quarta-feira, 19 de março de 2025

A UNIÃO EUROPEIA DISFUNCIONAL EM VÉSPERAS DA DERROCADA

Susana Charrua, Odemira

Bom dia. Eis o Curto do Expresso a seguir. Já se transformou numa paranoia que o telefone toque em Moscovo ou em Washington, no Kremlin ou na Casa Branca. Eunice Lourenço, jornalista do Expresso, autora do Curto de hoje refere essa mesma paranoia a seguir. Putin e Trump são os detentores das falas sobre o cessar fogo e paz duradora entre Rússia e Ucrânia. Nas conversas entre eles foram irradiadas Ucrânia e a Europa, a União Europeia é ignorada. O Reino Unido fala, fala... mas parece que só para as paredes enquanto as falas da UE vão diretamente para o esgoto. Nem se ouve na Rússia e nos EUA. São uns não caso. Fazem de conta para enganar europeus. Querem rearmamento em milhares de milhões mas decidem comprar aos EUA  absolutamente não confiáveis. Até parece que os da UE não possuem miolos mas sim dejectos em abundância naquelas cabeças de políticos medíocres ou até completamente incompetentes. É o que existe em abundância na UE, infelizmente. Isso mesmo está à vista de todos que observam a irrelevância da União Europeia e seus parasitas políticos papagaios inconsequentes.

À Ucrânia, a Zelenski, acontece quase o mesmo. Trump e Putin tratam de acordar as suas vontades e vantagens. Decidem pela Ucrânia, como a dividirem e reinarem. Decidem pelos saques aos derrotados. Não só à Ucrânia mas também à UE. Os 27 vão pagar com língua de palmo toda esta aventura decidida por outros. São milhares de milhões de euros surripiados aos povos dos 27 países que constituem a União Europeia. Não se admirem se ela cair com estrondo e sozinha, sem aliados. Fiquemos atentos para assistir ao descalabro conduzido por insanos.

Mais no Curto com interesse. Vão ler. Mantenham a Liberdade de Pensar. É saudável e ajuda a compreender muitas das trafulhices que estão a acontecer. Para não referir aqui sobre as que já aconteceram durante décadas.

O Curto para todos. A seguir. Leiam.

Bom dia. Tenham discernimento e força.

Redação PG

À espera que o telefone toque para uma paz cada vez mais armada

Eunice Lourenço, editora de política | Expresso (curto)

Bom dia,

Antes de mais faço-lhe um convite: hoje, às 14h00, "Junte-se à Conversa" comigo e com o David Dinis para falar sobre "As 1001 incógnitas das legislativas". Inscreva-se aqui.

Luís Montenegro chega hoje, pelas 15h, à Assembleia da República para um debate preparatório do Conselho Europeu, o último debate antes da dissolução do parlamento. Ao fim destes 11 meses e meio do seu Governo, o mundo mudou. E a principal mudança foi Trump, o Presidente norte-americano eleito em novembro e que tomou posse em janeiro, que prometeu alcançar a paz na Ucrânia em 24 horas, mas depois mudou o prazo para seis meses. Ontem Trump esteve quase duas horas ao telefone com Putin, tendo em vista “um cessar-fogo total e paz permanente”.

“O Presidente Trump e o Presidente Putin falaram sobre a importância da paz e de um cessar-fogo na Ucrânia”, lê-se no comunicado que a Casa Branca divulgou a seguir. “Ambos concordaram que o conflito tem de terminar e que uma paz duradoura tem de ser negociada” e que “as relações bilaterais entre EUA e Rússia têm de melhorar". continua o comunicado que, em termos práticos, dá conta da disponibilidade russa para começar negociações e suspender por 30 dias os ataques sobre infraestruturas. “O mundo tornou-se hoje um lugar muito mais seguro”, escreveu Kirill Dmitriev, enviado especial de Vladimir Putin para a cooperação económica e para o investimento internacional.

A Casa Branca e o Kremlin tentam mostrar um “momento histórico”, mas os principais interessados olham com suspeição. O Presidente ucraniano ficou à espera de um telefonema americano que lhe explicasse melhor o que se passou, mas tirou as suas próprias conclusões: Putin "rejeitou efetivamente a proposta de cessar-fogo" apresentada pelos Estados Unidos e durante a noite prosseguiram os ataques contra a Ucrânia.

Numa declaração conjunta em Berlim, Macron e Scholz assinalaram o telefonema como um “bom começo”, mas voltaram a insistir que “não pode haver um acordo sem a Ucrânia”. Pouco antes, tinha sido aprovado no Bundestag um programa que flexibiliza os limites de endividamento da Alemanha e permite novos investimentos em defesa. Hoje, a Comissão Europeia apresenta o livro branco para a Defesa e os detalhes do Rearm UE. A aposta é enorme, mas vai demorar a ter efeitos: a presidente Ursula von der Leyen aponta para que autonomia europeia no que diz respeito à defesa só seja alcançada em 2030. A Europa olha com desconfiança para as negociações e promete continuar a ajudar a Ucrânia, mas ainda falta acordo para um novo pacote de 40 mil milhões de euros.

Quando esta tarde começar o último debate da legislatura, seria sobre tudo isto que deveria girar a discussão. O primeiro-ministro já mostrou a disponibilidade de Portugal para participar numa missa de paz na Ucrânia e afirmou que o país deve usar os meios que venham a ser disponibilizados para investimentos em Defesa, mas sem pôr em causa a trajetória das contas públicas. Paulo Rangel já se comprometeu em consultar o PS antes de decidir novo apoio à Ucrânia, como, aliás, António Costa fez com Montenegro há pouco mais de um ano. Pedro Nuno Santos, por seu lado, manteve, em entrevista à RTP, o compromisso apenas com o investimento equivalente a 2% do PIB. A Defesa e a situação internacional, ao contrário do que aconteceu em 2022 e 2024, tem de ser tema na campanha eleitoral que já começou. A capacidade que hoje Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro demonstrarem para debater hoje o que se passa no mundo e o que isso implica para Portugal em vez de apenas voltarem a trocar culpas pelas eleições de 18 de maio será, certamente, um sinal do que serão capazes de fazer em campanha e no Governo.

Outras notícias

Conclusões. A comissão parlamentar de inquérito ao chamado caso das gémeas conseguiu ontem aprovar um relatório alternativo segundo o qual houve uma “intervenção especial” por parte da Casa Civil da Presidência da República. Hoje, a conferência de líderes parlamentares, deve decidir se o relatório ainda será votado em plenário.

Escolhas. A Madeira vai a votos no dia 23 e uma sondagem publicada ontem dá o PSD à beira da maioria absoluta. Mas PS JPP acreditam que o tempo é de viragem na região autónoma.

Regresso. Os astronautas que estiveram nove meses na Estação Espacial Internacional regressaram ontem finalmente e foram saudados por golfinhos.

Alerta. A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos online pede à provedora de justiça que seja criada uma espécie de “lista negra” de marcas de jogo ilegal e sejam punidos os operadores não licenciados. O número de jogadores que se autoexcluem do jogo online tem vindo a subir e já chega aos 300 mil .

Eleição. É escolhido hoje o novo presidente do Comité Olímpico Português (COP). A escolha é entre Laurentino Dias e Fernando Gomes.

Frases

“A segunda figura do Estado, que se dá ares de estadista quando aparece na pele do presidente da Assembleia da República, perdeu a máscara quando tratou de cerrar fileiras à volta do líder do partido”

Vítor Matos, no Índice do Citacionismo

“As instituições que tornam o pensamento livre possível demorarão muito a recuperar dos males provocados pela revolução cultural em curso" nos EUA.

Pedro Adão e Silva, no Público

Para ouvir

Expresso da Manhã: A guerra de Netanyahu mostra à Ucrânia e ao mundo o que é a paz desenhada por Trump. Pode esperar-se outra coisa com Putin?

Comissão Política: Luzes e sombras do choque ético que provocou eleições.

Lei da Paridade: Quatro eleições num ano e os EUA em guerra contra a ciência

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