quinta-feira, 2 de maio de 2024

Portugal | OS CRIMINOSOS DO ALZHEIMER CONVENIENTE

Bom dia. Hoje descarrilamos para o jornal Observador. Só depois seguiremos para o Expresso Curto. Não queremos deixar no esquecimento as falcatruas e crimes de um tal senhor dito e de facto Dono Disto de Tudo que continua a sê-lo (Ricardo Salgado do BES/GES e etc.). 

Acreditamos/Desacreditamos até da Justiça nas Ruas da Amargura. Os portugueses já estão numa prejudicial predisposição para não acreditar em nada das inocências de faz de conta que são quase sempre só dos que têm cardápios de poderes avantajados e em acreditar, mas também não acreditar nadinha nessa tal de Justiça por responsabilidade da própria e dos seus agentes diretos e indiretos. Desde os que legislam laudas que comportam alçapões de fugas para uns quantos 'grandolas' do capital, de status e outras 'artes', até aos que bramem a espada da representação das suas funções que deveriam de ser supostamente justas, atempadas, transparentes e de acordo com essa mesma Justiça que se tem demonstrado tão rastejante, incompreensível, opaca, lenta e demonstrativa de peripécias surpreendentemente confusas para os cidadãos comuns que trabalham, trabalham, são explorados, pagam impostos, ficam sem casas onde morar e num ápice passam a engrossar o exército dos sem abrigos...

Assim e muito mais do piorio está este Portugal duns quantos. Poucos vão bem e muitos milhões estão mal.

Dissemos acima que descarrilámos para o Observador. Verdade. Em poucas palavras do Observador percebemos o resumo da notícia. Ei-lo, acompanhado de foto acima que inclui o tal DDT de que nem sabemos a missa a metade mas que para os plebeus não é mais que um vigarista e alegadamente doente de Alzheimer, parece que assim reconhecido por especialistas médicos... Pois.

"Ah não sei. Nem sei para que servem os cordéis que tenho enfiados nos buracos dos sapatos" - diz ele. "Ora, são os atacadores, riquinho". Esclarecem os justiceiros condoídos, boas pessoas de coração e bolsos fundos? ... Pois.

Tadinho. Alzheimer conveniente tem destas e daqueles efeitos desagradáveis. Raio de doença que parece que é contagiante. Vai daí, agora, anunciam que no final de 2024 os crimes anteriormente imputados ao doente prescreverão. Kaput! Provavelmente a Justiça foi contagiada por Alzheimer. Esqueceu? Oooh não!

No Observador não é isso que consta. Não sabemos. Porque é notícia paga e para o alzhameirado DDT já pagámos milhões, milhares de milhões de euros. O senso comum recomenda que não entremos em devaneios financeiros. Manda mesmo que "nem mais um cêntimo para o malvado alzheimer". Viva a lata de sardinhas!

Para finalizar trazemos o constante no Observador. Dois parágrafos:

"Crimes de falsificação da contabilidade do GES e atos que provocaram prejuízos de 933 milhões de euros ao BES vão prescrever no final de 2024

Crime de falsificação da contabilidade da holding do GES, a origem da derrocada do BES, vai prescrever até ao final do ano. Atos que provocaram elevados prejuízos ao BES também não serão sancionados."

Esclarecidos? Nós não. A maioria deste reino da pseudojustiça e da pseudodemocracia não está esclarecida... Pois. Mas isso, também, não interessa nada. Valemo-nos da 'vox populi'... e da lata de sardinhas de conserva - provavelmente rançosa (porque é mais barata).

Adiante. Vamos ao Curto do Expresso da feitoria da jornalista do burgo Balsemão Bilderberg, com crianças, canções e flores à mistura (saudável). Condiz: tudo isto não passa de uma enorme brincadeira. Leiam, que o Curto é sério, nem se ri.

Boa quinta-feira após o ulular dos famintos e injustiçados milhões de portugueses que desfilaram vitimizados pelo alzheimer coletivo dos que Podem, Querem e Mandam (PQM)... e que até nos roubam as almas. Pois é, mas isso não esquecemos e somos mais de uma dezena de milhões. Acresce que pelo resto do mundo nem sabemos contá-los. Pois.

O Curto, a seguir. Boa memória. Abaixo o Alzheimer e quem o usar e apoiar!

MM | Redação PG


As crianças, as canções e as flores

Lia Pereira, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

Há 50 anos, em Lisboa, o dia estava cinzento, mas o povo foi “iluminado pelo sol” que vinha de dentro. A norte, o Porto vivia “uma das maiores manifestações de sempre” e Braga refazia-se da “grande mas necessária mudança de regime”. Foi assim que a imprensa imortalizou, nas suas páginas, o 1.º de maio de 1974.

Instituído nos Estados Unidos a 1 de maio de 1886 e celebrado em Portugal a partir de 1890, o Dia do Trabalhador ficou suspenso com o início do Estado Novo, voltando a ser assinalado há meio século, dias após a Revolução dos Cravos, numa enchente que impressionou pelo civismo, como conta Manuela Goucha Soares nesta preciosa viagem ao passado.

A 30 de abril de 1974, a Junta de Salvação Nacional emitia um comunicado no qual reconhecia “aos trabalhadores portugueses o dia 1 de maio como o da sua festa maior”, assim o decretando feriado nacional. “A conquista das liberdades fundamentais é obra de cada um e de todos nós”, lia-se na primeira página do “Diário de Lisboa”.

A 1 de maio, as ruas da capital inundaram-se então de “adultos e crianças que celebravam o direito de falar e cantar”, recorda Manuela Goucha Soares, que tem memórias em primeira-mão do dia em que os portugueses deram “uma lição de civismo”. O clima pacífico impressionou também os observadores estrangeiros - o repórter de um jornal suíço descreveu a manifestação como marcada pelas “crianças, as canções e as flores”. Já o “Diário de Lisboa” sentenciava que “a explosão de alegria” que percorreu o país encontrava paralelo “nas manifestações que assinalaram, no fim da guerra, a libertação dos povos ocupados pelo domínio nazi-fascista".

Com a presença de Mário Soares e Álvaro Cunhal, recém-regressados do exílio, o 1.º de Maio de 1974 continua a servir de bitola para as manifestações do presente. No passado 25 de Abril, houve quem comparasse a afluência, e o ímpeto, dos que acorreram à Avenida da Liberdade, em Lisboa, aos daquele dia histórico (estimados esta semana, os números parecem dar razão à analogia). Esta quarta-feira, em Lisboa, milhares de pessoas marcharam entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques; o Expresso encontrou Vítor Gomes, que se lembra “como se fosse ontem” de ter festejado o 1.º de Maio de 1974. Na altura tinha 29 anos, hoje conta 79, e nunca faltou à celebração.

"Mais salário e menos horário” foram alguns dos reptos registados na reportagem de Raquel Albuquerque e António Pedro Ferreira. Por todo o país, as centrais sindicais promoveram iniciativas; Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, salientou a importância da luta, perante a “perspetiva de baixos salários” do programa do governo da Aliança Democrática (AD). Em Vila Real, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, alertou contra a liberalização dos despedimentos. As fotos e as mensagens deste dia estão aqui.

Neste Dia do Trabalhador, o Expresso olha para o mercado de trabalho nacional na última década. Há bons e maus sinais: se as qualificações da massa laboral têm vindo a crescer, avolumam-se incertezas quanto à evolução do desemprego, da precariedade e dos salários, que têm levado cada vez mais pessoas a acumular dois ou mais trabalhos. Cátia Mateus e Carlos Esteves lançam luz sobre as atividades que empregam mais gente, o desemprego jovem e o êxodo de trabalhadores com formação para o estrangeiro.

Cerca de nove mil quilómetros separam Jerusalém de Nova Iorque, mas foi na metrópole norte-americana que a polícia interveio para desmantelar um acampamento pró-Palestina e evacuar um edifício da Universidade de Colúmbia. Ao mesmo tempo, e no âmbito de protestos semelhantes, eclodiram confrontos na Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles. As autoridades falam em 280 detenções em Nova Iorque e lamentam a violência na Califórnia.

Os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza estão a espalhar-se pelos Estados Unidos, tendo levado, nas últimas duas semanas, à detenção de mais de mil pessoas e a acordos pontuais entre responsáveis universitários e líderes dos protestos para restringir a perturbação da vida nos estabelecimentos de ensino.

Também esta quarta-feira, ficou mais longe a possibilidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, face às exigências para se chegar a um acordo de trégua, evidenciadas quer pelo Governo de Israel, quer pelo Hamas, que adiou por um dia a resposta à proposta mediada pelo Egito, Catar e EUA. De um lado, o Hamas exige a retirada de Israel da Faixa de Gaza e um cessar-fogo permanente. Do outro, o primeiro-ministro israelita. Benjamin Netanhyahu, frisa que o fim da guerra em Gaza não é condição que vá aceitar para chegar a acordo com o Hamas. Deixou-o claro nas conversações que manteve com Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, em Israel. Neste encontro, Netanyahu voltou a afirmar que, “com ou sem acordo de tréguas”, pretende lançar um ataque terrestre a Rafah, cidade no extremo sul da Faixa de Gaza que se tornou refúgio para milhão e meio de palestinianos.

Mais um dado no complicado puzzle do conflito no Médio Oriente: o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode vir a emitir mandados de detenção contra altos responsáveis israelitas, pela forma como o país tem conduzido a guerra em Gaza. O primeiro-ministro Netanyahu é um dos potenciais visados, pelos entraves à entrada de ajuda humanitária em Gaza e pela desproporcionalidade no uso de força militar, na resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro. Ao “Expresso”, Wladimir Brito, professor de Direito, explica o significado dos eventuais mandados de detenção.

Esta terça-feira, o mundo disse adeus a Paul Auster. Gigante da literatura, o escritor norte-americano tinha 77 anos e morreu em casa, vítima de cancro do pulmão, doença que lhe havia sido diagnosticada em dezembro de 2022. Premiado com vários galardões, Paul Auster tem grande parte da sua obra publicada em Portugal, contando-se entre esses títulos “A Trilogia de Nova Iorque”, “O Homem na Escuridão” e “4 3 2 1”, a propósito do qual falou, em 2017, com o Expresso. À conversa com Luciana Leiderfarb, mostrava-se angustiado com o início da presidência de Donald Trump, mas deixava uma mensagem clara: “Somos muitos neste planeta e temos de conseguir viver uns com os outros. E não é construindo muros ou expulsando pessoas que o vamos conseguir.”

Questionado sobre a forma como encarava o inverno da sua vida, Paul Auster mostrava-se, também pragmático: “Estou prestes a fazer 70 anos, o que é desconcertante, estranho e inesperado. Nunca imaginei viver até tão tarde, por isso sinto-me feliz por aqui estar. E estou a desfrutar de estar vivo mais do que nunca, porque à medida que o tempo escasseia cada dia torna-se mais intenso.”

Outras notícias

Marcelo Rebelo de Sousa O Presidente da República descerrou esta quarta-feira, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, uma placa que assinala os 50 anos da Libertação do Campo do Tarrafal. Recordamos as extensas reportagens que o “Expresso” publicou sobre o antigo campo de concentração, em 2010 e em 2021, e a entrevista ao último diretor do mesmo, feita em 2009.

Portagens O PS leva a debate, esta quinta-feira, o fim das portagens nas ex-SCUT no Algarve e no interior do país. Nova prova de fogo ao delicado equilíbrio de forças no Parlamento.

Saúde Esperança na luta contra o mais letal dos tumores cerebrais. Num primeiro ensaio clínico em humanos, uma vacina de mRNA contra o cancro reprogramou rapidamente o sistema imunitário para atacar o glioblastoma.

Confrontos Detenções e feridos nas manifestações em França e na Turquia, um acidente grave envolvendo um carro alegórico na Alemanha: o 1.º de Maio não foi pacífico em todo o mundo,

Ayrton Para muitos o melhor piloto de todos os tempos, Ayrton Senna, ou “o preferido de Deus”, morreu há 30 anos

Yes A histórica banda inglesa veio a Lisboa celebrar quase 60 anos de música, mas a canção (e os seus autores) já não são os mesmos

Frases

“Quando [Marcelo Rebelo de Sousa] foi eleito, eu admitia que poderia vir a ser o melhor presidente da terceira República. Agora, não tenho qualquer dúvida que vai ficar na História como o pior presidente de todos"

José Miguel Júdice, comentador, no Expresso

“[O novo governo] mudou o logótipo da República. Era uma grande preocupação. Apesar disso, aparentemente o candidato às europeias [Sebastião Bugalho] não sabe quantas quinas tem o símbolo da República Portuguesa”

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, na SIC Notícias

“Ninguém ousava tratar o Zeca Afonso por você. Ele ficava muito constrangido”

Vitorino, no podcast Posto Emissor

PODCASTS

Posto Emissor Aos 81 anos, Vitorino acaba de lançar um novo álbum e veio ao podcast da BLITZ conversar com Mário Rui Vieira sobre as suas memórias do 25 de Abril e a melhor forma de lidar com o passado: “Agora a moda é adoçar os colonialismos, mas depois entra-se no exagero de atirar estátuas para o mar”.

O Futuro do Futuro Na reta final do último mandato à frente da rede de Centros Ciência Viva, Rosalia Vargas deixa um apelo: “Preferia que este governo tivesse um Ministério da Ciência. Entre os europeus, somos os que mais confiam na ciência”.

O QUE ANDO A LER

Porque o Dia do Trabalhador é também o Dia da Trabalhadora, e porque apesar da Lei da Igualdade Salarial, a desigualdade na remuneração de homens e mulheres persiste, recomendo a leitura de “Prantos, Amores e Outros Desvarios”, um livro de contos da escritora portuguesa Teolinda Gersão, considerado, em 2016, um dos melhores do ano pelo Expresso. Nestas histórias breves, mas acutilantes, vivem mulheres de todas as formas e idades, aspirações e temperamentos. No rescaldo do 1.º de Maio, olhemos para Ricardina, a senhora que ganha a vida a limpar a casa dos outros e que, por estar atrasada para apanhar o metro, “o barco das cinco e quarenta e cinco no Cais do Sodré” e outro autocarro, não fica para acudir ao sinal de alarme acionado por alguém que está preso no elevador do prédio onde trabalha. Durante a noite, a culpa consome-a (mas, como explica, “em chegando a casa, é acabar o jantar, que já ficou meio pronto, pra isso me levanto às cinco e meia, ver se os rapazes fizeram os deveres da escola, pôr a roupa a lavar e ouvi-los bulhar um com o outro, até me zangar com eles.”)

No dia seguinte, Ricardina fica a saber da aflição que a senhora que ficou presa no elevador passou, e mais uma vez a culpa a assola. “Devia ajudar o meu semelhante?”, pergunta-se. “Ora, tinha de tratar da minha vida primeiro. E aquela mulher nem era semelhante a mim. Se fosse, vivia no meu prédio ou no meu bairro. Aí é claro que eu voltava atrás e a ajudava, mesmo que fosse carregada e com pressa. Mas nem ia ser preciso. No meu bairro não há elevadores.”

E aqui termina este Expresso Curto. Continue a acompanhar o essencial da atualidade na nossa edição digital. Se não é ainda assinante, saiba que opções tem à disposição, para não perder a nossa seleção de exclusivos. Boas leituras e uma excelente terça-feira!

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