domingo, 9 de junho de 2024

Fotocópias Salvam o Ocidente -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As máquinas de fotocopiar dólares estão a arder. Imprimem papel de manhã à noite (notas de cem) 48 horas por dia, uma invenção dos EUA com base na inteligência artificial. Já estão a criar o dia com 72 horas e meia. Depois de milhares de milhões despachados para a Ucrânia, Biden, passos trôpegos, voz sumida, cabeça baralhada, taralhouco, anunciou que vai mandar mais uma remessa de 207 milhões. Dinheiro para cima da guerra. Macron vai mandar aviões Mirage porque os sucateiros não quiseram ficar com eles, de borla.

Assim a Europa dominada pela extrema-direita se prepara para alargar a guerra na Ucrânia. Nas praias da Normandia ficou decidido que Zelensky tem apoio até onde for preciso. Dinheiro fresquinho, acabado de imprimir nas fotocopiadoras, não vai faltar. Armas também não. Só falta gente. Mas isso também se resolve. Macron e sua excelsa esposa já mandaram fazer fatos de combate a um estilista francês e vão para a frente de combate matar russos que são cada vez mais um pesadelo. Estava tudo combinado para a burguesia ficar no poder eternamente. A Revolução de Outubro baralhou tudo. Os operários ao poder!

Desde então não há sossego. Hitler tentou salvar a honra do convento., Matou 28 milhões de soviéticos. Só nos territórios ocupados exterminou oito milhões de civis! Ficou curto. O Exército Vermelho saiu de território da União Soviética em marcha acelerada e levou tudo à frente. Só parou em Berlim. Hitler e sua quadrilha já eram. 

A União Soviética desmoronou-se e o nazismo ressurgiu. Estava tudo a correr bem quando a Federação Russa entrou de novo em cena. Putin decidiu desnazificar a Ucrânia. E ameaça acabar com os neonazis na Europa. A OTAN (ou NATO) cercou o país. E só falta mesmo o último tampão. Os países bálticos estão no cerco. A Finlândia entrou para o cerco. Polónia é uma base militar dos neonazis. 

Olhemos para trás se queremos ver o que aí vem. No dia  8 de Setembro de 1941 a cidade de Leninegrado (São Petersburgo) estava completamente cercada por tropas da Alemanha, Itália e Finlândia. Foi lá que triunfou a Revolução de Outubro., O comunismo. Era preciso arrasar essa memória. O cerco durou desde o dia 8 de Setembro de 1941 a 27 de Janeiro de 1944. Os nazis bombardearam dia e noite com artilharia e aviação. Decidiram que a cidade seria vencida pela fome e cortou todos os acessos por terra. Mas o Exército Vermelho conseguiu criar a “Estrada da Vida” pelo Lago Ladoga e assim iam chegando mantimentos. 

O cerco a Leningrado (São Petersburgo) durou 872 dias e custou a vida a um milhão e quinhentos mil soviéticos, quase todos civis. A fome matou muita gente. Morriam 20 mil pessoas todos os dias! Em Angola tivemos o cerco à cidade do Cuito pelos sicários da UNITA. Usaram os mesmos métodos dos nazis alemães. Hoje Leninegrado (São Petersburgo) está de novo cercada pelos nazis da Estónia, Letónia e Lituânia! Mas também sofre o cerco da censura. 

O Fórum Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF) acaba hoje. Existe desde 1997. A partir de 2006 tem o patrocínio e a participação do Presidente da Federação da Rússia. Putin discursou, deu entrevistas, falou de economia e negócios. O ocidente alargado censurou! Nem uma notícia. Os nazis decidiram travar o vento com as mãos. Escondem a realidade de uma forma criminosa. Biden diz que a paz na Ucrânia se resolve com a derrota da Federação Russa! E as pessoas acreditam. Biden diz que a Ucrânia é uma democracia. E as pessoas querem acreditar, mesmo sabendo que o país está nas mãos de organizações neonazis como o Batalhão Azof (agora é brigada), o Sector Direita ou o Bandera.

Hitler exterminou 28 milhões de cidadãos soviéticos, mais de metade de todos os mortos durante a II Guerra Mundial. Mesmo assim a União Soviética venceu. Os generais nazis renderam-se. A Alemanha nazi capitulou ante o Exército Vermelho. Não se renderam às tropas que desembarcaram nas praias da Normandia. Foi mesmo aos soviéticos em Berlim. Os prisioneiros dos campos de concentração foram libertados. Não foram libertados pelas tropas que desembarcaram nas praias da Normandia. Foi o Exército Vermelho que libertou todos os prisioneiros dos campos de extermínio.

Biden e Macron disseram nas praias da Normandia (Rishi Sunak do Reino Unido fugiu antes do compromisso…) que ficam com a Ucrânia e o Zelensky até onde for preciso. Temos de olhar para trás, caso contrário não sabemos o que ai vem. O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) invadiu e ocupou o Afeganistão. A União Europeia não aprovou 14 pacotes de sanções contra os invasores e ocupantes. Pelo contrário, A OTAN (ou NATO) mandou tropas para submeter os patriotas afegãos pela força das armas. Puseram à frente do país o senhor Karzai, um criadito. Depois nomearam Ashraf Ghani, funcionário do Banco Mundial e agente da CIA. A este servente foi garantido apoio até onde fosse preciso.

Os EUA puseram as máquinas de fotocopiar dólares a funcionar e mandaram milhares de milhões para Ghani fazer de presidente. Quando os talibãs cercaram Cabul, o homem carregou o seu helicóptero pessoal com milhões de notas. Eram muitas! O resto do dinheiro foi abandonado e ele partiu com 170 milhões de dólares (o mesmo que Biden prometeu ao Zelensky nas praias da Normandia) para o Tadjiquistão. As autoridades correram com o ladrão fugitivo. Acabou por obter “asilo por razões humanitárias” no Dubai. 

Nunca mais ninguém ouviu falar do grande Herói dos EUA e da OTAN (ou NATO). É assim que o estado terrorista mais perigoso do mundo apoia os seus serventes “até ao fim”. Os invasores estiveram 20 anos no Afeganistão. Quando os talibãs, uns rapazes de sandálias e motorizadas, começaram a ocupar províncias e a grande cidade de Kandahar, os EUA fugiram com o rabo entre as pernas. Como fugiram do Vietname e estão a fugir do Iraque. 

O presidente da Ucrânia está fora de prazo. O seu mandato expirou. Mas o ocidente alargado finge que não sabe disto. Na tal “democracia” agredida pelos russos, Zelensky perdeu a legitimidade do voto popular. Só já serve mesmo como pretexto do estado terrorista mais perigoso do mundo para “sangrar a Rússia”. O problema é que toda a Europa está a sangrar. Falida. Às portas da indigência. Macron anda armado em herói ucraniano porque está a ser corrido dos países africanos que pagavam as luzes de Paris e a prosápia  dos chauvinistas franceses. 

Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não têm capacidade para receber tantos Estados que querem aderir. O mundo está mesmo a mudar. As potências que destruíram África na Conferência de Berlim estão a dar o berro. Estou a comemorar com tinto velho!

* Jornalista

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