O Presidente timorense, José Ramos-Horta, pediu hoje, na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL), que sejam criados cursos universitários que respondam às necessidades estratégicas de desenvolvimento do país.
"Aproveito esta oportunidade para fazer um apelo a todos os líderes, professores e alunos aqui presentes: invistam em cursos voltados para as necessidades estratégicas do nosso país", disse o chefe de Estado timorense.
José Ramos-Horta intervinha num
seminário sobre o "Papel Universitário no Desenvolvimento Nacional de
Timor-Leste" para assinalar o 24.º aniversário da criação da UNTL, que
decorreu em Hera, a cerca de
"É aqui que podemos encorajar os nossos jovens a priorizar cursos técnicos e científicos, especialmente nas áreas de agricultura, pesca e silvicultura", assinalou.
O também prémio Nobel da Paz salientou a necessidade de serem criado cursos que promovam o desenvolvimento industrial e a "era digital", nomeadamente tecnologia de informação, comunicação e finanças.
"Além disso, cursos voltados para o desenvolvimento ambiental sustentável são fundamentais para que possamos aproveitar as oportunidades da economia verde e azul e enfrentar o crescente problema de acesso à água potável e à transição energética para fontes renováveis", afirmou.
Para José Ramos-Horta, é altura de as universidades se alinharem com as "necessidades do país, para que a comunidade académica contribua ativamente para o crescimento e fortalecimento" de Timor-Leste.
No seminário, o Presidente timorense destacou também os desafios que persistem no país, nomeadamente a elevada taxa de pobreza, os elevados índices de desnutrição materno-infantil, bem como os problemas de crescimento, que atingem milhares de crianças.
"Estes desafios continuam a impactar quase metade da nossa população, exigindo um esforço constante e direcionado para melhorar as condições de vida e promover um desenvolvimento mais equitativo", disse.
José Ramos-Horta falou também do "abandono escolar" e das barreiras que as mulheres ainda enfrentam para terem acesso à educação e à participação económica.
"Tais limitações representam obstáculos ao desenvolvimento inclusivo e comprometem o potencial de crescimento e autonomia de toda a sociedade", disse o responsável, acrescentando ser fundamental apostar no ensino técnico-vocacional, na formação profissional e no ensino superior politécnico.
Mais de 40.000 alunos frequentam atualmente 18 instituições do ensino superior em Timor-Leste.
RTP | Lusa | Imagem Reuters
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