domingo, 10 de março de 2024

Certezas e Dúvidas Portuguesas -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os portugueses vão hoje eleger 230 deputados. Amigas e amigos perguntam-me quem vai ter a maioria na Assembleia da República. Não sei responder porque apesar de ter feito muitos esforços, não consegui o estatuto de bruxo. Mas as eleições decorrem num clima de algumas certezas e muitas dúvidas. Disso posso falar.

A alguns dias dos 50 anos do 25 de Abril a direita está às portas do poder e a esquerda perde cada vez mais espaço. De certeza certezinha. A minha dúvida é se contados os votos a esquerda fica em minoria. Isso significa que a direita troglodita derrubada pelo meu amigo Otelo Saraiva de Carvalho e os seus camaradas do Movimento das Forças Armadas volta ao poder ainda mais reacionária e agressiva. 

O bloco de direita com laivos extremistas tentou abafar o Chega, partido racista e xenófobo, pela voz de Passos Coelho, antigo primeiro-ministro. Ele associou a insegurança aos emigrantes. Ainda não perceberam que nesta altura do campeonato o problema é saber se os emigrantes vão continuar a escolher Portugal como matadouro ou sorvedouro do seu suor a troco de um salário rastejante. 

Uma certeza irrefutável. A coligação Aliança Democrática (AD) foi ressuscitada para recuperar o eleitorado de extrema-direita à custa do CDS e do Partido Popular Monárquico. Chega e Iniciativa Liberal vão pagar para esse peditório. A dúvida está em saber se os eleitores compram os discursos de Passos Coelho, Cavaco Silva, Luís Filipe Menezes, Manuela Ferreira Leite e outras múmias do PSD. Uma certeza: Os pensionistas não esquecem que o PSD lhes roubou as reformas, o subsídio de Natal e aumentou os impostos para o dobro.

Até às 16 horas de hoje já tinham votado 52 por cento dos eleitores. De certeza. A dúvida é se a abstenção vai ganhar novamente, como aconteceu nas eleições de 2022. Se assim for, a extrema-direita elege mais uns quantos deputados.

Marcelo Rebelo de Sousa fez três intervenções públicas a favor da AD. Ninguém o pode acusar de incoerência ou virar as costas aos seus. Já trata o chefe do Chega por presidente Ventura. Se a AD, Iniciativa Liberal e Chega tiverem um a maioria de deputados está vingado seu pai, antigo ministro e governador do colonial-fascismo E seu padrinho, ditador derrubado no 25 de Abril de 1974 (Marcelo o Caetano). Estão vingados, A alguns dias dos 50 anos da Revolução dos Cravos, os fascistas podem fazer governo. Esta é a grande dúvida.

Os socialistas ganharam as eleições com maioria absoluta em 2022. Os Media, com especial destaque para a RTP, iniciaram imediatamente o “bota-abaixo”. À sombra do partido Chega, polícias, agentes da Justiça, ricaços e outros grupos socias puseram em marcha iniciativas para derrubar o governo de António Costa. Um parágrafo assinado pela Procuradora-Geral da República foi o facto decisivo.

Marcelo Rebelo de Sousa derrubou um governo suportado por maioria absoluta na Assembleia da República. Ontem, dia de reflexão, disse aos eleitores que estas eleições vão marcar um novo ciclo. O qual não. Antes, o Partido Socialista governou com maioria simples. Em 2022 governou com maioria absoluta. Dois ciclos. O que ele quis dizer, sem dizer, foi que hoje é preciso eleger o seu partido, travestido de Aliança Democrática. O tal “novo ciclo”. Golpe-baixo, de certeza.

Para os chefes da AD vale tudo menos tirar olhos. O presidente do governo regional da Madeira (PSD) afirmou à boca das urnas que “apesar da crise política a vitória está garantida”. Mas o pior estava para vir. Os donos dos Media mandaram os seus carregadores de microfones, gravadores e câmaras amplificarem propaganda da Aliança Democrática em tempo de votação. Proibidíssimo.

Os boletins de voto são conhecidos há muito tempo. Mas hoje, os dirigentes da AD apresentaram “queixa” aos “jornalistas” porque o partido ADN tem semelhanças com a sua sigla! Fraude. Estamos a ser vítimas de fraude. E o povão foi a correr votar na coligação para castigar os fraudulentos. Uma golpada destas nem o Bolsonaro protagonizava. De certeza.

Uma certeza absoluta. Não sou apoiante da democracia representativa e muito menos da economia de mercado. Só voto de braço no ar para toda a gente saber o que penso e em quem voto. Nem morto me metia numa cabine, escondido, com um papelinho na mão para lhe colocar uma cruz, dobrar em quatro o boletim e metê-lo numa caixa à qual chamam “urna”. Mas se votasse era na CDU, uma coligação do Partido Ecologista Os verdes e o Partido Comunista Português.

Última certeza. A Europa está no caminho da nazificação. Se os eleitores portugueses trocarem os socialistas pela extrema-direita com gravata (AD e Iniciativa Liberal) ou sem gravata (partido Chega), é o rumo que está a dar. Os aspirantes a nazis são belicistas e fazem tudo para envolver a União Europeia, Reino Unido e OTAN (ou NATO) numa guerra contra a Federação Russa. Se tal acontecer, tenho dúvidas fundadas de que voltem a acontecer eleições porque não há eleitores.

União Europeia em recessão. EUA em recessão. Japão em recessão. Genocídio de Israel na Faixa de Gaza mobiliza forças no Médio Oriente para uma guerra total. No Mar Vermelho já começou. No Sul do Líbano também. Os EUA têm na região o chefe da CIA para ajudar os nazis de Telavive a prosseguir as matanças. Guerra na Ucrânia com tendência para alastrar. Guerra no Leste da RDC cada vez mais mortífera. Guerra no Sudão já atingiu a catástrofe humanitária. 

 Os países africanos ameaçam cortar as borlas em matérias-primas ao ocidente alargado. O Sul Global está a libertar-se do estado terrorista mais perigoso do mundo. Os portugueses estão indecisos entre dar uma vitória total à extrema-direita sem gravata ou à extrema-direita marcelista. Para piorar, o Benfica leva grandes cabazadas e o bom vinho português atingiu preços proibitivos. Só os ricaços podem embebedar-se. Olho para a carteira e não tenho dúvidas. Está tão vazia como o meu copo.

Para Angola não é indiferente ganharem racistas e xenófobos ou socialistas. Mas mais logo, às 20 horas de Lisboa 21 horas de Angola, ficamos a saber. Esperem pelo meu contacto.

* Jornalista

Fingindo que os EUA não podem simplesmente levar ajuda a Gaza

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | # Traduzido em português do Brasil

A administração Biden está supostamente a planear criar um cais temporário em Gaza para permitir o transporte em grande escala de bens extremamente necessários para o enclave, que supostamente levará semanas a construir e ainda estará sujeito a um posto de controlo israelita. Isto soma-se aos amplamente ridicularizados lançamentos aéreos de quantidades lamentavelmente pequenas de ajuda que os EUA já têm vindo a fazer nesta farsa contínua em que Washington finge que Gaza está cercada por uma espécie de barreira invisível inexpugnável entre si e Israel.

E inferno, por que não? Por que não construir um cais? Será que consideraram cavar um túnel gigante para levar ajuda a Gaza também? Ou lançar ajuda a Gaza através da construção de uma funda gigante? Ou talvez eles pudessem inventar algum tipo de arma de portal à la Rick e Morty? 

Ah! Ei! Ou que tal simplesmente fazer com que o seu estado cliente totalmente dependente deixe a ajuda entrar, ou forçá-los a parar o ataque genocida que a torna necessária? Como Dave DeCamp do Antiwar observa acertadamente sobre a planeada construção do cais: “A medida drástica está a ser ordenada em vez de Biden usar a enorme influência que tem sobre Israel para pressioná-los a permitir mais ajuda ou parar a campanha genocida”.

O Grayzone publicou um novo relatório com slides vazados de uma apresentação privada do lobby israelense ensinando aos políticos e figuras proeminentes como falar sobre Gaza de maneira que o público seja receptivo, com base em informações testadas em grupos focais, coletadas pelo agente político republicano Frank Luntz.

O jornalista Mark Ames tuitou sobre o relatório: “Este é um furo incrível, uma janela direta sobre como a salsicha da propaganda do genocídio é feita”.

Israel torturou trabalhadores da ONU para obter falsos testemunhos sobre a UNRWA

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | # Traduzido em português do Brasil

Um documento recentemente divulgado pela UNRWA diz que o seu pessoal relatou ter sido torturado enquanto estava detido pelas forças israelitas, que os pressionaram a fornecer declarações falsas sobre os laços entre a agência e o Hamas.

“O documento dizia que vários funcionários palestinos da UNRWA foram detidos pelo exército israelense e acrescentava que os maus-tratos e abusos que eles disseram ter sofrido incluíam espancamentos físicos graves, afogamento simulado e ameaças de danos a familiares”, relata a Reuters dizendo Os trabalhadores da UNRWA “relataram ter sido pressionados pelas autoridades israelitas para declarar falsamente que a agência tem ligações com o Hamas e que o seu pessoal participou nos ataques de 7 de Outubro”. 

Esta é mais uma daquelas histórias sobre as ofensas israelenses que são tão impressionantes que, à primeira vista, você pode acreditar erroneamente que não a está lendo corretamente - especialmente porque a classe política da mídia ocidental não a tem tratado como a notícia chocante de que é. Se tivéssemos algo remotamente parecido com uma comunicação social objectiva no mundo ocidental, os relatos de que Israel torturou funcionários das Nações Unidas para os levar a fazer declarações falsas contra uma agência de ajuda da ONU seriam a notícia principal em todo o mundo durante dias.

Muitos, incluindo eu próprio , especularam que a tortura estava envolvida na obtenção da “inteligência” israelita por detrás das alegações iniciais de envolvimento do pessoal da UNRWA no ataque de 7 de Outubro, quando esta narrativa surgiu pela primeira vez em Janeiro. Um alto funcionário israelense disse à Axios na época que as agências de inteligência israelenses obtiveram informações sobre os funcionários da UNRWA em grande parte por meio de “interrogatórios de militantes que foram presos durante o ataque de 7 de outubro”. Israel tem um extenso historial de utilização de tortura nos seus interrogatórios, e não há razão para acreditar que tais métodos não tenham sido utilizados em combatentes capturados do Hamas nos últimos meses – mas os relatos de que foi realmente pessoal da ONU a ser torturado são algo novo.

Ucrânia apresenta-se como uma força mercenária confiável contra a Rússia em África

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

O artigo do WSJ faz parecer que os recentes ganhos das forças armadas em torno da capital são o resultado desta intervenção secreta ucraniana, que se destina a imbuir os decisores políticos com a noção de que os EUA podem reverter com sucesso a influência especulativa russa em África por procuração durante tanto tempo. enquanto continuam a financiar Kiev.

O Wall Street Journal (WSJ) noticiou esta semana que “ A Ucrânia está agora a combater a Rússia no Sudão ”, o que pode ser considerado como a continuação do relatório da CNN de Setembro passado sobre como “os serviços especiais da Ucrânia 'provavelmente' estão por detrás dos ataques a Wagner- apoiou forças no Sudão, diz uma fonte militar ucraniana ”. De acordo com as suas fontes, a Ucrânia enviou forças especiais para lá no verão passado para lutar contra os aliados locais de Wagner, período durante o qual também ajudaram a melhorar as capacidades de drones e minas das forças armadas.

O mais dramático, porém, é a alegação de que a Ucrânia ajudou a evacuar o Chefe General Abdel Fattah Al-Burhan da capital Cartum para Porto Sudão. Nada do que está escrito pode ser verificado de forma independente, mas não seria surpreendente se houvesse alguma verdade no seu relatório. Afinal de contas, ao apresentar-se como uma força mercenária fiável contra a Rússia em África, a Ucrânia provavelmente espera manter a torneira da ajuda externa aberta indefinidamente.

O Ocidente transformou o agora renomeado Wagner num bicho-papão cujo único propósito no contexto narrativo é justificar uma maior intromissão em todo o continente , mas eles não se sentem à vontade para fazer isso diretamente no nível necessário para conter a Rússia, daí a necessidade de um proxy confiável como a Ucrânia. O momento do relatório do WSJ surge no meio do impasse do Congresso sobre mais ajuda para aquele país, sugerindo assim que a intenção é mostrar aos decisores políticos que estes fundos estão a dar resultados de formas inesperadas.

No Tempo dos Absurdos -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A diversificação da economia é um processo demorado. Durante décadas, a agressão armada estrangeira marcou o ritmo e a vida económica nacional. A indústria não petrolífera desapareceu porque não existia livre circulação de pessoas e bens. Estradas, vias férreas e aeroportos foram destruídos. A agricultura ficou reduzida à mais ínfima expressão e os serviços foram adequados aos esforços de guerra.

A defesa da integridade territorial e da soberania nacional teve elevados custos sociais, económicos e sobretudo humanos. As três décadas de guerra após a Independência Nacional vão marcar os próximos 200 anos das vidas dos angolanos.

A conquista da Independência Nacional só foi possível com a resistência popular generalizada. A defesa da soberania nacional, a guerra contra os invasores estrangeiros, teve custos tão elevados que não há máquinas nem sábios dos números que quantifiquem o valor final. Comparem com o dinheiro que EUA, Reino Unido e União Europeia já despejaram na Ucrânia em dois anos. 

A premência da diversificação económica é evidente. Mas a pressa é inimiga da perfeição. Angola tem todas as condições para diversificar a economia sem pôr em causa o Ambiente e a harmonia entre todos os ecossistemas. Se é preciso empreender, investir e produzir, que tudo seja feito da melhor forma. O ordenamento do território deve estar sempre na primeira linha. 

A exploração equilibrada dos recursos é a garantia de um futuro viável e do respeito pela vida humana. O Papa Francisco avisou os políticos de todo o mundo para uma verdade insofismável: Os números não podem ignorar a vida humana e as pessoas não são descartáveis. Nada justifica o sacrifício da dignidade de um ser humano e muito menos se aceita que em nome da criação de riqueza, o quotidiano das pessoas seja infernizado.

Salvadores do Mundo Destroçados -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Salma nasceu na Palestina, lugar de tanto sofrimento. Em menina era luz, princesa, estrela fulgente. Num campo de refugiados os sonhos são as crianças. Um dia chegaram homens armados de fogo e morte. Seus pais foram baleados e perdeu direito a ouvir palavras doces. Em cada tenda tinha uma mãe, um pai e irmãos. Mas as palavras dos vizinhos não tinham doçura. As carícias que recebia não alegravam. A morte dos outros leva sempre a parte de nós onde vive a alegria. 

A criança que foi luz e princesa cresceu sem o regaço da Mamã. Casou com Samir nascido refugiado e assim feito homem. Os deuses que cuidam dos palestinos reservaram tendas para eles, comida atirada à cara da sua pobreza, humilhações, dor, muita hora dolorosa, e morte. 

Salma estava em Rafah com Samir e os filhos gémeos, nascidos há oito meses. Dois meninos, Habib e Naim. Nasceram antes do Genocídio e logo a seguir fugiram da cidade de Gaza para sul. Do sul para mais sul. Depois para leste, mais a leste, ocidente, oriente sem reis magos e por fim Rafah. A sagrada família rumava ao Egipto com os seus meninos, nascidos para salvarem o mundo como todos os seres humanos. Ali chegados nem uma manjedoura encontraram. Mas face às bombas dos aviões, aos tiros dos canhões e às balas dos franco-atiradores israelitas, foram abrigados numa casa. Os bebés tinham fome e os pais medo.

Naquele dia os deuses que benzem a Palestina tiveram pena dos famintos meninos Habib e Naim. Guiaram uma bomba de muitas toneladas para o abrigo e os salvadores do mundo ficaram despedaçados. O pai Samir também ficou desfeito. Salma, de castigo, sobreviveu. Os deuses adoram ser cruéis. E nas horas de lazer brincam com a morte.

Salma deu uma entrevista à televisão. A sua voz enrouquecida inutilizou as palavras. Nem uma réstia de luz sobrou da menina que nasceu numa tenda do campo de refugiados onde nasceram e cresceram os seus pais. Consegui perceber que os meus filhos gémeos Habib e Naim foram despedaçados por uma bomba fornecida pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) aos nazis de Telavive. O meu irmão Samir ficou desfeito. Uma gentileza dos deuses para a viúva não gastar dinheiro num caixão. 

Joe Biden, chupando um gelado com a testa, ar bonacheirão e transbordando felicidade disse que havia de conseguir um cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza. Passados dois dias, Biden, com um boné igual ao do Savimbi nas eleições de 1992, disse que as coisas estavam a dar para o torto. Nada de grave. Enquanto não cessa o fogo, o Genocídio continua em grande. 

As suas bombas, as suas balas, as suas armas, os seus canhões oferecidos a Israel apenas matam palestinos, aos quais os nazis de Telavive chamam animais sub-humanos. Mais palestino menos palestino, tanto faz. Biden, Blinken, Austin, os deuses que benzem a Palestina e os nazis de Telavive, mataram os meus bebés gémeos de apenas oito meses. A partir de agora são alvos legítimos de todos os pais em luto. De todas as Mamãs que viram seus filhos despedaçados na Faixa de Gaza. De todos os combatentes da liberdade.

Militares do alto comando alemão combinaram um atentado terrorista contra a gigantesca ponte da Crimeia. O atentado foi ajustado via telefone e as conversas gravadas. O jornal “Berliner Zeitung” confirmou que a gravação é autêntica. Generais alemães combinaram mesmo um atentado terrorista.

Os terroristas alemães decidiram fornecer mísseis Taurus para o atentado contra um alvo civil que serve milhares de civis. E na conversa também decidiram pedir apoio ao Reino Unido, que já tem militares na Ucrânia executando operações terroristas. O antigo oficial da CIA Larry Johnson comentou este caso afirmando que “há norte-americanos e forças de outros países da OTAN na Ucrânia operando os sistemas com que atacam território da Federação Russa”. 

O ministro da defesa alemão, Boris Pistorius, quando os países com governantes decentes esperavam que condenasse os terroristas e a acção terrorista contra a ponte da Crimeia, disse isto: “Este incidente faz parte da guerra informativa da Rússia”. O ocidente alargado anda a fazer uma “guerra ao terror” em tudo quanto é sítio. Até assassinaram os Presidentes Saddam Hussein e Muammar al-Kadhafi. Destruíram Estados Soberanos. Mataram milhões de pessoas.  E quando generais alemães são apanhados a combinar um atentado terrorista na Crimeia dizem que a culpa é dos russos!

Onde já vi isto? O jornalista Julian Assange mostrou aio mundo a verdadeira natureza dos EUA. Divulgou documentos que provam os crimes gravíssimos cometidos pelos EUA. O ocidente alargado em vez de castigar o estado terrorista prendeu o mensageiro. Só sai da prisão, metido num caixão. Mas sem direito ao espectáculo de Navalny. 

Karim Kahn é o kaxiko que o estado terrorista mais perigoso do mundo colocou à frente do Tribunal Penal Internacional. Emitiu um mandado de captura contra o Presidente Putin. Agora repetiu a dose contra um general e um almirante das forças russas na Ucrânia. Todos maus. Bons são os judeus. Circula um documento onde somos informados de que judeus são todos prémios Nobel. Grandes cientistas. Os maiores artistas e desportistas. Azar dos azares. Os péssimos concentraram-se todos no governo de Netanyahu. 

Os alemães do III Reich também eram os maiores. O Pensamento Alemão uma Maravilha! Os maiores músicos. Os mais inspirados romancistas e poetas. Tudo junto deu Hitler, Goebels, Himmler, Hess, Eichmann, Göring para só referir os chefes.

Os sicários da UNITA berram pelas eleições autárquicas como cabritos desmamados. O Grupo Parlamentar do Galo Negro acaba de anunciar que concluiu a elaboração do Projecto de Lei Orgânica de Institucionalização das Autarquias Locais. Durante o mês de Março fica aberto às contribuições da sociedade. Depois é entregue na Assembleia Nacional “para agendamento e discussão com carácter de urgência”. Andam há 16 anos a reclamar e só agora se lembraram de legislar! São mentirosos e farsantes até ao tutano.

Tulinabo Mushingi, embaixador dos EUA em Angola, foi a Cabinda lançar um viveiro de espécies nativas, destinado a produzir mudas para reflorestamento. Ofereceu 44 mil dólares a uma cooperativa. Tulinabo! Viveiros fazia eu com o meu amigo António Kiangala nas Mudanças do Bindo. O bicho trata-nos como macacos! Um dia destes distribui espelhos e missangas pelos angolanos. Em troca leva o petróleo de borla e ocupa a base naval do Soyo.

* Jornalista

O COMBATE DOS COMBATES - é hoje entre estes dois protagonistas*


Henrique Monteiro | HenriCartoon

* Título acrescentado em minúsculas por PG

Portugal | Mais de 10 milhões de eleitores escolhem hoje 230 deputados

Concorrem a estas eleições legislativas antecipadas 18 forças políticas, menos três do que nas eleições de 2019 e 2022

Mais de 10 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são chamados às urnas este domingo para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura, e de onde sairá o novo Governo.

As mesas de voto estarão abertas entre as 08:00 e as 19:00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.

No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 24 milhões de euros.

Concorrem a estas eleições legislativas antecipadas 18 forças políticas, menos três do que nas eleições de 2019 e 2022.

A Nova Direita é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a PS, Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM), Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), PAN, Livre, Nós, Cidadãos!, Alternativa 21 (MPT/Aliança), ADN, PTP, RIR, JPP, Ergue-te, MAS, Volt Portugal e PCTP/MRPP.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019, nas quais a taxa de abstenção atingiu o número recorde de 51,43%.

A atual legislatura, que terminaria apenas em 2026, foi interrompida na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa (PS), após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas.

CNN | Lusa

Imigrações: entre a brutalidade e a hipocrisia

Ultradireita repele os imigrantes. Mas ao capital interessa a mão de obra barata e frágil do estrangeiro. As consequências são desconcertantes. Assim como é perturbador um mundo em que aspirar a vida digna exige buscar outro país

Marco D'Eramo | na New Left Review | em Outras Palavras | Tradução de Glauco Faria | # Publicado em português do Brasil

Poucos temas são mais controversos politicamente no Ocidente do que a migração. Nas campanhas eleitorais, a direita ataca previsivelmente a esquerda por ser fraca na fiscalização das fronteiras e por seguir políticas irresponsavelmente tolerantes. O alarmismo sobre a “grande substituição”, os retratos sombrios de “estrangeiros criminosos”, as declarações de guerra aos contrabandistas, as queixas sobre o roubo não só de empregos, mas de habitações e camas hospitalares – tudo isto tornou-se comum em ambos os lados do Atlântico.

Não se pode deixar de notar as ironias políticas deste espetáculo. Pois, dados os supostos efeitos da imigração no mercado de trabalho, a direita poderia facilmente ser a favor da maximização dos fluxos de entrada. O capital sempre esperou por um estoque crescente de mão-de-obra para reabastecer o mítico “exército industrial de reserva” e pressionar os sindicatos e baixar os salários. Já em 1891, Eleanor Marx escreveu numa carta ao líder sindical americano Samuel Gompers: “A questão mais imediata é a de impedir a introdução de um país para outro de trabalho injusto – isto é, de trabalhadores que, não conhecendo as condições da luta laboral num determinado país, são importados para esse país pelos capitalistas, a fim de reduzir salários, prolongar as horas de trabalho, ou ambos”.

Um exemplo clássico foi a “Grande Migração” nos EUA, quando milhões de afro-americanos deixaram o Sul, alguns encontrando empregos em fábricas do Norte, que tinham falta de trabalhadores porque o fluxo de imigrantes europeus tinha abrandado devido à Primeira Guerra Mundial, ao mesmo tempo em que as indústrias dos EUA trabalhavam a todo vapor para fornecer armas aos seus aliados. Fortalecidos pela escassez, os sindicatos mais combativos – como os Wobblies – faziam exigências substanciais. Os afro-americanos contratados nas fábricas do Norte foram imediatamente acusados ​​pelos trabalhadores brancos de serem “fura-greves” e rotulados como uma “raça de cicatrizes”, reforçando o racismo da AFL-CIO (vários sindicatos pertencentes à confederação excluíram os trabalhadores afro-americanos durante muitas décadas).

Então por que a política de migração é mais complicada e paradoxal do que estes alinhamentos poderiam sugerir? Em primeiro lugar, porque as coalizões políticas incluem frequentemente interesses conflituantes. Elementos dos círculos eleitorais da esquerda e da direita, por exemplo, podem se beneficiar de várias formas da migração ilegal. A esposa do trabalhador cujo emprego está ameaçado pelos migrantes, por exemplo, pode ficar bastante satisfeita em contratar uma filipina sem documentos para cuidar dos seus filhos, permitindo-lhe continuar a trabalhar e assim manter o orçamento familiar a funcionar. O pequeno empresário que negocia no mercado negro, por sua vez, e que deve as suas margens de lucro ao trabalho ilegal que lhe poupa impostos, contribuições para a segurança social e salários mais elevados, também tem interesse em bloquear o fluxo legal de migrantes que o forçaria a gastar mais com seu negócio.

BIDEN, CENTENAS DE MILHARES DE MORTES - UCRÂNIA, RÚSSIA, ISRAEL, GAZA...


“O meu pai acha que a Ucrânia tem muitos nazis e que Putin está a fazer bem em ocupar a Ucrânia. Não temos qualquer conversa desde 2017 e agora é impossível.”

Dimitry Mikoliuk - médico de combate, Ucrânia - Euronews

CENTENAS DE MILHARES DE MORTES NA UCRÂNIA E NA RÚSSIA, OBRA DOS EUA

Centenas de milhares de cidadãos morrem ou são estropiados pela guerra, militares e civis, ucranianos, russos e de outras nacionalidades. Os EUA há muito que intentam causar instabilidade e guerra no continente europeu. Tem vindo a gerar guerra em diversos países, no médio oriente e em áfrica, causando a fuga de habitantes que se refugiam na Europa aos milhões. E então gerou a guerra na Ucrânia instabilizando-a com um golpe de estado (Maidan) e apoiando milhares de nazis ucranianos que atualmente controlam o país e encontram os seus aliados nas elites da União Europeia, dos EUA e da NATO.

A guerra, a destruição, os mortos e feridos continuam. A responsabilidade dos EUA é evidente. Sem essa sua operação de instabilização e provocação a Rússia não teria considerado a necessidade de invadir a Ucrânia para sua defesa e defesa dos seus interesses no país vizinho e então amigo...

Tudo obra dos EUA e de seus cúmplices das elites da União Europeia e do Reino Unido. O tristemente famigerado Ocidente. 

Redação PG

A responsabilidade dos EUA sobre o que ocorre na Ucrânia

A guerra fria atual dos EUA com a Rússia é pela busca do monopólio do mercado de gás natural 

Pedro Alcântara* | Brasil de Fato | Recife (PE) | 23 de março de 2022 ! Publicado em português do Brasil

A guerra na Ucrânia tem ocupado o centro dos noticiários nas últimas semanas, como não poderia deixar de ser. No entanto, a cobertura da “grande mídia” ocidental manipula e distorce fatos para construir narrativas totalmente atreladas aos interesses estadunidenses.  

A mídia tenta demonizar Putin e construir a ideia de uma reação “pacificadora e civilizatória” do ocidente, liderada pelos EUA. Justo o Ocidente, responsável por acabar com milhares de vidas apenas nas últimas décadas, especialmente de africanos e de árabes, causando gravíssimas crises humanitárias e destruindo países inteiros como Iraque, Síria, Líbia e Afeganistão.

 A hipocrisia da mídia é importante para os EUA, porque a esse país interessa manter a Rússia isolada e desacreditada. O objetivo fundamental é barrar a expansão comercial dos asiáticos, protegendo a hegemonia estadunidense. E isso tem tudo a ver com a tragédia que ocorre na Ucrânia. Vejamos as razões. 

O século XXI trouxe ao império norte americano uma incomoda novidade: a Ásia ergue-se sob a liderança de duas potencias militares e econômicas. A Rússia, que voltou a se industrializar e avançou na tecnologia militar, tornando-se o país com as armas mais modernas do mundo. E a China, que é simplesmente a nação cuja economia mais cresce e aquela à qual uma multidão de países recorre para importar e exportar matérias primas e produtos. 

Essas duas potências avançam numa importante zona de influência americana: a Europa ocidental. O continente europeu é hoje dependente da economia chinesa e vinha aprofundando relações com a Rússia numa área estratégica para a balança de pagamentos dos EUA: o mercado de hidrocarbonetos - gás, petróleo, etc. O maior símbolo dessa relação era o gasoduto North Stream 2, que forneceria mais gás russo à Alemanha e que contou com oposição feroz dos EUA.

É importante para Washington promover um recuo das potências asiáticas e garantir a neutralização da Europa. A guerra fria atual dos EUA com a Rússia é pela busca do monopólio do mercado de gás natural, forçando os europeus a comprarem o seu gás, mais caro e ecologicamente mais “sujo”.  

E aqui chegamos à Ucrânia, território limite entre Rússia e Europa. A última década nesse país foi bastante instável, com um golpe de estado que levou ao poder governos “pró-ocidente” e a ascensão de grupos neonazistas promotores de massacres como o de 2014, quando mataram 72 trabalhadores incendiando um sindicato. Esses grupos, que promovem atos violentos na região fronteiriça com a Rússia, contaram com o apoio dos últimos governos ucranianos, inclusive o atual, alguns chegando a serem institucionalmente incorporados à guarda nacional do país. 

Não são poucas as evidências que mostram ligações de cooperação entre estadunidenses e as milícias extremistas ucranianas. Curiosamente, ano passado um projeto de resolução que foi à votação na ONU visando proibir a valorização de símbolos nazistas foi rejeitado por apenas dois países: EUA e Ucrânia.

A pressão sobre a Rússia cresceu drasticamente com a ameaça da inclusão da Ucrânia na OTAN, clube militar em expansão formado basicamente pelos europeus ocidentais e liderado pelos EUA. Estimular a Ucrânia a isso foi sem dúvida um crime contra esse país, pois sabia-se que seu ingresso era impossível, e que isso certamente custaria vidas inocentes.

No começo de 2021 o atual presidente ucraniano Zelensky intensificou ações militares na região fronteiriça com a Rússia. Ele, ridiculamente convertido agora em herói da Europa, ajudou a provocar essa guerra. Num clima já tenso, passou a cogitar a presença da OTAN e de mísseis nucleares em território ucraniano. 

Nos últimos anos muitos analistas já alertavam que os EUA estavam praticando uma política deliberada para incentivar uma escalada militar da Rússia na região. Retratar a Rússia como agressora, vingar a agressão isolando-a do jogo comercial e convertê-la em ameaça à Europa é tudo que interessa aos EUA. Eles fustigaram essa guerra abertamente.  

A decisão russa pelo conflito não é um ato imperial de um “Putin sanguinário”, como retrata a mídia. É uma reação planejada à ofensiva liderada pelos EUA. Isso, no entanto, não legitima a decisão de Putin. Uma esquerda consequente deve prezar pelo princípio da soberania territorial e condenar a guerra e os custos humanitários que ela vem impondo ao povo ucraniano. Ademais, tal decisão pode revelar-se um erro estratégico, já que o objetivo russo de longo prazo era afastar a Europa do domínio EUA/OTAN e criar, com a China, uma ordem multipolar através da integração econômica euroasiática. A guerra prejudica esse objetivo. 

A Europa, com o apoio total às sanções gigantescas impostas pelos EUA contra a Rússia, que afetam o mundo inteiro, e com seu discurso “russofóbico” histérico caminha para uma piora econômica e para tornar-se um protetorado estadunidense, presa militarmente à OTAN e agora recuando a profícua relação econômica com os russos. A mesma Europa que está armando grupos neonazistas na Ucrânia para estimular uma suposta resistência, numa guerra já perdida. Ela e os EUA não fazem qualquer esforço real para acabar a guerra. Pelo contrário, a estimulam. 

A China, interessada num mundo sem conflitos e com a economia a todo vapor, é o próximo alvo dos EUA. Mas não será nada fácil atacá-la. A Europa já é dependente de sua produção industrial e a Rússia acaba de ser “jogada no seu colo”, já que dependerá dos chineses para sustentar-se no curto prazo. A China tem se esforçado para afastar-se da guerra e pode ser um ator chave na resolução do conflito, embora a mídia não a destaque dessa forma. 

Para alguns analistas os Estados Unidos podem estar dando um tiro no pé, pois sua luta feroz contra os asiáticos têm gerado instabilidades na “área do dólar” que encorajam muitos a buscarem outros caminhos. Já há possibilidade da Arábia Saudita passar a vender petróleo à China na moeda chinesa, e não em dólar. Caso forme-se um sistema alternativo ao dólar isso pode acelerar a derrocada estadunidense, cujo poder reside, além das armas, no privilégio de ter a moeda das operações comerciais e financeiras do mundo. Esse é um cenário novo. 

Um império assustado, com bases militares espalhadas pelo planeta e na ofensiva é muito mais perigoso que a Rússia de Putin. E nesse novo cenário os EUA vigiarão uma de suas zonas de influência, nós, a América do Sul, com muito mais ímpeto. 

 Mais do que nunca o esforço pela integração e fortalecimento do bloco de países sul-americanos será necessário e oportunidades surgirão com a possível nova ordem que está sendo gestada.  

Em meio a tudo isso, vidas estão neste momento sendo perdidas em guerras provocadas pela dinâmica de um sistema capitalista mais uma vez em crise. E não podemos perder de vista que nosso objetivo é superá-lo.   

*Pedro Alcântara é doutor em ciências sociais e secretário estadual de formação política do PT em Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga

Imagem: "A hipocrisia da mídia é importante para os EUA, porque a esse país interessa manter a Rússia isolada e desacreditada" - Aris Messinis / AFP

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