi.

Por questões temporais não era um ser consciente quando tudo o que mudou Portugal foi notícia. Só anos mais tarde, pelo meus avós – emigrados a fugir do estado em que o Estado Novo deixou o país –, é que conheci os contornos da “revolução mais bonita que a Europa já viu”.

Meio fantasia, meio realidade.

Nenhuma revolução é simples, bela ou suave como nos podem querer fazer parecer. No Brasil, terra onde acabou por aportar minha ascendência nos idos de 1952, a ditadura também acabou por grassar, décadas mais tarde.

Uma época complexa, feia e dura.

Não era eu ainda sequer nascido na sua fase mais negra e violenta. Não vi as perseguições políticas, não senti na alma nem na carne o peso da censura e da violência policial. E nunca ouvi ao vivo uma das mais belas canções de protesto já escritas em português, que dá título a este texto.

Geraldo Vandré, hoje com 88 anos, escreveu e interpretou.

Não conseguiu servir de farol para indicar a Liberdade – como a “Grândola Vila Morena”, do grande Zeca Afonso –, mas acabou por virar símbolo de uma resistência que vinha do seio do povo, mas também dos meios intelectuais. A rima até podia soar rasa, mas a mensagem era profunda…

Foi censurada, mas nunca esquecida:

“Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão”

“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”

A rua é do povo!

Viva a Liberdade!

A resposta de Marcelo

Apanhado por um tsunami de críticas ainda decorrentes do jantar/conversa com jornalistas estrangeiros, em que varreu sem filtros alguns dos temas mais escaldantes da atualidade política – e não só… –, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu responder no registo a que um dia chamou ‘arte de furar balões’: “O momento presidencial não é tema”, afirmou ao Expresso.

Imigrantes insatisfeitos

Agência para a Integração, Migrações e Asilo tem 400 mil pedidos pendentes. Em apenas seis meses de existência, a herdeira do extinto SEF foi alvo de mais de 7600 processos judiciais devido a atrasos na legalização de migrantes.

De quem é a culpa?

Sempre que um Governo entra em funções, arranja queixas e aponta armas ao anterior. O Executivo de Luís Montenegro não escapa à regra: a cerca de um mês das europeias, entrou em modo dramatização em várias frentes, tentando passar a ideia que é um Governo bloqueado pela oposição no Parlamento e pelo anterior Governo no legado das contas públicas. Pelo caminho, argumenta que a margem orçamental para fazer o que prometeu é menor do que o esperado, refreando expectativas das várias classes profissionais.

E ainda…

. Os perigos da utilização excessiva de telemóveis, tablets e videojogos

. Carlos Lopes. Primeiro ouro português nos Jogos Olímpicos foi há 40 anos

. Portugueses são dos mais burlados por call centers

“Costa navegou à vista”

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, afirma que “o Governo de António Costa não tinha projetos prontos para que os investimentos nesta área [da agricultura] estivessem executados e pagos até ao fim de 2026”. Lembra ainda que “31 de dezembro de 2026 é a data limite para a execução dos planeamentos” e diz que anterior Governo “navegou sempre à vista”.

TikTok fobia

A Comissão Europeia já proibiu a rede social nos telemóveis de trabalho e admite tomar medidas mais drásticas, na linha do que já está a acontecer nos Estados Unidos. Ursula von der Leyen diz que “conhece exatamente os perigos do TikTok”.

Lisboa no radar

Lisboa foi a terceira cidade europeia – depois de Atenas e Madrid – onde os hotéis mais se valorizaram na última década. Entre 2013 e 2023, houve uma subida média anual de 5,7% do valor por quarto, de acordo com o “European Hotel Valuation Index 2024”, que reúne dados de mais de 30 cidades.

E ainda…

. SEDES desafia o Governo a fazer uma reforma fiscal

Visabeira dobra posição nos EUA com compra da Verità

. A opinião de Luís Marques: “O país de Marcelo já não existe”

O futuro do ‘Special One’

José Mourinho está novamente no mercado. O treinador português com mais títulos nas competições europeias revela que já não procura um clube de primeira linha. Aos 61 anos, prefere equipas com objetivos realistas. Em Portugal ou em Inglaterra não faltarão oportunidades neste final de época. Sobre o Euro 2024, não tem dúvidas: Portugal pode voltar a ser campeão, pois tem “a melhor seleção nacional de sempre”.

Desastre nuclear

Na madrugada de 26 de abril de 1986, o acidente na Central Nuclear de Chernobyl deixou expostos não só material altamente radioativo como as fragilidades do sistema soviético. Com a explosão, ficou visível a primeira de muitas fissuras que levaram à queda da URSS. Iryna Shev, correspondente do Expresso na Ucrânia, voltou ao local da tragédia e descreve as sequelas da catástrofe nuclear no território e na sua população.

O camaleão, parte II

Podia ter sido preso a seguir ao 11 de Março de 1975, mas uma oportuna ‘conversão’ permitiu-lhe sobreviver, com o apoio do PCP, que viu nele um bom e leal funcionário. Nuno Lima de Carvalho ocultou as suas convicções fascizantes, salazaristas e ultracatólicas, antes expressas no jornal “A Voz”. No Casino Estoril, onde fez uma carreira fulgurante, deixou para trás a pele de censor e ideólogo de extrema-direita. Acabou condecorado pelo Estado democrático.

E ainda…

Michael Cunningham: “Escrever é um ato de resistência e fé”

. Em “Knife”, Salman Rushdie escreve sobre o atentado que quase o matou

. Fisga. Quais os passaportes mais poderosos?

A todos um ótimo fim de semana.

Vemo-nos pelo Expresso.

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