Por Equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil
O total apoio do exército israelense ao cessar-fogo, de acordo com o relatório, reflete uma grande mudança em seu pensamento nos últimos meses.
Os principais generais de Israel estão defendendo um cessar-fogo em Gaza, mesmo que isso signifique que o movimento palestino Hamas permaneça no poder, informou o New York Times na terça-feira.
Essa postura teria criado uma cisão entre os militares e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que se opõe a uma trégua que permitiria ao Hamas sobreviver à guerra.
Os generais acreditam que uma trégua é a melhor maneira de garantir a libertação dos cerca de 120 israelenses ainda detidos em Gaza, vivos e mortos, de acordo com entrevistas com “seis atuais e antigos oficiais de segurança”.
“Despreparados para mais combates após a mais longa guerra de Israel em décadas, os generais também acham que suas forças precisam de tempo para se recuperar caso uma guerra terrestre ecloda contra o Hezbollah”, acrescentou o relatório, citando diversas autoridades.
De fato, uma trégua com o Hamas também poderia facilitar um acordo com o Hezbollah, de acordo com as autoridades, a maioria das quais falou sob condição de anonimato.
O Fórum do Estado-Maior, a liderança militar de Israel, é composto por cerca de 30 generais seniores, incluindo o chefe do Estado-Maior Militar, Tenente-General Herzi Halevi, e os comandantes do Exército, Força Aérea, Marinha e inteligência militar.
O apoio dos militares ao cessar-fogo, de acordo com o relatório, “reflete uma grande mudança em seu pensamento nos últimos meses, à medida que ficou mais claro que o Sr. Netanyahu estava se recusando a articular ou se comprometer com um plano pós-guerra”.
Eyal Hulata, que serviu como conselheiro de segurança nacional de Israel até o começo do ano passado, e que fala regularmente com oficiais militares seniores, teria dito, “os militares apoiam totalmente um acordo de reféns e um cessar-fogo. Eles acreditam que sempre podem voltar e engajar o Hamas militarmente no futuro.”
Hulata também teria indicado que os militares têm “menos munições, menos peças de reposição, menos energia do que antes — então eles também acham que uma pausa em Gaza nos dá mais tempo para nos prepararmos caso uma guerra maior ecloda com o Hezbollah”.
O NYT disse que “não está claro quão diretamente a liderança militar expressou suas opiniões ao Sr. Netanyahu em particular, mas houve vislumbres de sua frustração em público, bem como da frustração do primeiro-ministro com os generais”.
Netanyahu rejeitou firmemente qualquer proposta de cessar-fogo, “porque esse resultado poderia derrubar sua coalizão”, de acordo com o relatório.
Portanto, os militares temem um conflito prolongado em que seus recursos sejam gradualmente esgotados enquanto os cativos permanecem cativos e os líderes do Hamas permanecem soltos. Nesse cenário, manter o Hamas no poder temporariamente em troca da libertação de reféns parece ser a opção menos pior para Israel, disse Hulata. Quatro altos funcionários que falaram sob condição de anonimato concordaram.
Em 19 de junho, Daniel Hagari, o porta-voz chefe do exército israelense, disse em uma entrevista na TV que “aqueles que pensam que poderíamos fazer o Hamas desaparecer estão errados. O Hamas é uma ideia. O Hamas é um partido político. Ele está enraizado no coração das pessoas.”
De sua parte, o chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Herzi Halevi, recentemente “tentou enfatizar as conquistas militares, no que alguns analistas disseram ser um esforço para criar um pretexto para acabar com a guerra sem perder prestígio”, declarou o NTW.
O relatório acrescentou que o gabinete de Netanyahu se recusou a comentar. Ele disse em uma declaração na segunda-feira que Israel está perto de desmantelar as capacidades militares do Hamas, mas não indicou que isso permitiria que a guerra em Gaza acabasse.
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